FANTASMAS DO IMPÉRIO, de Ariel de Bigault, estreia no Indie

Sessão no Indie: dia 28/8 I 19h na Cinemateca Portuguesa. 

Fantasmas do Império explora o imaginário colonial no cinema português desde o início do  século XX. 100 anos de cinema… Aos documentários e ficções que sustentam o enredo imperialista, contrapõem-se filmes e olhares contemporâneos. 

Sete cineastas portugueses – Fernando Matos Silva, João Botelho, Margarida Cardoso, Hugo Vieira da Silva, Ivo M. Ferreira, Manuel Faria de Almeida, Joaquim Lopes Barbosa - abrem os cofres da memória cinematográfica colonial, dialogando com dois actores, Ângelo Torres, são-tomense, e Orlando Sérgio, angolano. Perscrutam o passado, real, reinventado ou recalcado que ainda hoje assombra as memórias: os mitos das descobertas, a ficção imperial, a fábrica da epopeia colonial, as máscaras da violenta dominação. José Manuel Costa, director da Cinemateca, e Maria do Carmo Piçarra, pesquisadora, trazem perspectivas na história da produção cinematográfica. 

Juntando fragmentos cinematográficos heterogéneos e pontos de vista diversos, Fantasmas do Império foca as variações de olhares, especialmente sobre “o outro”, o “colonizado” de outrora, porém perene concidadão e conterrâneo da nossa comum humanidade. Jogando com ecos, contrapontos, contrastes entre situações, imagens, diálogos, músicas, o filme propõe um enredo de imaginários e atitudes, de memórias e emoções. 

Fica a interrogação sobre a persistência dos fantasmas no presente e no futuro cinematográfico…

Documentário 2020. 112 min, Cores e P&B. HD. 16:9. 5.1

Produção Ar de Fimes (Portugal) e Kidam (França)

23.08.2020 | by martalanca | Ariel de Bigault, cinema, Fantasmas do Império

Antes de mais e depois de tudo, poemas de Regina Guimarães

O DO AMOR 

Espaço sem portas, sem estradas, o do amor.

O primeiro desejo dos amantes é serem velhos amantes.

E começarem assim o amor pelo fim.

 

O LIVRO DOS MORTOS

Entra sim mas não repares

no estado em que a casa está.

Não repares no que vês por mim

já não vale a pena

o estado, a casa é pequena,

e os olhos sempre cruéis.

Se entrares fica então sabendo

que o corpo só de si fala

se de pés e mãos atadas

e se paisagem correndo

tapar todas as entradas.

Não passes além da porta

e escolhe um ponto de vista

que te dê razão de sobra

para não seguires em frente

- quem irá adivinhar que não mandas, obedeces,

que escutas e não te ouvem?

Não entres, nem que quisesses

não poderias galgar o estorvo

que significa chegar

sem ser convidado.

Existe um pacto do corpo

com o espaço e com o tempo

no primeiro o corpo pára

no segundo julga andar.

Em vez de quereres entrar

onde nem porta nem fecho

repara no que há lá dentro

e não esqueças que a nudez

vestida como castigo

e usada no pensamento

por desgosto delirante

viria a ser castigada.

Ou seja: se não entrares

darás a subentender

que só de livre vontade

que só por vontade tua

ficas no olho da rua.

Quem sai da mira dos deuses

passa a ser presa dos homens.

Ou alvo em movimento.

Do livro Antes de mais e depois de tudo, a primeira antologia de poemas escolhidos de Regina Guimarães. Um livro breve e pensado para oferecer, tanto quanto possível, uma visão panorâmica da extensa e singularíssima obra poética da autora. A apresentação é no domingo, 30 de Agosto, às 16h00, no Auditório da Biblioteca Almeida Garrett, no âmbito do programa oficial da Feira do Livro do Porto. Com a presença de Regina Guimarães e Ana Deus, para uma conversa com os leitores e leitura de alguns poemas do livro.
Evento no facebook.

