2720 estreia em Espanha no Festival Internacional de Cine de Gijón

A curta-metragem de ficção 2720, de Basil da Cunha, está selecionada para a Competição Internacional do 61.ª edição do Festival Internacional de Cine de Gijón, onde fará a sua estreia em Espanha.
 

Jyzone acaba de sair da prisão. Encontrou um novo emprego, mas as pessoas com quem se cruza a caminho do trabalho correm o risco de o fazer chegar atrasado ao seu primeiro dia. Através de um retrato coreográfico e poético, delineado por um hábil trabalho de câmara, Basil da Cunha explora o violento bairro da Reboleira, em Lisboa, com a participação dos seus habitantes.
Realizada por Basil da Cunha, com produção da Filmaporto - film commission e coproduzido por Edgar Medina (Arquipélago Filmes), 2720 (2023, Portugal / Suíça, FIC, 25 min) explora a vida no perigoso bairro da Reboleira, em Lisboa. Comissionada e coproduzida pelo Batalha Centro de Cinema, a curta-metragem ganhou o Prémio do Público no festival Curtas Vila do Conde 2023 e foi selecionada para as competições internacionais dos festivais Visions du Réel e International Short Film Festival Oberhausen.
Para Basil da Cunha, realizador suíço de origem portuguesa, cujo trabalho foi apresentado em Cannes, o filme é uma oportunidade “para viver um lugar e o seu tempo, mas também para descobrir a riqueza de cada uma das personagens que encontramos no nosso caminho”. É a apresentação de um lugar que é também “um retrato onde a ficção e a realidade coabitam de uma forma estranhamente poética”, ao mesmo tempo que colide com o desfecho trágico de uma vida fora da lei, com as violentas rusgas policiais que ecoam ao longo do filme.
2720| Festival Internacional de Cine de Gijón

Basil da Cunha
Realizador suíço de origem portuguesa, Basil da Cunha nasceu em 1985. Paralelamente aos seus estudos em ciências políticas e sociologia, realizou várias curtas-metragens de produção própria antes de co-fundar a Thera Production. Em 2009, iniciou a sua formação em cinema na Universidade Head, em Genebra. No seu primeiro ano, Basil realizou o filme “A Côté”, que foi nomeado para o Prix du Cinéma Suisse 2010 e recebeu o Prémio de Melhor Filme Nacional no Curtas Vila do Conde 2010. No final de 2010, filmou “Sunfish” em Lisboa. Este filme foi apresentado na Quinzaine des Réalisateurs (Cannes) em 2011. Em 2014, Basil da Cunha realizou “Nuvem Negra”, um filme experimental no âmbito da Bienal da Imagem em Movimento (Genebra). A sua mais recente longa-metragem, “O Fim do Mundo”, teve a sua estreia mundial em Locarno e foi exibida noutros festivais de prestígio, como Busan, Milão e São Paulo. Foi premiado em Les Arcs e Valladolid antes de ganhar o prémio de melhor fotografia no Prix du Cinéma Suisse em 2020.

FICHA TÉCNICAPRODUÇÃO: Filmaporto - film commission, Edgar Medina (Arquipélago Filmes)
DISTRIBUIÇÃO: Agência da Curta-Metragem  
REALIZAÇÃO: Basil da CunhaARGUMENTO: Basil da CunhaFOTOGRAFIA: Vasco Viana
SOM: Rafael CardosoMONTAGEM: Basil da CunhaELENCO PRINCIPAL: Jason Varela, Camila Diniz
 


18.10.2023 | by martalanca | 2720, Basil da Cunha

Alkantara Festival 2023

Nos 30 anos desde a primeira edição do Danças na Cidade, o Alkantara Festival está de volta com uma programação de encantamentos e inquietações, que questiona os limites da empatia – daquilo que somos capazes de compreender, a partir das nossas experiências individuais. De 10 a 26 de novembro, em vários palcos - e num bairro - de Lisboa. Eis a programação completa do Alkantara Festival 2023.

Entre 10 e 26 de novembro, o Alkantara Festival regressa com um programa de nove espetáculos de artistas nacionais e internacionais, três projetos de curadoria - no fundo, três festivais dentro do festival - e ainda duas festas e um conjunto de encontros e de conversas - e de inícios de outras. Um programa que, a partir das práticas artísticas contemporâneas, se constrói na confluência de histórias e experiências, várias delas de violência e desconforto, ora contadas na primeira pessoa, ora reencenadas por outras.

Até onde podemos ir? Quão próximo conseguimos chegar? De realidades que nos são próximas ou distantes, as propostas do Alkantara Festival 2023 atravessam questões identitárias, problemas ecológicos, sociais e políticos. Mas apresentam também possibilidades de celebração, de emancipação, de construção a partir do reconhecimento de que somos múltiplos, e de que o que conseguimos compreender tem limites. É com esses limites que este programa nos confronta, para lá do encantamento com a beleza do desconhecido.

