Das Lutas de Independência aos Desafios do Futuro - Jornada de Feminismos Africanos

23 de setembro de 2025, 09h30

Anf. III, Faculdade de Letras da UC

Esta jornada reúne no CES mulheres protagonistas do pensamento, das artes e das lutas feministas nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. O objetivo é, por um lado, repensar os 50 anos das Independências pela perspetiva das mulheres, bem como recontar uma história que se celebra essencialmente no masculino. Por outro lado, o presente e o futuro dos PALOP colocam desafios particulares aos feminismos, que implicam um balanço particular do presente e caminhos ousados e criativos para as lutas pela dignidade e bem-viver das mulheres. A celebração da luta no coletivo far-se-á, também, nesta jornada, com a música e a poesia.
Entrada livre, sem necessidade de inscrição. Com certificado de presença.
Programa

9h30 – sessão de abertura

10h00-12h00 | Mesa 1 – Lutas de mulheres nos PALOP – Passado e presente
Karyna Gomes (Guiné-Bissau), Solange Salvaterra (São Tomé e Príncipe), Isabel Casimiro (Moçambique), Paula Machava (Moçambique)
Moderação: Catarina Martins (FLUC/CES)

14h30- 16h30 – Mesa 2 – Desafios das Lutas de Mulheres nos PALOP
Aida Gomes (Angola), Celeste Fortes (Cabo-Verde), Terezinha da Silva (Moçambique), Paula Cardoso (Moçambique / Portugal)
Moderação: Teresa Cunha (CES/ESEC)

17h00- 18h00 – Roda de música e poesia

17.09.2025 | by martalanca | Jornada de Feminismos Africanos

Primeiros Abalos, de Les Soulèvements de la terre

Apresentação do livro Primeiros Abalos, de Les Soulèvements de la terre (tradução de Pedro Cerejo; revisão de Pedro Morais; capa de Catarina Leal)
Edições Tigre de Papel | 2025 
A editora Tigre de Papel traz à estampa a tradução para Português de Primeiros Abalos, a recente obra que traça, em mais de 400 páginas, as histórias do movimento ecologista francês Les Soulevements de la Terre. De 2 a 7 de Outubro terão lugar apresentações do livro de norte a sul de Portugal, onde se dará a conhecer o movimento e as experiências dos últimos anos mas também as perspetivas estratégicas e políticas do movimento. O momento é também de discussão e reflexão conjunta sobre o atual momento deste mundo em transe e a necessidade de enfrentar as múltiplas crises que vivemos.
 
Primeiros Abalos:
Ao longo das estações, formámos desfiles coloridos, armados com pás, megafones e trituradores, vestidos com fatos de trabalho e macacões brancos, escoltados por pássaros gigantes… Atravessámos campos e planícies, percorremos vales industriais e pistas de asfalto de fábricas – e chegámos mesmo a roçar os picos alpinos. Erguemo-nos para defender a terra e os seus usos comuns. Contra as megabacias, as pedreiras, a betonização e os especuladores da terra, queremos difundir os gestos de bloqueio, de ocupação e de desarmamento, para desmantelar as cadeias tóxicas. Sublevamo-nos porque não esperamos nada de quem governa a catástrofe.  Sublevamo-nos porque acreditamos na nossa capacidade de agir. Durante séculos, de norte a sul, os movimentos populares têm lutado para defender uma ideia simples: a terra e a água pertencem a todos, ou talvez a ninguém. Os Soulèvements de la terre não estão a inventar nada de novo, ou muito pouco. Trata-se de um regresso a uma convicção que nunca deveríamos ter abandonado. Os Soulèvements de la terre são uma tentativa de construir uma rede de lutas locais e, ao mesmo tempo, dar impulso a um movimento mais vasto de resistência e de redistribuição da terra. É o desejo de estabelecer um verdadeiro equilíbrio de forças com o objetivo de arrancar a terra à devastação da indústria e do mercado.
Apresentações:
02/10 | 19h | Porto | Gato Vadio | gatovadiolivraria.blogspot.com
03/10 | 11h | Coimbra | Colégio São Bento (Universidade de Coimbra) – Laboratório de Estudos Críticos do Antropoceno. CIAS DCV, auditório DC, 1.º andar, Colégio de São Bento, Universidade de Coimbra (calçada Martim de Freitas, 3000-456 Coimbra)
03/10 | 19h | Lisboa | Casa do Comum | casadocomum.org
05/10 | 16h | Lisboa | cem – centro em movimento | Leitura coletiva | https://c-e-m.org/  
07/10 | 18h30 | Montemor-o-Novo | AMOR VIL | https://maps.app.goo.gl/Qb23o28iiMFxhVr76

17.09.2025 | by martalanca | Primeiros Abalos

Seminário de Celebração da Independência dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa

Cinco décadas após a conquista da soberania política por Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, a Universidade Federal do Pará (UFPA) promoverá, entre os dias 17 e 19 de dezembro de 2025, o Seminário de Celebração da Independência dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs). O evento é organizado pela Cátedra João Lúcio de Azevedo (Camões I.P. – UFPA) e busca rememorar os processos históricos de emancipação que se seguiram à Revolução dos Cravos, em 1974, e culminaram na independência dessas nações africanas em 1975.

