"Ciência ao serviço do Império: da "natureza exótica" à "sociedade colonial"

Aula aberta no ISEG no âmbito de um mestrado sobre ciência, inovação e economia, com comentários do Prof. João Caraça

29.11.2013 | par martalanca | ciência, colonialismo

artistas selecionados Prémio BES Photo 2014

DÉLIO JASSE (Angola)| JOSÉ PEDRO CORTES (Portugal)| LETÍCIA RAMOS (Brasil)

Esta é a 4.ª edição marcada pelo estatuto internacional que o prémio assumiu, não só pelo alargamento do âmbito da seleção dos artistas (que poderão ser de nacionalidade portuguesa, brasileira ou de um dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa); como pela itinerância da exposição (que, após a sua apresentação no Museu Coleção Berardo, viajará para o Brasil, para ser instalada no Instituto Tomie Ohtake, de São Paulo).

A escolha de Délio Jasse, José Pedro Cortes e Letícia Ramos foi da responsabilidade de um júri de seleção representativo do triângulo geográfico referido, composto por Jacopo Crivelli Visconti(Brasil), crítico e curador independente; João Fernandes (Portugal), subdirector do Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madrid; e Bisi Silva (Nigéria), fundadora e diretora do Centre for Contemporary Art, em Lagos, que analisaram o panorama expositivo da fotografia no período a que reporta o prémio (2013).

Segundo o júri, a nomeação de Délio Jasse (Angola) prende-se com «a apresentação de três trabalhos distintos, mas inter-relacionados, que exploram as formas como o passado continuam a ter impacto no presente. Estes vestígios do passado manifestam-se de maneiras diferentes: através da história colonial, como na série Além_Mar (2013); através da transformação da paisagem urbana (especialmente numa cidade como Luanda, que cresce a um ritmo fenomenal, com a arquitetura dos anos de 1950 e 1970 a ser apagada por novos edifícios), como em Arquivo Urbano (2013); ou apenas através de imagens de indivíduos encontradas pelo mundo fora, em feiras de objetos usados, como em Contacto (2012). Com a utilização de imagens encontradas aleatoriamente e de imagens de arquivos, Délio Jasse faz o tempo confluir de uma forma que nos confronta com a nossa própria efemeridade». 

Délio Jasse, Sem Título, 2010 Gelatina de Prata sobre Papel Fibra. Painel de 15 fotografias 50X40 cm (cada)Délio Jasse, Sem Título, 2010 Gelatina de Prata sobre Papel Fibra. Painel de 15 fotografias 50X40 cm (cada)

Para o júri, José Pedro Cortes (Portugal) «tem-se destacado com uma obra fotográfica que cruza o registo da vida urbana contemporânea com uma narrativa muito pessoal da intimidade e da anonímia na delimitação entre o espaço público e o privado, centrada na relação entre os lugares e as pessoas que os vivem. Costa, o projeto que apresentou no espaço Carpe Diem, em Lisboa, foi também selecionado para a European Exhibition Photo Award, apresentada em 2012 na Deichtorhallen, em Hamburgo.”  

Na opinião do Júri, o trabalho de Letícia Ramos (Brasil) «revela um amadurecimento da sua prática artística, evidenciado pelas recentes exposições no espaço Pivô, em São Paulo, e no Museu do Trabalho de Porto Alegre. Para ambas, a artista construiu aparatos que mostram o processo de criação de imagens ao mesmo tempo simples e sofisticadas, sugerindo também uma reflexão sobre a evolução do meio fotográfico.»

28.11.2013 | par franciscabagulho | délio jasse, fotografia, José Pedro Cortes, Letícia Ramos

Artist Talks da residência Entre Trânsitos e Viagens

As Artist Talks da residência Entre Trânsitos e Viagens começam hoje no Arquivo Municipal Fotográfico.

