Bienal de São Paulo

Divulgados os artistas da Lista Oficial dos Artistas da 29ª Bienal de São Paulo.
Artists in the Official List of the Artists selected for the 29th Sao Paulo Biennial.

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02.06.2010 | by martalanca | Bienal de São Paulo

museke online africa music awards

Moçambicanos arrecadam todos os premios no M O A M A.
Artiste of the Year: Lizha James – Moz/Best Female Artist: Dama do Bling - Moz
Alternative/Fusion/Rock: Tukuraka remix - Stewart Sukuma - Moz
Hip-Hop song: Casamento – Dama do Bling – Mozz
Music Video: Estilo Xaxhale - Lizha James - Moz
African Collaboration: Put it down – Sasha P/Dama do Bling – Nig/Moz. Producer: DJ Marcell - Moz

02.06.2010 | by martalanca

12.ª edição do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo

O FMM, entre 28 e 31 de Julho em Sines, volta a oferecer uma festa da música.

Uma das bandas que virá de África:

STAFF BENDA BILILI Rep. Dem. Congo

Formado por músicos de rua paraplégicos, Staff Benda Bilili é o grupo mais premiado da “world music” em 2010 e uma das maiores revelações da música africana da última década. Veja-os a derreter um estúdio de televisão na Noruega:

02.06.2010 | by martalanca | Festival Músicas do Mundo, RDC

Kendell Geers

KENDELL GEERS / 1993 na Youngblackman

Tossing a brick through a gallery window seems about right. For this exhibition, Geers recreates his 1993 work Title Withheld (Brick). The show, simply titled 1993, is at best an accurate representation of years past, at worst a comment on years present.

69 ROELAND STREET
CAPE TOWN
8001
SOUTH AFRICA

01.06.2010 | by martalanca | KENDELL GEERS

TP50 TOCA & CANTA TOM JOBIM - CCFM- Maputo

Sexta 4 de Junho
200MT | 100MT <27anos

TP50 é um grupo de Moçambicanos que se junta para tocar Bossa Nova. Fundado em 2007 a Banda apresentou no primeiro ano “Musica e Poesia de Vinicius de Moraeis”, no segundo “A Palavra Cantada - Musica e Poesia de Chico Buarque” e criou agora o espectáculo “TP50 Toca e Canta Tom Jobim”.

Neste espetáculo o grupo vai apresentar 15 temas de Tom Jobim incluindo no reportório alguns dos mais famosos como “Águas de Março”, “Garota de Ipanema”, “Luiza” e “Teresa da Praia” entre outros.

Para além dum elenco constituido por dois violões, sax, flauta, baixo, 4 vozes, 4 percussionistas e uma dançarina, o espetaculo terá a habitual participaçao de Hortencio Langa, e desta vez de João Fidelis percussionista brasileiro. Terá tambem a presença especial de dois musicos convidados : João Carlos Schwalback e Artur Garrido.

01.06.2010 | by martalanca

"Pode ser África do Sul ou qualquer outro lugar..." Alkantara - o real em Lisboa

Mpumelo Paul Grootboom tem 35 anos, cresceu no Soweto e é um caso sério do teatro sul-africano - e não só na África do Sul. A peça Foreplay, que escreveu, encenou e apresenta hoje e amanhã no Festival Alkantara, foi estreada em Outubro de 2008 no Festival Afrovibes de Haia, na Holanda, passou por Londres, Bruxelas e, na semana passada, Paris, antes de hoje chegar ao Teatro D. Maria II (TDMII) em Lisboa.” 

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01.06.2010 | by martamestre | Alkantara, Mpumelo Paul Grootboom

Bolsa Graca Nachel_Application for Graca Machel South Africa Scholarship starting 2011_prazo - 1 Junho , Agosto e Dezembro 2010

GRAÇA MACHEL SCHOLARSHIPS PROGRAMME 2010

The key aim of the Graça Machel Scholarship Programme is to help provide the human resources necessary for economic, social and cultural development in the southern African region and to develop an educated and skilled workforce that can benefit the wider community. Scholarships that target women have long been recognized as an effective approach in addressing gender equality and eradicating poverty. By providing opportunities to study at postgraduate level, these scholarships aim to empower women and to equip them to take up leadership positions in order to have a direct impact in the communities, nations and region in which they live.