A programação contará com conferências, plenárias e mesas-redondas dedicadas a discutir arte, literatura e resistência anticolonialista. Haverá também espaço para a apresentação de comunicações orais, distribuídas em cinco eixos temáticos: Arte, Cultura e Saberes africanos; Circulação das literaturas africanas de língua oficial portuguesa no Brasil; Literatura africana de autoria feminina; Literatura contemporânea dos PALOPs em perspectiva comparada; e Representação da resistência anticolonialista na literatura e na história.

Para a professora Germana Araújo Sales, diretora da Cátedra João Lúcio de Azevedo, o seminário é uma oportunidade de fortalecer diálogos e laços históricos entre Brasil e África:

“É de suma importância celebrar a independência dos países africanos de língua portuguesa que permaneceram tantos séculos no domínio português e só em 1975, após a Revolução dos Cravos, foi possível a emancipação política”.

O encontro receberá inscrições abertas ao público, tanto para ouvintes quanto para apresentadores de trabalhos. As taxas variam de R$ 10 a R$ 25 para ouvintes (de estudantes de graduação a professores de ensino superior) e de R$ 10 a R$ 60 para apresentação de trabalhos, que podem ser submetidos até 26 de outubro de 2025, por meio do site oficial do evento.

Criada em parceria entre a UFPA e o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal), a Cátedra João Lúcio de Azevedo tem como missão estreitar laços de cooperação entre instituições de investigação brasileiras e portuguesas. O programa foca nos estudos de História e Cultura, atuando também em áreas complementares como patrimônio, literatura e artes, sempre com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre a história, a língua e a cultura luso-amazônica.

17.09.2025 | by martalanca | seminário

Nota de repúdio da organização de Black Europeans

A organização Black Europeans vem a público repudiar, com total clareza e firmeza, as declarações falsas recentemente difundidas pelo deputado André Ventura a respeito do Black Europeans Lisbon Summit 2025.
Infelizmente, não é a primeira vez que assistimos a ataques direcionados contra comunidades racializadas, movimentos sociais e iniciativas que promovem igualdade e justiça social. Já nos habituámos a ver a extrema-direita recorrer a mentiras, manipulações e discursos de ódio como ferramentas de intimidação, precisamente porque teme o poder da verdade, da memória e da mobilização coletiva.
O Sr. André Ventura afirmou que o nosso evento teria sido financiado com recursos públicos. Esta acusação é absolutamente falsa, desprovida de qualquer fundamento e mais uma tentativa de difundir desinformação para desacreditar o trabalho sério e comprometido que realizamos. A organização rejeita categoricamente esta mentira e desafia publicamente o deputado a apresentar provas concretas, devidamente documentadas, que sustentem aquilo que afirma.


Black Europeans Lisbon Summit 2025 resulta de um esforço coletivo e independente de pessoas, profissionais e organizações comprometidas com a promoção da justiça racial, da memória histórica e do fortalecimento das comunidades negras e racializadas em Portugal e na Europa. Nenhum recurso público foi utilizado para a sua concretização.
As palavras do deputado não são apenas uma difamação ao nosso trabalho, mas uma ofensa direta às centenas de pessoas — mulheres, homens, jovens, crianças, académicos, ativistas, profissionais de diferentes áreas e cidadãos da sociedade civil — que se juntam neste espaço de diálogo e construção.
É importante reforçar: as estratégias da extrema-direita baseiam-se em coação e desinformação. São estas as armas usadas para tentar calar-nos, para apagar a memória histórica e para impedir que se abram caminhos de reparação e justiça. Não nos calarão. Continuaremos a falar, a resistir e a construir.
O Black Europeans Lisbon Summit 2025 é, e continuará a ser, um espaço de afirmação, de dignidade e de futuro.

