A vida a preto e branco em Lourenço Marques que a censura não deixou ver

A vida a preto e branco em Lourenço Marques que a censura não deixou ver “Interessavam-lhe os filmes de propaganda subjugados à lógica do desenvolvimento branco, das infra-estruturas e desenvolvimento que os colonos tinham levado a África. O que englobava as populações negras”, aponta José Manuel Costa, “era mostrado sob um ponto de vista folclórico, pretensamente etnográfico”. É daí, diz Maria do Carmo Piçarra, que nasce a ideia do país menos racista e mais simpático para os outros povos. “Catembe é censurado porque apresenta uma visão disruptiva do que o cinema de propaganda propunha. Numa das sequências, quase totalmente censurada, mostra uma mulata, Catembe, apaixonada por um pescador pobre. Mostra [em cena também censurada] a convivência racial nos bares de Maputo, com pretos e brancos dançando uns com os outros. Todo um ambiente que nada tinha a ver com ‘Fado, Fátima e Futebol’”.

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18.01.2013 | por Mário Lopes

Catembe, de Faria de Almeida, em Coimbra

Catembe, de Faria de Almeida, em Coimbra Catembe (1965) documenta os sete dias da semana no quotidiano de Lourenço Marques. Além de Cinema Directo – usado sobretudo nas entrevistas de abertura em que Manuel Faria de Almeida pergunta a transeuntes na Baixa lisboeta o que sabem sobre Lourenço Marques –, integrou sequências de ficção protagonizadas pela mulata Catembe.

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08.11.2010 | por Maria do Carmo Piçarra