23.08.2020 | by martalanca | poesia, Regina Guimarães

Foco Africano – INDIELISBOA 2020: PROGRAMA

25 Agosto a 5 de Setembro 

Competição Internacional

27, Quinta | 21h30 | Capitólio | Cinema ao Ar Livre

29, Sábado | 21h30 | Culturgest 

Baamum Nafi | Nafi’s Father 

Mamadou Dia

Senegal, fic., 2019, 109’

A primeira longa de Mamadou Dia chega-nos duplamente premiada no Festival de Locarno (Leopardo de Ouro Cineastas do Presente e Melhor Primeiro Filme). Rodado na sua cidade natal, Matal no Senegal, esta é a história de dois irmãos, Tierno e Ousmane, que se zangam por causa do casamento dos seus dois filhos. O primeiro quer casar o seu rapaz com a filha do segundo, a bela Nafi. O que está em causa é o alastrar do fundamentalismo numa pequena comunidade.

Nafi’s Father, de Mamadou DiaNafi’s Father, de Mamadou Dia

27, Quinta | 21h30 | Culturgest

1, Terça | 21h30 | Cinema São Jorge

Eyimofe| This is My Desire

Arie Esiri, Chuko Esiri

Nigéria, Estados-Unidos, fic., 2020, 115’

Todos os anos Nollywood, a Hollywood nigeriana, produz cerca de mil filmes. Destes quase nenhuns viajam para fora de África. Caso diferente para a primeira longa metragem dos irmãos gémeos Esiri que, a partir de duas histórias, em certo sentido também elas gémeas, abordam o desejo de sair para o Ocidente. Mofe, um homem que faz reparações numa fábrica e Rosa, empregada de bar e cabeleireira, procuram uma saída da colorida e aprisionante capital, Lagos.

Retrospectiva Ousmane Sembène

25, Terça | 21h30 | Cinemateca

5, Sábado | 19h | Cinemateca

BOROM SARRET

Ousmane Sembène

Senegal, doc., 1963, 20’

É já com quarenta anos e com vários romances publicados que Sembène começa a filmar. Nesta sua segunda curta, considerada por muitos historiadores como um dos primeiros filmes realizado por um negro em África, seguimos um condutor de carroça pelas ruas pobres e desoladas de Dakar.

+

LA NOIRE DE…

Ousmane Sembène

Senegal, França, fic., 1966, 65’

A longa-metragem inaugural de Sembène é tida como o primeiro filme de um realizador da África subsariana a ter atenção internacional. Baseado num conto homónimo do autor, ela acompanha a vinda, de Dakar para a Riviera francesa, de Diouana, uma jovem senegalesa, contratada como babysitter por um cosmopolita casal francês. Este é um trajeto de silenciosa rebelião, na passagem dos sonhos ilusórios por uma vida melhor a uma realidade de exploração.

LA NOIRE DE..., Ousmane SembèneLA NOIRE DE…, Ousmane Sembène

+

TAUW

Ousmane Sembène

Senegal, fic., 1970, 24’

Tauw e Ouman são irmãos. Tauw, o mais velho, procura, em vão, um emprego. Ouman, 11 anos, procura, em vão, apoios para o seu líder religioso. Diferentes fases de crescimento, o moderno e o tradicional em confronto, nas ruas de uma Dakar em mudança após a independência.

29, Sábado | 15h30 | Cinemateca

4, Sexta | 21h30 | Cinemateca | Cinema ao Ar Livre

CAMP DE THIAROYE

Ousmane Sembène, Thierno Faty Sow

Senegal, Argélia, Tunísia fic., 1988, 157’

Talvez a grande obra-prima de Ousmane Sembène e o grito mais intenso de condenação das injustiças do colonialismo. No rescaldo da 2ª Guerra Mundial, os soldados senegaleses regressam da Europa e, antes do retorno a casa, são colocados no acampamento militar de Thiaroye. Perante as más condições de acomodação e a redução de pagamento, os soldados revoltam-se e são massacrados às mãos do exército francês. Vencedor do prémio especial do Júri em Veneza.

