‘A prática, porém, encarregar-se-ia de desbloquear a situação’: Cinema e antropologia a partir da obra visual de Ruy Duarte de Carvalho

‘A prática, porém, encarregar-se-ia de desbloquear a situação’: Cinema e antropologia a partir da obra visual de Ruy Duarte de Carvalho A partir da revisitação da sua filmografia, em particular da série documental Presente Angolano, Tempo Mumuíla (1979) e da ficção Nelisita (1982), bem como através da análise das reflexões encetadas pelo autor no ensaio O Camarada e a Câmara (1984), o presente artigo procura contribuir para a discussão teórica em torno das possibilidades de um encontro entre cinema e antropologia para além do filme etnográfico.

Ruy Duarte de Carvalho

18.07.2023 | por Sofia Afonso Lopes

Conhecer e animar o arquivo de RDC: processos e resultados a partir de uma inventariação

Conhecer e animar o arquivo de RDC: processos e resultados a partir de uma inventariação Recorro aos materiais produzidos por Carvalho durante um longo período de tempo para mostrar algumas dimensões do seu processo criativo, procurando fornecer uma primeira interpretação destas em relação a algumas das suas obras. Uso livremente várias áreas exploradas pelo autor, concentrando-me, porém, sobretudo em dimensões gráficas e visualmente estimulantes. Combino essa discussão com a apreciação de alguns resultados do que chamo “animar” este arquivo obtidos através da inventariação e apresentados na exposição, e termino enquadrando um dos vídeos baseados em material de arquivo nela apresentado.

Ruy Duarte de Carvalho

08.10.2020 | por Inês Ponte

ARQUIVO BUALA: vários narradores de uma história interminável - 26/8 a 13/9 Espelho d'Agua

ARQUIVO BUALA: vários narradores de uma história interminável - 26/8 a 13/9 Espelho d'Agua Podemos sentar para ativar o arquivo das séries de Mauro Pinto, Ihosvanny, Tchalé Figueira, Carlos Correia, Maíra Zenun, Lana Almeida, Jordi Burch, Nuno Awouters, Patrícia Lino, René Tavares, Lubanzadyo Mpemba, Andrea Paz, Ismail Aydin, Délio Jasse, Andrew Esiebo, Pascale Marthine Tayou, Djaimilia Pereira de Almeida, Albano Costa Pereira, Ruy Duarte de Carvalho, Reinata Sadimba, Marta Lança, Zanele Muholi, Rui Sérgio Afonso, John Liebenberg, Silvana Rezende, Mourad Charrach, Uche James-Uroha e Inês Gonçalves.

Vou lá visitar

24.08.2020 | por Marta Lança

Outros lugares, outros tempos.Viagens pela pós-colonialidade com Ruy Duarte de Carvalho

Outros lugares, outros tempos.Viagens pela pós-colonialidade com Ruy Duarte de Carvalho Qual a relevância da obra de Ruy Duarte de Carvalho para se pensar a pós-colonialidade? É esta a questão que me parece quase óbvia, quando releio os seus textos, sobre eles reflicto, neles reencontro propostas que, escritas a partir de outros lugares ou de lugares idênticos – África, Europa, Brasil –, me suscitam interrogações semelhantes, formas de ler o passado e o presente em que me revejo mais facilmente do que em outros autores.

Ruy Duarte de Carvalho

16.09.2014 | por Manuela Ribeiro Sanches

Antropologia e literatura: a propósito e por causa de Ruy Duarte de Carvalho

Antropologia e literatura: a propósito e por causa de Ruy Duarte de Carvalho Ruy Duarte de Carvalho descobriu e praticou uma antropologia pós-moderna e pós-colonial sem pagar o preço da etiqueta ou as quotas do partido. Antes de Ana a Manda, tese de doutoramento sobre o contexto muxiluanda, a sua produção literária fora da antropologia no sentido estrito já estava encaminhada e já revelava as possibilidades da multiplicação dos géneros e da sua hibridação – justamente uma característica da pós-colonialidade e uma das receitas agora tão repetidas para a invenção de novas textualidades e autorias.

Ruy Duarte de Carvalho

16.09.2014 | por Miguel Vale de Almeida

Exposição de aguarelas de Ruy Duarte de Carvalho em Lisboa

Exposição de aguarelas de Ruy Duarte de Carvalho em Lisboa Durante os dias de exibição do espectáculo "Paisagens Propícias" pela Companhia de Dança Contemporânea Angolana poderá ver a exposição de aguarelas no Teatro Camões em Lisboa. Nas palavras de Ana Paula Tavares: "Espaços incorporados surgem aqui tratados da maneira certa seguindo o traçado das suas antiquíssimas formas subjugadas a novas perspectivas que obrigam o olhar a elevar-se do chão para seguir a dupla organização das espécies (muros, prédios, varandas, esquinas) enquanto espaço habitado e representado em sequência pois a sua mais primitiva materialidade muda. Era uma vez uma cidade, seus centros em movimento contínuo, suas três dimensões invertidas, seus habitantes e suas falas."

