Tecendo Redes Antirracistas: África(s), Brasis e Portugal

A proposta deste livro, organizado por Anderson Oliva, Marjorie Nogueira Chaves, Renísia C. Garcia Filice  e Wanderson Flor do Nascimento, é a de compartilhar algumas reflexões elaboradas a partir das falas de sujeitos com percursos e nacionalidades diferentes, provindos de três continentes - África, América Latina e Portugal -, que têm em comum a experiência da colonização portuguesa. Trata-se de um coletivo de investigadores/as e ativistas comprometidos/as com as narrativas contra-coloniais.

Os artigos registam trajetórias e perspectivas singulares de ver (e ler) o mundo. São “indígenas” de diferentes etnias e que ingressaram na Universidade pelo sistema de reserva de vagas, quilombolas, africanos/as, brasileiros/as e portugueses/as -, que se encontraram no I Seminário Internacional “Tecendo Redes Antirracistas: África(s), Brasil, Portugal” (UnB/dez-2017), e originou esta coletânea homónima, pela editora Autêntica (Brasil,2019). 
A obra é prefaciada por Miguel de Barros, uma das personalidades mais influentes da África Ocidental e apresentada pela ex-ministra da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), intelectual negra de destaque internacional, a professora Nilma Lino Gomes.  
Em síntese, o livro traz uma série de textos que buscam produzir reflexões sobre o racismo vivenciado em países de língua oficial portuguesa nos três continentes; debate necessário para o posicionamento e confronto ao fenómeno persistente - o racismo - que se tem intensificado nos últimos anos, mostrando que não se trata somente de um facto do passado colonial. A diversidade de visões advinda dos registos faz deste livro uma ferramenta ímpar, indispensável para um olhar comparativo, transnacional e transcontinental sobre as diferentes experiências com e contra o racismo, espinha dorsal do mundo moderno.

por Renísia Cristina Garcia Filic
A ler | 18 Maio 2019 | anti-racismo