27, Quinta | 21h30 | Cinemateca | Cinema ao Ar Livre

3, Quinta | 15h30 | Cinemateca 

CEDDO

Ousmane Sembène

Senegal, fic., 1977, 120’

Ceddo é o nome dado aos últimos detentores do espiritualismo africano antes da chegada do islamismo e cristianismo. Numa aldeia senegalesa do séc. XVII, o rei Demba War cede às pressões do líder islâmico e os ceddo raptam a sua filha para prevenir a conversão forçada à nova religião. Este “micro épico”, como foi apelidado, foi à época censurado e conta-se que Sembène distribuía, à saída dos cinemas, panfletos que descreviam as cenas removidas.

CEDDO, Ousmane SembèneCEDDO, Ousmane Sembène

29, Sábado | 21h30 | Cinemateca | Cinema ao Ar Livre

2, Quarta | 15h30 | Cinemateca

EMITAÏ

Ousmane Sembène

Senegal, fic., 1971, 103’

Durante a 2ª Guerra Mundial, as forças colonialistas francesas do governo de Vichy requisitam o bem mais precioso que têm os habitantes da aldeia senegalesa de Efock: o arroz. A minoria étnica dos Diola reorganiza-se para a resistência: enquanto os anciãos rezam a Emitaï, o Deus do trovão, as mulheres, mais pragmáticas, escondem a colheita. Esta história de silenciosa resistência esteve censurada 5 anos após a sua estreia em toda a África francófona.

31, Segunda | 21h30 | Cinemateca | Cinema ao Ar Livre

8, Terça | 19h | Cinemateca

FAAT KINÉ

Ousmane Sembène

Estados Unidos, fic., 2001, 120’

Quase uma década após o seu último filme, Sembène assina o que seria o primeiro volume de uma planeada trilogia sobre o heroísmo quotidiano da mulher africana. Faat Kiné é mãe solteira numa Dakar moderna, plena de contradições e aspirações de mudança. Vive com os seus dois filhos, de dois ex-maridos, tendo de lidar não apenas com a pressão social da sua condição, mas também lutar pelas suas aspirações profissionais num mundo dominado pela condição patriarcal. 

28, Sexta | 21h30 | Cinemateca | Cinema ao Ar Livre

7, Segunda | 15h30 | Cinemateca

GUELWAAR

Ousmane Sembène

França, Alemanha, Senegal, Estados Unidos, fic., 1992, 115’ 

Esta comédia de enganos começa com a morte de Guelwaar (que significa “o nobre”), padre e ativista católico. Quando a família vem reclamar o corpo à morgue apercebe-se que este desapareceu e que foi enterrado por engano num cemitério muçulmano. Sátira a uma África atolada pelos pequenos conflitos, por uma burocracia paralisante e pelos dogmas e crenças religiosas em confronto. A ironia fina e os pequenos detalhes revelam toda a mestria de Sembène.

1, Terça | 15h30 | Cinemateca

5, Sábado | 21h30 | Cinemateca | Cinema ao Ar Livre

MOOLAADÉ

Ousmane Sembène

Senegal, França, Marrocos, Tunísia, Camarões, fic., 2004, 124’ 

O último filme de Sembène e segundo de uma planeada trilogia sobre o heroísmo da mulher africana. Numa pequena vila senegalesa, Collé Ardo, a segunda mulher de um próspero agricultor, prepara o casamento de sua filha. Eis que resolve acolher quatro meninas que procuram refúgio na sua casa para escapar ao ritual de “purificação”, que consiste na sua excisão genital. Tal atitude inicia um conflito que divide irremediavelmente os membros da sua comunidade.