Ruy Duarte de Carvalho

18.01.2013 | por vários

Guimarães Rosa lido por africanos: impactos da ficção rosiana nas literaturas de Angola e Moçambique

Guimarães Rosa lido por africanos: impactos da ficção rosiana nas literaturas de Angola e Moçambique Este artigo mostra como a ficção de Guimarães Rosa foi lida por escritores de Angola e Moçambique, mais especificamente por Luandino Vieira, Ruy Duarte de Carvalho e Mia Couto, atentando para os impactos da obra rosiana na produção desses escritores. Pretendo também destacar a dimensão política das estratégias poético-ficcionais rosianas, percebida de imediato pelos mencionados escritores africanos.

A ler

14.12.2012 | por Anita Martins de Moraes

Paisagens Propícias

Paisagens Propícias A Companhia Dança Contemporânea Angola abraçou este grande desafio, para adequar gestos que passo a passo se revelavam, à condição das imagens adoptadas da escrita de Ruy Duarte de Carvalho, dos seus filmes, dos seus desenhos, da sua fotografia, dos seus diários de campo e do seu olhar - que tão generosamente nos chegou através das palavras de quem com ele cruzou a vida. há gestos que repetem outros gestos e corpos velhos a temperar a juventude e outros.(...) Ruy Duarte Carvalho

Ruy Duarte de Carvalho

19.11.2012 | por João Lucas, Rui Lopes Graça e Ana Clara Guerra Marques

Discurso etnográfico e representação na ficção africana de língua portuguesa: notas sobre a recepção crítica de Mia Couto e o projeto literário de Ruy Duarte de Carvalho

Discurso etnográfico e representação na ficção africana de língua portuguesa: notas sobre a recepção crítica de Mia Couto e o projeto literário de Ruy Duarte de Carvalho investiga as noções de representação implicadas no uso de materiais etnográficos para estudo das literaturas africanas de língua portuguesa. Discute, inicialmente, como essas literaturas têm, desde suas primeiras manifestações, se aproximado da antropologia, propondo-se como retrato de sociedades não-ocidentais. Analisa, em seguida, como esta expectativa de retrato se insinua na recepção crítica de um romance contemporâneo, Terra Sonâmbula (1992), do moçambicano Mia Couto. Propõe, então, por meio da análise do romance Os papéis do inglês (2000), que o projeto literário do escritor angolano Ruy Duarte de Carvalho resiste a este tipo de expectativa, problematizando-a.

Ruy Duarte de Carvalho

10.10.2011 | por Anita Martins de Moraes

A propósito da morte de RUY DUARTE DE CARVALHO

A propósito da morte de RUY DUARTE DE CARVALHO O Ruy Duarte de Carvalho, poeta, antropólogo, cineasta, artista plástico, angolano por adopção, nascido em Portugal, morreu na Namíbia, em Swakopmund, numa espécie de exílio voluntário. Soube da sua morte, por mensagem do Gégé Belo, e logo pensei: “É mesmo verdade, os grandes homens já morreram, e muitos deles morrem no exílio…”

Ruy Duarte de Carvalho

10.09.2011 | por Justino Pinto de Andrade

Secção Ruy Duarte de Carvalho

Secção Ruy Duarte de Carvalho Pretendemos divulgar aspectos mais dispersos da obra de Ruy Duarte de Carvalho através deste arquivo digital que disponibiliza alguns textos do autor e sobre autor, fotografias e audiovisuais, facilitando a acessibilidade a conteúdos diversificados que intersectam a sua obra. Uma obra que permanece intensa, por ler e descobrir, pensar e relacionar.

Ruy Duarte de Carvalho

24.05.2011 | por Buala

Ruy Duarte dá nome a escola do Namibe

Ruy Duarte dá nome a escola do Namibe Localizada no Bairro dos Eucaliptos, junto à nova esquadra policial da comuna do Forte Santa Rita e do Centro de Saúde, no Namibe, a sul de Angola, a instituição de ensino chama-se "Escola Rui Duarte de Carvalho", em homenagem àquele que foi a figura catedrática e emblemática do mosaico cultural da terra dos mucubais.

Cidade

28.03.2011 | por João Upale

Swakopmund Galore

Swakopmund Galore Voltar a Swakopmund é estranho, fora da estação há sempre uma neblina na cidade e, dado que tudo fecha às cinco da tarde, a cidade fica deserta, quase abandonada, uma velhinha que passeia por ali, uns namorados acolá, mas fora isso é Twin Peaks

Ruy Duarte de Carvalho

17.01.2011 | por Luhuna de Carvalho

A viagem desmedida

A viagem desmedida Esta é a história de um rio que desce pelos sertões. De uma viagem que foram três e deu um livro. De uma amizade entre uma brasileira e um angolano. Em 2006, Daniela Moreau acolheu e acompanhou Ruy Duarte de Carvalho ao longo da bacia do São Francisco. E esteve na homenagem in memoriam ao escritor, no festival de cinema do Estoril.