Um “não” radical para salvar o que amamos

O fim-de-semana de abertura conta com a estreia nacional de Whitewashing, de Rébecca Chaillonencenadora e performer martinicana sediada em Paris, no Teatro do Bairro Alto. Como podem as mulheres negras cuidar de si e dos seus corpos numa sociedade dominada pela branquitude? O público é convidado a olhar, a observar, enquanto o corpo que a sociedade deseja tornar invisível se torna cada vez mais inevitável na sua presença. Num antigo espaço industrial em Alvalade, segue-se F(r)esta, uma celebração organizada pelo núcleo MeioFio (Ágatha Cigarra e a sua equipa, formada por Era Jaja Rolim, Alex Simões e Renato Kurup), que através das suas pesquisas percorre os propósitos e impulsos da festa e a sua inevitabilidade.

No mesmo fim-de-semana, na Culturgest, reflete-se sobre poder, resistência e lei no Brasil contemporâneo, no espetáculo Antígona na Amazónia, do suíço Milo Rau/NTGent & MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). A luta pela reforma agrária, os massacres contra o MST, os genocídios negro, indígena e transgénero, as alterações climáticas e o agronegócio são elementos desta história funesta, mas não sem esperança - se nos apressarmos a dizer um “não” radical para salvar o que amamos. Em palco quatro pessoas-intérpretes revezam-se entre a interpretação das personagens de Sófocles e de si próprias, num espetáculo que junta a tragédia grega clássica, a sua adaptação à Amazónia contemporânea e a história da construção do próprio espetáculo.

A convite do CAM – Centro de Arte Moderna Gulbenkian e do Alkantara, o coletivo japonês Chim↑Pom from Smappa!Group desenvolve Side Trip, um programa integrado na Engawa - Temporada de arte contemporânea japonesa. Desafiando os limites de uma rua em Marvila, a intervenção dos membros do coletivo reclama este espaço público como lugar de convivialidade. Com início num magusto, a 11 de novembro, esta intervenção conta com um programa público de eventos - encontros, performances, workshops e comida - pensado em colaboração com grupos comunitários dos bairros de Marvila.

Entre os dias 11 e 14 de novembro, o Espaço Alkantara acolhe Pedra Pele Pulmão - outro dos três programas de curadoria integrados no Alkantara Festival 2023. Concebido pelo Terra Batida, e resultado de uma residência coletiva no município do Fundão, Pedra Pele Pulmão tem coordenação de Ritó (Rita Natálio), e reúne propostas artísticas de Alina Ruiz Folini, Teresa Castro, e do coletivo humusidades, em diálogo com vários outros artistas, ativistas e pesquisadores. Composto por um conjunto de performances, conversas e um workshop e tomando como ponto de partida o corpo, ensaiam-se especulações sobre os problemas da mineração e da monocultura, a partir das especificidades da região do Fundão.

Kilombo, com curadoria de Aurora NegraKilombo, com curadoria de Aurora Negra

 

“Não perguntamos apenas sobre quem cortou as raízes”

Na segunda semana de Alkantara Festival, o São Luiz Teatro Municipal recebe de 17 de 19 de novembro Kilombo, um programa de três dias com curadoria de Aurora Negra (Cleo Diára, Isabél Zuaa e Nádia Yracema). Kilombo, que teve já uma primeira edição no Espaço Alkantara, em 2021, regressa para uma segunda edição, de novo como lugar de “celebração, reunião e resistência” de uma comunidade, com performances, música, cinema, comida e uma exposição.

Nos dias 17 e 18, no palco da sala Luís Miguel Cintra, Calixto Neto apresenta Feijoada. Uma roda de samba em que músicos, performers e o público dançam, cantam e partilham uma feijoada brasileira, aprofundando a relação - pessoal e política - entre Brasil, Portugal e a diáspora africana. “Não perguntamos apenas sobre quem cortou as raízes, queremos saber quem afiou as facas.” Este é o mote para denunciar as camadas de opressão do legado da colonização.

Gaya de Medeiros apresenta uma nova versão de Pai para Jantar (17 a 19 na Black Box do Centro Cultural de Belém). Pai para Jantar constrói-se num jogo com o público que tenta esmiuçar a masculinidade de forma poética e bem-humorada, brincando com os modos como agenciamos palavras, afetos e arquétipos ao redor da ideia de “ser homem”. E propõe um caminho subjetivo em direção ao lastro dos nossos pais, que perdura na nossa personalidade e que está na base de muitos desejos e fracassos.

Nos mesmos dias, no TBA, Marco Mendonça estreia o seu primeiro espetáculo a solo: Blackface. Uma conferência musical, entre o stand-up, a sátira e o teatro documental e autobiográfico que, através de uma extensa pesquisa visual e diferentes sketches humorísticos percorre cinco séculos de história para falar do longo e doloroso legado da prática racista do blackface.

 

Às vezes precisamos de conversar com outra pessoa para nos conhecermos

No terceiro e último fim-de-semana do festival, de 24 a 26 de novembro, Sónia Baptista celebra a sexualidade e o despudoramento no envelhecimento em Sweat, Sweat, Sweat (Um conjunto de pequenos afrontamentos). Na sala Mário Viegas do São Luiz, entre inquietações e frustrações, a artista desmonta a inevitabilidade do envelhecimento e da menopausa, em todo o seu esplendor sintomático, sem romantização, descobrindo fluidos, serenos e reconfortantes entendimentos da sexualidade, da espiritualidade e da identidade de género.

