Temos de Falar, à conversa com Gisela Casimiro

Quinta, 10 de Março | 18H 

Maria Giulia Pinheiro e Irmà Estopiña.

Sexta, 22 de Abril | 18H 

Paula Cardoso e Manuel Arriaga.

Em Lisboa, na Livraria Barata

Entrada livre sujeita à lotação da sala


28.02.2022 | by Alícia Gaspar | ciclo de debates, Gisela Casimiro, livraria barata, lugar de cultura, temos de falar

Cultural Workers Against the Ongoing War in Ukraine

Open Letter

To sign please go to Change.org Signature List https://chng.it/2hdHLqrLp8
To contact us: culturalworkersagainstwar@gmail.com

We, cultural workers in Berlin and other places, raise our voices to state that we stand strong and firm with Ukraine. We protest against the ongoing and escalating Putin-led Russian aggression against the people living in Ukraine.

Putin’s military invasion threatens millions of civilians, pensioners, care workers, children, and regular inhabitants. Putin’s repression particularly targets the lives and health of political activists, the LGBTIQ+ community, cultural workers, journalists and other civilians as well as the exiled Belarusian opposition in Kyiv and in other Ukrainian cities. It targets us and our friends in order to destroy the tissue that keeps our communities connected and breathing.

Ukrainian territory has been violated by Russian aggression since the illegal annexation of Crimea in 2014. The country has been pulled into a defensive war by Russia’s incursion into Ukraine’s Donetsk and Luhansk regions, under the cover of so-called local separatist movements, beginning in 2014.

In these territories disappearances, kidnapping, torture and imprisonment reportedly take place. In previous moments of political destabilisation, like the Euromaidan uprisings in 2014 in Kyiv, cases of kidnapping and torture of journalists and activists have been documented.

Whoever has experienced the effect of this kind of repression through intimidation, torture and fear on our societies, like the Belarusian and Russian oppositional movements, knows: There is no invasion which is negotiable. There is no legitimation for repression and invasion. There is no degree of repression we can silently witness without being complicit.

We call on all our fellow cultural workers to raise their voices, to stretch their political empathy, to activate their political courage, to refresh their political memory and to stand up in support of our colleagues, friends, allies, and their (chosen) families.

As we stand together we work towards forming even stronger bonds and deeper alliances with each other. Let us, cultural workers, stand together, to put our weight on public opinion: We demand decisive and firm support of the people living in Ukraine.

The Undersigned
February 2022

http://culturalworkersagainstwar.org/

28.02.2022 | by Alícia Gaspar | cultural workers, end war, stop putin, ukraine

CIAJG 10 Anos | Conversa com Mario Lúcio e Manuela Ribeiro Sanches

No próximo dia 5 de março, às 16h00, Mario Lúcio e Manuela Ribeiro Sanches protagonizam a conversa intitulada “Depois das colonizações?”.  

Marta Mestre, curadora geral do CIAJG, modera a conversa que será precedida pela apresentação do programa artístico do museu, previsto para 2022.

Esta é a primeira conversa do ciclo de debates “Para um novo enredo de vozes” que reflete sobre o museu, a coleção e a cidade. Pensar o museu na encruzilhada de um mundo dividido, olhar a coleção para além de um ponto de vista eurocentrado, e perspetivar o projeto cultural da cidade. Este ciclo conta com a participação de pesquisadores, artistas, ativistas, curadores/as e teóricos/as, e decorre ao longo do ano, em vários encontros no CIAJG.

Mario Lúcio (Cabo Verde) é músico, ativista e pensador. Foi Ministro da Cultura de Cabo Verde. É autor de “Manifesto a Crioulização” (2021). É uma das figuras mais reconhecidas da cena cultural e musical cabo-verdiana, tanto local como internacionalmente.  

Manuela Ribeiro Sanches (Portugal) é uma das introdutoras do pensamento pós-colonial em Portugal. É autora de “Portugal não é um país pequeno: Contar o império na pós-colonialidade” (2006). É professora auxiliar com agregação aposentada da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. 

