Gerir

Gerir A experiência, particularmente em Cabo Verde, leva-me a crer que uma das razões que travam o desenvolvimento do setor cultural e artístico, em específico no artesanato, é o alto nível de amadorismo com que tem sido gerido. É, por isso, imprescindível garantir a competência e o profissionalismo neste domínio, pois de outro modo não parece viável beneficiar do pleno potencial criativo, cultural e económico que este setor possa oferecer.

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10.03.2023 | por Irlando Ferreira

Contra a Mudez das Paredes

Contra a Mudez das Paredes Passamos pelas obras de Ana Aragão, Carlos Bunga, Herberto Smith, G Fema, Kiluanji Kia Henda, Petra Preta, Tony Cassanelli (dos Aurora Negra), Wasted Rita, Xullaji, Julinho KSD e muitos outros artistas contemporâneos. Artistas estes que nos vão preenchendo o quotidiano com os seus projetos e formas de comunicar cultura. Que estudam e aperfeiçoam os seus trabalhos para que o público possa retirar destes a informação necessária por forma a promover e efetuar mudanças na sociedade. Indo assim ao encontro de uma das premissas do projeto, “(…) refletir sobre que cidade, espaços urbanos e instituições artísticas e culturais podem ser construídas (…). Porque afinal, podemos e devemos educar-nos de diversas maneiras.

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17.02.2023 | por Alícia Gaspar

“Para pôr som é preciso fazer a leitura das pessoas”, entrevista ao artista e Dj Lucky

“Para pôr som é preciso fazer a leitura das pessoas”, entrevista ao artista e Dj Lucky A instalação é o pretexto para falarmos da sua trajetória de vida. Equilibrista entre várias culturas, vive há 31 anos numa Lisboa agora mais aberta e diversa, abertura e diversidade para as quais pessoas como Lucky tanto contribuíram, desde construí-la a pô-la a dançar. Uma cidade de momentos duros, mas de encontros e possibilidades com os quais foi crescendo. Neste texto, são as memórias de Dj Lucky que nos conduzem, entre várias pistas de som, de quisange, semba e afroblues, e várias pistas no chão, de Kinshasa ao bairro da Graça, passando por Luanda, Cova da Moura e Bairro Alto.

Cara a cara

15.11.2022 | por Marta Lança

20ª Edição DocLisboa

20ª Edição DocLisboa São conhecidos os prémios do 20º Doclisboa.

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18.10.2022 | por vários

Afro Portugal 2022

Afro Portugal 2022 Este amplo programa insere-se nos debates atuais sobre memória colonial, o racismo, e coloca em destaque as vozes artísticas negras, africanas e afrodescendentes em Portugal, de várias gerações. Inclui performances, exposições, filmes, debates, literatura, música, workshops e ações socioeducativas, culminando na peça “Aurora Negra”.

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14.10.2022 | por vários

Batalha Centro de Cinema inaugura a 9 de dezembro

Batalha Centro de Cinema inaugura a 9 de dezembro Com a missão de promover o conhecimento e a fruição cultural através do cinema e da imagem em movimento, o Batalha inclui no seu programa ciclos temáticos, retrospetivas e focos em práticas contemporâneas, bem como ligações entre o cinema e outras artes. Estimular a cinefilia e cultura fílmica através de projetos educativos, editoriais, formativos e de debate está no centro da atividade da nova instituição.

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04.10.2022 | por vários

O Salgueiro da Ester

O Salgueiro da Ester Depois de mais de um ano e meio de investigação artística, história oral, recolha pública de documentação, palestras e sobretudo as correspondências à distância entre as irmãs Sala em Berlim e Sniderman nos EUA, os três artistas plantaram, no dia 3 de Julho, um jovem salgueiro-chorão num espaço aberto do antigo Largo da Ester (que traduzi anteriormente como “Praça de Ester” em português) da cidade polaca de Chrzanów, situada a 21 quilómetros do antigo campo de concentração e de exterminação de Auschwitz.

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23.09.2022 | por Cheong Kin Man

"Margens Atlânticas" Espaço Espelho d'Água e Cinemateca

"Margens Atlânticas" Espaço Espelho d'Água e Cinemateca “Margens Atlânticas” nasce em Lisboa, do encontro entre Francisco Vidal, artista angolano-cabo-verdiano que explora as identidades africanas e diaspóricas, e Ariel de Bigault, autora e realizadora francesa cujos filmes focam culturas africanas, afro-lusófonas, afro-brasileiras e afro-europeias. Para além da exposição no Espaço Espelho D’Água, tem lugar na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, um ciclo com quase todos os filmes de Ariel de Bigault, entre 19 e 24 de setembro.