Nos dias 24 e 25, ao palco do grande auditório da Culturgest sobe um elenco constituído por pessoas da comunidade transgénero de Abidjan, uma das mais populosas cidades africanas e capital económica da Costa do Marfim, onde nasceu a coreógrafa Nadia Beugré. A sua obra Profético (Nós já nascemos) resulta do contacto que tem mantido com essa comunidade: pessoas que, designadas à nascença como rapazes, flutuam entre géneros num gesto de reivindicação de liberdade feroz, numa sociedade extremamente patriarcal que, na melhor das hipóteses, finge que não as vê.

Às vezes precisamos de conversar com outra pessoa para nos conhecermos, e, na escuridão da noite dos dias 25 e 26, acontece, no TBA, Fazer Noite, de Bárbara Bañuelos. Um espetáculo que é uma conversa entre Bárbara, encenadora espanhola, e Carles A. Gasulla, guarda-noturno num parque de estacionamento. Ocupando as cadeiras vazias entre o público, Bárbara e Carles conversam sobre livros que leram, sobre precariedade laboral, sobre colonialismo, saúde mental e estigmas sociais, convocando o público para um exercício de empatia e de vulnerabilidade coletiva.

Em Uirapuru, a 25 e 26 no São Luiz, o coreógrafo brasileiro Marcelo Evelin e a sua companhia, a Demolition Incorporada, inspiram-se nas entidades que habitam as florestas do Brasil e no imaginário das matas brasileiras. A floresta apresenta-se como espaço de encantamento, como lugar de regresso, um interior profundo e desconhecido. Uirapuru é o cantor da floresta. Significa, em tupi-guarani, “o homem transformado em pássaro” ou “ave enfeitada”.

No penúltimo dia do festival, a garagem da Culturgest é tomada por Montação, do coletivo Afrontosas (Antonyo Omolu, Di Candido, aka DIDI, e Rodrigo Ribeiro Saturnino, aka ROD), numa celebração LGBTQIAP+ das manifestações de (r)existência queer, negra em diáspora, ressignificando e redimensionando o imaginário das festas queer, que o coletivo frequenta desde sempre – de Lisboa até o Rio de Janeiro, passando por Cabo Verde, Guiné e outras distâncias afrodiaspóricas.

Além dos espetáculos, a programação de 2023 do Alkantara Festival é marcada por uma série de conversas pós-espetáculo, com moderação de Raquel Lima, para trocas e reflexões sobre os processos criativos e os temas abordados; o programa Trilhas, com a moderação de Amina Bawa, desenvolvido em parceria com associações culturais e coletivos informais que desenvolvem ações junto das comunidades LGBTQIAP+, migrantes e refugiadas, pessoas com deficiência e pessoas afrodescendentes, numa procura de construir caminhos para que pessoas ainda ausentes como público das grandes salas de espetáculos de Lisboa estejam cada vez mais presentes; e Matéria Leve, um grupo de estudo em iluminação cénica coordenado por Leticia Skrycky e atravessado por três linhas: pesquisa, experimentação e técnica.

Também no contexto do festival, decorrem dois encontros de projetos desenvolvidos com o apoio da União Europeia, no âmbito do programa Europa Criativa: Common LAB 2023, o primeiro de 3 laboratórios integrados no projeto Common Stories, que junta organizações de artes performativas, artistas e públicos para ampliar narrativas europeias e abordar as noções dinâmicas de identidade e diversidade, numa sociedade europeia em transformação, e conta com a conferência Common Stories: Reformular a Autoridade e a Autoria nas Artes, dia 20 de novembro, na Culturgest, onde se refletirá sobre apropriação cultural, destituição autoral, racismo cultural, assim como outras lógicas de extrativismo artístico; e In Ex(ile) Lab, um projeto de dois anos que procura apoiar a integração profissional de um grupo de 12 artistas que se mudaram recentemente para Chipre, França, Itália ou Portugal, oferecendo condições para a criação de uma performance, para o desenvolvimento de contactos profissionais e para chegar a novos públicos no espaço europeu.

 

O Alkantara Festival 2023 é coproduzido por Centro Cultural de Belém, Centro de Arte Moderna (CAM) - Fundação Calouste Gulbenkian, Culturgest, São Luiz Teatro Municipal e Teatro do Bairro Alto, e tem apoio à apresentação do Institut Français, do projeto MaisFRANÇA, uma temporada concebida pelo Instituto Francês de Portugal, da Ação Cultural Espanhola (Programa para a Internacionalização da Cultura Espanhola) e do Flanders State of the Art. Alkantara é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Lisboa.

Programa completo em alkantara.pt

 

18.10.2023 | by martalanca | Alkantara

Com música e reivindicação de uma maior participação de estudantes negros e lusófonos NEAL - da NOVA FCSH - realiza empossamento.

Dia 12 de outubro de 2023 decorreu no Campus da Avenida de Berna o empossamento do novo corpo directivo do NEAL, Núcleo de Estudos Africanos e Lusófonos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCSH). O novo corpo directivo reivindica maior participação dos estudantes negros e lusófonos na vida da Universidade. Para a guineense Eunice Gomes, estudante da licenciatura em Antropologia e eleita a nova Presidente do NEAL: “a universidade é um reflexo da sociedade e em uma sociedade estruturalmente racista, como a sociedade portuguesa, a universidade também reproduz uma lógica racista”. A nova presidente do NEAL reforça a importância de se ter um núcleo de estudos africanos e lusófonos atuante e forte dentro da universidade, pois nas suas palavras “é  preciso descolonizar o conhecimento e a academia”.

