julgamento de defensores de direitos humanos em Cabinda

No dia 23 de Junho às 10h, em Cabinda, terá lugar o julgamento de Raúl Tati, Francisco Luemba e Belchior Lanso Tati, detidos desde Janeiro.

Os três defensores de direitos humanos, presos depois do atentado contra o autocarro que transportava a equipa de futebol do Togo que vinha para participar no CAN 2010, são acusados, pela Procuradoria Geral da República da província de Cabinda, de terem cometido “em autoria material um crime de outros actos contra a Segurança Interior do Estado, p. p. no art.º 26.º da lei n.º 7/78 de 26 de Maio.

A 10 de Junho, o Estado angolano aceitou, em Genebra, em sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, a maioria das recomendações que lhe foram apresentadas no âmbito do mecanismo de Revisão Periódica Universal (RPU), onde realçamos a 104: Manter um diálogo aberto com os defensores dos direitos humanos, em particular em Cabinda, onde, na sequência do recente e deplorável ataque contra a equipa de futebol togolesa, os defensores dos direitos humanos parece terem sido detidos sem evidência de sua cumplicidade.

Na base desta recomendação, aceite por Angola, todos os esforços devem ser desenvolvidos de forma a garantir justiça e imparcialidade em relação aos processos que mantém detidos os defensores de direitos humanos em Cabinda.

Prestamos solidariedade para com todos os defensores de direitos humanos que, em Angola, continuam a enfrentar as maiores dificuldades para desenvolver as suas acções em prol do respeito pela dignidade humana e apela à comunidade internacional para que acompanhe de forma directa o referido julgamento.

Aproveitamos para lembrar a memória de FLORIBERT CHEBEYA BAHZIRE, eminente defensor de direitos humanos da RDC, assassinado em 2 de Junho de 2010.

 

LOBITO, José António Martins Patrocínio, pela Omunga

22.06.2010 | by martalanca | angola, direitos humanos

Hezbollah e LBC agredidos pela PSP

Às 4:55 horas da madrugada de domingo 14 de Junho, no Parque Central da Amadora, um grupo de jovens, entre os quais Jakilson Pereira,  26 anos, licenciado em Educação Social, desempregado e candidato a bolsa de investigação, dirigiam-se para a Mina, Amadora.

