Ciclo de Debates Pátrias Independentes: Dipanda 45 anos... e agora?

Na continuidade do Ciclo de Debates Pátrias Independentes: que desafios?, depois dos debates em torno das independências de Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau, a AILPcsh convida a todos e a todas a assistir e a participar no próximo debate dedicado a Angola.
O debate resulta de uma parceira entre a AILPcsh e o LAB-UCAN (Laboratório de Ciências Sociais e Humanidades da Universidade Católica de Angola).


Estarão à discussão, Cristina Pinto, cidadã e professora, Sérgio Calundungo do Observatório Político e Social de Angola e Luaty Beirão, rapper e activista. A moderação ficará a cargo de Cesaltina Abreu e Catarina Gomes do LAB-UCAN.

 

Contamos com a sua presença,
A Direcção da AILPcsh

10 de Novembro de 2020

14h Brasil
16h Cabo Verde
17h Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Portugal
18h Angola
19h Moçambique

Mais Informações: https://www.ailpcsh.org/
Transmissão online: https://www.facebook.com/AILPcsh-819851408219213

22.10.2020 | by martalanca | AILPcsh, angola, debates, LAB-UCAN, Luaty Beirão

Conferência - As eleições presidenciais dos EUA 2020

A campanha eleitoral de 2016 para a Presidência dos Estados Unidos da América, que esteve na origem da exposição que ora se apresenta, além da sua óbvia importância política mundial, pela ampla cobertura mediática e a profusão de imagens, símbolos e de ideias fortes que a suportaram, proporcionou a oportunidade ideal para o estabelecimento de uma colaboração entre a Escola Superior de Comunicação Social - ESCS e o ARQUIVO EPHEMERA, de José Pacheco Pereira, permitindo a exposição de diversos materiais de propaganda eleitoral, maioritariamente centrados nestas últimas eleições (e agora actualizado para as eleições de 2020) mas também propondo uma abordagem mais ampla, em termos temporais, por outras campanhas, propostas e candidatos. Menos orientada para a propaganda política, no sentido da discussão das mensagens ou das técnicas eleitorais, e mais nos próprios materiais de suporte dessa propaganda, sobretudo pins stickers, nas suas diversas variantes, a exposição pretendia constituir uma oportunidade de divulgação destes materiais ao público português, um olhar alargado sobre o vasto mundo das campanhas políticas da grande experiência democrática americana. A exposição depois de Lisboa, esteve no Porto (Mira Forum) e em Torres Vedras (Biblioteca Municipal).

Nas eleições de 2020, muito do pano de fundo eleitoral parece semelhante, mas não é. É comum em todas as eleições os candidatos dizerem que são as mais importantes de todas, mas em 2020 essa afirmação tem todo o sentido. A identidade dos EUA, desde a “base” ao topo, as suas políticas de emigração, económicas, de raça e classe, de cultura e “guerras culturais”, política externa e papel dos EUA no mundo, tudo está em mudança, e uma vitória de um ou outro candidato é particularmente significativa para os termos dessa mudança. Desta vez, os preliminares das primárias foram importantes no Partido Democrático, povoadas de candidatos como há muito não se via, e solitárias no Partido Republicano onde Trump ocupou o palco todo. Embora haja significativas diferenças de políticas, seguindo linhas de fracturas tradicionais, o peso da personalidade de Trump e o culto que lhe dedica a sua “base”, só tem como contraponto mais do que Biden, uma atitude de resistência contra Trump, numa reacção de mobilização “never Trump”, também sem precedentes no século XXI. O contexto da pandemia do Coronavirus exacerbou todo este contexto, eventualmente alterou as probabilidades eleitorais (como é suposto acontecer com os factos históricos de grande densidade), mas na verdade já quase tudo vinha de antes. O objectivo desta exposição é, usando os fundos do ARQUIVO EPHEMERA, permitir um contacto de maior proximidade com este momento político nos EUA.

José Pacheco Pereira|Catálogo da exposição

Obtenha aqui o Catálogo da Exposição.

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Conferência

Grande Auditório, piso 1, Ed. II, Iscte

Sessão de abertura, 10:00 – 10:30

Maria de Lurdes Rodrigues (Reitora do Iscte)

André Freire e Luís Nuno Rodrigues (Iscte)

José Pacheco Pereira (Associação Ephemera)

Abertura e visita guiada à exposição “A propaganda nas eleições presidenciais dos EUA“, 10:30– 11:00

José Pacheco Pereira (Associação Ephemera)

Painel I - História e instituições americanas, 11:00-12:30

José Gomes André (Universidade de Lisboa), “O sistema eleitoral e os partidos norte-americanos”

Mónica Dias (Instituto de Estudos Políticos, Universidade Católica), “Ciclos e Saltos Políticos da Democracia Americana”

Bruno Cardoso Reis (CEI-Iscte), “As aventuras e desventuras de uma constituição de 1787 no século XXI”

Painel II – A Política Externa dos EUA, 14:00 – 16:00

Luís Nuno Rodrigues (CEI-Iscte), “A Política Externa de Trump”

Ana Isabel Xavier (Universidade Autónoma de Lisboa e Iscte), “As relações transatlânticas”

Cátia Miriam Costa (CEI-Iscte), “Estados Unidos e China”

