Resenha animada sobre a novela gráfica “Arsène Schrauwen”

Esta é uma resenha animada sobre a novela gráfica Arsène Schrauwen, de Oliver Schrauwen (Bélgica), publicada na revista digital argentina Kamandi.

O ponto de partida de Arsène Schrauwen foi a chegada do seu avô ao Zaire – actual República Democrática do Congo - no final da década de 40 para trabalhar num projecto utópico, e assim se vai desenrolando pelas contradições e sensações dos protagonistas, na sua condição de brancos intervenientes num contexto psico-geográfico que lhes é alheio.

Inspirado no tom de realismo mágico da novela, este artigo-animado estabelece um parealelismo com o avô da narradora desenhada que, como tantos fizeram, deixa  Portugal para ir trabalhar para Moçambique durante a ditadura salazarista.

Uma micro reflexão sobre o passado colonial no qual os brancos que foram para as “colónias”, movidos por diferentes motivos e com posturas distintas perante os regimes coloniais europeus estavam, inevitavelmente, dessincronizados com os ambientes e culturas africanos nos quais desembocaram.

O vídeo é uma adaptação das técnicas de projecção em cinegraf (projector antigo argentino), com recurso ao desenho analógico das cintas de papel vegetal a projectar e pós-edição digital.

Guião e desenhos: Júlia Barata

Música: Pablo Bronzini

por Júlia Barata
A ler | 20 Maio 2019 | Arsène Schrauwen, Congo, novela gráfica