Jakilson, que também é rapper e é mais conhecido como Hezbollah, agachou-se para apertar os atacadores dos ténis. De repente sentiu um automóvel aproximar-se dele. Levantou a cabeça e viu um homem com uma arma apontada na sua direcção que gritou Caralho!? Assustado, Hezbollah correu na direcção do seu amigo Flávio Almada, 27 anos, estudante finalista do curso de Tradução da Universidade Lusófona, também rapper e mais conhecido como LBC, mediador sociocultural na Escola Intercultural das Profissões e do
Desporto da Reboleira e formador musical de jovens inseridos no Projecto Escolhas do Moinho da Juventude e da Comissão de Moradores da Cova da Moura. LBC disse ao agressor: “Ele está desarmado!”, referindo-se ao seu amigo Hezbollah.
Nesse momento, o homem disparou um tiro na direcção de Hezbollah. O homem estava fardado, era da PSP e tinha sido transportado para o local por um automóvel da PSP.
Hezbollah continuou a fugir e foi esconder-se por trás de um automóvel junto à Estação dos Correios, observando a progressão do agente da PSP que o procura de arma na mão. O agente detecta-o e corre na sua direcção.
Sai outro agente do automóvel e ambos cercam Hezbollah. Agarrando-o sob ameaça da arma, começaram a pontapeá-lo. Chega um automóvel Volkswagen Golf preto, com dois polícias à paisana. Enquanto um dos agentes fardados algema Hezbollah, obrigando-o a deitar-se de barriga no chão, o outro polícia fardado volta a dar-lhe pontapés. Um dos agentes à paisana exclama: “Deixa o rapaz!”
Entretanto LBC tinha-se aproximado para tentar socorrer o amigo. Os polícias fardados agarram-no, deitam-no ao chão e algemam-no, pontapeam-no e depois metem-lhe um pé sobre a cabeça e tiram-lhe a carteira e o telemóvel.
Levam-nos a cada um dos detidos no seu automóvel para a Esquadra da Mina, na Avenida Movimento das Forças Armadas 14. Aí aparece o agente Monteiro e pergunta a Hezbollah, agarrado pelos braços por dois outros agentes para o manterem sentado numa cadeira: “Estás preparado?” e começa a dar-lhe socos e joelhadas na barriga.
Hezbollah vomitou em consequência dos dois primeiros socos. LBC também é sovado.
Um dos agentes comenta a certa altura: “Aqui estão os dois gajos. Qual de vocês é que tem um caso com a polícia?” Hezzbollah foi absolvido há cerca de um mês da acusação de ter partido dois dedos a um polícia, quando na realidade o que aconteceu foi que, ao voltar para casa à noite, foi cercado por vários polícias, que o deixaram inanimado, sem sapatos e sem casaco, num terreno vago, depois de barbaramente espancado, a ponto de lhe partirem a cana do nariz.
Metem-nos de novo no automóvel e levam-nos para a Esquadra do Casal da Boba, na Amadora. Depois de os encostarem a uma parede, o agente Nunes dessa esquadra dá um forte pontapé no estômago de Hezbollah, enquanto outros agentes o seguram e batem para o impedir de se encolher a proteger-se da agressão. Um dos polícias comenta: “Qualquer dia vão encontrar o teu corpo morto na mata de Monsanto.” Tiram fotografias aos dois detidos. LBC é colocado ao lado de Hezbollah e um dos polícias acusa LBC de ter em seu poder um telemóvel roubado. Ele nega e é-lhe devolvido o telemóvel, que lhe tinha sido confiscado e levado para outra sala, depois de verem as mensagens e chamadas.
Foram levados de novo para a Esquadra da Mina. Lá chegados, os detidos repararam na presença do rapaz e da rapariga com quem Hezbollah e LBC tinham trocado palavras que provocaram uma cena de socos entre Hezbollah e o rapaz, na Estação da Amadora.
Repete-se a cena de Hezbollah, ainda algemado, ser agarrado pelos ombros e braços e agredidos a soco no estômago pelo agente Monteiro. LBC interpela-os dizendo “Porque é que estão a fazer isso?” e foi imediatamente agredido a pontapé pelos dois agentes que o enquadravam.
O agente diz-lhe que vai ter de limpar o vomitado com a boca. Hezbollah recusa-se e o agente Monteiro e o agente Ferreira, que tinha tirado o crachá. Insistem: “Vais limpar, vais limpar!!” e, segurando-o, lançaram-no por cima do vómito e arrastaram-no para trás e para a frente, como se fosse uma esfregona, até o vómito ensopar por completo as calças, o casaco.
Num canto ainda ficou um resto de vómito. O agente Monteiro pega no boné de Hezbollah e lança-o sobre esse canto e, colocando-lhe o pé em cima, esfrega-o sobre o vomitado. O agente Monteiro deixou de lhe dar socos mas passou a dar-lhe pontapés, chamando-lhe porco.
Os detidos ficaram ali até às onze horas e tal da manhã, altura em que lhes passaram um papel para comparecerem no Tribunal de Alfragide às 10h do dia 14 de Junho e os deixaram sair da esquadra, depois de, pela primeira vez, os desalgemarem. O documento refere-os como arguidos e acusa-os de agressão à integridade física, sem referir a quem.
LBC e Hezbollah passaram todo o dia de domingo nas suas respectivas casas (Reboleira e Amadora respectivamente).
Na 2ª feira apresentaram-se ao tribunal, onde encontraram os agentes Monteiro e o outro torturador, o agente Ferreira, ambos à civil.
Também estavam presentes o rapaz e a rapariga com quem Hezbollah tinha trocado palavras e socos na Estação da Amadora. Os polícias deram-lhes dois chocolates Twitters. Perante isto, LBC e Hezbollah disseram no seu depoimento que um amigo deles que estava presente naquele episódio e tentara acalmar os ânimos devia ser chamado para o seu testemunho ser confrontado com o deles. A funcionária do tribunal perguntou a Hezbollah se queria um advogado oficioso e ele recusou. A funcionária tomou nota de toda a ocorrência, e deu a ler o depoimento aos detidos, que assinaram.
O caso vai ser investigado.
A funcionária recomendou a Hezbollah que não lavasse as roupas sujas com vómito.
Neste momento Hezbollah e LBC não têm advogado que os defenda e sabem que, se nada for feito para dar publicidade a esta situação, continuarão a ser alvo da brutalidade policial. Foi o que aconteceu com Tony da Bela Vista, Teti, torturado até morrer de hemorragia interna, Angoi, morto com dois tiros nas costas, PTB abatido dentro do carro, Snake, assassinado com um tiro nas costas quando conduzia o seu automóvel, Corvo, abatido com um tiro na cabeça, Kuku, morto aos 14 anos com um tiro a 12 cm da cabeça, Célé, morto com 62 balas, etc.
Ana Barradas/ fotos de Otávio Raposo