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22.09.2022 | por Francisco Vidal e Ariel de Bigault

Atores da educação musical: Etnografia nos programas socioculturais El Sistema, Neojiba, Orquestra Geração

Atores da educação musical: Etnografia nos programas socioculturais El Sistema, Neojiba, Orquestra Geração A jovem violetista revela a sua cultura na pergunta que me fez – para quê pensar no futuro? No entanto, ela está inscrita no núcleo e tem diariamente aulas de música. Será que os professores fazem um esforço para compreender quem são os seus alunos, as suas culturas, as suas histórias de vida, os seus percursos? Será que encontram técnicas de ensino que permitem aos alunos atingir resultados no quotidiano? Como preparar um futuro sem o enunciar, concentrando-se apenas na ação prática ahora? Qual a importância do objeto que é o instrumento musical para que haja uma vinculação ao núcleo? Surgem então as questões ligadas à música como instrumento de “transformação pessoal e social”, tal como o enuncia o El Sistema. A música parece ter uma função importante, mas qual? Como é que os professores ensinam? Para atingir que resultados? A música como instrumento (no presente) ou como objetivo a atingir (no futuro)?

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16.09.2022 | por Alix Didier Sarrouy

Quando os diabos dançam

Quando os diabos dançam Num momento indeterminado na costa do Pacífico da Nova Espanha, atual México, escravos africanos disfarçaram-se de diabos e desfilaram pelas ruas de pequenos povoados. Pediam aos deuses ancestrais a liberdade. Com máscaras de seres do inframundo e à cadência de harmónicas e puítas reinventadas, criaram a Dança dos Diabos. O ritual é uma das expressões máximas dos afromexicanos, minoria invisibilizada durante séculos e que só em 2019 foi oficialmente reconhecida com povo originário.

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02.09.2022 | por Pedro Cardoso

Festival "Todos - Caminhada de Culturas" 2022

Festival "Todos - Caminhada de Culturas" 2022 Pouco a pouco, habitamos esse pedaço grande da cidade, ali colhendo memórias, visíveis e invisíveis, para voltar a afirmar o valor da interculturalidade e a importância das gentes de Santa Clara no desenvolvimento da capital. Nesta 14.ª edição do TODOS, convidamos a olhar Santa Clara como um centro de onde a cidade irradia, na certeza de que, juntando diferentes ideias, emoções e vontades, poderemos continuar a Acertar o Mundo. Depois de um primeiro ano de trabalho, queremos agora amplificar artisticamente essa experiência, ajudando a romper com o entorpecimento da quotidianidade para evitar que cada um se torne prisioneiro de lugares-comuns e das ideias que já conhece.

Palcos

01.09.2022 | por vários

Natália Luiza e Miguel Seabra | Nos 30 anos do Teatro Meridional

Natália Luiza e Miguel Seabra | Nos 30 anos do Teatro Meridional Acho que há um modo de trabalhar e um reconhecimento do espetáculo “Meridional” que passam por aquilo que considero três elementos basilares: o afeto, o rigor e exigência e a vontade do espanto. Isto é, no Meridional o espetáculo tem duas fases: o seu levantamento, até à estreia; e depois, a sua carreira, acompanhada de perto enquanto organismo vivo que é, logo necessariamente mutável. Essa mutabilidade deve corresponder, para nós, a um crescimento no sentido vertical, não a uma engorda, o que é, aliás, muito comum acontecer.

Cara a cara

16.08.2022 | por Frederico Bernardino

Conferência Internacional Counter-Image 2022

Conferência Internacional Counter-Image 2022 A Conferência Internacional Counter-Image (CIIC22) prossegue o trabalho de desvelar as formas como as imagens operam nas estruturas de poder e saber e nos sistemas de verdade que tendem a constituir narrativas históricas hegemónicas e marginalizar ou apagar aquelas que são conflitantes ou minoritárias. Desta forma, originam-se não só “centros” e “margens”, mas também tende-se a silenciar vozes e a invisibilizar pessoas, tornando determinadas ideias impronunciáveis. Sendo um processo histórico, exige-se um criticismo contínuo em linha com os estudiosos/as e artistas que atuam nas tradições da Cultura Visual, dos Estudos de Género e dos Estudos Culturais nas diversas disciplinas. Estabelecer contra-narrativas, contra-arquivos e contra-imagens manifesta-se, então, como um desafio aos sistemas sociais, culturais e políticos hegemónicos e uma contribuição para um diálogo muito necessário em torno de temáticas difíceis e complexas, tendo em vista uma sociedade pluralista, diversa e equilibrada.

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12.07.2022 | por vários

Educar como Forma de Libertar e Desacorrentar a Mente

Educar como Forma de Libertar e Desacorrentar a Mente Devemos exaltar os grandes feitos dos homens do nosso continente não na perspetiva de sermos melhores que os outros, mas para incutir nas novas gerações que somos tão capazes como os outros. Só assim conseguiremos guiar os africanos e os afrodescendentes para o êxito e acabar, de uma vez por todas, com esta falta de confiança e de autoestima que paira sobre o nosso continente; só assim, no que deve constituir uma missão prioritária dos sistemas de ensino dos países deste continente, libertaremos, definitivamente, todos os africanos das amarras do colonialismo.