Pausa: 16:00 – 16:30

Painel III – As eleições dos EUA em 2020: combates e desafios, 16:30 – 18:30

Russell J. Dalton, (University of California Irvine), “The American Left and its challenges”

Bart Bonikowski (New York University), “Populism and the presidency of Donald Trump”

Debate moderado por André Freire (CIES-Iscte)

Organização: André Freire (CIES-Iscte) e Luís Nuno Rodrigues (CEI-Iscte)

*Assistência presencial com lugares limitados

Transmissão em direto pelo Youtube do Iscte 

22.10.2020 | by martalanca | 2020, Biden, Eleições presidenciais, EUA, ISCTE, Trump

Conexões FESTin no Porto discute a Amazônia

Hoje, 20 de outubro, a partir das 14h, o FESTin retorna ao Porto na segunda etapa de sua itinerância, em mais uma parceria com o Espaço Cultural Tropical Hub e o Instituto Amigos da Amazônia (iAMA), para a realização de sua actividade de debates, o CONEXÕES FESTin. O seminário “A Amazônia e o Futuro da Humanidade” discutirá temas fundamentais, evidenciando a importância da Amazônia como ativo ambiental, social, econômico e cultural.

Durante a programação será exibida a longa-metragem documentário “Amazônia, O despertar da Florestania”, que tem como um de seus realizadores a actriz brasileira Christiane Torloni, que estará presente na sessão prevista para ter início às 19h30.

Christiane Torloni durante as gravações do documentário “Amazônia, o Despertar da Florestania”Christiane Torloni durante as gravações do documentário “Amazônia, o Despertar da Florestania”

Com a proposta de abordar como o meio ambiente vem sendo tratado desde o início do séc. XX, o documentário, realizado por Christiane Torloni e Miguel Przewodowski, resgata personagens históricos e reúne depoimentos de representantes de diversos segmentos ligados ao tema – indígenas, ambientalistas, jornalistas, artistas e intelectuais, entre outras pessoas que vêm lutando para preservar esse legado. A “Florestania”, palavra que sintetiza os conceitos de cidadania e direitos florestais, é o código genético de nossa identidade.

Programação

14h – Conferência de abertura, com Prof. Virgílio Viana (Superintendente da Fundação Amazônia Sustentável - FAS e Diretor Executivo do Instituto Amigos da Amazônia - iAMA)
16h – Painel: Perspectivas para os fundos patrimoniais relacionados
com cultura e meio ambiente no Brasil, com Ricardo Levisky (Presidente
Legado Levisky)
17h – Painel: Bem Viver e Felicidade na visão dos Índios Baniwas, com
Profª. Alíria Noronha (Conselheira do iAMA)
17h45 – Coffee break
18h15 – Mesa redonda: Amazônia Sustentável | Participantes: Christiane Torloni (actriz e realizadora), Eng. Aurélio Tavares (Energias Renováveis e Sócio Fundador do iAMA), Prof. Jorge Bento (Ex-Reitor da Faculdade de Desportos da Univ. do Porto e Sócio Fundador do iAMA), Prof. Efrem de Aguiar Maranhão (Membro Titular da Academia Brasileira de Educação), Profª. Gisele Lins (Reitora da Univ. Nilton Lins e Sócia Fundadora do iAMA) | Mediador: Alexei Waichenberg (Curador e Diretor Executivo do Tropical Hub)
19h30 – Exibição do filme “Amazônia, o Despertar da Florestania”
21h30 – Coquetel de inauguração DO iAMA

Alguns trechos do seminário poderão ser vistos, ao vivo, no Instagram @tropicalhub.pt. Mas as inscrições para participar presencialmente, gratuitas, ainda podem ser feitas aqui.

O Tropical Hub

FESTin Porto, em setembro, exibiu 5 longas nos jardins do Tropical HubFESTin Porto, em setembro, exibiu 5 longas nos jardins do Tropical Hub

A convite dos organizadores, o FESTin teve a honra de inaugurar a programação do novo espaço cultural do Porto, no mês passado. O Tropical Hub conta com uma galeria de arte e um espaço a céu aberto de música, teatro e cinema, e sediará o Instituto Amigos da Amazônia (iAMA). O espaço fica na Avenida de Montevidéu, 196, Foz do Douro – Porto.

FESTin em Lisboa em dezembro

Após as incertezas do primeiro semestre, que levaram ao seu adiamento em abril. o Festival retorna a Lisboa para a realização de sua 11a edição. No tradicional Cinema São Jorge e em parceria com a Mostra de Cinema da América Latina, reunirá realizadores, produtores, artistas e o público do cinema falado em português.

20.10.2020 | by martalanca | amazônia, amazônia sustentável, Brasil, christiane torloni, festin, índios baniwas

Doutoranda da Universidade de Coimbra vence 3.ª edição do Prémio Internacional de Investigação Histórica «Agostinho Neto»

Cristina Sá Valentim acaba de vencer a 3.ª edição do Prémio Internacional de Investigação Histórica «Agostinho Neto» – Edição 2019-2020, com a obra «Sons do Império, Vozes do cipale. Canções Cokwe, Poder e Trabalho durante o colonialismo tardio na Lunda, Angola». A distinção deste estudo contempla a sua publicação em Angola e no Brasil, a atribuição de um diploma e de um troféu, bem como a quantia de 50 mil dólares.

