"Foi a partir do cinema que me tornei antropólogo". Pensar por imagens.

"Foi a partir do cinema que me tornei antropólogo". Pensar por imagens. No seu momento, Nelisita apontava outros caminhos ou simplesmente recusava um olhar ainda comprometido com vícios da etnologia colonial. A pesquisa e o modo como descreveu os objetos dos seus interesses teve sempre em conta as relações de poder da produção de conhecimento, no ato de fazer filmes, romances ou teses, e os limites e dificuldades de contorná-las, mas foi delimitando a sua “determinada zona de compromisso”.

Ruy Duarte de Carvalho

20.01.2020 | por Marta Lança

Jean Rouch: o cineasta da máquina de escrever ou o escritor da câmara de filmar

Jean Rouch: o cineasta da máquina de escrever ou o escritor da câmara de filmar Numa parte significativa da sua obra cinematográfica de investigação etnográfica, Jean Rouch estuda exaustivamente o misterioso sistema cosmológico da cultura Dogon (no Mali), as batalhas fluviais dos pescadores Sorko com os hipopótamos (no Níger), as perseguições aos leões protagonizadas pelos caçadores Gaos (no Níger).

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03.09.2014 | por Rui de Almeida Paiva

Entrevista com Manthia Diawara

Entrevista com Manthia Diawara ECAScreenings 1: Entrevista com Manthia Diawara professor de Estudos Africanos e literatura comparada da New York University (NYU) e realizador dos documentários: Sembéne: The Making of African Cinema (1994), Rouch in Reverse (1995), In Search of Africa (1997), Bamako Sigi-Kan (2002) e Conakry Kas (2003), etc "muitos dos intelectuais africanos foram criados com a antropologia, na medida em que o processo de conhecimento próprio e das suas culturas se baseou nas leituras de Lucien Lévy-Bruhl, de Leo Frobenius ou de Marcel Griaule. Por isso, em certo sentido, estes antropólogos inventaram uma África em que os africanos acabaram por se integrar e adoptar. Todavia, também existe uma abordagem de origem marxista a este fenómeno, uma espécie de desconstrução dessa oposição binária entre o ocidente e o Outro, o civilizado e o primitivo, entre a dita religião africana e a religião ocidental, pois o marxismo é todo ele iluminismo – ou se aceita a modernidade ou não. Os desenvolvimentos destas concepções trazem-nos aos dias de hoje e à questão aqui em causa: como é que se pode trabalhar hoje? Existe um Outro autêntico, que se possa opor ao “outro” dito essencialista ou estereotipado? Esta tem sido uma situação muito, muito difícil para todos nós, pois sempre que alguém “abre a boca” está a criar estereótipos."

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15.05.2013 | por João G. Rapazote

Os Mestres Loucos, 1955

Os Mestres Loucos, 1955 Neste seu trabalho, onde se alicerça todo um programa de prática e pesquisa, Rouch alia o lado brutal de uma arte em busca de empatia com as técnicas do gesto, à vocação de construir, acabar e inacabar – a montagem e a sonorização constituem aqui um verdadeiro tratado de acabamento.

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09.09.2010 | por Regina Guimarães