As Estátuas e a História da Arte: o debate sobre vandalização de monumentos em Portugal

As Estátuas e a História da Arte: o debate sobre vandalização de monumentos em Portugal Este ensaio debruça-se sobre polémicas recentes e ainda duradouras sobre vandalização e/ou possível desmantelamento ou retirada de esculturas e monumentos, ou reconfiguração de espaços públicos, em Portugal. Embora prenhes de equívocos, as polémicas tiveram o mérito de promover uma discussão pública sobre persistências coloniais nas cidades portuguesas, em especial em Lisboa. Proponho uma reflexão sobre o lugar que a história da arte, ao questionar o seu próprio papel histórico, ao historicizar o seu objecto e ao analisar os modos de produção artística, pode ocupar nessa discussão. Recorrerei necessariamente a vários artigos de jornais, pois foi aí (com ramificações nas redes sociais), que teve lugar a discussão.

A ler

07.03.2022 | por Mariana Pinto dos Santos

Como está-tua ex-celência?

Como está-tua ex-celência? A História é tanto a erecção das estátuas e dos monumentos como as suas demolições. Presumindo e contundindo, pedir a substituição, a recolocação ou o afundamento duma estátua faz parte do processo histórico.

A ler

14.12.2021 | por Mário Lúcio Sousa

A noite das estátuas

A noite das estátuas Pois, para mim, entre portugueses e holandeses venha o diabo e escolha... E nós, muitas vezes, fizemos o papel de diabos para nos livrarmos ou de uns ou de outros... Mas para que estamos a falar mais uma vez nisto? É sempre a mesma coisa, parece que não estamos só presos na Fortaleza, mas nessa história que nos juntou e não se livra de nós, nunca, enquanto houver uma noite de ex-estátuas...

Mukanda

29.05.2021 | por Onofre dos Santos

Por que são as estátuas derrubadas?

Por que são as estátuas derrubadas? O papel das estátuas e dos monumentos coloniais é, portanto, fazer ressurgir no palco do presente os mortos que, quando vivos, atormentaram, muitas vezes pelo fio da espada, a existência dos negros. Essas estátuas funcionam como ritos de evocação de defuntos, aos olhos dos quais a humanidade negra nunca contou para nada – razão pela qual jamais tiveram quaisquer escrúpulos em fazer, por nada, verter seu sangue. - Achille Mbembe

Cidade

09.11.2020 | por Jorge Victor Souza e Saulo Castilho

Vendavais (3)

Vendavais (3) Sobre o conhecimento da violência do imperialismo, do colonialismo, e do racismo – que se mantém como um dos elementos estruturantes mais persistentes e insidioso das nossas sociedades –, podemos afirmar que, na realidade, esse conhecimento é partilhado por todos. O que varia é apenas o grau de pormenor que cada um de nós decidiu aprender, ou foi obrigado a aprender, assim como o modo como cada um se posiciona a si próprio ou é forçado a tomar uma posição relativamente a esse conhecimento.

A ler

19.06.2020 | por Paulo de Medeiros

De Colombo, raças e pedestais

De Colombo, raças e pedestais Caem os heróis de sempre também na América. Por cá, a revolta contra ícones de metal e pedra apontou Cristóvão Colombo como o alvo a abater. Nos Estados Unidos rolam as cabeças do capitão. Na América Latina, o 12 de Outubro, dia em que o genovês chegou a estas bandas, incomoda e desvela uma enorme hipocrisia identitária.

A ler

14.06.2020 | por Pedro Cardoso

Cabo Verde, História e a continuidade colonial

Cabo Verde, História e a continuidade colonial É quase heresia falar da história da escravatura, do colonialismo e do neocolonialismo em Cabo Verde. Não se fala desses assuntos porque o Estado e a elite não gostam. Porque vamos afetar a nossa relação com Portugal, ou a Europa de forma geral. Nem se fala destas questões por sermos nós tão “específicos”, tão “especiais”, tão “ singulares”.

Cidade

14.06.2020 | por Alexssandro Robalo

As “guerras das estátuas” e a cor da memória

As “guerras das estátuas” e a cor da memória A suprema fantasia seria pensar, ingenuamente, que o reconhecimento do sangue negro na base de nações-imperiais e pós-imperiais pudesse cumprir-se deixando no mesmo lugar as pedras que sustentam e adornam a ideia de nação.

A ler

18.01.2020 | por Bruno Sena Martins

Les Statues Meurent Aussi: contribuição teórica para uma leitura pós-colonial

Les Statues Meurent Aussi: contribuição teórica para uma leitura pós-colonial para além da ideia de constituir um ensaio estético sobre o valor da arte negra, Les Statues Meurent Aussi visa sobretudo uma discussão crítica sobre a prática da “(…)museologização dos objectos extraídos a uma cultura onde não há museus e, por consequência, sobre as relações de poder – económico, político e simbólico – entre a cultura europeia e as culturas africanas, sob a organização colonial”.

Afroscreen

28.11.2015 | por Joaquim Pedro Marques Pinto