Cristina Sá ValentimCristina Sá Valentim

No trabalho agora reconhecido, a autora procurou expor as complexidades das relações coloniais de dominação e resistência a partir de práticas que tiveram como denominador comum a música africana e o trabalho forçado no nordeste angolano. Trata-se da tese de doutoramento orientada por Catarina Isabel Martins (CES/FLUC) e Ricardo Roque (ICS-ULisboa), desenvolvida no âmbito do programa doutoral «Pós-Colonialismos e Cidadania Global», ministrado no Centro de Estudos Sociais (CES) e na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

Na ata de divulgação do/a vencedor do Prémio, pode ler-se que a obra eleita se carateriza como «um trabalho assaz importante, pluridisciplinar, inovador, que usa fontes diversificadas e cruza as fontes escritas com fontes orais e as fontes musicais e, nesse aspecto, é não só inovador como praticamente único, tratando de um grupo muito significativo na história de Angola, os Cokwe, população marcada pela adesão à novidade, pelo dinamismo e pela capacidade criativa e de mudança».

O objeto de estudo foram as canções coletadas pela «Missão de Recolha de Folclore Musical» (1950-1960) da ex-Companhia de Diamantes de Angola (Diamang), com particular ênfase nas canções evocativas do cipale (designação local africana para o trabalho forçado ou contratado) gravadas durante a década de 1950 no seio do povo Cokwe. Essas canções, interpretadas por africanos/as, incluindo trabalhadores contratados, foram integradas nos repertórios dos chamados “Grupos Folclóricos Indígenas” organizados pelo Museu do Dundo. Na forma de discos e bobinas em coleções de “Folclore Musical de Angola”, essas canções africanas foram divulgadas a nível nacional e internacional entre África, Europa e América através de exposições, concertos, conferências, estudos musicológicos, programas na rádio e notícias na imprensa e na televisão. A autora sugere que parte dessas canções gravadas, e o processo de folclorização de que foram alvo, serviram tanto propósitos de dominação colonial como responderam a vários interesses das comunidades africanas. Essas canções não só funcionaram como ferramentas complexas de dominação úteis ao projeto colonial português, como também foram instrumentos de expressão cultural autónoma e, até, de crítica ao poder colonial, para os/as africanos/as.

Na elaboração deste trabalho, Cristina Sá Valentim recorreu a uma metodologia interdisciplinar combinando uma interpretação antropológica orientada por pesquisa etnográfica com fontes arquivísticas escritas, visuais e sonoras, e com testemunhos orais de atores angolanos e portugueses.

Promovido de dois em dois anos pela Fundação António Agostinho Neto (FAAN) e o Instituto Afro-brasileiro de Ensino Superior (IABES), representado pela Faculdade Zumbi dos Palmares (FZP), o galardão destina-se a destacar as obras de investigação ― da autoria de investigadores/as angolanos/as, brasileiros/as ou de outras nacionalidades ― escritas sobre Agostinho Neto, Angola, África, Brasil, a Diáspora e Afrodescendentes que contribuam para o melhor conhecimento da história de Angola, do Brasil e de África.

Na edição deste ano do Prémio, o júri foi composto por Isabel de Castro Henriques (Professora Associada com Agregação da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Aposentada), Vanicléia Silva Santos (Professora Associada da História de África Pré-colonial na Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Membro do Comité Científico da UNESCO para o IX volume da História Geral de África e Editora do III Volume), Maria da Conceição Neto – (Professora Auxiliar na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto), Maria Alexandra Miranda Aparício (Diretora-Geral do Arquivo Nacional de Angola), Roquinaldo Amaral Ferreira (Henry Charles Lea Professor de História na Universidade da Pensilvânia, Filadélfia), Thomas Patrick Wilkinson (Investigador integrado do CITCEM de Universidade do Porto), Ivair Augusto Alves dos Santos (Professor na Universidade de Brasília), José Vicente (Presidente do Instituto Afro-brasileiro de Ensino Superior) e Irene Alexandra da Silva Neto (PCA da FAAN).

O Prémio Internacional de Investigação Histórica «Agostinho Neto» foi constituído, em 2014, pela FAAN, em parceria com o IABES, ao qual se juntou a UNESCO em 2016.

 

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Contacto para mais informações:
Cristina Sá Valentim | cristina.valentim@gmail.com // 933.733.561

20.10.2020 | by martalanca | angola, Brasil, Cristina Sá Valentim, Portugal, Prémio Internacional de Investigação Histórica Agostinho Neto

Chamada de artigos e ensaios visuais para a RLC nº 54 (Primavera/Verão 2021) – Mulheres nas descolonizações: modos de ver e saber

Encontra-se aberto até 15 de Janeiro de 2021 o processo de submissão de artigos para a Revista de Comunicação e Linguagens, editada por Maria do Carmo Piçarra (ICNOVA — NOVA FCSH), Ana Cristina Pereira (CES – U. Coimbra) e Inês Beleza Barreiros (investigadora independente), subordinada ao tema “Mulheres nas Descolonizações: modos de ver e saber”.

No âmbito do internacionalismo que suportou as lutas de libertação em todo o mundo, as mulheres usaram a imagem – através da câmara fotográfica ou de filmar – como uma arma. De certo modo, essa prática política, engajada, foi uma resposta ao uso feito pela propaganda política, científica, económica, que sustentou a ordem e ideologia colonialistas.