 

22.06.2010 | by martalanca | Hezbollah, LBC, polícia

délio jasse na galeria arte contempo (lisboa)

22.06.2010 | by martamestre | délio jasse

Música do Dia: Ruy Mingas - Poema da Farra

 

Clássicooooo essa canção é um bom exemplo de onde a angolanidade encontra o Jazz e a música brasileira e ganha toda a maneira dengosa e malandra do bom vivant e do cantor boêmio (que diga-se de passagem não sei se Ruy Mingas o foi nos seus tempos de jovem) a interpretação afinada e arranjos magistrais tornam a estória de António Balduíno parte da mais fina flor da música angolana. Bem haja Ruy Mingas.

22.06.2010 | by keitamayanda

#2

Samuel Daniell, Khoisan busy barbecuing grashoppers, 1805

Ernest Cole

21.06.2010 | by martamestre | Ernest Cole, Samuel Daniell

#1

Tracey Rose, The kiss, 2002Tracey Rose, The kiss, 2002

 

Nandipha Mntamb, Balandzeli, 2004

21.06.2010 | by martamestre | Nandipha Mntamb, Tracey Rose

OPEN CALL - DECOLONIZING ARCHITECTURE RESIDENCY

Para uma residência na Palestina em Fevereiro e Março de 2010.Dirigido a artistas ou arquitectos que vivem no Reino Unido.Deadline: Applications should reach us no later than 15 August 2010, 5pm.


DECOLONIZING ARCHITECTURE RESIDENCY

The Delfina Foundation and decolonizing.ps (Alessandro Petti, Sandi Hilal, Eyal Weizman) are collaborating on a residency in Bethlehem, Palestine, at the Decolonizing Architecture studio.(…) We are seeking applications from UK-based artists and architects whose work involves critical spatial practice and who wish to carry out independent research and/or urban/territorial interventionsApplicants should have an inclination for collaborative work and the capacity of materializing ideas in a relatively short period time.

+ informação:

decolonizing.ps

The Delfina Foundation

21.06.2010 | by martamestre | arquitectura, residências

Saramago e Mia

'O Imbondeiro da literatura da nossa língua comum', de Benjamim Sabby, 1999'O Imbondeiro da literatura da nossa língua comum', de Benjamim Sabby, 1999Empenho para que os africanos fossem visíveis
O primeiro sentimento que tenho é a generosidade para com os autores, que se manifestou com os escritores de língua portuguesa. Antes de ganhar o Nobel, tinha a generosidade de promover e trazer para a visibilidade os escritores e a escrita dos africanos de língua portuguesa. Não foi só comigo, mas ele ofereceu-se para fazer o lançamento e apresentou o meu primeiro livro de contos, Cada Homem É Uma Raça, lançado aqui em 1989. Já doente, saiu da cama para apresentar Venenos de Deus, Remédios do Diabo. Há uma entrega aos outros, uma dedicação a uma causa, que não era só política, mas a causa dos que estavam longe e dos que não tinham voz. Isso marcou-me muito: a dimensão humana dele.


