Infame projeto de lei homofóbica no Uganda

O infame projeto de lei “antigay” no Uganda acaba de ser assinado pelo presidente Yoweri Museveni. 

Assine e mostre aos líderes do Uganda que não nos vamos calar:

www.allout.org/pt/kill-the-bill

26.02.2014 | par franciscabagulho | homofobia, Uganda

O Anticolonialismo da Imagem Militante à Guerra das Escritas. UNIPOP, Próximo Futuro I Gulbenkian I LISBOA

Maria-Benedita BastoMaria-Benedita BastoEsta comunicação estrutura-se em dois eixos que se cruzarão a dado momento da intervenção. No primeiro trata-se de apresentar uma reflexão sobre o cânone estético moçambicano elaborada durante a luta de libertação moçambicana e publicada em dois jornais de circulação internacionalista, Mozambique Revolution (1969) e Lotus/Afro-Asian Writings (1971), intitulada “The Role of Poetry in the Mozambican Revolution”. O segundo eixo procura analisar as dinâmicas das escritas dos guerrilheiros da Frelimo nos jornais que publicavam nas bases e campos de treino. Em ambos os casos, trata-se de material de arquivo, em parte inédito e/ou muito pouco estudado.

Por circulação internacionalista entendo (numa aparente tautologia) as circulações que visam criar laços desfazendo ao mesmo tempo identidades fixas nacionalistas. É como classificaria então o caso da circulação de ideias e pessoas nos anos 60/70, i.e., nos anos que correspondem ao início da formação dos movimentos anti-coloniais das colónias portuguesas e ao período das lutas de libertação. Iniciadas quando uma grande parte do continente africano já estava independente, estas lutas acabam por se inserir numa ordem mundial diferente sobretudo graças ao impacto que Cuba ( e a América latina) vai ter no conjunto dos modelos e representações da revolução e dos militantes revolucionários. Uma das suas contribuições é, sem dúvida, a sobreposição entre vanguarda estética e vanguarda revolucionária que se traduz, numa estetização acrescida da militância e assim, novas achegas para os temas centrais da arte desde a revolução de Outubro: os pares colectivo/indivíduo, forma/fundo, arte/real, nacional/internacional.

Numa primeira parte, “The Role of Poetry in the Mozambican Revolution”, estabelece uma periodização da literatura moçambicana partindo, sem citar, de Frantz Fanon (um autor incómodo dado o desencontro político ocorrido); na segunda parte apresenta o novo cânone, recorrendo de um modo bastante inesperado à noção situacionista/letrista de “détournement”. Não é assim o território “nacional” mas a circulação internacionalista das representações da luta que enfocam também esta proposição de cânone estético.

Quanto às escritas dos guerrilheiros, irá interessar-me sobretudo pôr aqui em perspectiva a antologia organizada pelas instâncias centrais da Frelimo, em 1971, e os poemas publicados pelos guerrilheiros nos seus jornais locais, poemas que serviram precisamente de material para essa publicação. O que aqui estará em jogo são então as possíveis maneiras de escrever o colectivo e por aqui se vem cruzar o primeiro eixo. Subjacente à antologia está a ideia de uma oposição colectivo/indivíduo que esta obra deveria resolver optando pelo primeiro termo. Nas experimentações estéticas dos jornais, as escritas fazem funcionar uma equivalência entre os dois termos da qual resulta uma outra dinâmica: uma prática revolucionária imprópria que ao mesmo tempo desorganiza e concretiza a militância anti-colonial, na postulação de uma utopia feliz de descolonização do saber. 

Maria-Benedita Basto, Paris Sorbonne/CRIMIC-IMAF

 

A segunda sessão do 4º Observatório de África, América Latina e Caraíbas tem lugar no próximo Sábado, dia 1 de Março, às 15h, no Aud.3 da Fundação Calouste Gulbenkian. O tema será A arte do comum e a produção da cultura: O Anticolonialismo da Imagem Militante à Guerra das Escritas. A entrada será livre, mediante inscrição prévia. Consultem a programação.

25.02.2014 | par martalanca | Anticolonialismo, imagem, unipop

Diponível online | Seminário "Pós-Colonialismo - Um Percurso Teórico", com Prof. Ana Mafalda Leite

No dia 20 Fevereiro realizou-se mais uma sessão dos Seminários CEsA 2014, sobre Pós-Colonialismo - Um Percurso Teórico, com a Professora Ana Mafalda Leite.
A gravação áudio da conferência já se encontra disponível online para consulta, no canal YouTube do CEsA e napágina inicial do site do CEsA.
Para consultar o programa completo dos Seminários CEsA, clique aqui.