Nos países de língua portuguesa, entre as mulheres que fotografaram ou fizeram filmes com propósitos políticos, destacaram-se Augusta Conchiglia, Margareth Dickinson, Ingela Romare, Sarah Maldoror e Suzanne Lipinska. Aos materiais filmados – e não apenas por mulheres – foi dado sentido pelas montadoras Jacqueline Meppiel, Cristiana Tullio-Altan ou Josefina Crato, esta última a única mulher dos quatro jovens guineenses enviados por Amílcar Cabral para estudar cinema em Cuba.

De Augusta Conchiglia – Augusta Conchiglia com Iki Carrera, junho de 1968, Este de AngolaDe Augusta Conchiglia – Augusta Conchiglia com Iki Carrera, junho de 1968, Este de Angola

Margarida Cardoso, Pocas Pascoal, Maria João Ganga, Isabel Noronha, com as suas ficções cinematográficas; Kamy Lara, Ana Tica, Diana Andringa e Catarina Laranjeiro, através de obras documentais; Eurídice Kala, Vanessa Fernandes, Filipa César, Mónica de Miranda, Ângela Ferreira, Luciana Fina, Jota Mombaça e Grada Kilomba com os projectos, instalações, performances e criações na área das artes visuais dão hoje contributos determinantes para reflectir sobre as memórias e vivências (pós-)coloniais, modos de descolonizar o arquivo e de re-imaginar o colonialismo português e a luta contra o mesmo.

Mulheres combatentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAICG). Foto, Le Nouvel Afrique -Asie, Paris Mulheres combatentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAICG). Foto, Le Nouvel Afrique -Asie, Paris

Nesta edição especial pretendemos reunir contributos para reavaliar a imaginação, pelas mulheres, do colonialismo nos países de língua portuguesa, já que raramente se incluem as suas contribuições no processo de descolonização ou o ponto de vista das mulheres envolvidas nos movimentos anticoloniais ou mesmo o das mulheres que faziam parte da estrutura da autoridade colonial. Nenhuma história da descolonização ou das praxes descolonizadoras está completa sem as mulheres. Acolhemos, nesse sentido, abordagens históricas, teóricas e também propostas artísticas, sob a forma de ensaios visuais, para analisar criticamente:

Como é que as mulheres olharam as lutas de libertação nas ex-colónias portuguesas? Como é que os seus olhares foram integrados ou não na imaginação do colonialismo? Houve um olhar específico das mulheres sobre a libertação do colonialismo português? Que saber e consciência temos de/sobre esses olhares? E como é que esses olhares se cruzam com os das realizadoras, artistas, curadoras e académicas que hoje questionam os arquivos, públicos e privados, interrogam e recriam visualmente as suas memórias e re-imaginam o colonialismo? Que acção é que a investigação académica, as políticas de conservação de arquivos, os gestos de programação e curadoria podem ter no questionamento ou, pelo contrário, no prolongamento das “políticas (oficiais) da memória”?

Os contributos podem abordar, entre outros, os seguintes tópicos:

– Mulheres nos movimentos de libertação nacional;
–  Modos coloniais de ver e saber de artistas e cientistas (passado e presente);
– Políticas sexuais e geografias da intimidade dos impérios (Stoler);
– Feminismo, nacionalismos e descolonização;
– Raça, género e sexualidade (sexualidade como instrumento de poder);
– Direitos do Homem, Direitos das mulheres;
– Exotização e emancipação dos corpos “colonizados” de mulheres;
– Mulheres realizadoras de cinema militante/cinema político;
– Re-imaginação do colonialismo e práticas artísticas;
– Modos de “descolonizar” o arquivo e a re(a)presentação do(s) corpo feminino(s) colonizado(s);
– Teorias e métodos anti-coloniais e decoloniais produzidos por mulheres.

Os artigos podem ser escritos em inglês, francês, espanhol ou português e serão submetidos a revisão cega por pares. A formatação deve ser feita em conformidade com as diretrizes de submissão da revista e a submissão feita através da plataforma OJS até 15 de Janeiro de 2021.

Para consultas, entre em contacto com as editoras Maria do Carmo Piçarra (carmoramos@gmail.com), Ana Cristina Pereira (kitty.furtado@gmail.com) e Inês Beleza Barreiros (barreiros.ines@gmail.com).

Directrizes para submissão e instruções para autores:

http://www.fcsh.unl.pt/rcl/index.php/rcl/about/submissions#onlineSubmissions

Formato dos ensaios visuais:

Até 12 páginas. O ensaio poderá ser inteiramente visual ou combinar imagem e texto; o elemento visual do ensaio deve ser parte integrante do argumento ou das ideias expressas e não servir como exemplo ou ilustração dos mesmos. A submissão deve incluir um texto introdutório (150-300 palavras) que ajude a compreender o ensaio e a sua pertinência no âmbito do tema. Deve ser dada particular atenção à paginação das imagens/textos, pelo que o ensaio deve ser acompanhado de um ficheiro PDF com paginação sugerida para 17×24,5cm e resolução de 300ppi.

