ARQUIVO COLECTIVO DA TERRA VERMELHA
Espetáculo sobre o papel das colectividades no tempo da ditadura, vai estrear no Barreiro
“Arquivo Colectivo da Terra Vermelha”, é uma peça de teatro que vai estrear no próximo dia 30 de maio, na Sociedade de Instrução e Recreio Os Penicheiros, no Barreiro.
Através da história de um homem simples, põe em evidência o papel das colectividades de cultura e recreio no tempo da ditadura.
O espetáculo é uma criação de Isabel Mões e estará em cena dias 30, 31 de maio, 1, 6, 7 e 8 de junho de 2025.
“Arquivo Colectivo da Terra Vermelha”, é uma peça de teatro construída tendo como base a memória documental presente no arquivo da Sociedade de Instrução e Recreio Barreirense Os Penicheiros, colectividade que tem mais de 150 anos. Mas também com material de alguns documentos do Arquivo da Torre do Tombo, da Câmara Municipal do Barreiro (arquivo de pedidos confidenciais), do Cineclube do Barreiro, do arquivo do Futebol Clube Barreirense e, ainda, com recolha oral de histórias diversas.
Tudo se desenrola em torno da personagem de Arnaldo, passando por acontecimentos importantes da colectividade e da cidade do Barreiro — aqui denominada “Terra Vermelha” —, como a resistência ao fascismo, as greves e o movimento operário.
A ação acompanha a vida desse homem desde jovem, em 1965, altura em que veio do Alentejo para fazer provas de futebol no grande clube da altura, o Barreirense. Acaba a trabalhar na colectividade Os Penicheiros, na secretaria, onde ficará como responsável pelas actas e gestão de sócios. É aqui que Arnaldo adquire o gosto pela leitura e toma contacto com os sócios, sobretudo, ferroviários e corticeiros. Fica então a conhecer as histórias de quem quer imigrar, de quem desenvolve em surdina encontros políticos ou culturais, de quem é procurado pela polícia. Há um livro que perpassa toda a história, o livro “pássaro”, A Mãe, de Gorki, escondido em casa do pai e que acompanha, mais tarde Arnaldo, na tomada de consciência política que desenvolve na Terra Vermelha.
A interpretação está a cargo de Carla Carreiro Mendes e João Ferrador e, com Céu Jesus, Elsa Coelho, Luís Miguel Nunes, Miguel Nunes e Patrícia Mealha.
Esta peça é uma criação de Isabel Mões que, tal como neste caso, através do seu trabalho de dramaturgia, escrita e encenação tem criado espectáculos de teatro e projectos visuais e sonoros de forte carácter activista, sustentados na memória pessoal e colectiva e na observação social e política da sociedade. Um dos seus trabalhos mais recentes foi “Eu Vim de Longe”, uma série de quatro documentários sonoros em torno dos estrangeiros que estiveram em Portugal durante o PREC.
“Arquivo Colectivo da Terra Vermelha” estará em cena na SIRB Os Penicheiros, dias 30, 31 de maio e 1, 6, 7 e 8 de junho, sextas e sábados às 21h30 e domingos às 16h. No dia 1 de junho o espectáculo terá interpretação em Língua Gestual Portuguesa.
Os bilhetes custam 8€ e estão à venda na BOL e na bilheteira no local.
Os contactos para reservas são: Tel.: 964 323 434 | e-mail: prodisabelmoes@gmail.com
@José Frade