Mia Couto, Público 20/7/2010

21.06.2010 | by martalanca | José Saramago, Mia Couto

Música do Dia: Sly Johnson - (You Are A) Star (20Syl Remix)

 

Neo Soul made in France, Sly Johnson ex membro do colectivo Saian Supa Crew, volta aqui na versão neo soul com o EP The June 26th EP, data do seu aniversário. As músicas são todas cantadas em inglês, mas com o taste desse soul singer que cada vez mais se afirma como o segredo melhor guardado da cena soul francesa. O EP trás participações de Ayo e Rachel Claudio nos vocais e nos beats 20Syl do colectivo Hocus Pocus e Dj Roddy Rod do colectivo Low Budget Crew.

21.06.2010 | by keitamayanda

Dia 30, 4ª feira, na ZDB, em Lisboa

SUR LES TRACES DU BEMBEYA JAZZ
DE ABDOULAYE DIALLO

 


(2007, documentário, Burkina Faso, 72 min, DVD, cor, em Francês com legendas em Inglês)

Em 1961, numa pequena aldeia no meio da floresta tropical Guineense, é formado um grupo de música. Esta banda em breve se tornará uma das maiores orquestras da África moderna. É Bembeya Jazz. Esta orquestra, que simboliza a revolução do guineense Ségou Touré, conseguiu abalar todo o continente africano com a sua música. Quarenta anos depois, voltamos às suas raízes. Para além das dificuldades, o “mistério Bembeya” ainda sobrevive: a lenda continua!

Nascido em 1971 na Costa do Marfim, Abdoulaye Diallo, trabalhou como produtor de rádio e animador cultural no Burkina Faso durante muitos anos. Desde 1998, administra o Centro Nacional da Imprensa Norberto Zongo (CPN-NZ) e é o Secretario Geral da Associação de Jazz assim como coordenador do Festival de Jazz Ouaga.


Diallo é também co-fundador do Festival de Cinema Africano Cine Droit Libré.


Exibição com o apoio de Africalia Belgium

 

+ info:

ZDB

20.06.2010 | by martamestre | Abdoulaye Diallo, cinema

Inauguração de René Tavares - "Série (In)Acabado"

Aqui ficam algumas imagens da exposição de René Tavares (S. Tomé e Príncipe), para ver até dia 10 de Julho na Galeria Bozart (Príncipe Real), Rua da Escola Politécnica 4 R/C.

 

 

 

20.06.2010 | by martamestre | René Tavares, S.Tomé e Príncipe

PRÓXIMO FUTURO/NEXT FUTURE

Próximo Futuro é um programa Gulbenkian de Cultura Contemporânea dedicado em particular, mas não exclusivamente, à investigação e criação na Europa, na América Latina e Caraíbas e em África. Aqui ficam os links: 

http://www.proximofuturo.gulbenkian.pt/

http://proximofuturo.blogs.sapo.pt/

19.06.2010 | by cristinasalvador

TOPOGRAFIA DE UM DESNUDO de Teresa Aguiar

TOPOGRAFIA DE UM DESNUDO de Teresa Aguiar
seguido de debate
25/06 - 19 horas - Odeon, Rio de Janeiro,
 
A estória de um fato que abalou o início dos anos 60: a “operação mata-mendigos”. Esse episódio aconteceu no Rio de Janeiro, e culminou com a morte de vários moradores de rua, que eram presos, torturados e depois jogados aos rios Guandú e da Guarda. Alguns pesquisadores ligam as torturas a uma espécie de “treinamento” pelo qual estavam passando quadros da própria polícia, já que o fato aconteceu na “ante sala” do golpe militar. Mas o consenso é que o fato estava ligado à visita da Rainha Elizabeth ao Brasil. A “operação mata-mendigos” foi um processo de limpeza social.
Esse fato teve uma grande repercussão nacional e internacional já que, pela primeira vez, uma operação dessa natureza era deflagrada com a participação de membros dos poderes instituídos. Com o golpe de 64, os processos foram arquivados e a história “apagada”. Contar essa história hoje extrapola a denúncia de algo que passou. É uma forma de refletir sobre como a sociedade trata ainda hoje a questão dos excluídos.
 