(informação útil: https://catoolkit.herts.ac.uk/toolkit/the-visual-essay/)

 

19.10.2020 | by martalanca | chamada de artigos e ensaios visuais, feminismo, lutas de libertação, revista de comunicação e linguagens

Museu de Arte Antiga mostra inédito de Almada, a "pedra no sapato" do seu espólio

Uma peça inédita de grandes dimensões, considerada pela família de Almada Negreiros “a pedra no sapato” do espólio do artista, foi restaurada e vai poder ser vista pelo público, a partir desta quinta-feira, no Museu Nacional de Arte Antiga.

Estudo em fio dos painéis de São Vicente (título atribuído)© Direitos reservadosEstudo em fio dos painéis de São Vicente (título atribuído)© Direitos reservados

Depois de 80 anos guardada no antigo atelier de Almada Negreiros (1893-1970) esta obra, datada de 1950, esteve nas mãos dos especialistas do Laboratório José de Figueiredo, em Lisboa, para ser restaurada, e tem como título atribuído Estudo em fio dos painéis de S. Vicente.

Guardada durante décadas a sofrer a degradação do tempo, tem quase dois metros de altura e largura, e apresenta desenhos e reproduções fotográficas dos icónicos painéis do século XV, fios de algodão e arame, características únicas agora enaltecidas por um restauro e estudo aprofundado.

“Do espólio que nós temos na família, esta é capaz de ser a ‘pedra no sapato’ mais complexa, porque tem uma dimensão bastante grande, necessitava de um restauro multidisciplinar, e de um estudo paralelo. Reunia muitas condições que nunca tínhamos conseguido até hoje”, disse à agência Lusa Rita Almada Negreiros, neta do artista, em setembro, durante uma visita ao Instituto José de Figueiredo.

Os quinze painéis na Capela do Fundador (título atribuído)© Direitos reservadosOs quinze painéis na Capela do Fundador (título atribuído)© Direitos reservados

A partir desta quinta-feira, esta peça, inspirada nos Painéis de São Vicente, obra maior da pintura europeia do século XV, da autoria do pintor português Nuno Gonçalves, é exibida pela primeira vez no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, no âmbito de uma exposição que resulta de uma investigação desenvolvida por Simão Palmeirim e Pedro Freitas.

“Esta peça esteve desde os anos 1950 no mesmo sítio, pousada onde Almada a deixou, e foi-se degradando, sofrendo com o passar do tempo, o envelhecimento dos materiais, num atelier prefabricado em madeira, em Bicesse, que ainda existe, e, onde havia oscilações de temperatura, e de humidade”, relatou a neta do artista, sobre as condições do espólio.”

Para grande contentamento das netas de Almada - Rita e Catarina - que guardam o espólio do artista multifacetado, falecido em 1970, esta peça foi finalmente restaurada, e pode ser exibida ao público, num museu. Esperam ainda que possa ficar em depósito no MNAA, para sua própria proteção, e ser estudada pelos interessados.

Rita Almada Negreiros mostrou uma grande satisfação pela concretização do restauro, uma oportunidade conseguida, “graças ao Laboratório José de Figueiredo, à equipa multidisciplinar, e à exposição que se vai realizar no Museu Nacional de Arte Antiga”.

Também sublinhou a importância da realização de exaustivos estudos prévios, pelos investigadores Simão Palmeirim e Pedro Freitas, especialistas nas áreas de pintura, geometria e matemática: “Há vários anos trabalham sobre o espólio [de Almada Negreiros], e já conseguiram deslindar estes traçados geométricos, para fazer o restauro ponto a ponto para esta peça”. “Foram muitos anos de espera, e já quase tinha perdido a esperança”, disse à Lusa, emocionada.

José de Almada Negreiros - figura ímpar do modernismo português do século XX - aplicou-se, ao longo da vida, a uma grande diversidade de meios de expressão artística, desde o desenho e a pintura, mas também o ensaio, romance, poesia, dramaturgia, e até o bailado.

Esta peça, que é agora exibida pela primeira vez, tem a particularidade de ter sido inspirada pelos Painéis de São Vicente, o políptico que fascinou Almada desde a primeira vez que a viu, de tal forma que fez um pacto com Amadeo de Souza-Cardoso e Santa-Rita para a estudarem até ao fim da vida.

Os outros dois artistas viriam a falecer em 1918, mas Almada continuou o seu propósito, e dedicou várias décadas à promessa, criando uma teoria para explicar os enigmas do conjunto de pintura antiga. Imaginou a disposição de mais de uma dezena de pinturas num só grande retábulo, que afirmava ter sido projetado para o Mosteiro da Batalha, resultando desses seus estudos uma vasta produção artística.

Estudo geométrico a propósito da obra Ecce Homo (título atribuído)© Direitos reservadosEstudo geométrico a propósito da obra Ecce Homo (título atribuído)© Direitos reservados

Rita Almada recordou que, infelizmente, devido ao seu estado, as peças não puderam ser exibidas na exposição antológica “José de Almada Negreiros - Uma Maneira de ser Moderno”, que a Fundação Calouste Gulbenkian lhe dedicou, em 2017, com mais de 150 obras.

“Agora, vai ter um destaque especial na Sala do Teto Pintado do Museu de Arte Antiga”, disse, sobre a exposição que abre esta quinta-feira ao público, com o título “Almada Negreiros e os Painéis - um retábulo imaginado para o Mosteiro da Batalha”, com peças em que o artista apresenta a sua interpretação geométrica de várias pinturas do museu, entre as quais os próprios painéis de São Vicente.

