5dias à conversa… A cantiga ainda é uma arma?, Chapitô - LISBOA

 

Quarta 30 de Março 22H Bartô

Outras Quartas - CHAPITÔ 

5dias à conversa… A cantiga ainda é uma arma?

 

A música dos Deolinda caiu que nem uma pedra. Quando a tocaram de surpresa no Coliseu do Porto, o público levantou-se como uma mola. A letra tinha descrito a vida de muitos. A geração dos precários, a geração que nunca vai ganhar mais de 800 euros.

“Fico a pensar / que mundo tão parvo / onde para ser escravo / é preciso estudar…”, reza a letra.

A polémica começou, a maioria da opinião publicada garante que esses jovens, e menos jovens, são vítimas “dos direitos adquiridos”. Alguns argumentam que eles deviam estar felizes em ser precários, porque isso é bom. O mercado tem que funcionar “livremente”, as pessoas são para ser contratadas e despedidas com tranquilidade, como diria o seleccionador nacional. O tempo daquilo que os sindicatos chamam “trabalho com dignidade” é coisa do passado. Tantas cabeças, quase sempre a mesma sentença.

Propomos-vos, assim, uma dupla discussão:

1. A precariedade é o nome normal do trabalho no século XXI ou é natural que uma geração lute pelo direito ao emprego?

2. Na nossa sociedade ainda há lugar para a música de intervenção ou devemos exigir que os cantores se deixem de politiquices e que se fiquem pelo amor e pelo Benfica? Ou como também cantam os Deolinda: 

“Agora não, que me dói a barriga… / Agora não, dizem que vai chover… / Agora não, que joga o Benfica… / E eu tenho mais que fazer…”

 

Nuno Ramos de Almeida

 

Oradores:

Helena Matos – Jornalista 

João San Payo – Músico dos Peste & Sida

Miguel Morgado – Economista

Tiago Mota Saraiva – 5 dias

 

Convidados especiais:

António Tomás – Jornalista, antropólogo e colunista no Novo Jornal (publicação angolana)

Sérgio Vitorino – Panteras Rosas 

 

Moderador:

Vítor Belanciano – Crítico cultural e jornalista

28.03.2011 | par martalanca | música de intervenção