Em 1972, Teresa Aguiar era professora da Escola de Arte Dramática (EAD) da USP e foi com um grupo de alunos apresentar “O Rato no Muro” de Hilda Hilst no Festival de Teatro de Manizales, Colômbia. Nesse festival foi apresentada a obra “Topografia de um Desnudo” do chileno Jorge Diaz, que escreveu a peça baseado numa matéria que saiu nos jornais do Chile sobre a “operação mata-mendigos”. Junto com Teresa, assistiu ao espetáculo seu aluno, Ney Latorraca, que mais de 40 anos depois, integra o elenco do filme. De volta ao Brasil, Renata Pallottini fez a tradução e Teresa tentou encená-lo, mas o texto ficou preso na censura por 13 anos, e só em 1985 foi produzido. Porém, o texto nunca chegou a ser liberado totalmente, pois mesmo nos anos 80 era necessária uma autorização provisória da Polícia Federal, que era renovada a cada 15 dias. 

SINOPSE
Rio de Janeiro, anos 60. A cidade se prepara para receber a visita da Rainha Elizabeth. Num clima de tensão social e política que antecede o golpe militar, uma jornalista investiga a morte de moradores de rua e se envolve num perigoso jogo de interesses. Baseado em fatos reais desvenda um lado pouco conhecido da História: a “Operação mata-mendigos”, que ocorreu no Rio de Janeiro entre 62 e 63 e um dos motivos era a necessidade de “limpar” a cidade para a visita da Rainha.
 

19.06.2010 | by martalanca | cinema, Rio de Janeiro

35º Aniversário da Independência de Cabo Verde

Cinema e debate em Junho, no cinema S. Jorge,  Av. da Liberdade, Lisboa

Dia 23 – 19.30 horas: “S. Tomé – Os Últimos Contratados”, de Leão Lopes, retoma o tema doloroso da emigração para S. Tomé e do drama histórico que lhe está associado. Questão crucial da identidade crioula no Séc. XX, confrontada com o retorno à servidão e a espoliação da sua condição humana, os contratados de S. Tomé fogem da morte pela fome em Cabo Verde para enfrentar uma escravatura encapotada, condição que havia desaparecido do arquipélago desde há muito tempo. O fundamento da luta pela independência de Cabo Verde estriba-se na aspiração colectiva dos cabo-verdianos de “não ter que voltar a enfrentar o caminho de S. Tomée o trabalho escravo que lhe está associado. Não é possível compreender os últimos cem anos de história de Cabo Verde, sem ver este documentário.

 

Dia 24 – 19.30 horasTarrafal – Memórias do Campo da Morte Lenta”, da realizadora Diana Andringa, aborda um tema mais conhecido e divulgado em Portugal, e tem a seu favor o registo de memórias dos sobreviventes do Tarrafal. Hoje, os jornais e as revistas de turismo de todo o mundo falam de Cabo Verde, por boas razões como sejam o seu clima, o seu mar, a música, a literatura, mas já houve tempo em que a única menção de Cabo Verde nos jornais do mundo era a terrível e mal-afamada prisão do Tarrafal.

A recordar agora como são diferentes os tempos.

 

19.06.2010 | by martalanca | Leão Lopes, S.Tomé e Príncipe, tarrafal

“quantas madrugadas tem a noite” de Ondjaki


em breve numa livraria perto de si

ver aqui

18.06.2010 | by martalanca | angola, literatura, ondjaki

Música do Dia: Sérgio Mendes - Maracatu Atômico Feat Seu Jorge & Conductor

 

O remake desse clássico da música brasileira rendeu bons frutos, só posso dizer que a fórmula Sérgio Mendes (de fazer remakes de grandes temas) continua a reinventar-se e a ousar. O álbum intitulado Bom Tempo, lançado recentemente, trás um Sérgio Mendes continuamente vigoroso e convidados de bem, que trouxeram bastante brilho ao álbum.

18.06.2010 | by keitamayanda

Homenagem a Bana em Lisboa

No passado dia 11 o Teatro São Luíz recebeu a Festa de Homenagem a Bana, com a participação de vários músicos cabo-verdianos residentes em Portugal e em outros países da Europa e alguns ainda que vieram directamente de Cabo Verde.