Pela primeira vez, serão apresentadas duas obras de grande dimensão - uma de 1950 e outra de 1960 - completas, que aliam fotografia, desenho e materiais têxteis, e marcam momentos importantes da pesquisa de Almada, bem como alguns estudos preparatórios do artista.

Esta exposição é complementada por uma outra, dedicada ao mesmo tema, no próprio Mosteiro da Batalha, a inaugurar, sob o título “Almada Negreiros e o Mosteiro da Batalha - quinze pinturas primitivas num retábulo imaginado”, e tem também como comissário Simão Palmeirim.

Artigo publicado originalmente no jornal Diário de Notícias a 15/10/2020

16.10.2020 | by martalanca | almada negreiros, cultura, exposição, museu de arte antiga, pinturas

Refugiados em destaque em museu londrino

Os refugiados são o tema de várias exposições patentes no Imperial War Museum, em Londres.

“A Face to Open Doors” apresenta uma experiência que aborda a inteligência artificial, criada pelo premiado coletivo de artistas Anagram. Num futuro imaginário, os controlos fronteiriços serão guiados por inteligência artificial O rosto será o passaporte e as expressões faciais determinarão para onde a pessoa é enviada.

Exposição sobre os refugiados em Londres, Direitos de autor  AP PhotoExposição sobre os refugiados em Londres, Direitos de autor AP Photo

“Não achamos que seja inverosímil. Nós ficcionámos isto, mas a pesquisa baseou-se em acontecimentos reais. Sabemos que estão a ser feitas experiências em todo o mundo”, realça Susie Thornberry do Imperial War Museum (IWM).

A exposição “Refugees: Forced to Flee” olha para os refugiados ao longo do tempo, desde a Primeira Guerra Mundial até aos dias de hoje.

A exposição deveria ter sido inaugurada em abril, mas a pandemia adiou a abertura.

“De certa forma, a pandemia não mudou o conteúdo desta exposição, mas é muito claro que o coronavírus e uma pandemia global desta escala representam um risco real para as populações de refugiados atualmente”, afirma a curadora para a área de conflitos contemporâneos do IWM, Iris Versey.

As instalações e as exposições sobre os refugiados podem ser visitadas no Imperial War Museum, em Londres, até maio do próximo ano.

 

Artigo publicado originalmente em euronews a 25/09/2020

16.10.2020 | by martalanca | a face to open doors, guerra mundial, Imperial war museum, inteligência artificial, londres, refugiados

[Virtual Series] Digital public infrastructural possibilities

1ª Sessão: Recuperação de infra-estruturas digitais para o interesse público20/10/2020 - 9h00 às 10h30

2ª Sessão: Uma empresa de software público a 27/10/2020 - 9h00 às 10h30

3ª Sessão: Onde, o quê e quem é a infraestrutura pública digital? a 10/11/2020 - 9h00 às 12h00

Descrição das Sessões

Imagine viver numa sociedade em que a maioria das terras e edifícios disponíveis para reuniões e trabalho pertenciam a algumas corporações com fins lucrativos. Igrejas, governos, grupos de amigos, escolas, organizações sem fins lucrativos e movimentos sociais de base teriam que reservar um espaço - ou ter uma chave para - uma instalação de propriedade privada, geralmente num grande campus corporativo, a fim de se reunirem e trabalharem juntos . Seria uma sociedade sem prédios com cúpulas, prefeituras, templos, campus abertos, parques públicos, centros comunitários ou espaços sem fins lucrativos. 

Felizmente, esta não é a sociedade em que vivemos, mas descreve os espaços online onde as nossas informações digitais são armazenadas e onde grande parte da vida contemporânea - incluindo ações da sociedade civil - agora ocorre. Esse cenário é inerentemente ameaçador para as democracias, nas quais a liberdade de expressão e a participação pública pressupõem que as pessoas tenham a capacidade e o espaço para se reunir fora do monitoramento corporativo ou governamental.

Junte-se a nós na Recuperação da infraestrutura digital para o interesse público. Esta é uma série de três partes para criar consciência, intenção e envolvimento num ecossistema de ideias e práticas que podem trazer à existência uma infraestrutura digital que se alinha às aspirações da comunidade, protege a segurança pessoal e de grupo e prioriza pessoas, comunidades e um público.

Artigo divulgado originalmente no Stanford PACS

15.10.2020 | by martalanca | digital public infrastructure series, informações digitais, sociedade civil, stanford PACS

Les Trans Musicales prévoient une 42e édition masquée, assise et distanciée

O festival bretão é mantido numa versão adaptada aos novos protocolos de saúde. De 2 a 6 de Dezembro, 42 artistas e duas companhias de dança participarão nas festividades, metade do número habitual.

Marie-Pierra Kakoma, uma jovem prodígio belga à beira do pop e do rap, no palco Trans no ano passado. Damien MEYER / AFPMarie-Pierra Kakoma, uma jovem prodígio belga à beira do pop e do rap, no palco Trans no ano passado. Damien MEYER / AFP

O festival des Trans Musicales de Rennes revelou o programa da sua 42ª edição, que será “mascarado, sentado e distanciado” e organizado em locais mais pequenos devido à crise de saúde.

