"O Massacre Português de Wiriamu - Moçambique, 1972" de Mustafah Dhada

O primeiro grande livro de investigação sobre um dos episódios mais sangrentos da história colonial portuguesa.

Neste estudo aprofundado e destemido, o investigador moçambicano Mustafah Dhada expõe as motivações por detrás do massacre, a forma como os eventos se desenrolaram, os riscos que membros da igreja correram para denunciar a chacina e para a trazer a público, e o enorme impacto, sobretudo para o império português, desta tragédia deliberadamente obliterada – e até hoje nunca abertamente reconhecida – pela narrativa oficial.

«Na manhã de 16 de Dezembro de 1972, tropas coloniais portuguesas reuniram os habitantes de Wiriamu, incluindo mulheres e crianças, no largo principal da povoação e ordenaram-lhes que batessem palmas e que cantassem para se despedirem da vida. Em seguida, os soldados abriram fogo. Os que escaparam às balas foram mortos por granadas. Incitados pelo brado “Matem-nos a todos”, os militares levaram o morticínio a quatro povoações vizinhas ao longo do Rio Zambeze, onde o território de Moçambique se estende para o Zimbabué (Rodésia, à data dos acontecimentos), a Zâmbia e o Malawi — uma região designada pelos missionários católicos como ‘a terra esquecida por Deus’. No final do dia, perto de 400 aldeãos tinham sido mortos, e os seus corpos eram lentamente consumidos pelas chamas em piras funerárias ateadas pelos soldados com o capim que cobria as palhotas.» — Peter Pringle, Prefácio - info

06.11.2016 | par martalanca | Moçambique, Mustafah Dhada