Entrada gratuita, até ao limite da lotação da sala

28.02.2022 | by Alícia Gaspar | ciajg, ciclo de debates, manuela ribeiro sanches, mario lúcio, marta mestre, pós-colonialismo

Artistas moçambicanas apresentam exposição pela primeira vez em Lisboa

Taíla Carrilho e Nália Agostinho exibem “Sinergia de Emoções” no Espaço Espelho D’Água


Dia 26 de fevereiro o Espaço Espelho D’Água inaugura a exposição “Sinergia de Emoções”, de Nália Agostinho e Taíla Carrilho, artistas plásticas e ativistas moçambicanas baseadas em Maputo.

É a primeira vez que as duas expõem juntas e também é a primeira vez em Portugal. Estão presentes nas obras as questões de género, discriminação, inclusão e exclusão social das mulheres em Moçambique e no continente africano como um todo, em um ambiente com transformação sociocultural acelerada, onde existe um processo de desvalorização e desqualificação da mulher em todos sectores. Faz ainda parte do interesse criativo das artistas temas relacionados com o isolamento e a emoção afetada pelas questões da crise atual.

São 20 obras – uma série de pinturas, desenhos e ilustrações com o uso de acrílico, pastel de óleo, carvão e tinta de óleo, tinta da China e aquarelas sobre a tela e papel. Para além dos pormenores indicados, elas usam a literatura em momentos de pausa para complementar o seu processo criativo, recorrendo, neste caso, à poesia e à prosa.

A exposição é resultado de um grande mergulho interno para a autoanálise fundamental, que comprova a necessidade de aprender a lidar com as mudanças, as perdas e os ciclos. Pela herança africana, Taíla e Nália percebem a morte como uma das poucas certezas da vida. De acordo com suas crenças, a morte não significa um ponto final e sim uma mudança de estado, deixando de lado o corpo físico para dar lugar a outra forma de estar no espaço. E isto se aplica no sentido literal e figurado. Não existe um fim, existe uma transformação.

É o que se vê em uma das obras de Nália, “Nobreza da Alma” – uma mulher em movimento, braços esticados ao ar em busca de um futuro, cheia de energia positiva, mas presa nos traços do passado. A obra reflete melhor a realidade corrente de Moçambique sobre a agonia e a passagem do tempo. Enquanto isso, um quadro de Taíla mostra uma mulher mergulhada no meio de um abismo colorido, cheia de angústia, mas também de esperança. Tudo à sua volta parece não fazer sentido, mas por baixo da tela nota-se uma diversidade de escolhas.

A exposição pode ser visitada até o dia 20 de março.

Sobre Taíla Carrilho

Nasceu em Maputo, em 1984, e é licenciada em Design Gráfico pela Cape Peninsula University of Technology, Cape Town. Vinda de uma família de artistas, cedo desenvolveu, naturalmente, o gosto por desenhar, pintar e cantar. Mais tarde veio a paixão por escrever poesia e, recentemente, por declamar. É co-fundadora da RUUM, desde novembro de 2013, uma galeria criativa de objectos de design, feitos à mão, com recurso a materiais locais. A concepção destes objectos surge da necessidade de criar peças artísticas à sua imagem e com o seu DNA.As peças, os objectos e as intervenções em que se envolve combinam características lúdicas, utilitárias e inovadoras.

Valores com os quais tenta buscar a exclusividade no trabalho que faz, um trabalho impregnado do lugar e do tempo em que está.  Um trabalho feito em Moçambique com os materiais e as sugestões encontradas à sua  volta.

Em 2018 fundou a CONFORME com a ajuda de amigos e familiares. Uma plataforma que tem o objectivo a consciencialização e educação sobre Anemia Falciforme em Moçambique.

Sobre Nália Agostinho

Nasceu em Maputo, em 1990.  As raízes da sua infância estão na Polana e no Chamanculo, bairros da Capital de Moçambique, repleto de texturas cruas, padrões, cheiros e o jeito caótico de ser. Seu amor pela arte começou durante sua infância, incentivada por seu falecido pai, que era um amante das artes e da música. 