2, Quarta | 19h | Cinemateca

5, Sábado | 15h30 | Cinemateca

NIAYE

Ousmane Sembène

Senegal, fic., 1964, 35’

Inspirado em factos reais, Niaye narra através de um griot - um contador de histórias africano - o caso de uma jovem cuja inesperada gravidez vem escandalizar a comunidade e agitar os valores tradicionais de uma pequena vila senegalesa.

 +

MANDABI

Ousmane Sembène

França, Senegal, fic., 1968, 90’

Um homem senegalês de meia idade, desempregado, vive com as suas duas mulheres e filhos em Dakar. Quando recebe um vale postal vindo do seu filho, trabalhador em Paris, começam os problemas burocráticos para o levantar. Sembène foca-se, pela primeira vez, na corrupção da vida quotidiana do seu país, cumprindo o sonho de fazer um filme todo falado em língua Wolof. O olhar crítico valeu-lhe a censura no Senegal e um prémio internacional da crítica no Festival de Veneza.

2, Quarta | 21h30 | Cinemateca

11, Sexta | 19h | Cinemateca

XALA

Ousmane Sembène

Senegal, fic., 1975, 123’

Nos anos pós-independência, no Senegal mantém-se a influência ocidental. Um ganancioso homem de negócios retira dividendos dessa situação e, como prova do seu sucesso, casa-se com a sua terceira mulher. Mas eis que, ao tentar consumar o casamento, se vê atacado por uma terrível xala, uma maldição que o deixa impotente. Baseada no romance que Sembène escreveu dois anos antes, esta é uma simbólica sátira acerca da impotência social e política do seu país.

Retrospectiva 50 Anos Forum Berlinale

26, Quarta | 15h30 | Cinemateca

3, Quinta | 21h30 | Cinemateca | Cinema ao Ar Livre

ELDRIDGE CLEAVER, BLACK PANTHER

William Klein

França, Argélia, doc., 1970, 75’ 

Após acusação de uma tentativa de assassinato, Eldrige Cleaver, militante do movimento Black Panther Party, exila-se na Argélia. O realizador e fotógrafo William Klein fará aqui o retrato de um homem multifacetado, escutando o seu discurso ativista sobre a revolução, a luta na América, os seus rivais políticos, como Nixon ou Reagan. Mas esta é também uma obra além da ideologia, o retrato de um revolucionário romântico, num exílio lírico e comovente. 

28, Sexta | 15h30 | Cinemateca

SOLEIL Ô 

Med Hondo

França, Mauritânia, fic., 1970, 104’

O realizador e actor da Mauritânia, Med Hondo, espantou o mundo do cinema com este seu filme inicial (vencedor do Leopardo de Ouro em Locarno), rodado durante quatro anos e com um baixo orçamento. Esta é a luta de um emigrante mauritano em Paris, em face das precárias condições de trabalho, remuneração discriminatória, humilhação e indiferença. Um manifesto original, com influências do cinema verité, da montagem eisensteiniana, da sátira e do absurdo.

27, Quinta | 15h30 | Cinemateca

MONANGAMBEE

Sarah Maldoror 

Argélia, fic., 1969, 18’

Sarah Maldoror, cineasta maior da causa da libertação africana, assina aqui o seu primeiro filme. A denúncia da tortura no colonialismo português em Angola, bastando uma palavra com significado desconhecido para dar origem à violência.

+

PHELA-NDABA (END OF THE DIALOGUE)

Members of the Pan Africanist Congress

África do Sul, doc., 1970, 45’

Em 1970, membros do Congresso Pan-Africano formaram um colectivo cinematográfico. Um grupo de sul africanos exilados em Londres utilizou imagens de arquivo e vídeos filmados em segredo no seu país para realizar o que seria um dos primeiros filmes sobre o Apartheid.