Com a presença de várias personalidades cabo-verdianas, como os músicos Boss AC e Lura, que marcaram presença apesar de não cantarem, a homenagem contou ainda a presença do próprio primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves.

Numa noite de brilho e de grandes actuações, coube a Bino Barros, músico cabo-verdiano da nova geração, residente em Barcelona, abrir o palco. “A música de Bana esteve sempre presente na minha casa, a minha mãe acordava com a música dele. É um prazer estar aqui hoje”, disse Bino. “Que este momento fique para sempre na memória de todos”.

E ficou certamente! O primeiro momento de surpresa e aparição de Bana no palco foi protagonizado por Luz Maria, filha do músico, que concretizou o sonho de fazer dueto com o seu pai quando este entrou no palco enquanto ela cantava. Foi um momento emotivo e de magia, abrilhantado pelo delírio do público que manifestou a sua alegria com a sala a aplaudir de pé o momento, inclusive com rosas atiradas para o palco, que ficou ainda mais colorido.

Bana, considerado “Lenda Viva da Música Cabo-Verdiana” é uma grande referência para muitos músicos de Cabo Verde, e uma pessoa que sempre ajudou os outros, como é caso de Leonel Almeida, que Bana ajudou a vir para Portugal e a gravar: “Bana é um grande nome de Cabo Verde, senão Rei. Desde mornas a coladeiras”, disse Leonel.

Rita Lobo, sobrinha de Ildo Lobo, outro grande nome da música do arquipélago, também marcou presença. Seguiu-se a actuação de Luís Fortes, residente na Holanda, de onde veio propositadamente, que terminou dizendo admirar Bana como “grande Músico e grande Senhor”. E o público voltou a entrar em delírio com a presença de Dany Silva, que gravou o seu primeiro disco com Bana.

Antes do intervalo, Mayra Andrade, a voz cabo-verdiana que tem conquistado vários prémios internacionais, subiu ao palco cantando primeiro a solo e depois em dueto com Bana, para alegria dos presentes, que os brindou com um caloroso coro de palmas.

O espectáculo reabriu depois com a declamação de poemas de grandes poetas lusófonos, como Fernando Pessoa, por Gonçalo Moita, antes da actuação do grupo coral “Alma de Coimbra”, sob orientação de Zé Afonso. Foi um momento memorável, de um verdadeiro intercâmbio cultural, que ficou ainda mais belo quando Bana se juntou a “Alma de Coimbra” para interpretar o incontornável “Sodadi”, de Cesária Évora. Foi um verdadeiro apogeu e o público interagiu inundando-os de palmas demoradas.


Celina Pereira, além das músicas programadas, surpreendeu Bana com o tema que este sempre lhe pede para cantar, desde os tempos do Eden Parque: Avé Maria do Morro

Outra grande amiga de Bana, a cantora e compositora Celina Pereira, “encheu o palco” com uma grande performance, terminando a sua actuação com um grande dueto com o homenageado Bana.

Seguiu-se o momento mais aguardado pelo público: a actuação de Bana. E foi uma constante interacção entre o músico e a plateia. Fez-se a grande festa de homenagem com a participação do próprio. Bana interpretou as suas grandes músicas e mostrou que nem a idade nem o recente problema de saúde o deixaram menos brilhante e o público aclamou.

Ainda de salientar os presentes oferecidos a Bana pelos músicos de Cabo Verde em geral, pelos músicos de Cabo Verde na Holanda e ainda pelo governo de Cabo Verde, onde se repetiram os agradecimento e reconhecimento pelo trabalho de Bana em prol da música e cultura do país.

O evento encerrou com todos os participantes no palco para uma última música com Bana, numa noite de harmonia, de festa e de muito brilho.

 

tirado de Cultura: PALOP

18.06.2010 | by martalanca | Bana, cabo verde, música

josé maria pimentel, novo escritor angolano

17.06.2010 | by martalanca | literatura

Alupec - aula 2

17.06.2010 | by samirapereira

Festa do Kola San Jon 19 Junho Cova da Moura + filme Rui Simões

Festa do Kola San JonFesta do Kola San Jon

17.06.2010 | by franciscabagulho | Cova da Moura, Rui Simões