16.09.2025 | by martalanca | Black Europeans

Cantos, imagens, danças e sons: atos para a libertação

O curador do ciclo de filmes «Cantos, imagens, danças e sons: atos para a libertação», Olivier Hadouchi, reflete sobre como essas formas artísticas foram ferramentas valiosas de resistência ao domínio colonial, ligando-as ao primeiro Festival Cultural Pan-Africano e à exposição «Zineb Sedira. Standing Here Wondering Which Way to Go».

Olivier Hadouchi 11 set 2025 3 min

Em julho de 1969, realizou-se, na capital argelina, o primeiro Festival Cultural Pan-Africano, que acolheu responsáveis e militantes de movimentos de libertação da Ásia e da África (do MPLA ao PAIGC, passando pela SWAPO), os Panteras Negras (Eldridge e Kathleen Cleaver, entre outros), e incluindo exilados do Brasil ou de Portugal, como Miguel Arraes, Manuel Alegre ou Apolônio de Carvalho.  

Este festival foi imortalizado pelo cineasta e fotógrafo William Klein, assistido por várias equipas franco-argelinas, e redescoberto há cerca de uma quinzena de anos. Festival Panafricain d’Alger (1969) surge agora como um registo precioso deste evento, que se estendeu por vários dias, e onde as ideias de Frantz Fanon, Amílcar Cabral e Mário Pinto de Andrade acerca do papel da cultura nas lutas de libertação encontraram uma encarnação concreta. O filme será exibido na inauguração do meu ciclo concebido em ressonância e em diálogo com a exposição Zineb Sedira. Standing Here Wondering Which Way to Go no CAM. Enquanto proposta aberta, este programa reúne uma constelação de filmes anticolonialistas e antirracistas, que dão destaque, em grande medida, às resistências culturais e políticas, e à inventividade das lutas de libertação, filmes que souberam acompanhá-las.

still de «Festival Pan-Africano de Argel» (1969), de William Klein

Várias décadas após o festival de 1969, com Dreams Have No Titles (2022), a artista franco-anglo-argelina Zineb Sedira reproduz e revisita cenas de culto de filmes resultantes de coproduções entre a Argélia e outros países do Mediterrâneo, numa reatualização do fervor em torno da sétima arte e do carácter festivo (músicas, danças de corpos em movimento) das décadas de 1960 e 1970, redescobrindo os sopros líricos e sincopados daqueles anos que viram países renascer, assistiram à sua entrada na dança das nações e ao restabelecimento de novas relações mundiais, onde os sons das guitarras elétricas se combinaram com ritmos latinos e africanos.  

Danças, poesia, contos e canções tradicionais foram ferramentas valiosas de resistência ao domínio colonial, mantendo vivas as culturas e identidades africanas. O seu carácter frequentemente oral permitiu que escapassem à censura, apesar das vontades de assimilação e desaparecimento das línguas locais a favor da língua dominante do poder colonial, preservando a chama de um passado e de uma herança culturais, suscetíveis de servir de baluarte contra o domínio e a aculturação. Estas danças e canções acompanharam as guerras e as lutas pela independência, as marchas e as reivindicações culturais e políticas em diversos países. 

Still de «Dreams Have No Titles» [Os Sonhos Não Têm Título] (2022), de Zineb Sedira

Esta constelação de filmes anticolonialistas e antirracistas, abertos à memória plural e às diversas expressões culturais destas lutas, não para de surpreender. Continua a inspirar as novas gerações de artistas, ativistas, espectadoras e espectadores, convidando-nos a entrar na dança arrebatadora de sons e imagens, de sonhos e imaginários, ao ritmo dos desejos profundos de mudanças globais daqueles anos, para melhor questionar o nosso presente e o nosso futuro.

16.09.2025 | by martalanca | cinema, luta de libertação

Coral dos Corpos sem Norte, criação de Kiluanji Kia Henda

20 sáb, 19h e 21 dom, 16h na Sala Estúdio Valentim de Barros / Jardins do Bombarda (Lisboa)

No deserto angolano, outrora o fundo de um mar, viajantes que retornam às suas terras podem ser alvos de “pemba”, feitiço que os impede de sair novamente. Coral dos Corpos sem Norte pensa a migração como um processo da pemba. Uma maldição que acompanha o indivíduo a cada passo e o leva de regresso ao ponto de partida. Um caminho de círculos concêntricos sem início e sem final.
A condição de diáspora, forçada ou escolhida, faz parte da condição humana. Nesse movimento, ao invés de paraísos, os migrantes que acreditam numa vida possível no continente europeu encontram uma realidade atroz.
Esta obra confronta a imagem de razão, paz e moralidade projetada pela Europa, desde o chamado Iluminismo. Uma imagem em contraste com a realidade de uma força supremacista que colonizou o continente africano e de um Mar Mediterrâneo que se tornou um cemitério para todos os que foram mortos durante a tentativa de travessia.