Ruy Duarte de Carvalho

12.11.2010 | por Alexandra Lucas Coelho

Tem viagens e tem fugas, pela África do Sul com Ruy Duarte de Carvalho

Tem viagens e tem fugas, pela África do Sul com Ruy Duarte de Carvalho Ruy Duarte de Carvalho foi o grande impulsionador da viagem e o guia deste relato. A comitiva era a seguinte: o Luhuna, que ia recolhendo numa câmara materiais de observação direta; o Miguel, certeiro nas impressões e navegações espaciais; e as Martas – avivando a conversa, gerindo a logística da viagem. Ninguém, à exceção do Ruy, sabia grande coisa sobre a África do Sul para lá das suas tensões recentes.

Ruy Duarte de Carvalho

08.11.2010 | por Marta Lança

Da Etnicidade ao Simbolismo: três olhares sobre a etnia Kuvale

Da Etnicidade ao Simbolismo: três olhares sobre a etnia Kuvale A etnia kuvale para além de observada e estudada do ponto de vista antropo-sociológico constituiu e constitui um elemento importante na construção da memória e identidade angolanas, sendo transversal ao período colonial e pós-colonial. Através de três olhares antropo-literários, de Augusto Bastos, Pepetela e Ruy Duarte de Carvalho, reconstruiremos esse simbolismo e a actualidade do mesmo, percorrendo o caminho que medeia entre a recolha etnográfica (muitas vezes com base na compilação de relatos orais) e a sua exposição sob a forma da palavra escrita.

Ruy Duarte de Carvalho

23.09.2010 | por Cátia Miriam Costa

Ruy Duarte de Carvalho nas margens da terra angolana

Ruy Duarte de Carvalho nas margens da terra angolana Através dos provérbios e de outras manifestações colectivas da sua cultura, abre-se a uma voz impessoal capaz de captar tanto as observações mais terra-a-terra, relacionadas com a vida de todos os dias, como os mitos fundadores da cultura local. O seu discurso nada tem de dogmático; ele faz-nos ler as reflexões do autor sobre o seu próprio trabalho, o seu medo obsessivo de trair ou de conhecer mal este ou aquele acontecimento, este ou aquele comportamento, a alegria decorrente do sentimento de ter penetrado no que é a beleza feminina, de ter avaliado a importância das transumâncias, de ter conseguido fazer de uma zona desértica o seu momento de vida material e intelectual.

Ruy Duarte de Carvalho

23.09.2010 | por Gérard Chalendar e Pierrette Chalendar

Mukanda ao Ruy Duarte de Carvalho

Mukanda ao Ruy Duarte de Carvalho Voz transmudante e transumante, inaugural. E desse teu dizer primevo, um apuro e um rigor encantatórios se vieram sedimentando num tom crescente de métrica libertária e de epopeia, para se afirmarem cada vez mais como um dizer poético de sábio e longuíssimo fôlego, e caracterizar toda a tua obra, na qual, “as artes de que sobretudo [dás] notícia são aquelas expressões da actividade humana imediatamente ligadas ao exercício de estar vivo e dar continuidade à vida.”

Ruy Duarte de Carvalho

25.08.2010 | por Zetho Cunha Gonçalves

Ruy Duarte de Carvalho: o cacto e sua água ímplicita

Ruy Duarte de Carvalho: o cacto e sua água ímplicita Como brasileira, persigo na sua viagem pelos nossos sertões, e não só, o encantamento e a capacidade de, no chão tão batido por outros viajantes, descobrir o inédito, elaborá-lo, convertê-lo em prosa, contrapondo as imagens do país apreendidas na errância às que colheu nas leituras desde a adolescência em Moçâmedes. Na escrita dessa experiência, compreendi o sentido de desmedida. Não a do país de dimensões continentais, mas a da energia do olhar que nos revela outras faces de nós mesmos.

Ruy Duarte de Carvalho

23.08.2010 | por Rita Chaves

O Conselheiro generoso

O Conselheiro generoso Era um prazer viajar com ele. Acordávamos muito cedo, “matabichávamos” juntos e depois... pé na estrada. Eu guiava no asfalto, ele na terra. Trocávamos impressões e memórias. Tínhamos todo o tempo do mundo, entre um ponto e outro do trajeto diário. Na Chapada Gaúcha, lugarejo mais próximo do Parque do Grande Sertão Veredas, subitamente o Ruy se apaixonou por uma menina que vendia flores de papel. E assim vivemos aqueles momentos.

Ruy Duarte de Carvalho

22.08.2010 | por Daniela Moreau