The Ministry of Transformation

A fanzine “The Ministry of Transformation” foi apresentada na exposição “Arte In’Visible", curadoria de Elvira Dyangani Ose, para o pavilhão africano da feira de arte de Madrid ARCO 2010.

O tema do pavilhão africano centrou-se na cidade: “What makes a place a city?”

Tiago Borges concentrou o seu trabalho na transposição da iconografia e heráldica das “nações” africanas para o formato de difusão “raw” das fanzines. Ao decompor os signos visuais que identificam colectiva e historicamente cada país africano (hinos, bandeiras, etc.), propõe-nos a interpretação aberta dos códigos de identificação de um país, acabando por 'transbordar' a ideia de lugar africano.

Segundo Tiago Borges (a partir de “e-mails” enviados):

Estamos todos cansados dos arquétipos de cidade, da cidade africana, do contexto africano que é exactamente uma copia (nos moldes 'oficiais' e nos planos urbanos) dos contextos urbanos europeus, e este processo tornou-se um copy paste na história, com uma inevitável perda de magia, calor e cor, potenciais elevados no lugar do imaginário africano (...)
The Ministry of Transformation anda à volta da ideia de uma leitura poetica de 'africa' (esse nome, esse continente, esses milhões de pessoas). (...)
Todas aquelas 'armas' todos aqueles hinos fixos por uma história… Mas no final vamos ter sempre a uma ideia de transitoriedade. África ou essa ideia, não são fixas, é um lugar fantasma, espírito na revolução que se esta a fazer (...) Então talvez a pertinência de um ministério da transformação faça sentido, um pólo de reflexão e de escape a arquétipos falhados, aborrecidos e moles.

Marta Mestre