Corpo directivo do NEAL – Foto Rosa NevesCorpo directivo do NEAL – Foto Rosa Neves

A NOVA FCSH nasceu em 1973 com o influxo de modernização já no fim da ditadura, isto é, a NOVA nasceu em um período de abrandamento, na antevéspera dos ventos de abril. Se os valores de abril são referências para o futuro, já que trazem consigo os ideais de liberdade, igualdade e justiça, o NEAL acredita que a universidade não pode reproduzir lógicas de opressão e discriminação.

Aly Só,  guineense, Presidente da Mesa da Assembleia e estudante da licenciatura em História conta: “ao chegar à NOVA FCSH sentia-me peixe fora d’água. Sentia-me perdido. Foi duro no início. Não sabia como funcionava a universidade, nem as avaliações”, e explica: “Ao descobrir  o NEAL e ser membro do núcleo senti-me integrado na universidade e senti uma maior abertura. Com o NEAL perdi o medo de conversar com as pessoas e percebi a importância de trabalhar em conjunto e de estarmos organizados politicamente”. Já Lara Menezes, portuguesa e filha de pais santomenses, estudante da licenciatura em Línguas, Literaturas e Culturas e Vice-Presidente do NEAL, explica que: “regressando para Portugal depois de 14 anos a viver em Londres tive um choque ao ver a falta de diversidade na NOVA FCSH ”. Lara relata: “a maior parte das vezes eu sou a única aluna negra da sala e até descobrir a existência do NEAL, por não me sentir integrada, eu só vinha para universidade para assistir aulas. O NEAL permitiu-me compreender que estar na  universidade é mais do que isso. Permitiu-me sentir acolhida”.

Alunos da NOVA FCSH fazem brinde a nova gestão do NEAL – Foto Elizabeth OlegárioAlunos da NOVA FCSH fazem brinde a nova gestão do NEAL – Foto Elizabeth Olegário

Elizabeth Olegário, doutoranda em Estudos Portugueses, investigadora do CHAM e novo membro do corpo directivo do NEAL explica que é preciso ver a realidade dos estudantes e investigadores estrangeiros como uma questão maior, pois eles não são mais um pequeno segmento das universidades portuguesas. Elizabeth Olegário reforçou os problemas desses estudantes e investigadores no seu recém artigo publicado na edição de setembro do Le Monde Diplomatique – Ed. Portuguesa. O artigo intitula-se: “Estudantes e Investigadores Estrangueiros: Muitos, mas quase invisíveis” Estudantes e investigadores estrangeiros: muitos, mas quase invisíveis, por Elizabeth Olegário (Le Monde Diplomatique - Edição Portuguesa, Setembro 2023 ).

Elizabeth Olegário

16.10.2023 | by martalanca | Estudos Africanos, FCSH

Big Bang Henda, de Fernanda Polacow

Derrubando estátuas e símbolos, construindo novas memórias, enquadrando a paisagem destruída, escrevendo cartas para o futuro, revertendo dinâmicas de poder: Big Bang Henda é um documentário-poesia-manifesto sobre o trabalho do artista angolano Kiluanji Kia Henda. Ele leva-nos numa viagem pelas suas criações e reflexões, que estão na vanguarda do pensamento anticolonial, instando-nos a considerar a forma como as gerações que cresceram durante ou no rescaldo da guerra reinterpretam esse acontecimento.

Doc Lisboa 24 Out • 19:00 / 21’
Culturgest - Auditório Emilio Rui Vilar

 

16.10.2023 | by martalanca | Doc Lisboa, kiluanji kia henda

"Fotografar Abril: a Memória da memória da Revolução Portuguesa" - Ellen W. Sapega - 20 de Outubro 2023, 16h30-18h00 - Faculdade de Letras de Lisboa

The interactive seminar cycle “Memory, Culture and Citizenship in Post-Colonial Nations” is back!
The first session of the academic year will also be the inaugural session of the seminar series “50 years of April: Citizenship, Culture and Memory” organized by the research group CITCOM.
Our guest speaker, Ellen W. Sapega (University of Wisconsin - Madison), will present her work on the photographic memory of the Carnation Revolution.The photographs taken in Lisbon on 25 April 1974 and in the days that followed continue to challenge the viewer almost 50 years later, partly because many of them contain a complicit relationship between subject and object - between the photographer and the authors of the actions they intend to capture. Some of these photographs continue to circulate over the years, sometimes appearing in quite unexpected places and spaces; thus, they have already gained the status of lieux de mémoire that codify and condense the collective memory of the revolution.
Moderated by anthropologist Elsa Peralta (CeComp, FLUL), this session will be held in Portuguese.
Organization: CITCOM, Legacies of Empire and Colonialism in Comparative Perspective, and “Constellations of Memory: a multidirectional study of postcolonial migration and remembering”
(PTDC/SOC-ANT/4292/2021)
Location: Room C138.A, FLUL
Date: 20 October 2023, 4:30-6 PM
More info here and here.