Foco Mati Diop

29, Sábado | 21h50 | Cinema São Jorge

ATLANTIQUE

Mati Diop

França, Senegal, Bélgica, fic., 2019, 106’

Trabalhadores de uma obra na capital do Senegal não recebem há meses. Um deles, o jovem Souleiman, decide atravessar o oceano em busca de uma melhor vida. Ada, de 17 anos, apesar de prometida a outro homem, espera o regresso do seu amor. Inspirada na figura de Penélope, mas também em Romeu e Julieta, Atlantique é um conto de espíritos, traumas e crescimento. Grande Prémio do Júri do Festival de Cannes de 2019. 

ATLANTIQUE, Mati DiopATLANTIQUE, Mati Diop

27, Quinta | 19h15 | Culturgest

MILLE SOLEILS

Mati Diop

França/Senegal, fic., 2013, 45’

Mille Soleils, vencedor do IndieLisboa em 2014, conta o regresso da realizadora ao Senegal, revisitando dois atores do filme Touki Bouki (1971), realizado pelo seu tio, Djibril Diop Mambéty. Memórias reais e liberdades de ficção, o cinema e/é a sua família.

20.08.2020 | by martalanca | cinema africano, Mati Diop, Ousmane Sembène, Sarah Maldoror

Estreia de Parto Sem Dor, de Maria Mire, no Indie

O filme de Maria Mire sobre Cesina Bermudes estará na Competição Nacional de curtas-metragens do Indie Lisboa Festival Internacional de CinemaSerá exibido no dia 26 de Agosto e no dia 3 de Setembro, no Cinema São Jorge em Lisboa. Programa do Indie.

O filme marca a estreia de Maria Mire na realização e é uma homenagem pessoal da realizadora à`médica obstetra Cesina Bermudes (1908-2001), pioneira da introdução do parto sem dor em Portugal e resistente anti-fascista, que ajudou no parto muitas mulheres na clandestinidade. Cesina Bermudes foi a primeira mulher portuguesa a doutorar-se em medicina.

 

 

Sobre o filme, realizado e produzido de forma completamente independente, a realizadora revela: “Perante a degradação da imagem da mulher no fnal da Idade Média, produziu-se e perpetuou-se no imaginário europeu que a prática de feitiçaria estava ligada à natureza feminina e, por extensão, que toda a mulher era uma feiticeira em potência. Queimadas nas fogueiras como seres demoníacos este movimento histórico anti-feminino para além da pesada repressão que infigiu, desprestigiou-as ao longo do tempo, só ficando para a História das feiticeiras, uma ideia de histeria, loucura e charlatanismo.

As acusações de bruxaria estavam, na sua maioria, associadas a práticas ancestrais de medicina empírica e recaiam violentamente sobre as curandeiras e as parteiras. Quais os resquícios desse tempo sombrio? Procuramos a resposta a esta pergunta na vida e na acção de Cesina Bermudes, uma importante médica obstetra que foi pioneira da introdução do parto sem dor em Portugal, assim como uma importante oposicionista ao regime do Estado Novo. Misturando-se a história de Cesina Bermudes com a história de Portugal do século XX.

Na preparação do flme, o mergulho histórico foi feito inicialmente através da leitura dos inúmeros textos científcos escritos por Cesina Bermudes, assim como da consulta a documentos históricos nos arquivos nacionais sobre o períododo fascismo e da realização de entrevistas a pessoas que foram suas pacientes, colegas ou que se ligaram a ela em algummomento da sua vida. Os inevitáveis buracos de uma história indirecta, as omissões constantes sobre a sua vida pessoal ou as considerações revestidas de aparente neutralidade ideológica sobre a sua militância política, que surgiram na pesquisa para este flme, tornaram-se reveladores do caminho que deveria tomar: uma conversa que começa no beiral de uma janela e que se prolonga através de uma intimidade imaginada. As imagens de uma viagem familiar são o pano de fundo desta história, na procura de novas e subtis poéticas que consigam identifcar actuais protagonistas para as conquistas de Cesina Bermudes.” 

Maria Mire

 

PARTO SEM DOR / Documentário / HD / 21’ / 2020

 

 

 

10.08.2020 | by martalanca | cinema, Maria Mire, Parto sem Dor