The Graça Machel Scholarships Programme will provide a minimum of 60 postgraduate scholarships to female students from Lesotho, Malawi, Mozambique, Swaziland and South Africa in both South Africa and the UK. The majority of the scholarships will be for study in South Africa.

 

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01.06.2010 | by franciscabagulho | Graça Machel, SCHOLARSHIP

Até 19 de Junho | Olavo Amado | Pintura em S. Tomé

01.06.2010 | by martamestre

As Roças de S. Tomé e Príncipe na CACAU

 

Fotografias pertencentes ao espólio do Instituto Marquês Valle Flôr.

 

01.06.2010 | by martamestre | roças, S.Tomé e Príncipe

Esporte, colonialismo e pós-colonialismo em países africanos de língua portuguesa

1 e 2 de junho de 2010
Rio de Janeiro/Brasil

Fórum de Ciência e Cultura/Universidade Federal do Rio de Janeiro. ver aqui

A relação entre o esporte e a construção de identidades nacionais, a exemplo do que ocorre em outras partes do mundo, pode ser plenamente identificada nos países africanos de língua oficial portuguesa, algo que se demonstra reforçado pela proximidade de realização no continente de dois importantes eventos: a Copa do Mundo de Futebol, na África do Sul, e a Copa Africana de Nações/Futebol, em Angola, ambos em 2010.

Certamente um dos motivos de tal ocorrência é o grau de penetrabilidade internacional do esporte, notadamente do futebol. Em uma ordem mundial em que o sentido de nação parece difuso perante o poder das empresas transnacionais, algo que tem impacto maior nos países em desenvolvimento, e em que as organizações internacionais (ONU, Unesco etc) se encontram fragilizadas, as competições esportivas se apresentam como um dos principais fóruns para se louvar e exaltar a idéia de pátria, algo de grande importância para países que se tornaram independentes recentemente.

No âmbito das competições esportivas, ainda que marcados por situações de desigualdade, esses países tornam-se ativos, conhecidos, mesmo surpreendentes: há sempre a possibilidade de uma vitória e/ou de uma bela atuação, que será celebrada como uma grande conquista pela população local, com o incentivo de dirigentes e da imprensa: esses eventos permitem em elevado grau uma performance pública de nação. Além disso, e mesmo por isso, o esporte foi e continua sendo utilizado por regimes políticos e administrações governamentais tanto como estratégia para encaminhar propostas de intervenção social quanto como propaganda de uma suposta eficácia administrativa, para alguns um reflexo dos “avanços do país”.

A despeito dessa grande importância, o esporte segue sendo um tema menos discutido no âmbito dos Estudos Pós-Coloniais, dos Estudos da África e nos Estudos do Esporte, algo ainda mais perceptível quando falamos dos países africanos de língua oficial portuguesa

Como parte de um projeto de investigação apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), nos dias 1 e 2 de junho de 2010 será realizado, no Rio de Janeiro, o SIMPÓSIO INTERNACIONAL “ESPORTE, COLONIALISMO E PÓS-COLONIALISMO EM PAÍSES AFRICANOS DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA”.

31.05.2010 | by martalanca

Welcome to Lagos - it'll defy your expectations

31.05.2010 | by martalanca | Lagod

africa no brasil

31.05.2010 | by martalanca

3ª edição - Festival Mafalala - MAPUTO

A animação cultural está de volta a Mafalala. Entre as 12 e 21 horas de Sábado, dia 29 de Maio de 2010. A oportunidade de viver a diferente, a exótica e interessante força do talento comunitário, repetindo o sucesso da 1ª e 2ª edição. Um dia de convívio na comunidade, em que todos somos convidados a participar. Realmente diferente. Precisava… uma outra face da vida em Maputo!

Muita Música, Poesia, Teatro, Dança, Gastronomia, Artesanato e muito mais!!! A componente tradicional em grande, representada pelas danças Tufo, Xigubo, Ngalanga, entre outras atracções. É o desfile das artes e talentos da Comunidade aliada a classe de muitos artistas convidados.

