O que eu esperava...

Um certo nervosismo, reencontrar os cheiros, sentir a sobrevivência que inspira a uma aprendizagem já longínqua, sentir o pó do deserto, o calor, a paisagem infinita e suas mutações. São extensões enormes de areia e observa-se a mutação da natureza até pleno deserto: de Windhoek a Swakpmund, a natureza mostra-nos as transformações da paisagem.
Ao sair de Windhoek, pela estrada batida - assim a sua paixão - começamos por observar uma savana, humanizada se assim se pode descrever, pois está ainda perto da cidade, conforme se vai
avançando, a paisagem vai-se tornando cada vez mais seca até pleno deserto, só areia e dunas em que, ao olharmos para o infinito, horizonte céu e paisagem se confundem.


Parece vazio de vida, não, está repleto dela, cada grão esconde algo, tem história para contar, tem animais, sementes, basta bater a água que logo nasce.
Durante o percurso há sítios onde se vêem tufos de capim

- É o quê avô?
_ É onde ficou retido um pouco de água das últimas chuvas.
E assim se vai avançando, até começar a ver e a sentir a neblina que vem do mar, misturada com o pó da areia desértica.
Ao chegar a Valvys Bay até Swakop, uns 30 quilómetros, de um lado o mar e do outro só dunas, onde se praticam desportos radicais.

O mar é lindo, agreste, ondas fortes e água fria, pois ali passa a corrente fria de Benguela.
Chegamos a casa cheios de areia, o cabelo crespado, a pele seca, as malas por fora perderam a sua cor natural.
O aconchego de sua casa, para descansar e depois continuar.

fotografias de Eva Carvalho

por Eva Carvalho
Ruy Duarte de Carvalho | 16 Junho 2011 | Namíbia, viagem