Se formou em Ciências Políticas em Trento, Itália, onde viveu, estudou e trabalhou por quase uma década. Frequentou a Escola Nacional de Música, onde completou a sua formação com uma certificação em Dezembro de 2006. Em 2018 decidiu começar a pintar profissionalmente, como uma necessidade de expressão do seu verdadeiro eu.

Suas visões sobre a Pintura baseiam-se em uma percepção de osmose da vida, onde tudo o que ser humano tende a ser e expressar é fortemente movido entre as expectativas internas e externas, os cenários micro e macro, os pólos positivos e negativos.

Sobre o Espaço Espelho d’Água

O Espaço Espelho D’Água resulta de um concurso público organizado em 2012 pela Associação de Turismo de Lisboa – ATL para a exploração de parte de um edifício localizado na emblemática zona de Belém, em frente ao rio Tejo. O espaço compõe uma área de 1.200 m2 e foi inicialmente construído em 1940 durante a Exposição do Mundo Português.

O mote do projeto é o de que neste local, onde há cinco séculos os portugueses partiram para o mundo, seja agora uma plataforma de conexões culturais onde se traga as culturas contemporâneas das diferentes regiões por onde os portugueses andaram nessa aventura durante as grandes navegações.

Desta forma criou-se um espaço onde há atividades de gastronomia, exposição de arte e design, música, cinema e vídeo, entre outras formas de divulgação cultural. Tendo presente todo enquadramento histórico do local, e o que ele representa na atual conjuntura mundial, visa criar um ambiente artístico e cultural que reflita sobre a relação dos portugueses com o mundo e do mundo com os portugueses.

Apresentar neste local as mais variadas formas de expressão cultural contemporânea dos países que se relacionam historicamente com Portugal é a principal premissa do projeto que esteve na base da criação do Espaço Espelho D’Água.

SERVIÇO: Sinergia de Emoções

Local: Espaço Espelho D’Água

Endereço: Av Brasília, Edifício Espelho D’Água (ao lado do Padrão dos Descobrimentos) Inauguração: 26 de fevereiro, às 17h

Horário de visitação: diariamente, das 11h à 0h

Período: 26 de fevereiro a 20 de março de 2022

Entrada gratuita

 

24.02.2022 | by arimildesoares | espaço espelho d'agua, exposição, lisboa, Nália Agostinho, Sinergia de Emoções, Taíla Carrilho

Novo livro: Marfins Africanos no Mundo Atlântico

Novo livro do Centro de História da Universidade de Lisboa reúne os maiores especialistas mundiais na história da produção e do comércio de marfins africanos


O Centro de História da Universidade de Lisboa publica African Ivories in the Atlantic World, 1400-1900. Marfins Africanos no Mundo Atlântico, 1400-1900, obra coletiva dedicada à história da produção e circulação de esculturas africanas em marfim e de tráfico de marfim em bruto. Reunindo contributos de autores da Europa, África e América, estes 21 estudos apresentam, entre outras, novas visões sobre o papel dos africanos na produção dos marfins, a sua relação com a escravatura ou o colonialismo. Os textos foram submetidos a um apertado crivo de avaliação científica por uma comissão de 40 especialistas independentes. A coordenação é dos professores José da Silva Horta, Carlos Almeida e Peter Mark, especialistas em história de África.

Embora fosse um dos produtos mais importantes no comércio atlântico, a historiografia tem relegado o estudo desta matéria-prima para um plano secundário. Esquecido tem sido também o papel dos artistas africanos na escultura dos objetos trabalhados em marfim. A obra agora dada à estampa demonstra a importância do comércio do marfim, em bruto e trabalhado, e dos artistas africanos que o esculpiram. Pensa-se os marfins afro-portugueses, um corpus de objetos artísticos com características híbridas, como produções africanas, e identificam-se obras antes negligenciadas.