Leia mais: Les Trans Musicales illuminent Rennes

“Decidimos manter esta edição com uma arquitectura diferente e um protocolo sanitário adaptado a cada sala”, explicou Béatrice Macé, co-fundadora da Trans Musicales com Jean-Louis Brossard, num vídeo transmitido na Internet. O festival será realizado de 2 a 6 de Dezembro “a menos, claro, que a pandemia se desenvolva negativamente, o que nos obrigaria a cancelar, como muitos festivais infelizmente já experimentaram”, disse a Sra. Macé. “Não podíamos interromper a relação com artistas e festivaleiros sem testar a nossa capacidade de adaptação às circunstâncias”, acrescentou ela.

O programa inclui 42 grupos e duas companhias de dança participarão nesta edição, metade do que é habitual. Os espectáculos serão sentados, com um limite de 1.000 pessoas em cada sala, um lugar livre entre cada pessoa, reserva obrigatória e respeito pelas regras de distanciamento.Entre os artistas previstos estão a cantora-compositora italiana Andrea Laszlo de Simone, que marcou o ano com o seu sumptuoso álbum tingido de pop cósmico Immensità, e a jovem Crystal Murray, a nova estrela da alma francesa com apenas 18 anos de idade.

Reuniões e debates

O festival, que se realiza geralmente em grande parte nos salões do Parque Expo no aeroporto de Rennes, terá desta vez lugar em seis salões mais pequenos, em Rennes e arredores, das 15h às 3h da manhã. Uma série de reuniões e debates, “previstos como uma tentativa de obter uma compreensão global desta crise da Covid-19”, será também organizada, segundo a Sra. Macé.

Em 2019, a Trans Musicales de Rennes tinha atraído 56.000 pessoas, em comparação com 58.000 no ano anterior. No total, foram realizados 125 concertos por 84 grupos (contra 89 em 2018) e duas companhias de dança durante os cinco dias do festival, o que abriu o caminho para a cena musical.

 

Artigo publicado originalmente no jornal Le Figaro a 13/10/2020

14.10.2020 | by martalanca | Andrea Laszlo de Simone, Crystal Murray, dança, festival bretão, festival des Trans Musicales de Rennes, Marie-Pierra Kakoma

Alkantara Festival apresenta programa para estimular a discussão pública

O Alkantara Festival apresenta o programa da edição de 2020, que de 13 a 29 de novembro traz às salas lisboetas 20 espetáculos e projetos artísticos, nove destes em estreia absoluta, e recebe online o Fórum Cultura.

Dança, teatro, performance, conversas e debates constituem a programação da edição de 2020 do Festival Internacional de Artes Performativas, que em novembro inaugura um ciclo anual e reúne em Lisboa duas dezenas de artistas de várias proveniências disciplinares e culturais.

O Alkantara apresenta-se como espaço de encontro, partilha e discussão pública e, entre edições, as questões, projetos e práticas abordadas no festival serão aprofundadas em residências artísticas, workshops e encontros públicos, programados maioritariamente no Espaço Alkantara. A direção artística do projeto, formada por Carla Nobre Sousa e David Cabecinha, pretende desta forma acompanhar os trabalhos artísticos de forma duradoura e dar continuidade às discussões que esta edição vai permitir partilhar com o público.

Joana Levi, Rasante (Terra Batida)Joana Levi, Rasante (Terra Batida)

No programa do Alkantara Festival 2020 vão estar em destaque projetos que contribuem para reflexões sobre a crise ambiental, que contrariam a invisibilização de identidades marginalizadas ou que investigam sobre a capacidade de construção e reinvenção de sentidos em cena.

Em estreia absoluta serão apresentados os espetáculos: Heading Against the Wall, de Cão Solteiro & André Godinho, que explora a possibilidade de fazer teatro fora do teatro e será apresentado em duas versões, para ver em casa ou ao vivo no TBA no Lux; Still Dance for Nothing (2020), criado pela coreógrafa Eszter Salamon em colaboração com a bailarina Vânia Doutel VazTafukt, que marca o regresso ao Alkantara do coreógrafo de origem marroquina Radouan MrizigaSexta-feira: O fim do mundo… Ou então não, o quinto capítulo do projeto “Sete Anos Sete Peças” da coreógrafa Cláudia DiasGrinding The Wind, um trabalho da artista palestiniana Dina Mimi com comissariado de The Consortium Comissions - uma iniciativa de Mophradat para promover artistas do mundo árabe; e The Anger! The Fury!, que procura uma mistura radical de otimismo alimentado pela raiva de querer mudar o mundo, da coreógrafa e dramaturga Sónia Baptista.

Ao longo do festival, no São Luiz Teatro Municipal, será possível descobrir e acompanhar a rede Terra Batida, proposta por Marta Lança e Rita Natálio, através de um conjunto de atividades com entrada livre. No âmbito desta rede serão apresentadas pesquisas, conversas e debates, com propostas de Ana Rita TeodoroMaria Lúcia Cruz CorreiaSílvia das FadasVera Mantero e, também em estreia absoluta, as performances Superintensiva de Marta LançaRasante de Joana Levi e ssil de Rita Natálio. A rede Terra Batida junta pessoas, práticas e saberes em disputa com formas de violência ecológica e políticas de abandono, envolve residências em vários locais do país, o lançamento de publicações e projetos artísticos com apresentação inédita no Alkantara Festival.

