Muhammad Chukri

Marrocos (1935-2003).  Aprendeu a ler aos 21 anos. Nascido numa pequena aldeia nas montanhas do Rife, durante os anos de ferro do protectorado espanhol, viveu uma infância e juventude marcadas pela fome extrema, a violência absurda e a fuga para a frente. Foi na escrita que encontrou refúgio e salvação: uma escrita «desde o interior da pobreza» (Bernardo Atxaga), dura e áspera, seca como o pão sem conduto, de uma ferocidade insaciável e amoralidade inclemente. Escritor maldito, com uma obra breve e intensa, repleta de humanidade e amor à justiça, Chukri publicou novelas e colecções de contos — O Louco das Rosas (1979), A Tenda (1985) —, memórias dos dias de transgressão em Tânger, na companhia de Paul Bowles, Jean Genet, Tennessee Williams, Samuel Beckett e William Burroughs, bem como o segundo e terceiro volumes da sua singular autobiografia — O Tempo dos Erros (1992) e Rostos (2000) —, a de um pedinte, ladrão, contrabandista, professor e boémio.

Artigos do autor