Para mais informações ver aqui

26.11.2013 | par martalanca | residências artísticas

Colóquio Internacional "António Jacinto e a sua época. A modernidade nas literaturas africanas em língua portuguesa"

Anfiteatro 3 da Faculdade de Letras de Lisboa

CLEPUL (Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)

25.11.2013 | par martalanca | António Jacinto

OFFLINE - Entre trânsitos e Viagens

Os artistas participantes são: André Avelãs | André Cepeda | Andrea Brandão | Bianca Baldi (África do Sul) | Cristina Ribas (Brasil) | Eugénia Mussa | João Paulo Serafim | Kimathi Donkor (Inglaterra) | Krishna Luchoomun (Ilhas Maurícias) | Mauro Pinto (Moçambique)| Monica Frycova (República Checa / Islândia)  | Nayari Castillo (Alemanha / Venezuela) | Sérgio Afonso (Angola) | Tânia da Fonte | Vasco Costa

ver programa

OFFLINE é uma residência da Triangle Network, organizada pela associação artística e cultural XEREM em parceria com o Largo Residências e o Arquivo Municipal de Lisboa - Fotográfico. Artistas internacionais e nacionais participarão neste projecto, que se realiza na zona do Intendente - Martim Moniz, em Lisboa. A residência tem como objectivo oferecer aos artistas a oportunidade de pesquisar, produzindo fora do seu contexto habitual, criando novos campos de trabalho e possibilidades de explorar as particulariedades em site-specific, processos colaborativos e participativos. Pretende-se incentivar o processo criativo baseado no dia-a-dia e nas vivências partilhadas, promovendo o trabalho em rede entre os artistas. A residência apoia a produção experimental de novos trabalhos e promove a troca cultural com a disseminação de ideias e de conexões criativas com o público, um programa constituído por apresentações dos próprios artistas, eventos e um Open Day.

O âmbito conceptual do workshop dá um enfoque particular à experiência de viagem como um meio de produção pessoal e colectiva, como um lugar entre o sonho, fantasia, ficção e realidade. O termo “off line” refere-se à experiência de “estar fora”, em silêncio, numa procura exterior aos circuitos fixos. Estar “off line” representa também estar “fora de linha”, “desalinhado”, alheio ao sistema. A experiência do turismo, nomadismo, diáspora, alteridade e imigração tem em si estas referências de ausências espaciais. “Off line” é assim o espaço entre as partidas e as chegadas, o silêncio entre as palavras, entre o trânsito e a viagem.

Largo Residências - Largo do Intendente, nº19 Arquivo Municipal Fotográfico - Rua da Palma, nº246 Carpintaria São Lázaro - Rua de São Lázaro, nº72

Coordenação: Mónica de Miranda | Susana Anágua I Andreia Páscoa

21.11.2013 | par martalanca | residências artísticas, viagens, Xerem

Novos Poderes, 4.º Observatório de África, América Latina e Caraíbas

Foto de James Bey, Future Next Exit Highway Road Sign, 2010.Foto de James Bey, Future Next Exit Highway Road Sign, 2010.

Novos Poderes, 4.º Observatório de África, América Latina e Caraíbas

Inserido no programa PRÓXIMO FUTURO da Fundação Calouste Gulbenkian, coorganização e coordenação: UNIPOP

O objetivo deste ciclo é discutir experiências históricas e atuais que contribuam para a inventariação de diferentes tipos de relações de poder. Trata-se de um programa que atravessa tanto os domínios da arte e da cultura como da política e da economia, convocando acontecimentos políticos, movimentos estéticos e debates teóricos e focando objetos tão diversos como textos literários, ações políticas, imagens cinematográficas, correntes académicas ou fluxos mercantis.

Será dedicada particular atenção às dinâmicas de territorialização implicadas nas relações de poder, da expansão colonial ao processo de globalização, da formação das metrópoles à transformação da natureza.

O programa inspira-se tanto na crítica à dominação colonial sobre territórios e sociedades africanas, asiáticas e sul-americanas como na contestação e nas alternativas que nesses mesmos contextos se têm afirmado, quer face às novas formas de dominação ocidental quer face aos poderes instituídos no contexto pós-colonial.

De 8 de fevereiro a 24 de maio de 2014 | 15h

Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian (Av. Berna, 45-A, Lisboa)

Entrada livre mas limitada aos lugares disponíveis: inscrição necessária através do email: cursopcc@gmail.com.   Mais info e programa completo.

20.11.2013 | par franciscabagulho | ...