Ana Mafalda Leite

22.02.2014 | par martalanca | Ana Mafalda Leite, estudos pós-coloniais

Diponível online | Seminário "Pós-Colonialismo - Um Percurso Teórico", com Prof. Ana Mafalda Leite

Ana Mafalda LeiteAna Mafalda LeiteNo dia 20 Fevereiro realizou-se mais uma sessão dos Seminários CEsA 2014, sobre Pós-Colonialismo - Um Percurso Teórico, com a Professora Ana Mafalda Leite.
A gravação áudio da conferência já se encontra disponível online para consulta, no canal YouTube do CEsA e napágina inicial do site do CEsA.
Para consultar o programa completo dos Seminários CEsA, clique aqui.

22.02.2014 | par martalanca | Ana Mafalda Leite, estudos pós-coloniais

Festa de Antropologia, Cinema e Arte, ZDB, LISBOA

Quinta, 6 de Março às 21h30 na ZDB

Festa de Antropologia, Cinema e Arte – Western: Sahara + Xupapoynãg

A ZDB associa-se ao Núcleo de Antropologia Visual e da Arte, do CRIA (Centro em Rede de Investigação em Antropologia), na primeira edição da Festa de Antropologia, Cinema e Arte (FACA)

Desde meados do século passado que a antropologia tem sido questionada e se questiona sobre as representações que produz sobre o ‘outro’. A sessão de abertura da FACA centra-se nesta problemática, recorrendo a dois exemplos contemporâneos em que o ‘outro’ é responsável pela sua própria representação. O documentário ‘Xupapoynãg’ foi produzido por um professor e realizador indígena, do Brasil, que tem dedicado a sua vida a registar os diversos traços culturais do povo Maxakali. A segunda obra, ‘Western: Sahara’, acompanha o processo de produção de um trailer para um filme western imaginário. Recorrendo a este género cinematográfico um colectivo de realizadores saharaui reflecte sobre a sua cultura, história e luta contra a ocupação da sua terra por Marrocos.

A festa continua no 49 da ZDB com o colectivo de djs Golpe de Estado.

“WESTERN: SAHARA”

com a presença do Colectivo Left Hand Rotation

Doc. 2013, 45′, Espanha/Sáhara Ocidental, produção da Escola de Cinema Abidin Kaid Saleh, Pensart cultura, Colectivo Left Hand Rotation.

‘Western: Sahara’ documenta o processo de produção de um trabalho audiovisual participativo nos acampamentos de refugiados saharauis, em Tinduf (Argélia). Partindo da elaboração de um trailer como peça de difusão mediática, os participantes imaginam um filme western sobre a criação do estado Saharaui.O Saara Ocidental é a última colónia que falta libertar em África. Há mais de 37 anos, quando Espanha abandonou o povo saharaui, Marrocos ocupou o território perante a permissividade internacional. Actualmente, existem mais de 200.000 refugiados em terras argelinas. O povo saharaui debate-se entre continuar uma resistência pacifica ou voltar às armas. Abidin Kaid Saleh é a única escola de cinema localizada num acampamento de refugiados. A sua existência confirma a aposta do povo saharaui no cinema como ferramenta de criação de imagens auto-representativas. A capacidade desta arte para descrever o agora e para criar, de forma colectiva, o que em breve será história, torna-a na arma, por excelência, para a afirmação da auto-determinação e de luta contra o esquecimento mediático…

XUPAPOYNÃG de Isael Maxakali
Doc, 2012, 16′ Minas Gerais, Brasil, produção Pajé Filmes. As lontras invadem a aldeia para vingar a exploração e morte de seus parentes, caçados e devorados pelos humanos. Cabe às mulheres travar uma batalha para expulsar os invasores…

Sobre a FACA

Ao longo das últimas décadas, a antropologia e a arte têm explorado confluências e contaminações. Os antropólogos têm sentido uma necessidade crescente de utilizar suportes não verbais para dar corpo a um conhecimento fenomenológico que emana do seu objecto, enquanto que os artistas têm recorrido cada vez  mais a conceitos e sensibilidades etnográficas, na esteira do que Hal Foster denominou por “ethnographic turn”.

A FACA é um evento que pretende debater estas questões, apresentando, durante quatro dias, alguns dos trabalhos contemporâneos mais interessantes realizados em Portugal e e no estrangeiro. Esta festa apoia-se sobre dois eixos principais: antropologia & cinema e antropologia & arte, apontando para a transversalidade e para o encontro entre essas três áreas.

+info:  FACA | CRIA | Paje Films | Left Hand Rotation. Entrada: 2€  | reservas@zedosbois.org

20.02.2014 | par franciscabagulho | antropologia, cinema

Re-Move, exposição de Sofia Pidwell e Yonamine, LISBOA

CURADORIA Natxo Checa

Fundação Arpad Szenes Vieira da Silva, de 25 Fevereiro a 27 de Abril. 