A Associação IVERCA|Turismo, Cultura e Meio-Ambiente mentora e organizadora do evento apresentará, desta feita, como grande novidade um – BALCÃO de INFORMAÇÃO TURÍSTICA “BIT” - ou seja, um local onde se poderá ter informação sobre as várias possibilidades de realização de turismo em Maputo. Sobretudo das viagens de lazer, desmistificando, desse modo, a preconcepção de que “é caro fazer turismo em Moçambique”.

Os WALKING TOURS (visitas guiadas) mais uma vez se farão presentes, promovendo o Turismo do Guetto, totalmente seguro e fascinante. Os interessados deverão contactar o número 824151580.

28.05.2010 | by martalanca

Luanda - Bahía

28.05.2010 | by martalanca | baía, kiluanji, yonamine

programa Escolhas

28.05.2010 | by martalanca

Lingua di Téra. Introdução ao Estudo do Caboverdiano.

com Doutora Fernanda Pratas e Dra. Ana Josefa Cardoso
5, 7, 8, 12, 14 e 15 de Julho, das 18H00 às 21H00

Objectivos: Este módulo tem três objectivos principais: 1) descrever e discutir a génese da língua caboverdiana, por comparação com outras línguas crioulas, tendo em conta a história e cultura do seu país; 2) descrever e analisar propriedades relevantes da sua gramática, de modo a poder compreender e produzir pequenos textos e diálogos nesta língua; 3) identificar possíveis interferências do Caboverdiano nas produções de língua portuguesa dos falantes bilingues.
Programa: Discussão de diversas abordagens sobre a génese do Caboverdiano. Resumo e análise de documentos e comparação com outras línguas crioulas.
Descrição e discussão de propriedades gramaticais relevantes: análise de diversos tipos de construções, com diferentes graus de complexidade, dedicando particular atenção a algumas particularidades morfo-sintácticas e às estratégias de marcação de tempo.
Todo o curso terá como suporte dados orais e textos escritos (literários e não literários).
Algumas das sessões avançadas serão dedicadas à produção e prática de textos e diálogos em Caboverdiano.

Destinatários:
professores de alunos bilingues de Caboverdiano e Português em todos os ciclos do ensino básico; terapeutas da fala; estudantes de linguística; estudantes de línguas e literaturas; público em geral.

Material necessário:
os textos, quer para análise quer para a execução de exercícios, serão indicados aos participantes ao longo do curso.
 
Vagas: 20
Creditação (para professores do Ensino Básico e Secundário dos grupos):
Formação Adequada: Professores dos Grupos 200, 210, 220, 300 e 310

Fernanda Pratas é investigadora do Centro de Linguística da UNL, na área da gramática do Caboverdiano. Os temas das suas teses de Mestrado (2002) e de Doutoramento (2007) são, respectivamente, o sistema pronominal e o sistema verbal desta língua, e incluem ainda a discussão de aspectos relacionados com a génese das línguas crioulas e com o trabalho de campo em Linguística. Actualmente é responsável pelos projectos “Aquisição de Sintaxe em Caboverdiano”, com base em recolha de dados e em trabalhos experimentais com crianças em idade pré-escolar na ilha de Santiago, e “Eventos e Subeventos em Caboverdiano”, para criação da primeira base de dados digital da língua.
Ana Josefa Cardoso é falante nativa de Caboverdiano e de Português. É professora de Português do 2º Ciclo e formadora certificada pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua nas áreas de Didácticas Específicas da Língua Caboverdiana; Didáctica Específica de Português Língua Não Materna e Educação e Multiculturalidade. A sua tese de Mestrado em Relações Interculturais (2006) é sobre as interferências linguísticas do Caboverdiano na aprendizagem do Português. Actualmente é responsável pela leccionação de aulas de Caboverdiano na Turma Bilingue do Projecto Bilinguismo, aprendizagem do Português L2 e sucesso educativo na Escola Portuguesa, coordenado pelo ILTEC.
 

28.05.2010 | by martalanca

mostra itinerante do filme documentário e etnográfico

 

O forumdoc.mgmostra itinerante do filme documentário e etnográfico – tem como objetivo ampliar e democratizar o acesso a uma programação de cinema diferenciada no estado de Minas Gerais, através da exibição de filmes já exibidos no forumdoc.bh (festival de cinema que acontece anualmente em Belo Horizonte desde 1997) e/ou que fazem parte do acervo da Associação Filmes de Quintal, responsável pela realização do projeto.

