"Fénix, O Impossível Não Existe", de Gisela Van-Dunann

A psicóloga Gisela Van-Dunann lança no dia 7 de agosto, sábado, às 16h, o seu primeiro livro intitulado Fénix – O Impossível Não Existe, no Espaço Espelho d’Água, em Lisboa. O evento conta com a presença da autora, da apresentadora Nádia Silva, da cantora Khira, de Marcelo Camargo e Bianca Camargo. A obra é uma espécie de autobiografia de Van-Dunann e traz ao debate questões como a naturalização do abuso sexual, da parentalidade violenta, da depressão, dos efeitos dos maus tratos na infância e um questionamento pertinente: “É possível conciliar a fé e a ciência na recuperação da depressão e dos traumas?”

Até que ponto o ser humano é posto à prova? Esta é a pergunta que Gisela Van-Dunann vai tentar responder, após ter “morrido várias vezes” e ter renascido, como uma fénix, nome que veio a entitular o seu livro.

Existem sociedades onde há abusos que não são vistos como tal. O abuso sexual de menores tem, em muitos países africanos, uma dimensão que quase podemos chamar cultural. As vítimas costumam ser raparigas menores porque, em determinados países, “quando uma menina atinge a puberdade, já não é abuso” e a parentalidade violenta é vista como educação.

Neste relato biográfico, como paciente e terapeuta, Gisela faz uma descrição detalhada de situações traumáticas a que esteve sujeita, desde: rejeição, abusos, tortura, entre outras calamidades, o que veio facultar-lhe uma visão interna do funcionamento do trauma no ser humano a nível emocional e fisiológico.

O livro soluciona muitas dúvidas que as pessoas costumam ter sobre esta doença silenciosa e invisível a que se dá o nome de depressão. Como funciona a mente destas pessoas? Se é possível recuperar? Se a recuperação depende de força de vontade? Gisela vai responder como é que se chega e o mais importante como é que se saí de um dos piores destinos da atualidade, a depressão.

Numa altura que se fala imenso sobre saúde mental ou depressão, a doença que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) afeta cerca de 120 milhões de pessoas no mundo, fazendo com que a doença seja a principal causa de invalidez e uma das principais causas das baixas laborais em países desenvolvidos. A OMS prevê que em 2030 a depressão será a segunda maior causa de incapacidade em todo o mundo.

Fénix – O Impossível Não Existe é uma história de resiliência humana. Um livro que fala sobre as alterações que acontecem a nível cerebral especificamente nas vítimas dos maus tratos e do abuso sexual, como é que funciona o cérebro das pessoas que passam por traumas. Traumas que a Psicologia por si não consegue explicar como se superam, nem a medicina criou ainda medicamentos que os convalesçam.

Desta forma, Gisela traz para o debate um questionamento pertinente, será que é possível conciliar a fé e a ciência no estudo e na recuperação do ser humano. A obra mostra aos leitores qual foi a chave da cura da autora.

Gisela Van-Dunann é natural de Lisboa. Psicóloga Clínica formada na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Criadora do Fénix Bootcamp, um grupo de terapia intensiva online estruturada de modo a alcançar o maior número de pessoas possível em resposta à crescente procura de apoio psicológico derivada à pandemia da Covid-19. É coordenadora do Grupo de Apoio às Mulheres, diaconisa e líder de equipa no Arena Jovem na Comunidade Evangélica SNT Lisboa.

Poliglota e autodidata, é uma amante do conhecimento, o que a permite intervir terapeuticamente na terapia individual, de casal e familiar em 5 línguas diferentes e em vários países.

Nas suas redes sociais partilha vídeos, sábias e edificantes reflexões sobre os mais variados temas da Psicologia como parentalidade, autoestima, ansiedade, entre outros.

Desde janeiro de 2021, apresenta na RTP África o programa Viva Saúde. Participou também em palestras e programas televisivos.

02.08.2021 | par martalanca | abuso sexual, Fénix

UNA - União NEGRA das Artes

AṢẸ! SOMOS A UNA!

É com alegria que lançamos publicamente a UNA - União NEGRA das Artes, constituída em Abril de 2021, no seio da luta antirracista em Portugal e na sequência das diversas manifestações e debates recentes em torno da reivindicação de direitos humanos, da descolonização do conhecimento e da valorização do legado artístico-cultural protagonizado por pessoas negras. Estamos felizes por constituir esta associação que visa defender os interesses específicos da negritude no setor cultural, tendo em conta as continuidades históricas do racismo colonial que, até hoje, mantém assimetrias profundas que dificultam a criação, a fruição, o acesso, a produção, a programação e, consequentemente, a representatividade negra no setor artístico em Portugal.

Somos um espaço aberto para quem se reveja nos nossos princípios - celebração, denúncia, transparência, interseccionalidade, horizontalidade, representatividade e ancestralidade - e pretenda combater as desigualdades raciais historicamente construídas assim como celebrar o nosso longo e rico legado artístico.

Os nossos principais objetivos são a promoção, elevação e fortalecimento da representatividade negra no campo artístico, assim como o reconhecimento e a valorização do património imaterial da população negra em Portugal.
O nosso foco principal é contribuir para a elaboração de políticas de reparação e medidas de ação afirmativa no setor cultural, em articulação com artistas, movimentos sociais, entidades públicas e privadas. Cabe-nos também produzir dados e ferramentas que evidenciem as desigualdades raciais, através de um auto-mapeamento ao nível nacional.

Somos uma equipa diversificada composta por 35 pessoas que desenvolvem o seu trabalho no setor cultural em vertentes artísticas abrangentes, enquanto artistas, mas também nas áreas da gestão cultural, agenciamento, curadoria, programação, investigação e arte-educação.

O nosso trabalho já começa a dar frutos, e este é um momento de importante celebração para o setor artístico e a sociedade civil, pois a ponte de diálogo estabelecida entre a União Negra das Artes e a Direção Geral das Artes, resultou na adição de um novo subcritério de apreciação no Programa de Apoio a Projetos 2021, que valoriza a inclusão de elementos que representem a diversidade étnico-racial, designadamente de afrodescendentes.

ARTE, UNIDADE E LUTA!

UNA - União Negra das Artes

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comunicacao@uniaonegradasartes

02.08.2021 | par Alícia Gaspar | arte, cultura, DGA, multiculturalidade, negritude, Portugal, união negra das artes