16.10.2023 | by martalanca | abril, fotografia

Lançamento I “De quem se esqueceu Lisboa? - A luta pela inscrição da memória anticolonial no espaço público”, de Leonor Rosas

No dia 18 de outubro, às 19h, na Biblioteca do Goethe Institut Lisboa, será apresentado o livro “De quem se esqueceu Lisboa? - A luta pela inscrição da memória anticolonial no espaço público”, de Leonor Rosas. O livro será apresentado pela antropóloga Elsa Peralta (CeComp, FLUL), pelo historiador Miguel Cardina (CES) e por Djuzé Lino da Associação Batoto Yetu. Esta obra, publicada âmbito do projeto Constellations of Memory, financiado pela FCT, reflete sobre a perpetuação das narrativas lusotropicais e brancas no espaço público lisboeta, procurando perceber de que forma se podem ler relações de poder nesta paisagem memorial, e sobre as possibilidades e projetos de inscrição de memórias contra-hegemónicas, anticoloniais e antirracistas no mesmo. Contamos com a tua presença!

 

On the 18th of October, at 7pm, at the Goethe-Institut Lisbon Library, the book “De quem se esqueceu Lisboa? - A luta pela inscrição da memória anticolonial no espaço público”, by Leonor Rosas will be presented. The book will be presented by the anthropologist Elsa Peralta (CeComp, FLUL), the historian Miguel Cardina (CES) and Djuzé Lino from the Batoto Yetu Association. This work, published as part of the Constellations of Memory project, funded by FCT, reflects on the perpetuation of Lusotropical and white narratives in Lisbon’s public space, seeking to understand how power relations can be read in this memorial landscape, and on the possibilities and projects for inscribing counter-hegemonic, anti-colonial and anti-racist memories in it. Hope seeing you there!

16.10.2023 | by martalanca | lisboa, memória

NOVAS CARTAS PORTUGUESAS - PUBLICAÇÃO E PROCESSO

SEMINÁRIO #10 23 de outubro de 2023, 16h00 (GMT+1) Adriana Bebiano (CES/FLUC)

O ciclo As Tramas da Memória: datas para contar é organizado pela coordenação da linha de investigação Europa e o Sul Global: patrimónios e diálogos do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. O ciclo visa assinalar e refletir sobre datas menos sonoras, mas igualmente determinantes para a construção do 25 de Abril de 1974 e das independências dos países africanos de língua oficial portuguesa e de Timor-Leste. Os seminários decorrem online, sempre que possível na data a assinalar, todos os meses, pelas 16 horas, ao longo de 2023. Esta atividade está integrada na iniciativa do CES, «50 anos de Abril».

16.10.2023 | by martalanca | Tramas da Memória

Memórias em Tempo de Amnésia II, de Álvaro Vasconcelos

Neste segundo volume de Memórias em Tempo de Amnésia, acompanhamos o percurso de Álvaro Vasconcelos da África colonial para a Europa, num reencontro com Portugal lá fora, em Bruxelas e Paris.Relata o encontro com exilados políticos e da guerra e com os emigrantes, que se iam integrando na vida democrática, mesmo que a ditadura procurasse afastá‐los da luta pela liberdade, ampliando a narrativa lusotropicalista e transformando a saudade em mito identitário nacional.É uma crónica dos longos anos 60 que terminaram, como este livro, com o 25 de Abril e o Primeiro de Maio de 1974. Um retrato da revolução cultural dos anos 60, que teve o seu epicentro em Maio de 68, em Paris, que desconstruiu a sociedade patriarcal e ampliou os direitos humanos, afirmando o feminismo e tornando o racismo e o machismo ilegítimos. O livro é a afirmação do dever de memória sobre a brutalidade e a miséria do Portugal da ditadura, lembtando os que se revoltaram em nome da liberdade, na multiplicidade de vozes de militantes políticos, artistas, ativistas associativos, num tempo em que a Europa democrática, que tirara as lições da Segunda Guerra Mundial, era terra de asilo e de  solidariedade antifascista.Aqui ouvimos vozes dessa geração, como, entre outras, a de Maria Teresa Horta,  Sérgio Godinho, Hélder Costa, Helena Cabeçadas, Ana Benavente, Teresa de Sousa, Irene Pimentel, Mário Mesquita, Pedro Bacelar de Vasconcelos, João Escórcio, João Bernardo Honwana, Miguel Dias Vaz. Em conversa com Álvaro Vasconcelos, relatam as aspirações e os  ideais que permitiram a conquista da liberdade e o fim do colonialismo. O livro integra também a memória dos processos que permitiram que utopias libertadoras se empedernissem em totalitarismos mortíferos, que o niilismo triunfasse, ao mesmo tempo que surgiam os primeiros sintomas da contrarrevolução conservadora – que ganhou ainda mais força neste século, com o ressurgimento da extrema-direita.

