Lançamento de Choriro, último livro do Ungulani Ba Ka Khosa, a 17 de Junho em Lisboa

Por ocasião da publicação da sua última obra, Choriro, o escritor moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa e a Sextante Editora estarão presentes a partir das 18h30 na livraria Bertrand, no bairro do Chiado (Rua Garett n°73-75, Lisboa). A apresentação da obra será realizada pela romancista portuguesa Lídia Jorge.

 

A escrita do Ungulani Ba Ka Khosa está repleta de imagens, é poética e metafórica mas, também, sob uma aparente inocência ou ligeireiza, impiedosa e muitas vezes onerosa (uma escrita que não poupa os leitores!). Entre os escritores moçambicanos, Ungulani Ba Ka Khosa é o mais reconhecido da sua geração. Autor de sete romances, recebeu algumas honrosas distinções: a sua primeira obra, Ualalapi (1987), obteve o Grande Prémio de Ficção Moçambicana em 1990, Os sobreviventes da Noite (2007), o prémio José Craveirinha de Literatura en 2007.

 

Recomenda-se vivamente a leitura das suas obras… Venham encontrar o autor e o seu livro!

 

 

 

13.06.2015 | par camillediard | Choriro, lançamento, literatura, livro, Ungulani Ba Ka Khosa

Lancement de Choriro, dernier livre de Ungulani Ba Ka Khosa, le 17 juin à Lisbonne

A l’occasion de la parution au Portugal de sa dernière œuvre, Choriro, l’écrivain mozambicain Ungulani Ba Ka Khosa et son éditeur (Sexta Editora) seront présents à partir de 18h30 à la librairie Bertrand, dans le quartier Chiado (Rua Garett n°73-75, Lisbonne). La présentation de l’œuvre sera assurée par la romancière portugaise Lídia Jorge.

 

L’écriture de Ungulani Ba Ka Khosa est imagée, poétique, métaphorique, mais aussi sous une apparente innocence ou légèreté, impitoyable et souvent éprouvante (cette littérature ne ménage pas ses lecteurs!). Ungulani Ba Ka Khosa est parmi les écrivains mozambicains les plus reconnus de sa génération. Auteur de sept romans, il a reçu pour certains d’honorables distinctions : sa première œuvre, Ualalapi (1987), a obtenu le Grand prix de fiction mozambicaine en 1990, Os sobreviventes da Noite (2007), le prix José Craveirinha de Literatura en 2007.

 

La lecture de ses œuvres vous est vivement recommandée… Venez nombreux à la rencontre de l’auteur et de son roman !

 

 

13.06.2015 | par camillediard | Choriro, lancement, litterature, livre, Ungulani Ba Ka Khosa

Entrevista ao escritor moçambicano Ba Ka Khosa

Relembrar a História

Ungulani Ba Ka Khosa alia as histórias tradicionais a uma noção consciente de História. Ualapi é um romance histórico retratando um período importante do colonialismo, a resistência de Ngungunhana aos colonizadores, com tudo o que isso implica. Mas também aborda a História recente. 

 

Ungulani Ba Ka KhosaUngulani Ba Ka Khosa“Quando fui para Maputo o país vivia um período muito conturbado. Moçambique tinha decretado sanções contra a Rodésia, o que foi um ato de coragem. As dificuldades começaram a aumentar e nós começámos a ter carências diversas. O Zimbabwe tornou-se independente – e nós pensámos “aqui está alguma coisa” – mas de repente a África do Sul intensificou a agressão ao país. Então nós vivemos carências enormes. Eu na altura trabalhava na [área da] Educação. Recordo-me que depois do Acordo de Nkomati [assinado em 1984, segundo o qual a África do Sul deixava de apoiar a RENAMO e o governo moçambicano deixava de apoiar os militantes do ANC que se encontravam em Moçambique], houve uma distribuição de maçãs pelas escolas. Havia crianças, nascidas depois da independência [em 1975], que não sabiam o que era uma maçã. Isto revela o grau de carência daquelas crianças.” 

São precisamente estas condições de vida que servem de pano de fundo a um conto de Histórias de Amor e Espanto. “Era um ambiente de dificuldades. Havia gente que, para ficar com o cartão do abastecimento, ia enganar a administração para ter mais uns quilos de comida. Fiz essa ficção em torno desse ambiente pesado. E hoje nós contamos às outras gerações o que vivemos, vamos aos supermercados de Moçambique e eles estão cheios de comida. E eu lembro-me como era antes a paisagem no supermercado: quanto muito via-se uma barata a circular pelas montras, não havia nada. É por isso que eu digo, a literatura tem a força de trazer essas histórias, trazer esse ambiente e essa época, muito difíceis, que nós vivemos.”

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03.08.2011 | par martalanca | Ungulani Ba Ka Khosa