Em estreia nacional serão apresentados quatro espetáculos: Farci.e, de Sorour Darabi, artista de origem Iraniana, que encontra na dança uma forma de resistir à violência da língua que obriga a definir e separar o masculino e o feminino; CUTLASS SPRING que traz pela primeira vez a Portugal a coreógrafa canadiana Dana Michel, que prossegue a procura por compreender o mistério em que se tornou a sua identidade sexual; Histoire(s) du Théâtre II, do coreógrafo congolês Faustin Linyekula, que em 2016 foi Artista na Cidade de Lisboa e volta a subir ao grande palco da Culturgest; e L’Homme rare de Nadia Beugré, uma coreógrafa nascida na Costa do Marfim, que cria uma coreografia para cinco homens que parte de movimentos considerados femininos para confundir as nossas perceções de género.

O programa do Alkantara Festival 2020 acolhe ainda a antestreia de Glottis no Centro Cultural de Belém, uma espécie de concerto dançado da coreógrafa Flora Détraz, em que três figuras fantásticas comunicam com o desconhecido. O Teatro Nacional D. Maria II recebe também Coreografia, o mais recente trabalho de João dos Santos Martinsque traduz a procura do coreógrafo para construir uma dança que é um texto e escrever um texto que é uma dança.

Além do programa de espetáculos, no festival realizam-se duas sessões do Fórum Cultura, um espaço para discutir temas chave para o desenvolvimento profissional do meio artístico, organizado em parceira com o Polo Cultural das Gaivotas | Boavista/Loja Lisboa Cultura, no âmbito do programa PISTA. O primeiro encontro acontece no dia 16 de novembro, às 15h, será dedicado à Representatividade Negra nas Artes Performativas: Significados, Limites e Políticas de Ação Afirmativa e conta com a moderação da investigadora Raquel Lima. O segundo encontro realiza-se a 21 de novembro, às 15h, e terá por tema A coprodução nos bons e maus momentos e moderação da gestora cultural Vânia Rodrigues. Estas edições do Fórum Cultura, serão de participação livre, com transmissão online.

A partir do dia 13 de outubro, é possível adquirir o Cartão Alkantara que oferece descontos especiais na aquisição de bilhetes. O valor do cartão é de 10 euros, que revertem na totalidade para o Fundo de Solidariedade com a Cultura. O cartão pode ser adquirido até 12 de novembro em alkantara.bol.pt e utilizado antes e durante o festival para a compra de bilhetes online ou nas bilheteiras dos teatros. Cada cartão permite comprar um bilhete por espetáculo com desconto de 30% no CCB e de 50% na Culturgest, TBA no Lux, São Luiz Teatro Municipal e Teatro Nacional D. Maria II.

O programa detalhado do Alkantara Festival 2020 pode ser consultado em alkantara.pt.

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Informações adicionais sobre o Alkantara Festival e a Associação Alkantara:

O Alkantara Festival apresenta em Lisboa, desde 2006, um programa experimental de dança, teatro, performances, conversas, concertos e outras atividades, contribuindo para a reflexão sobre práticas artísticas e a sua relação com questões das sociedades contemporâneas.

É um importante lugar de encontro para profissionais das artes performativas e promove a internacionalização da comunidade artística portuguesa, através da coprodução e apresentação de artistas de diferentes gerações, nacionais ou que desenvolvem a sua atividade a partir de Portugal.

Até 2018, o Alkantara Festival realizou-se com periodicidade bianual e habitualmente no mês de maio. Em 2020, ano em que se completam 27 anos de história do Danças na Cidade (1993-2004), festival fundado pela bailarina Mónica Lapa (1965-2001) e que antecedeu o Alkantara, o projeto passa a ser anual e a acontecer em novembro. O reforço da regularidade visa potenciar o envolvimento do projeto com artistas, organizações parceiras e públicos, capacitando a sua participação na discussão pública, na produção de conhecimento e no próprio tecido cultural da cidade de Lisboa.

Alkantara é uma associação cultural sem fins lucrativos, com atividade reconhecida de interesse público, centrada na promoção e desenvolvimento de projetos na área das artes performativas.

Organiza o Alkantara Festival, produz o projeto Sete Anos Sete Peças da coreógrafa Cláudia Dias, gere e programa o Espaço Alkantara desde 2007, edifício histórico em Santos, do município de Lisboa, onde a associação também se encontra sediada. No Espaço Alkantara acolhe residências artísticas, projetos e iniciativas de estruturas pares, promove formações para profissionais da cultura, apresenta espetáculos e diversas atividades que sustentam um programa continuado de pesquisa e investigação artísticas.

Dentro ou fora de portas, a Associação Alkantara coproduz e programa em diálogo com uma rede alargada de parceiros, que atuam em contextos nacional e internacional, sustenta práticas artísticas e de governação interdependentes, e institui-se uma organização cultural atenta, ativa e participante nas sociedades.

A Associação Alkantara é financiada pela República Portuguesa/Cultura — Direção Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Lisboa.

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14.10.2020 | by martalanca | alkantara festival, cultura, discussão pública, fórum cultura