15.10.2023 | by martalanca | Memórias em tempo de amnésia

Amy Halpern, Noémia Delgado e Claire Atherton em destaque no regresso do Doc's Kingdom ao Alentejo

Doc’s Kingdom – Seminário Internacional de Cinema Documental vai decorrer pela primeira vez em Odemira, de 30 de novembro a 5 de dezembro. Este ano, a programação fica a cabo de Elena Duque, selecionada através de um concurso público internacional. Sob o título “Corte-Travessia”, a montagem será o tema central do programa que mergulha na obra das cineastas Amy HalpernNoémia Delgado e Rose Lowder. Está também confirmada a presença da montadora Claire Atherton, colaboradora habitual de Chantal Akerman. A iraniana Maryam Tafakory, a portuguesa Beatriz Freire, a venezuelana Valentina Alvarado Matos, o chileno Carlos Vásquez, a espanhola Miriam Martín e o francês Érik Bullot são os outros convidados desta edição de 2023.
 
Amy Halpern, figura incontornável do cinema independente e experimental norte-americano, partiu no ano passado mas deixou atrás de si um legado de criatividade e liberdade consubstanciado em quase 40 curtas-metragens e numa única longa, Falling Lessons, que será exibida em 16mm durante o seminário em Odemira e terá nova projeção na Cinemateca Portuguesa a 9 de dezembro. O filme, que inspirou a programação desta edição do Doc’s Kingdom, é uma experiência cinematográfica concretizada através da montagem de 200 rostos humanos e animais, numa confrontação com o olhar no seu sentido mais político.
 
Como de costume, a programação completa do Doc’s Kingdom - com excepção do filme de Halpern anunciado acima - será mantida em segredo até ao início de cada sessão. Certo é que todos os participantes mergulharão também na obra de Noémia Delgado (1933-2016), autora do pioneiro documentário etnográfico sobre os caretos tradicionais de Trás-os-Montes, Máscaras (1976). A realizadora e também reconhecida montadora, ligada desde os anos 1960 à geração do Cinema Novo, que então procurava revolucionar a produção cinematográfica portuguesa, foi assistente de Paulo Rocha em Mudar de Vida (1966) e de Manoel de Oliveira em O Passado e o Presente (1971), e estagiou com Jean Rouch.

SOBRE OS CONVIDADOS
 
Claire Atherton, montadora de excelência e parceira de Chantal Akerman nos seus filmes durante mais de três décadas, é a convidada especial desta edição do Doc ‘s Kingdom, dedicada à “montagem como ferramenta de pensamento” de que fala a curadora Elena Duque. Natural de São Francisco, Claire Atherton trabalhou com montadora em documentário, ficção e outras formas audiovisuais, ao lado de Akerman mas também de muitos outros cineastas, como Luc Decaster, Emmanuelle Demoris ou Éric Baudelaire. Em 2019, recebeu o Vision Award Ticinomoda por ocasião da 72ª edição do Festival Internacional de Cinema de Locarno, tornando-se a primeira mulher a vencer o prémio.
 
A franco-peruana Rose Lowder dedicou boa parte da sua vida às belas-artes e ao cinema experimental. Foi co-fundadora do Archives du film expérimental d’Avignon (AFEA, 1981) e durante décadas programou a projeção de filmes raros ou raramente exibidos. Aos 82 anos, continua a ser um dos nomes mais influentes do cinema experimental, também através da sua investigação sobre percepção visual e composição, através da gravação e do entrelaçar de imagens sucessivas, abordando a montagem a partir da unidade mínima do cinema: o fotograma.

 

Maryam Tafakory reparte o seu tempo entre Shiraz e Londres. Trabalha com imagens, palavras e sentimentos para criar colagens textuais e fílmicas que juntam poesia, documentário, performance, arquivos e material encontrado. Interessa-se por representações de apagamento, secretismo e violência dos organismos reguladores invisíveis. Os seus projetos assentam sempre numa forte investigação e analisam o que é frequentemente negligenciado e descartado como trivial, excessivo ou não científico. Tem em curso um conjunto de ensaios vídeo que dialogam com o cinema iraniano pós-revolução. A sua obra, vastamente premiada, foi exibida internacionalmente, incluindo no MoMA, em Locarno e na Quinzena dos Cineastas de Cannes.
 
O trabalho artístico da portuguesa Beatriz Freire tem o foco na tecelagem e no têxtil como suporte de ideias e/ou como temática de estudo. Em paralelo, investiga a relação entre o texto e o tecido, e o sentido do táctil na percepção do mundo. Está neste momento a trabalhar em peças e performances que relacionam a materialidade do cinema com a materialidade do tecido e com a montagem.
 
Miriam Martín realizou em 2019 a curta-metragem La espada me la ha regalado e, em 2023, Vuelta a Riaño. Utiliza a dialética da montagem para confrontar por meio de imagens e sons as dúvidas pendentes da história recente de Espanha. Atuou como programadora em várias instituições.
 
Valentina Alvarado Matos trabalha sobre temas como a diáspora por meio da colagem e do trabalho com a linguagem. Carlos Vásquez, por sua vez, actua em duas vertentes: o cinema como dispositivo; e os traços do colonialismo e da violência da história do território chileno. Juntos, investigam a imagem em torno do dispositivo cinematográfico. Participaram recentemente em programas de projeção na Microscope Gallery e no Anthology Film Archives. Na primavera de 2023, estrearam a performance FFF no Museum of Moving Image em Nova Iorque e foram selecionados para o Barcelona Producciò. São autores de várias instalações e outros projetos apresentados internacionalmente. Atualmente, são ambos artistas residentes no centro de artes catalão Hangar e as suas obras fazem parte do catálogo de distribuição de filmes Light Cone em França.