A nova publicação surge no seguimento do projeto de investigação «Marfins Africanos no Mundo Atlântico: Uma Reavaliação dos Marfins Luso-Africanos», que decorreu entre 2016 e 2019, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e sediado no Centro de História da Universidade de Lisboa. O trabalho desenvolvido terá seguimento com a criação de uma rede internacional de investigação, que irá reunir historiadores e outros especialistas dedicados ao estudo dos marfins africanos e ficará sediada no Centro de História da Universidade de Lisboa.

O lançamento decorre hoje, dia 24 de fevereiro, na Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, sala B.112.B, às 17h00.

Terá transmissão em direto pela plataforma Zoom, com as seguintes credencicias: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/83317267779 | ID da reunião: 833 1726 7779 | Senha de acesso: 663110.

African Ivories in the Atlantic World, 1400-1900. Marfins Africanos no Mundo Atlântico, 1400-1900 encontra-se disponível para download gratuito em: https://repositorio.ul.pt/handle/10451/50982

24.02.2022 | by Alícia Gaspar | carlos almeida, FLUL, história de áfrica, josé da silva horta, lançamento, livro, Marfins Africanos no Mundo Atlântico, peter mark

MDOC organiza curso de verão sobre Antropologia Visual e Cinema

Festival minhoto regressa a Melgaço entre 1 e 7 de agosto

A ter lugar entre os dias 1 e 6 de agosto, o Fora de Campo abriu já o seu período de inscrição. O curso parte de projetos de pesquisa e narrativas digitais e audiovisuais para propor um debate em torno das relações entre a antropologia e o cinema, abrindo espaço para a troca de ideias e o contacto entre o contexto académico, as redes profissionais, as associações científicas e os cineastas. A ter lugar em paralelo ao festival, este curso de verão destina-se a agentes culturais, educadores, documentaristas e curiosos das temáticas das identidades. O curso é coordenado por José da Silva Ribeiro, membro da AO NORTE e ID+. Os preços e programa podem ser consultados em detalhe no website do evento.

Com um corpo de orientadores composto por investigadores portugueses e estrangeiros, o Fora de Campo 2022 dará particular atenção a questões relacionadas com as metodologias audiovisuais participativas, destacando o lugar do documentário e da antropologia visual na criação de novos espaços para uma compreensão crítica da realidade, capaz de desconstruir discursos hegemonicamente textualizados pelos processos de colonização. Em discussão estarão ainda os processos de aproximação a comunidades e o lugar das práticas artísticas comunitárias na área do cinema, assim como a reflexão sobre a forma como o uso de acervos e arquivos audiovisuais podem abrir novos espaços de compreensão histórica e os pontos de conexão entre os olhares dos antropólogos e dos cineastas.

O programa formativo do Fora de Campo está organizado em torno de momentos Ponto e Contra-Ponto. No Ponto, os convidados apresentam projetos resultante da sua investigação pessoal ou prática artística, no Contra-Ponto novos convidados questionam, a partir da investigação ou das práticas e experiências que têm, o que foi apresentado. O Fora de Campo integra ainda um dia de programa intensivo, Salto a Melgaço, que inclui a projeção de filmes, visitas guiadas às exposições, ao Museu de Cinema Jean-Loup Passek e ao Espaço Memória e Fronteira, assim como momentos de encontro e convívio.

O Fora de Campo é uma iniciativa da AO NORTE, através do seu Grupo de Estudos de Cinema e Narrativas Digitais e do ID+ Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura em colaboração a Câmara Municipal de Melgaço, o Museu Nacional de Etnologia a Red de Investigación en Antropología Audiovisual / Rede de Pesquisa em Antropologia Audiovisual (RIAA), a Universidad Rey Juan Carlos (URJC), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o Festival Internacional do Filme Etnográfico do Recife.