Sua programação se estende entre os meses de maio e junho de 2010, em sete cidades: Araçuaí, Cambuquira, Contagem, Lagoa Santa, Montes Claros, Pouso Alegre e Uberlândia. Abordando temáticas diversas, os filmes selecionados abordam questões políticas e sociais, ao versar sobre comunidades tradicionais e urbanas, na tentativa de construir junto ao público um amplo diálogo sobre as potências do audiovisual.

O evento, que se encontra em sua terceira edição, conta com o patrocínio da CEMIG/Governo de Minas e da Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura/Governo Federal, via Lei de Incentivo à Cultura e Fundo Nacional de Cultura. Além disso, conta com a parceria de instituições locais (Irmandade dos Atores da Pândega, Associação Cultural Eu Sou Angoleiro, Cineclube Luz da Lua, MUnA/UFU, UNIMONTES, UNIVÁS, Benedita Cineclube e Cineclube FUNEC).

27.05.2010 | by martalanca | filme etnográfico

encontro das africas

27.05.2010 | by martalanca

Estreia ULIME

ulime - cartaz 

O filme “ULIME”, do cineasta cabo-verdiano Tambla Almeida, estreia a 28 de Maio, na Academia de Música Jotamont, às 18h30. O evento é fruto de uma parceria entre a Rábida Audiovisual Cultural e o Instituto Camões – Centro Cultural Português, Pólo do Mindelo. 

“ULIME” será apresentado na Praia, em Junho, no Palácio da Cultura Ildo Lobo, em parceria com a Fundação Amílcar Cabral. 

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ULIME

de Tambla Almeida 

Cabo Verde | 2010 | 19 mn  

SINOPSE 

« Nôs’Tud esfomead de tud-cásta  de fome » - Luís Ronamo 

Na secura da paisagem saheliana, Blimundo, boi-gente, sofre os tormentos da canga que já não existe e da falta de recursos que ainda subsiste. Desterrado e sem encontrar razões para uma condição nova, este herói esquecido começa a desentender-se com o seu próprio isolamento.  

EQUIPA DE PRODUÇÃO 

Realização – Tambla Almeida

Produção Executiva – Matilde Dias

Som – David Cordeiro

Fotografia – Bob Lima

Montagem – Jack Dias

Assistente de Realização – Manuel Fortes

Música – Mick Lima e Baptistinhas

Concepção gráfica - Elson Santos (KRIATIV)

Distribuição/Divulgação – Rabidá Audiovisual Cultural  

ELENCO 

Capton Blimunde – Herlandson Duarte 

27.05.2010 | by samirapereira | audiovisual, cabo verde, cinema, tambla

resposta ao Alexandre Pomar

A propósito do que se escreveu aqui no blogue do Alexandre Pomar:

Permita-me esclarer e responder em relação a algumas questões que levanta no seu blog e num email sobre o texto “A lusofonia é uma bolha”. Para contextualizar, escrevi-o quando cheguei de uma longa temporada em África, e me deparei com a desadequação do discurso da lusofonia produzido em Portugal às realidades africanas.Cabo Verde, Angola e Moçambique são os países onde tenho trabalhado na cultura, educação e informação, com as pessoas de lá e sem mordomias de expatriados. Agora estou a viver no Rio de Janeiro. Esta mini biografia para explicar que este texto decorre mais da experiência e da realidade, das opiniões e vivências de amigos, do que dos ‘bancos da escola e papers académicos’, que não são de todo a minha praia (não sou académica nem pretendo ser).
Se acha que é desonesto intelectualmente colar o colonialismo à direita de facto temos um problema de base. Do lado português não sei muito, a não ser a memória compreensivelmente ferida dos refugiados de 75, e algumas coisas muito interessantes na urbanização das cidades africanas, assim como de projectos artisticos e de altos indices na indústria do café e algodão, etc. mas sei bem o que as pessoas africanas contam por lá. São histórias de má memória, a falta de bases, de educação e opressão que esse regime e o colono deixaram. E sei bem o que estão os portugueses hoje em dia a fazer em Angola e a indústria de desenvolvimento em Moçambique. Acredite que a maioria não tem qualquer interesse naquilo para além da sua carreira e de fazer dinheiro. Claro que o colonialismo não é exclusivo da direita e certas facções da esquerda demoraram a perceber a natureza capitalista do colonialismo. Agora, o combate ao colonialismo veio da esquerda, isso é certo!