Érik Bullot (França, 1963) é um cineasta e teórico. Os seus filmes baseiam-se na tradição do cinema ensaístico, tecendo associações inteligentes entre imagens e conceitos díspares e foram exibidos em numerosos festivais e instituições internacionais. Publicou vários livros sobre cinema, incluindo Sayat Nova (Yellow Now, 2007), Renversements 1 & 2. Notes sur le cinéma (Paris Expérimental, 2009 e 2013), Sortir du cinéma (Mamco, 2013), Le Film et son double (Mamco, 2017), Roussel et le cinéma (Nouvelles Éditions Place, 2020) e L’Attrait des ventriloques (Yellow Now, 2022).
 
PARCERIAS ALENTEJANAS
 
Com um caminho de mais de 20 anos que remonta a 2000 e às primeiras edições em Serpa, o Doc’s Kingdom teve momentos de itinerância nos Açores e em Almada, e chamou casa a Arcos de Valdevez durante as últimas oito edições. Agora, provando mais uma vez que não pertence a um lugar, mas que se encontra e adapta em cada um dos lugares em que se inscreve, o seminário assenta arraiais em Odemira, lugar de Portugal onde o presente global, complexo e pulsante do mundo em que vivemos se sente como em poucos outros.
 
Neste primeiro ano em Odemira, o Doc’s Kingdom alia-se a várias instituições locais, desde logo à Rota Vicentina – Associação para a Promoção do Turismo de Natureza na Costa Alentejana e Vicentina, em busca de pôr o corpo em prática durante o seminário; e a Cultivamos Cultura - Associação Cultural, que se dedica a promover a experimentação em artes visuais e a sua interseção com a ciência e a tecnologia. A estas entidades juntam-se a Câmara Municipal de Odemira e a Direção Regional de Cultura do Alentejo.
 
O Doc ‘s Kingdom, agora sob a direção de Marcia Mansur, deseja ser um espaço de pensamento aberto não só a cinéfilos mas também a cine-entusiastas, a quem queira pensar o mundo através do cinema - e o cinema em conjunto com os lugares que habitamos. Nesse sentido, outra das parcerias locais relevantes é exactamente com quem tem feito por isso no Baixo Alentejo: o Cinema Fulgor, organização de cariz móvel e projecionista - à qual está ligada a cineasta Sílvia das Fadas, que já teve os seus filmes mostrados no Doc’s Kingdom - e que pretende participar na construção de uma ruralidade viva e autónoma, convocar e nutrir as diversas e dispersas comunidades, propondo o cinema enquanto experiência comunal e ecológica.


 
BOLSAS E INSCRIÇÕES
 
Para fomentar novas possibilidades de imersão e avanço profissional, o Doc’s Kingdom abre duas vagas para uma nova bolsa destinada a programadores e programadoras internacionais que poderão participar do Doc’s Kingdom com todas as despesas pagas. Deste modo, estarão depois habilitados a participar do concurso público que será lançado a cada ano para a programação do seminário e  que tem como condição essencial a participação numa edição anterior. 
 
Além das bolsas para programadores, serão oferecidas quatro bolsas de participação no âmbito do programa Dear Doc. Organizado pelo Doc’s Kingdom desde 2016, este programa é destinado a cineastas, críticos, programadores, investigadores e artistas em início de carreira, portugueses ou residentes em Portugal, com vista a tornar o oferecer ao grupo de participantes um aprofundamento da experiência do seminário, com enfoque no arquivo e na reflexão crítica sobre a programação de cinema.

Ambas as modalidades de bolsas de participação contemplam ainda uma série de eventos exclusivos nos dois dias que antecedem o arranque do encontro em Odemira.
 
As vagas para participação no seminário estão abertas e serão preenchidas por ordem de inscrição. Todas as informações estão disponíveis no site www.docskingdom.org e no formulário de inscrição disponível aqui.
 
sobre o Doc’s Kingdom
Doc’s Kingdom - Seminário Internacional de Cinema Documental é um projeto único no panorama nacional e internacional, que se define como um espaço dedicado ao pensamento crítico, ao debate horizontal, ao estudo e entendimento do cinema documental contemporâneo, nas suas formas mais inovadoras ou experimentais. 

 