 

 

texto Kiluanji Kia Henda e Lucas Parente
criação Kiluanji Kia Henda apoio à dramaturgia Zia Soares
interpretação Lua Aurora, Natacha Campos
coreografia Vânia Doutel Vaz, Natacha Campos, Kiluanji Kia Henda 
figurinos Neusa Trovoada
desenho de luz Iorgos Konstantinidis
modelação e modelagem em gesso Eva Lopes
música Michel Figueiredo (aka Zumbi Albino)
técnico de som Bernardo Barata edição de vídeo Lucas Parente desenho técnico Lilianne Kiame construção e instalação Forsemat Lda
comissão e produção BoCA - Biennial of Contemporary Arts (Lisboa)coprodução Teatro Nacional D. Maria II, MAAT

16.09.2025 | by martalanca | kiluanji kia henda

Cantos, imagens, danças e sons: atos para a libertação

Ciclo de filmes / 20 e 21 set

Em diálogo com a exposição «Zineb Sedira. Standing Here Wondering Which Way to Go», este ciclo reúne uma constelação de filmes anticolonialistas e antirracistas, em torno da resistência cultural e política, e da inventividade das lutas de libertação.

Ancorado nos movimentos de resistência cultural e política das lutas de libertação dos anos de 1960 e 1970, o programa convida-nos a entrar na dança ardente dos sons e imagens, dos sonhos e imaginações, ao ritmo dos desejos profundos de mudança planetária desses anos, para melhor questionar o nosso presente e o nosso futuro.

Estas são obras abertas à memória plural e às diversas expressões culturais dessas lutas, que não param de nos surpreender e inspiram novas gerações de artistas, ativistas e públicos.

A seleção inclui filme célebres como A Batalha de Argel, de Gillo Pontecorvo (1966) e Festival Pan-Africano de Argel, de William Klein (1969), e outros menos vistos como East Timor, Island of Fear, Island of Hope [Timor-Leste, Ilha do Medo, Ilha da Esperança], de Boubaker Adjali (1976) e o muito atual Beyrouth, ma ville [Beirute, Minha Cidade], de Jocelyne Saab (1982).

O ciclo apresenta também Dreams Have No Titles [Os Sonhos Não Têm Títulos], o filme realizado por Zineb Sedira para a Bienal de Veneza, em 2022. Neste, a artista repete e revisita sequências de culto de filmes coproduzidos entre a Argélia e outros países mediterrânicos, atualizando assim o fervor em torno do cinema e o espírito festivo das décadas de 1960 e 1970. As danças tradicionais, a poesia, os contos e as canções foram instrumentos preciosos para resistir à dominação colonial, mantendo vivas as culturas e as identidades africanas.

Curadoria de Olivier Hadouchi

mais informações na página da Fundação Gulbenkian.


 

15.09.2025 | by martalanca | libertação

Vale da Amoreira: HISTÓRIAS DE UM BAIRRO EM MOVIMENTO

APRESENTAÇÃO DO LIVRO VALE DA AMOREIRA: HISTÓRIAS DA CIDADE NAS MARGENS

27 de setembro – 18h | Artepólon Associação – Av. José Almada Negreiros, n.º 50, Loja B, Vale da Amoreira

No dia 27 de setembro inaugura-se a exposição Vale da Amoreira: Histórias de um Bairro em Movimento e será apresentado o livro Vale da Amoreira: Histórias da Cidade nas Margenspublicado pela editora Fora de Jogo. Trata-se de um projeto coletivo que cruza investigação académica, participação comunitária, fotografia e criação artística. A exposição, em formato bilingue (português e cabo-verdiano), dá a conhecer a história e as histórias do Vale da Amoreira – um bairro nascido nos anos 1970, em plena descolonização e Revolução de Abril, ocupado em massa por retornados de Angola e migrantes internos e que, mais tarde, se tornou casa de sucessivas vagas de imigrantes. Entre diversidade cultural e tensões sociais, abandono estatal e reinvenção comunitária, o Vale afirma-se como território vivo, criativo e plural. Através de etnografia, testemunhos, documentos de arquivo, fotografia e intervenção artística, a exposição e o livro oferecem o retrato de um território tantas vezes estigmatizado, mas essencial para compreender as margens urbanas em transformação no Portugal contemporâneo – e para imaginar, a partir delas, futuros mais justos e comuns.