Mukanda

08.07.2022 | por Ednilson Leandro Pina Fernandes

Cenas do Gueto I Studio Bros

Cenas do Gueto I Studio Bros Conhecida como música do gueto, um novo ritmo chamado "batida" (ou afro-house) tem marcado as pistas de dança em Portugal e no mundo. Os Djs da Quinta do Mocho foram precursores nessa nova estética cosmopolita, beneficiando-se do fenómeno da digitalização da música para reinterpretar estilos e fazerem-se visíveis. Este é o caso do Studio Bros, cuja sonoridade afrodiaspórica é capaz de pôr a dançar todos aqueles que vivem nas "margens" do planeta.

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01.07.2022 | por Otávio Raposo

Danço-Congo na IX Bienal de São Tomé e Princípe

Danço-Congo na IX Bienal de São Tomé e Princípe Com o seu caráter original e “foco nos movimentos e falas, nas piadas de bobos, no ritmo dos tambores”, no Danço Congo “a história como um todo, assim contada pelas pessoas mais idosas, diluiu-se e deixou de ter importância.” Todos os participantes vestem-se a rigor, com destaque para os “capacetes feitos de banças de palmeira decoradas com coloridos pedacinhos de plástico.”

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30.06.2022 | por João Moreira da Silva

PARTE traz a Portugal 12 curadores e organiza seminário internacional de arte

PARTE traz a Portugal 12 curadores e organiza seminário internacional de arte Andrea Lissoni, Bruna Roccasalva, Carolyn Christov-Bakargiev, Clara Kim, Daniel Baumann, Hendrik Folkerts, Kasia Redzisz, Neringa Bumblienė, Philippe-Alain Michaud, Sofía Hernández Chong Cuy, Vincenzo de Bellis e Zoé Whitley. Convidados pelos anfitriões Vicente Todolí e Isabel Carlos, estes profissionais destacam-se pela vasta experiência curatorial, sobretudo na direção de instituições artísticas de relevo, e viajam para Portugal, alguns pela primeira vez, vindos de dez países da Europa, nomeadamente da Alemanha, Bélgica, França, Itália, Lituânia, Países Baixos, Reino Unido, Suécia e Suíça.

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15.06.2022 | por vários

Zoila

Zoila Zoila é uma animação, que mescla colagem, fotografia e vídeo, e se desloca entre a ficção e o documental. Inspirada na minha pesquisa sobre diásporas negras, focaliza os elementos da passagem da segunda para a terceira diáspora. A videasta senegalesa Zoila é o elo que religa Goli e Almerinda nos dois lados do Atlântico. O argumento ficcional remete ao conceito de “dupla consciência” elaborada por Willian Du Bois, em ”As almas do povo negro” e retomada por Paul Gilroy, em “Atlântico Negro”.

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10.06.2022 | por vários

FMM Sines - Festival músicas do mundo 2022

FMM Sines - Festival músicas do mundo 2022 A 22.ª edição do FMM Sines - Festival Músicas Mundo realiza-se de 22 a 30 de julho de 2022, com 46 concertos de músicos de quatro continentes a realizar na aldeia de Porto Covo (de 22 a 24 de julho) e na cidade de Sines (de 25 a 30 de julho). Depois de dois anos de paragem devido à pandemia, o festival regressa alinhado com os princípios de representatividade geográfica, estética e cultural que o orientam desde a sua origem, com artistas de 27 países e regiões e uma grande variedade de estilos e pontos de vista.

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10.06.2022 | por vários

Badio Branku de Djam Neguin

Badio Branku de Djam Neguin Djam Neguin, artista caboverdiano multifacetado provocativo e irreverente, brinda-nos e surpreende com nova composição. “Badio Branku” como título, manifesta uma capacidade sintética de todo um conteúdo e narrativas contemporâneas daquilo que enfrentamos nas nossas sociedades, sedentas de africanidade como processo emancipatório. Djam canta a um “espelho invertido”, uma máscara de quem não se quer ver. E sobretudo acusar-se. O existencialismo fala-nos do fardo que é a nossa própria liberdade, na simetria de uma responsabilidade que nem sempre é assumida na mesma medida. Amílcar Cabral falou disso, quando projetou e defendeu a criação do “homem novo”, que pensasse pela sua “própria cabeça”. Um ser livre. Um homem que se pode dar ao luxo de se ver e de ser visto, humanamente, sem “lágrimas de cor”.

Palcos

07.06.2022 | por Valdevino Santos Bronze