Olivette Otele, historiadora, vem a Lisboa falar sobre Representações e Trajetórias de Europeus Africanos, na quinta-feira dia 27 de novembro às 16h00. A professora catedrática do SOAS, Universidade de Londres, é a convidada da Palestra Sedas Nunes, evento anual que tem lugar no ICS-ULisboa (Entrecampos) e que este ano é organizada por Filipa Lowndes Vicente. A conferência é gratuita e aberta ao público.
Olivette Otele
Licenciada em Literatura Britânica e Americana, Olivette Otele é também Mestre em História e Doutora em História Colonial Europeia e Política da Memória. ocupando atualmente o cargo de Professora Distinta de Investigação sobre os Legados e a Memória da Escravidão no Departamento de Direito da SOAS – Universidade de Londres. Tem uma vasta obra publicada sobre a história e os legados da escravidão colonial e sobre as heranças do passado. O seu próximo livro, 15 Ports that Made European Empires through Slavery (Basic Books, 2026), analisa os portos que moldaram os impérios europeus através do tráfico de escravos.
É Membro da Learned Society of Wales e também da Royal Historical Society, da qual foi vice-presidente. Recebeu um Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Concordia, no Canadá (2022), e foi professora visitante na Universidade de Huron (Canadá) e no Collège de France. Foi júri do International Man Booker Prize e presidiu ao PEN Hessell-Tiltman Prize, bem como ao Prix Goncourt des Lycéens du Royaume-Uni (Embaixada de França em Londres).
Otele é colaboradora regular de diversos meios de comunicação — BBC, The Guardian, CNN, The New Yorker, Elle, Vogue Italia e GQ — e consultora de cinema nos Estados Unidos. Entre os projetos mais recentes estão a docuficção African Queens (Netflix) e o filme Chevalier (Disney+).
O seu terceiro livro, African Europeans (2020), foi selecionado como um dos “Melhores Livros do Ano” pelo The Guardian, e finalista do Orwell Prize for Political Writing (2021) e do Los Angeles Times Book Prize (2022). A Professora Otele também conselheira de governos, bancos e organizações de solidariedade sobre história colonial e justiça reparatória, incluindo a auditoria do Governo do País de Gales sobre Escravidão e Colonialismo e o projeto Cotton Capital do jornal The Guardian.
É amplamente difundida - e aceite, pela generalidade das pessoas - a ideia de que a presença de africanos na Europa é recente. Em Europeus Africanos, Olivette Otele, desfaz esse lugar-comum e oferece-nos a inédita história dos europeus de ascendência africana na Europa.
Do século III até ao século XXI, a autora resgata a longa herança africana através da vida de pessoas comuns e extraordinárias, traçando uma história até agora muito desconhecida. Nada é deixado ao acaso: o longo caminho de Europeus Africanos vai do imperador Sétimo Severo aos escravizados africanos que viveram na Europa do Renascimento, terminando nos atuais movimentos migratórios que hoje vemos nas cidades do velho continente.
E é precisamente por investigar, explorar e recuperar em linhas bem definidas uma história tão esquecida - sem com isso deixar de pôr em evidência os matizes, as razões e as contradições - que Olivette Otele dá um enorme contributo para pensarmos algumas das questões mais importantes da atualidade: racismo, identidade, cidadania, poder.