Fora de campo: programa resumido

SEG, 1 AGO

Estreia dos documentários realizados na Residência Cinematográfica PLANO FRONTAL

TER, 2 AGO

Metodologias Audiovisuais Participativas

PONTO

. Mariano Baez Landa (CIESAS): Retrospetiva das minhas experiências na produção de vídeos com jovens de duas regiões indígenas do México

. Thor Morales (Connected Stories Hub): Change the Approach, uma reflexão sobre o ideal participativo baseado em experiências de vídeo participativas com comunidades indígenas em África e na América

. Verónica Vazquez Valdez (Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia - México): Fotografia para Investigação Social e Intervenção Comunitária

. Ivan Deance Bravo e Troncoso e Ricardo García Arrañaga (Sistema Nacional de Investigadores do México): Sonomemoria: memória sonora e etnografias de som participativas

CONTRA-PONTO

Convidado em confirmação (Rede de etnografias audiovisuais participativas)

José da Silva Ribeiro (AO NORTE e ID+)

QUA, 3 AGO

Olhar do Antropólogo/ Olhar do Documentarista

PONTO

. Alfonso Palazón Meseguer (Universidade Rei D. Juan Carlos, Madrid):A observação da encenação

. Klaus Schriew e Manuel Nicolas Meseguer (Universidade de Múrcia): Múrcia: no pomar da Europa

. Gonzalo Ballester (European Film College da Dinamarca): Do outro lado do olhar

CONTRA-PONTO

Cornélia Eckert - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Brasil)

Manuela Penafria - Universidade da Beira Interior

QUI, 4 AGO

Projetos em comunidade: Mapeamentos afetivos e recolhas em comunidade

COMUNICAÇÕES

. Manuela Matos Monteiro (MIRA FÓRUM): Mapa Emocional de Miraflor

. Helena Elias – Universidade Nova de Lisboa: Projeto Re(com)figurações

. Olívia Marques da Silva (ESMAD): Interdisciplinaridade Metodológica da Fotografia Documental Contemporânea e a Antropologia Visual: Memória e Lugar

MESA REDONDA

Quem somos os que aqui estamos?

Participantes: Albertino Gonçalves, Álvaro Domingues, Daniel Maciel e João Gigante

SEX, 5 AGO

Arquivos fílmicos, memórias e autoetnografia

PONTO

. Paulo Ferreira da Costa - Museu Nacional de Etnologia

. Renato Athias - Universidade Federal de Pernambuco

. Mina Rad - Festival International du Film Documentaire Après Varan

CONTRA-PONTO

Rodrigo Lacerda - CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia

José da Silva Ribeiro - AO NORTE e ID+

SAB e DOM, 6 e 7 AGO

Salto a Melgaço

Nos anos sessenta, milhares de portugueses emigraram para França “a salto”, assim se chamava a viagem clandestina dos que procuravam um novo destino. Nos dias 6 e 7 propomos, não uma viagem acidentada como a dessa época, mas composta por um programa intensivo com projecção de filmes, visita ao Museu Jean-Loup Passek e ao Espaço Memória e Fronteira, assim como momentos de encontro e convívio.

23.02.2022 | by Alícia Gaspar | antropologia visual, cinema, curso de verão, documentário, MDOC, melgaço

#2 SENNA SPECTABILIS OU CARNAVAL

PERFORMANCE de Flávia Gusmão 25.2.22, 18h30 GALERIA ZÉ DOS BOIS 

Este é o segundo de cinco capítulos do projeto Na Lut@, uma homenagem à produtora e ativista Samira Pereira.
Com direção artística da actriz e criadora Flávia Gusmão, NA LUT@ é composto por 5 capítulos que resultam em objetos artísticos distintos. O 1º capítulo, a audio-performance #1FLAMBOAIÃ, estreou no Festival de Teatro Mindelact 2021, em Cabo Verde.
O Luto e a Perda são as temáticas transversais aos capítulos, que partem das 5 fases do luto estabelecidas por Elisabeth Kubler-Ross: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. As fases definidas pela autora não são sequenciais e determinadas cronologicamente, são intermitentes e até simultâneas, o que encontra paralelo nos objetos artísticos produzidos em cada capítulo, que se entrecruzam.
#2 SENNA SPECTABILIS OU CARNAVAL parte da ideia de celebração, da vontade de criar uma festa celebrando alguém, mas parte, principalmente da necessidade de sair do estado de tristeza e recolhimento para onde somos arrastados com a perda.
A tristeza do luto cansa: cansamo-nos de nos sentir tristes e que nos vejam tristes.
Este segundo capítulo convoca a ideia de festa como catalisador de alegria e energia, e estas como veículos para digerir a dor e a raiva.
Mas será que resulta?