O projeto é coordenado por Elsa Peralta e conta com a fotografia de Bruno Simões Castanheira. Integra ainda um texto literário de Bruno Vieira Amaral, um poema original de Joãozinho da Costa e uma intervenção artística de Pedro Pinhal – os três crescidos no Vale da Amoreira. A exposição e o livro resultam de Constelações da Memória, projeto de investigação financiado pela FCT e coordenado por Elsa Peralta, que estuda as marcas da migração e da descolonização nos espaços urbanos de Portugal. A exposição estará patente na Galeria da Artepólon Associação, no Vale da Amoreira, entre 27 de setembro e 15 de novembro.

fotografia de Bruno Simões Castanheirafotografia de Bruno Simões Castanheirafotografia de Bruno Simões Castanheirafotografia de Bruno Simões Castanheira

Mais informação aqui.

Contactos para entrevistas e imagens de divulgação:

elsa.peralta@campus.ul.pt | rtepolon@gmail.com | 910 317 516

14.09.2025 | by martalanca | Vale da Amoreira

Como Falar do Trauma? Uma ditadura ainda presente nas artistas ibéricas

Alice Geirinhas, Ana Pérez-Quiroga, Carla Hayes Mayoral, Cintia Gutiérrez, Cristina del Águila, Elo Vega, Susana Gaudêncio, Susana Mendes Silva

CuradoriaAna Pérez-Quiroga, Bruno Marques, Javier Cuevas del Barrio

Data 16.05.2025 – 21.09.2025 HorárioTerça a domingo: 10h - 13h e 14h - 18h Local Galeria Quadrum inauguração 15.05 - 18h

A exposição coloca em diálogo oito artistas contemporâneas de Portugal e de Espanha (Andaluzia) a fim de explorar as marcas das ditaduras ibéricas no presente das mulheres. Os trabalhos reunidos abordam o impacto intergeracional da opressão política, assim como as dinâmicas entre memória, pós-memória e contra-narração. Numa perspetiva crítica, estas obras questionam a amnésia cultural e histórica que frequentemente silencia as experiências traumáticas de subjetividades marginalizadas.

Concebido como um percurso labiríntico, o espaço expositivo articula tecido e um jogo de luz, criando uma cenografia que dramatiza a tensão entre revelação e ocultamento. Este dispositivo enfatiza tanto as projeções imaginárias como os silêncios e ressonâncias que habitam nos interstícios da memória coletiva e nos ângulos mortos das narrativas oficiais.

Mais do que retratar somente a dor, Como Falar do Trauma? | ¿Cómo Hablar del Trauma? convida o público a atravessar as fronteiras entre o visível e o velado, o narrado e o esquecido, promovendo uma reflexão poética e consciência política sobre como lidar com as heranças do passado e a possibilidade de reimaginar futuros.

 

 

 

12.09.2025 | by martalanca | ditadura, trauma

“BANZO” é o filme português candidato aos Oscars 2026

O filme “Banzo é o candidato de Portugal à categoria de Melhor Filme Internacional, na 98.ª edição dos Prémios da Academia Americana de Cinema, que acontece a 15 de março de 2026, em Hollywood, Los Angeles (EUA).

Depois de uma votação entre os membros da Academia Portuguesa de Cinema (APC), que decorreu entre 22 de agosto e 10 de setembro, “Banzo” foi o filme mais votado. Em consideração estavam também “Hanami”, de Denise Fernandes (O Som e a Fúria), “Os Papéis do Inglês”, de Sérgio Graciano (Leopardo Filmes), “Sobreviventes”, de José Barahona (David & Golias) e “Sonhar com Leões”, de Paolo Marinou-Blanco (Promenade).

“Banzo”, realizado por Margarida Cardoso e produzido pela Uma Pedra no Sapato, mergulha na herança do colonialismo português em África. Com uma abordagem sensível e rigorosa, o filme revisita memórias e cicatrizes históricas através de um olhar contemporâneo. A obra destaca-se pela sua força visual e a narrativa intimista. Uma reflexão poderosa sobre identidade, dor e memória coletiva.

Esta obra foi distinguida com o Prémio ‘Árvore da Vida’ em 2024, na 21.ª edição do Festival IndieLisboa. Foi ainda selecionada pela Academia Portuguesa de Cinema como representante de Portugal na categoria de Melhor Filme Ibero-Americano, tanto nos Prémios Macondo 2025, atribuídos pela Academia Colombiana de Cinema, como nos Prémios Goya 2026, atribuídos pela Academia Espanhola de Cinema.

Trailer


12.09.2025 | by martalanca | BANZO