Não existindo um caminho lógico para a descoberta das leis do Universo, encontram-se Sofia e Yonamine para estabelecer uma realidade evidente, fruto da sua colaboração. Uma expressão
entendida como fluxo natural, radicada em processos intuitivos e actos espontâneos. É dos seus actos indispensáveis, que se trata este exercício, esta exposição na FASVS.
Como em todas as colaborações, a questão primordial consistiu no modo como duas entidades tão diferenciadas se podem relacionar sem que uma anule a outra. Neste caso, o método criativo de um dos autores, Yonamine, pela sua abordagem espacial disseminadora e cumulativa, revelou-se, naturalmente, como a plataforma de entendimento comum, e o exercício essencial residiu na aceitação do outro (na qualidade do que é diferente), para além desta constatação.
Numa recente exposição, Sofia Pidwell apresentava uma série de desenhos abstractos de formas orgânicas, onde se destacavam imagens fractais, pormenorizadas, que a natureza por vezes nos oferece. Se tentássemos estabelecer uma classificação taxonómica, atendendo ao carácter fractal dos desenhos, eles fariam parte do grupo estocástico: apesar de possuírem um
padrão, os pormenores não se replicam, são indeterminados e têm a sua origem num evento aleatório. São fruto do acaso, da espontaneidade e da intuição.
O trabalho de Yonamine pouco ou nada tem de abstracto. Porém, o seu manancial criativo radica na intuição, enquanto faculdade primordial. Partindo de uma leitura do mundo pós-
-capitalista, Yonamine construiu um arquivo pessoal aleatório de imagens e símbolos da cultura mass media globalizada.
A sua composição, como um mural cheio de história(s), revela, ao acaso, acontecimentos desportivos, logótipos, imagens – ora de sexo explícito, ora de personagens políticos, ora de
estereótipos culturais – junto a palavras de ordem, e outras, subvertendo leituras e sentidos que se manifestam e reorganizam para uma reflexão irónica numa prática artística contemporânea, descentrada dos cânones da cultura dominante.
Em RE-MOVE temos um cadáver esquisito escrito por desenho, pintura, colagem, imagens icónicas e populares, e matéria pictórica. A linguagem manifesta-se como afirmação gráfica
em sobreposições intervencionadas, corrigidas, acrescentadas, sobrepostas, num tira e retira, mostrando os frutos da complementaridade ou dos excessos dos universos criativos dos autores. Um lugar que a razão percebe mas não determina.
Natxo Checa, Fevereiro 2014.

19.02.2014 | par franciscabagulho | arte contemporânea

Noite PRÍNCIPE, 2º aniversário MUSICBOX, 21 de Fevereiro, LISBOA

Sexta-feira, 21 de Fevereiro, a Príncipe – a editora e promotora das Noites homónimas mensais acolhidas no aliado fundamental, desde o primeiro dia, Musicbox - celebra o seu segundo aniversário (com direito a bolo e tudo) numa epopeia nocturna recheada com o seu quadro de honra de artistas que tem vindo a produzir alguma da mais vibrante e inovadora música de dança alguma vez produzida em Portugal, para fruição do planeta, como se tem vindo a comprovar.

Nesta festa, DJ Marfox vs DJ Nervoso, Blacksea Não Maya DJs, DJ Nigga Fox, DJ Firmeza vs DJ Liofox, DJ Maboku vs DJ Lilocox e Niagara, todos subirão ao palco para a extravaganza mais certa a viver numa Noite. Agora, como quando brindamos ao primeiro aniversário, reiteramos o convite ainda mais convictos do seu valor: a todos os nossos amigos que resistem e sobrevivem na capital do outrora dito Império, a todos os curiosos e os de visita, seja qual for a vossa idade, cor de pele, orientação sexual, dinheiro na carteira, roupa no corpo: as Noites Príncipe são para todos os que vêm para dançar música daqui e agora noite adentro esquecendo o mundo lá fora. Saúde!

mais info: Musicbox 

17.02.2014 | par franciscabagulho | batida, Funáná, house, kizomba, kuduro, musica dança, techno

Nu ka ta rispeta kez ki ka ta respetanu

Nu ka ta rispeta kez ki ka ta respetanu - BFH
Boss & Yaroshima (Mentis Afro)

17.02.2014 | par franciscabagulho | hip hop, Rap Kriolo

AfrikPlay | Filmes à Conversa I LISBOA

 

Ciclo de dedicado à apresentaçáo de documentários sobre a África contemporânea, organizado pelo CRIA e pelo CEI-IUL (Centro de Estudos Internacionais | ISCTE-IUL). 
Fevereiro de 2014 marca o regresso d’ O Afrikplay | Filmes à Conversa. Elaborámos uma programação especial com o tema “Performances & Rituais”, com quatro documentários de quatro países diferentes (Camarões, Moçambique, R. D. Congo e Tanzânia). São celebrações da vida e da morte, invocações de antepassados para a manutenção da paz, retornos a técnicas agrícolas ancestrais, ou cultos da imagem e irreverência, numa conjugação entre tradição e modernidade que caracteriza a África contemporânea.

A 1ª sessão a 6 de Fevereiro apresentará o filme Funeral Season, que será comentado pela investigadora Clara Saraiva (IICT e CRIA/FCSH-UNL).

mais informações aqui e aqui

 

01.02.2014 | par martalanca | documentário