Veracidades (prosopoema de Erasmo Cabral de Almada): excertos sobre a vida e a morte de Amílcar Cabral

Veracidades (prosopoema de Erasmo Cabral de Almada): excertos sobre a vida e a morte de Amílcar Cabral para o reajustamento dos desastres e dos bolores, para a predicação dos ressentimentos de há muito inoculados na carne dos tempos, para a mitigação dos sonhos e das utopias de outrora, dos seus fantasmas elementares, para a subtil decapitação dos seus heróis preliminares, do merecimento da sua vida e obra, das suas palavras exemplares, sempre precursoras, dos seus gestos e actos, sempre lavradores do futuro, ainda e sempre acompanhando os passos e as afrontas de Apili,

Mukanda

30.01.2023 | por José Luís Hopffer Almada

Que bem que se está no campo ou O mito da bicha selvagem

Que bem que se está no campo ou O mito da bicha selvagem O construtor da charca e das inúmeras tentativas contra a burocracia para plantar árvores autóctones, toma a palavra dos carvalhos e do monte e das rãs. Mas é na condição de vivente igual e honesto que o faz. Transporta para o corpo, o seu, o resgate, possível, da vida. Não temer a morte, pois. As pedras e a sua charca dizem-lhe a todo o momento que a vida se transmigra de qualquer maneira, também lhe dizem que faz parte delas. Por isso e porque a charca secará em breve, um jardim, onde a tentação e o trabalho acabaram, servirá não de paraíso mas de momentâneo epílogo.

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04.12.2022 | por Josina Almeida

O corpo por vir

O corpo por vir Historicamente, os artistas têm combatido criticamente as doenças e os preconceitos na sua prática, com vista a alterar dinâmicas institucionalizadas. Num momento em que epidemias, o capitalismo e aquecimento global ameaçam todas as formas de vida, queremos interrogar os modos como as diferenças e as formas de vulnerabilidade dos nossos corpos são capturadas em categorias estruturantes das relações sociais, criando estigmas que moldam percepções normativas. Vamos debruçar-nos também sobre a forma como essa mesma vulnerabilidade implica inevitavelmente a interdependência das nossas existências. Quais são as coreografias de solidariedade e cuidado?

Vou lá visitar

10.05.2021 | por vários

Uma tentativa de escavamento da Morte

Uma tentativa de escavamento da Morte Se repararmos nas entrelinhas «do viver», a Morte não tem um padrão, embora, ao longo dos tempos, Ela tenha sido usada como arma para assassinar, sobretudo, corpos pretos nos mais distintos lugares e situações! Tentar padronizá-la e dominá-la é um ato falho, mas é possível percebê-la nos discursos políticos! Somos muito novos neste lar que chamamos de Terra. Eu tento lembrar disto todos os dias. Tento mesmo! Embora eu esqueça, muitas vezes, da minha insignificância e ignorância diante desta grandeza terráquea que não consigo mensurar.

Corpo

26.04.2021 | por Lauro José Cardoso

Se morro longe de ti

Se morro longe de ti A pandemia e esta loucura universal microscópica. Milhares de migrantes mexicanos e centro-americanos estão a morrer nos Estados Unidos. Os corpos perdem-se na burocracia, nas valas comuns e nas estatísticas. Não voltam mais a casa. No México, há quem faça enterros com caixões vazios.

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20.07.2020 | por Pedro Cardoso

Morte morrida ou morte vivida?

Morte morrida ou morte vivida? Nas sociedades tradicionais africanas, é particularmente interessante verificar o diálogo e a proximidade entre os vivos, os mortos e as re-interpretações das comunicações com o defunto e/ou a alma, antes e depois do enterro. Em alguns grupos étnicos animistas, quando uma pessoa morre, antes do enterro determinam-se as causas da sua morte pelo sacrifício de uma galinha (através da forma como saltam depois de degoladas ou então pela cor do seu umbigo), de modo a que se possa decidir se a razão da morte é digna ou não (por exemplo quando alguém é morto numa ação considerada criminosa ou decorrente dela) e, consequentemente, escolher o modo e o local do enterro – dentro ou fora da comunidade.

Corpo

05.04.2020 | por Miguel de Barros e Mónica Sofia Vaz

A Morte em tempos de negação ou a condição humana da morte (o que nos desperta a Covid-19)

A Morte em tempos de negação ou a condição humana da morte  (o que nos desperta a Covid-19) Constatar a nossa finitude é, em tempos de pandemia, angustiante. Deixa-nos com os sentidos abertos e com a sensação de que algo nos espreita. A morte desfilou nas ruas de Bérgamo e mostrou toda a sua grandeza e nos colocou diante da nossa nulidade. Não estamos preparados, muitos de nós, para constatar nossa insignificância diante dela e do mundo. Encarnada em algo tão minúsculo como um vírus, nos priva do adeus, nos priva da sociabilidade real, nos priva do convívio e da alegria plena.

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30.03.2020 | por Waleska Rodrigues de M. Oliveira Martins

Morrer por ser. O racismo estrutural na França contemporânea

Morrer por ser. O racismo estrutural na França contemporânea A atualidade francesa tem sido regularmente marcada por casos que envolvem agentes da Polícia na morte de jovens de ascendência africana. Este tema da morte violenta ligada à colonialidade do poder inscreve-se numa longa história.

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18.01.2020 | por Rachida Brahim

Fogo e Vida

Fogo e Vida A formulação crítica que aqui proponho nasce em francês porque provem do jogo do termo de Didi-Huberman (soulevement) e do entendimento de Butler do por vir (la venir) derridiano e do acontecimento (evénement) de Alain Badiou.

Corpo

21.08.2019 | por Allende Renck

3º chamada - corpo - VIDA E MORTE

3º chamada  - corpo - VIDA E MORTE O biológico e o histórico aliam-se em torno de tecnologias modernas de poder que intervêm e invadem a vida. E há uma crescente proliferação de tecnologias políticas: a saúde, as formas de alimentação e de habitação, as condições de vida, o espaço total da existência. É sabido que a existência, a conduta, o corpo, são crescentemente medicalizados.

Corpo

27.07.2013 | por Buala