FICHA ARTÍSTICA

Criação Flávia Gusmão Apoio à criação Sofia Berberan, Marta Furtado, Xullaji, Madalena Palmeirim, Renato Linhares e Olga Matviychuk
Voz Xullaji e Flávia Gusmão Apoio técnico e edição Olga Matviychuk Comunicação e Assessoria de Imprensa Rita Bonifácio Imagem Gráfica Sílvia Prudêncio Co-produção Associação Zé dos Bois

23.02.2022 | by martalanca | Flávia Gusmão, luto, performance, Samira Pereira

Our (spatial) stories live in performative futures

Curadoria: Cindy Sissokho & Fabián Villegas

Inauguração: 25 de Fevereiro de 2022, das 18h às 21h

Datas: Exposição patente até 19 de Março 2022, Quarta a Sábado, das 15h às 19h

Local: R. Damasceno Monteiro, 12 R/C | 1170-112 – Lisboa

Artistas: Rafael De Oliveira, Désirée Desmarattes, Theo Gould, Henrique J. Paris, Lion
Maré Djaci, Odair Monteiro, Nuno Silas, Sofia Yala

Cada regime de representação colonial é construído sobre o apagamento, o silenciamento, a devastação dos ecossistemas culturais, as geografias existenciais, as cartografias emocionais. A imagem é precedida por sons, o olhar colonial apaga os sons, remove o contexto e os objectos de representação. Tira o objecto fora da representação da sua própria concepção de espaço e temporalidade.

Através da fotografia, textos, sons, performance e vídeo, os oito artistas criam espaços de intimidade para o quotidiano, criam coletivamente ferramentas que revelam narrativas familiares, itinerários diaspóricos e arquivam o eu em processos de auto-realização e reivindicação a sua existência fora de um olhar colonial e a temporalidade.

O artista fá-lo através do auto-retrato, ligando-se através de objectos familiares como sistemas de transmissão e recuperação histórica das memórias. Esta narração é trazida dentro de uma ‘casa’ – as casas de família, o quarto, o estúdio fotográfico como um espaço seguro e até mesmo o corpo – capturando o vernáculo da diáspora, reivindicando a presença negra na cidade entrincheirada dentro de narrativas/monumentos coloniais e aos projectos ‘casa’ como espaço para horizontes emancipatórios e utópicos de vida colectiva.

Através de exercícios de insurreição e imaginação política, o diálogo da diáspora com os espaços de monumentalidade na cidade, activando espaços de memória, cria viagens auto-cartográficas, arquivos monumentais de legado anticolonial.

Como é que o regime de imagens tem um papel na informação do planeamento futuro, visão utópica e dinâmica desejos em torno de viver em cidades para a diáspora?

Através da representação e compreensão dos movimento que ocorrem (estratificação laboral, migração, mobilidade social, cultural e económica zonificação, etc.) contra as narrativas actuais de rejeição, transformação, gentrificação, etc.

A exposição é uma viagem pedagógica que não só exibe mas procura o exercício de uma imaginação de narrativas diásporas no futuro. Faz-nos questionar quais são as metáforas de nós próprios no futuro.

As obras dos artistas são um convite à ficcionalização das narrativas, e uma possibilidade de procurar através da ficção uma ferramenta pedagógica para visualizar os futuros performativos. A exposição refere-se indiretamente ao conceito histórico de “Heterotopias” e a ressonância com a categoria de “utopias localizadas”, em que construímos mundos dentro de mundos, um novo sentido de espacialidade no regime colonial de espacialidade.

Permitem-nos também pensar, visualizar e experimentar o que significa criar e recuperar histórias espaciais através da lente das suas experiências pessoais que se infiltram através da narração visual de histórias. Elas reconsideram um sentido de espaço e lugar através da fugitividade, exílio e deslocamento e negociar um sentido de pertença contra a violência espacial.