Se acha que encontrar outras formas de pôr estas pessoas em diálogo (como pretendemos fazer com o Buala) sem ser pelo discurso, reverberador do passado sim, da lusofonia a partir de Portugal (reitero que refiro enquanto discurso nao como a realidade da partilha da língua) é incoerente, também não temos um entendimento.
Que fique claro: antes de avançar com o projecto online apresentei o BUALA a entidades, artistas e intervenientes africanos, em Maputo e Luanda, consultei pessoas da cultura e professores em Cabo Verde e do Brasil, para ver se fazia sentido e se tinha pernas para andar, se tinhamos colaboradores destes países. O primeiro apoio e voto de confiança proveio sintomaticamente aqui do Brasil, país onde se acredita nas ideias.
Muita gente circula neste espaço, temos uma língua comum e realidades que se tocam, sinto-me em casa em qualquer um destes países, mas de facto não há um grande conhecimento mútuo nem uma interessante promoção entre si - com acções e discurso muitas vezes decrépitos e anacrónicos da diplomacia portuguesa, que não comunicam com a dinâmica dos lugares onde trabalham (com válidas excepções).
O facto de ter uma visão geral destes países - dos seus rancores e irritações, das tendências, dependências e vontades, das práticas culturais e figuras, e precisamente por acreditar que há uma nova geração que consegue viver estas realidades trazendo outros elementos e ter um olhar descolonizado, em todos os lás e em todos os cás, fez com que se achasse proveitoso pôr em diálogo as várias perspectivas no interesse da partilha.
É com estas novas visões e novos topos que nos interessa trabalhar, de forma descomplexada, para lá do pós-colonial mas também com ele em tudo o que comporta de análise das relações do passado para entender as do presente.
Reconheço que este texto esteja datado e pode parecer desadequado quando inauguramos uma plataforma que tem colaboradores de toda a CPLP. mas introduziu-o precisamente para nao se confundir o Buala com uma celebração da lusofonia, para ser outra coisa a inventar entre todos.
Porque, e disso tenho a certeza, o discurso da lusofonia interessa muito mais a Portugal do que ao Brasil ou a Angola, que têm outro tipo de argumentos, pretensões e mútuas influências. Muito nos liga entre nós, e é também a nossa diferença que faz a curiosidade, mas não é uma união firmada numa construção harmoniosa e horizontal. É-o muito mais por passados violentos e dinâmicas actuais que deles provêm e os subvertem noutra relação de poderes (o que está a acontecer actualmente com a nova soberba capitalista angolana e que muito irrita alguns angolanos “então só agora que temos dinheiro é que nos respeitam em Portugal, depois de tanta humilhação?”).

A metáfora da bolha é para explicar também que em países africanos lusófonos se vê muito pouco o que se passa no resto de África, por exemplo Angola e Cabo Verde comunicam muito mais com o Brasil e Portugal do que com o resto de África.

Se se quer de facto implementar um projecto lusófono que acompanhe a realidade ‘lusófona’ não se pode esquecer as condições de vida das pessoas, os vários tipos e interesses dos migrantes actuais, certos discursos políticos e diplomáticos, a falta de investimento numa boa difusão cultural e de circulação de estudantes, os estereotipos, os racismos etc. Temos de questionar qual é de facto esse projecto, quem dá a cara por ele, o instrumentaliza ou o faz render.
Sinceramente não percebo onde está o interesse em falar sobre e com África sem ponderar todos estes e muitos mais pontos de vista, sobretudo a partir de uma África real, que deixe de ser fantasiosa e sublimada por mentes europeias.
Espero que o BUALA sirva para minorizar esse tipo de equívocos e que haja mais gente a manifestar-se nos vários lugares de enunciação ‘lusófonos’ sem o vínculo da lusofonia.

27.05.2010 | by martalanca | buala, lusofonia