Momentos de Luanda: Três Abordagens à Cidade, de 25 a 30 Nov., LUANDA

Exposição, debates e mesa redonda que apresentam os projectos Observatório da Chicala,Beyond Entropy Angola La Modernidad Ignorada. Os eventos realizam-se entre os dias 25 e 30 de Novembro de 2013 no anfiteatro do Departamento de Arquitectura.

Mais infos e programa aqui.

20.11.2013 | par franciscabagulho | arquitectura, Luanda, urbanismo

Memórias do Esquecimento

This film, shot in 2008, explores how memory of slavery intersects with life experience, black affirmation and urban reconversions in contemporary Rio de Janeiro. Despite the central place that Rio de Janeiro played in the Atlantic slave trade until the end of the 19th century, traces of this past have for long looked hidden in the urban landscape. This forgetting is not simply a random phenomenon, it also relates to the myth of racial democracy as an ideal that has actively tried to downplay racial inequalities in Brazil in the name of national mixture. Albeit little visible, the memories of a slave past are not deleted completely. They emerge ambiguously, but also powerfully, in the daily life of Tia Lúcia and Alder, the main characters of this film.

19.11.2013 | par martalanca | escravidão, Rio de Janeiro

COLÓQUIO INTERNACIONAL CONHECIMENTO E CIÊNCIA COLONIAL

Fábrica de Braço de Prata Lisboa, 26-29 

Colóquio internacional Conhecimento e Ciência Colonial resulta de uma parceria entre o Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa e o Centro de História do Instituto de Investigação Científica Tropical, e visa promover um fórum de reflexão e discussão sobre a natureza do papel da ciência no contexto colonial e a sua relevância numa perspetiva pós-colonial. O encontro pretende juntar investigadores e especialistas, nacionais e internacionais, na área das ciências naturais, sociais e humanas para incentivar um debate em torno desta temática que, na última década, tem vindo a ganhar visibilidade.
A relação entre a ciência pós-Iluminista e a questão do progresso, do desenvolvimento e da modernização, trouxe um debate cada vez mais intenso sobre os conceitos, valores, ações e consequências da sua prática num contexto colonial que pretende explorar a reciprocidade e proximidade entre o Estado-nação moderno e a ciência e as suas instituições. Por sua vez, nas últimas décadas, a existência de uma ciência dita colonial com características específicas, inovadora e adaptada ao meio colonial, distinta da sua congénere metropolitana, ganhou um espaço próprio de discussão. O debate centrou-se na avaliação das relações entre a ciência ‘moderna’, produzida nas metrópoles e nas colónias, e os saberes ‘tradicionais’, em áreas tão diversas como a gestão dos recursos naturais, a agricultura, a alimentação, a medicina, a arquitetura, as armas e o mundo das artes. Neste sentido, o intercâmbio e a circulação de diferentes corpus de conhecimento, dentro e fora do espaço colonial, colocou a hipótese de formas híbridas e dinâmicas de saberes com trajetórias não-lineares na agenda académica, realçando a necessidade de analisar o conhecimento num quadro pluralista, transcultural e interdisciplinar. O tema da ciência no contexto colonial desperta assim uma série de interrogações sobre as relações complexas entre esta, as colónias e os impérios, que o colóquio tentará certamente desvendar.
Será que existiu uma ‘ciência colonial’? Qual a relação entre a ciência colonial e o conhecimento científico? Como é que a ciência colonial contribuiu para o discurso sobre e a imagem do outro, o colonizado, mas também do próprio colonizador? Qual a contribuição da ciência para a formação e consolidação do Estado Colonial? Em que medida é que a ciência foi subordinada ao poder político e posta ao serviço do colonialismo? Até que ponto as colónias serviram com laboratórios para a ciência e quais foram os limites da ciência dentro do projeto colonial? Quais as operações epistemológicas levadas a cabo? Como é que ciência criou raízes nas colónias e foi transmitida através do ensino? Qual a contribuição dos cientistas nascidos nas colónias? Existe uma quebra ou uma continuidade quanto ao papel da ciência entre o período colonial e pós-colonial?…

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19.11.2013 | par martalanca | ciência colonial, colonialismo