Este projecto é apoiado por UCREATE um projecto de Creative Europe a decorrer na Bélgica, Hungria, Portugal e Itália liderado por 4 organizações artísticas (Fundação Internacional Yehudi Menuhin (BE); HANGAR (PT); Mus-e Hungary (HUN); BIG SUR (IT)) com o objectivo de utilizar as artes e a co-criação artística como um meio para criar laços sociais entre indivíduos.

21.02.2022 | by Alícia Gaspar | arte, cultura, Désirée Desmarattes, diáspora, fotografia, Henrique J. Paris, Lion Maré Djaci, Nuno Silas, Odair Monteiro, Rafael De Oliveira, Sofia Yala, Theo Gould

Exposição | As roças de São Tomé e Príncipe - o lido e o fotografado

As roças de São Tomé e Príncipe são assentamentos agrícola-industriais, em número aproximado de 200, que se estendem pelo território destas duas ilhas do Atlântico no Golfo da Guiné. Para além de uma arquitetura de matriz portuguesa as roças albergavam as populações que desde o séc. XV foram sendo trazidas para estes territórios e sujeitas ao trabalho árduo e iníquo. São também locais onde eficientes máquinas de produção foram construídas e colocaram São Tomé e Príncipe como um dos maiores produtores de cacau do mundo no início do séc. XX.  

No âmbito do mestrado integrado em arquitetura do ISCTE, um conjunto de alunos do Laboratório Cidade Justa e Inclusiva do 5ºano debruçou-se sobre este património partilhado, visitá-lo, analisá-lo e dialogar com os vários intervenientes. Em novembro de 2021 rumámos em viagem a São Tomé e Príncipe. De lá trouxemos imagens evocativas de uma natureza exuberante, de gentes afáveis, e de edifícios imponentes, construídos ao estilo português, consumidos pela floresta tropical e pelo tempo.  

Partilhamos fragmentos desta experiência através de fotografias e de escritos, alguns dos quais encontrados na biblioteca do ISCTE trazendo à luz complexas dinâmicas sociais, culturais e económicas.   

A exposição irá ocorrer de 2 a 31 de março de 2022 na Biblioteca do ISCTE. No dia 2 faremos a inauguração com uma tertúlia que terá a participação do fotógrafo Dário Paraíso e do antropólogo Emiliano Dantas que participaram na curadoria da exposição fotográfica.

Caso possam estar presentes na inauguração pedimos que se inscrevam em https://forms.gle/txAq22aJsj2M3rtG6

21.02.2022 | by Alícia Gaspar | dário paraíso, emiliano dantas, exposição, fotografia, ISCTE, Laboratório Cidade Justa e Inclusiva, São Tomé e Príncipe

Primeira co-produção Blablabla Media / SIC chega esta semana aos ecrãs

Estreia já este Sábado, dia 19, o primeiro episódio da mais recente coprodução da Blablabla Media com a SIC, realizada com o apoio à Inovação do Instituto do Cinema e do Audiovisual. Realizada por Sofia Pinto Coelho, com direção de fotografia de Pedro Castanheira e consultoria de arquivos de Maria do Carmo Piçarra, DESPOJOS DE GUERRA revela histórias extraordinárias de espionagem, patriotismo, sobrevivência e romance tendo como pano de fundo a guerra colonial portuguesa em África. Com recurso a imagens de arquivo inéditas e pela primeira vez colorizadas, esta série documental vem dar voz às encruzilhadas que inesperados protagonistas anónimos enfrentaram em tempo de guerra e de descolonização. Para acompanhar na OPTO.

Sebastiana, “a informadora”

Espisódio 1 | No auge da guerra colonial em Angola, uma comerciante e o marido avisavam a PIDE quando os guerrilheiros iam à sua loja abastecer-se de mantimentos. Sebastiana Valadas revela qual era o seu nome de código, quanto recebiam pelas informações e como prendiam os “turras”. Depois da descolonização, um deles ajustou contas e mandou prendê-la.

Mais informação aqui.

17.02.2022 | by Alícia Gaspar | Blablabla Media, cinema, guerra colonial, PIDE, Portugal, SIC