sobre Elena Duque
Elena Duque (hispano-venezuelana) é programadora, realizadora, crítica e professora. Estudou na Universidad Complutense de Madrid e na ECAM (Escuela de Cinematografía y del Audiovisual de la Comunidad de Madrid), actualmente vive e trabalha entre Madrid e a Galiza. É programadora da (S8) Mostra de Cinema Periférico na Corunha, Galiza, desde 2013, onde também dirige o departamento editorial. Destaca-se o trabalho como programadora no Festival de Cinema Europeu de Sevilha (2013-2022) e da secção “La invitación al viaje” na Semana de Audiovisual Contemporâneo de Oviedo, ou como moderadora de Q&A’s no IFFR - International Film Festival Rotterdam (2015-2023). Foi responsável pela curadoria de ciclos em instituições como CCCB em Barcelona, Los Angeles Film Forum, San Francisco Cinematheque, Tabakalera em San Sebastián, assim como nos festivais VideoEX em Zurique, Images Festival em Toronto, ou Nomadica em Brescia. É professora na Universidade Camilo José Cela, em Madrid. Participa em conferências, aulas e workshops regularmente, destacando-se instituições como Master LAV (2016-2022), CA2M e La Casa Encendida (Madrid), CinemaAttic (Edimburgo), MUTA Festival de Cine de Apropiación (Lima), Xcèntric - CCCB (Barcelona), Cinemateca de São Paulo e Cinemateca de Porto Alegre. Foi editora dos livros Val del Omar. Más allá de la órbita terrestre (BAFICI, 2015), 8 super 8 e La mecánica de la luz (S8 Mostra de Cinema Periférico, 2017-2020). É autora dos capítulos “Rose Lowder, Single Frame Worker”, publicado no livro Bouquets. Rose Lowder (Eyewash Books, Paris, 2023) e “Jeannette Muñoz. Una apertura al mundo”, no livro Meditaciones sobre el presente. Ute Aurand, Helga Fanderl, Jeannette Muñoz y Renate Sami (Punto de Vista, Pamplona, 2020). Como crítica, publicou textos em revistas e publicações como Lumière (2014-presente), Caimán Cuadernos de Cine (2010-2022), Blogs CCCB (2016-2020), La Furia Umana (2013-2015), Détour (2011-2013), A Cuarta Parede (2011). Como realizadora, trabalha com animação e colagem, através de exercícios plásticos que incorporam formatos analógicos. Os seus filmes foram exibidos em festivais e instituições a nível mundial. Foi artista convidada no Doc’s Kingdom 2021.

 

sobre Marcia Mansur
Nascida em 1979, no Rio de Janeiro, Marcia Mansur é gestora cultural, realizadora e produtora executiva, baseada em Lisboa. Doutora em antropologia (UNICAMP, Brasil), especializou-se em Administração de Artes na Universidade de Nova Iorque. Tem 18 anos de experiência na construção de parcerias, criação de estratégias e modelos de negócio para organizações culturais e já colaborou com instituições progressistas do Brasil (Vídeo nas Aldeias), EUA (UnionDocs) e Reino Unido (British Council), tanto em eventos comunitários (Festival de Cineastas Indígenas) como internacionais (Olimpíadas Rio). Co-fundadora e co-diretora do Estúdio CRUA, que atua entre Brasil e Portugal, suas produções visuais entrelaçam património cultural e arquivos, e expandiram-se do filme para a instalação e os meios interactivos. Aplicou a linguagem cinematográfica em experiências transmídia, cine-concertos e exibições ao ar livre. Marcia discute como o imaginário complexo permeia as relações entre o visível e o imaginado, entre a memória e a experiência do presente. A primeira longa-metragem que co-dirigiu foi incluída no Festival de Cinema Biarritz Amérique Latine (França, 2017) e no Margaret Mead Film Festival no Museu de História Natural de Nova Iorque (EUA, 2018), entre outros. Entre as exibições importantes contam-se festivais no Nepal, Colômbia, Macedónia e Grécia, com distribuição internacional pelo Documentary Educational Resources e Royal Anthropological Institute. As suas obras têm sido apresentadas em algumas instituições internacionais como o Museo Etnográfico de Castilla Y León (Espanha, 2018) e Paço Imperial (Brasil, 2020). Marcia participou de residências artísticas no Museu da Imagem e do Som de São Paulo (Brasil, 2018) e no Lizières Centre Culturel (França, 2017); também foi premiada como Melhor Projeto Transmídia na Muestra de Antropología Audiovisual de Madrid (Espanha, 2018) e como Melhor Documentário no Festival de Cinema Arquivo em Exibição (Brasil, 2022).

 

13.10.2023 | by martalanca | doc's Kingdom

DIAS DO JAZZ – Um dos estilos musicais mais aclamados apresenta-se em mais uma edição deste evento, para ver em outubro e novembro.

Uma das melhores formas de celebrar o jazz está de regresso ao palco do Grande Auditório do CCC das Caldas da Rainha e traz nomes fortes, a nível nacional e internacional, agora com a designação de “Os Dias do Jazz”.

A fechar o festival Dias de Jazz, no sábado, há lugar para a voz e o som de Carmen Souza numa combinação entre as sonoridades tradicionais cabo-verdianas com o som do jazz“Interconnectedeness”, o décimo álbum da cantora, é um trabalho que expõe as fragilidades trazidas pela pandemia e explora a forma como nos ligamos. A voz quente e jazzística de Carmen Souza, considerada pelas revistas da especialidade como garantia de sucesso, é a ideal para criar esta ligação musical de diferentes origens negras. O concerto terá lugar no dia 11 de novembro, às 21h30, e encerra a edição dos “Dias do Jazz” deste ano.

Em alguns dias de concerto, é ainda possível seguir a música até ao Café-Concerto do CCC, onde serão apresentadas as “Jam Sessions”, com convidados especiais, numa colaboração com o Hot Clube de Portugal e outras atividades paralelas.

Carmen SouzaCarmen Souza

12.10.2023 | by martalanca | carmen souza