Todas as obras presentes na exposição possuem conotações alegóricas, míticas, intuitivas e se utilizam de símbolos para emanar novas ideias e propostas de existência e relação, ativando tanto cosmologias ancestrais quanto situações históricas de resistência, luta e ativismo.
Vou lá visitar
21.10.2018 | por Catarina Duncan
Ao questionar a história, Durham questiona a própria ideia de passado, e traz a tarefa de tratarmos de nossos traumas no presente. Ele não faz comentários sobre a arte brasileira especificamente, muito menos sobre nossa antropofagia cultural. O artista está interessado nas características e consequências da mentalidade colonial da sociedade brasileira.
Cara a cara
18.10.2018 | por Maíra das Neves
Não se trata de mais um acto eleitoral, assistimos ao sintoma de uma preocupante escalada de forças e movimentos de extrema-direita no mundo. Lançamos por isso um alerta para o sério risco de retrocessos sociais, ecológicos, políticos e humanos, que estão em jogo nas eleições brasileiras.
Mukanda
15.10.2018 | por vários
Aprendi com os povos da floresta amazônica, que tiveram suas vidas destruídas junto com a floresta mais de uma vez, e que resistem e resistem e resistem, que o principal instrumento de resistência é a alegria. Oswald de Andrade dizia que a alegria é a prova dos nove. Mas eles já sabiam disso muito antes. Metem o dedo na cara do opressor, que continua lá, e riem por gostar de rir. Riem só por desaforo.
A ler
09.10.2018 | por Eliane Brum
Esse continuum escravocrata não tolera as brechas criadas e conquistadas – provocando uma tragédia com o Brasil, jogando-o numa espiral recessiva e numa sobreposição de crises (política, econômica, social, existencial). A fome – seu fim como símbolo maior das conquistas do período Lula – volta a rondar muita gente.A austeridade, criminosa em qualquer canto do planeta, ganha outras camadas de perversidade por essas bandas.
Mukanda
13.09.2018 | por Jean Tible
Os filmes com temática afro ainda são um tabu em função da ignorância e insensibilidade de grande parte dos curadores de festivais do Brasil (e, que infelizmente, apesar da crescente busca por visibilidade preta em todas as mídias, ainda permanece). Durante boa parte da trajetória do CAN, ele se consolidou como um espaço aberto para exibição e lançamento dessas obras.
Afroscreen
10.09.2018 | por Clementino Junior
No Brasil, em outros contextos, parte da esquerda tentava opor classe e diferença e isso está muito preso no debate político nacional. O que, a meu ver, nos ajuda a pensar é o seguinte: a classe sempre foi preta, a classe sempre foi mulher, a classe sempre foi indígena. O conceito de multidão pode nos ajudar a entender justamente isto: como essas questões se colocam, ou seja, muitas vezes ficamos nos opondo a questões que estão muito mais conectadas. Inclusive, os adversários dos “de baixo” percebem isso.
A ler
28.06.2018 | por Jean Tible
O filme Martírio é talvez um dos mais importantes e perturbantes documentos da atualidade brasileira e do etnocídio indígena em curso, perpetuado pelo governo brasileiro. Vincent Carelli, em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tatiana Soares de Almeida, recolhe imagens históricas da resistência guarani Kaiowá ao conflito com as instituições governamentais.
Afroscreen
26.05.2018 | por Ritó aka Rita Natálio e vários
peça construída por estudantes que viveram o processo de ocupações e manifestações do movimento secundarista em 2015 e 2016. Frutos da primavera secundarista, 14 corpos insurgentes deslocam para a cena a experiência dentro das escolas ocupadas, criando uma narrativa coletiva e comum a partir da perspectiva de quem viveu intensamente o cotidiano dentro do movimento. Ocupando o tempo presente, a ColetivA provoca de maneira pulsante o universo que compõe esse movimento que transformou o corpo e vida de todos que participaram.
Palcos
13.05.2018 | por Jean Tible
Até ao dia 3 de Junho, o MASP (Brasil) apresenta "Maria Auxiliadora da Silva: vida quotidiana, pintura, resistência" no contexto da sua programação dedicada às histórias afro‑atlânticas: as histórias dos fluxos e dos refluxos entre a África e as Américas através do Atlântico. Este texto aborda o trabalho da artista e os elementos críticos e criativos que foram negligenciados em favor de sua “crônica de vida”, apontando alguns dos desafios curatoriais à exposição deste trabalho, no contexto institucional.
Vou lá visitar
13.05.2018 | por Marta Mestre
Em meio a recortes de jornais, imagens, pedras, documentos, reproduções de obras de arte e lascas de árvores, a obra do artista visual Ícaro Lira vira do avesso os materiais para mostrar o que escondem as sombras dos acontecimentos históricos. Como opera Walter Benjamin em sua montagem literária no livro Passagens (1940), Ícaro cita sem usar aspas: enfrenta o arquivo na sua materialidade para submetê-lo à reflexão.
Cara a cara
13.03.2018 | por Eduarda Kuhnert
“Falar das trajetórias das mulheres negras no cinema brasileiro é remontar uma história de invisibilidade e apagamentos. Até por isso, o que é impactante na produção atual é a sua coletividade e a pluralidade de projetos e obras. Uma série de iniciativas das próprias cineastas marcam esse cenário de transformação e afirmação, propondo novas formas de viabilizar e divulgar o cinema feito pelas mulheres negras.
Afroscreen
27.11.2017 | por vários
No país da história golpeada, estamos vivendo os nefastos desdobramentos da sua mais recente reedição, ocorrida em 2016, que reverbera em variadas esferas. Todas as conquistas e aspirações dos de baixo estão sendo questionadas: proteção social, educação pública de qualidade, saúde para todos, combate às desigualdades sociais e raciais, políticas culturais, o limitado voto... Nessa encruzilhada, estamos: sabe(re)mos resistir (o que significa, para a esquerda, re-existir)? É este o contexto da nova ofensiva contra o Teatro Oficina Uzyna Uzona, ativo há quase seis décadas na cidade de São Paulo, no bairro do Bixiga.
Cidade
18.11.2017 | por Jean Tible
A questão racial tem sido uma disputa permanente no debate público brasileiro, conquistando mais espaço e posicionamentos articulados. São várias as exposições de artistas negros pelo país que inscrevem na sua obra, entre outras coisas, uma antiga história de opressão e de resistência com continuidades no presente. A reflexão e produção negra há muito tempo que vem questionando as estruturas de poder, no entanto, considera-se haver agora uma espécie de boom no circuito da arte contemporânea.
Cara a cara
13.11.2017 | por Marta Lança
A fronteira ela mesma entre eu e outro fica burlada na burla que é a antropofagia como jogo e possibilidade de afecção. A antropofagia é da ordem da aliança e do devir através da guerra. A guerra que empodera o inimigo ao predá-lo, porque mais que empoderar o eu, afirma simultaneamente o outro. A guerra antropofágica torna o estranho algo nomeável, produz corpos e pessoas, gente como a gente, permuta de perspectivas, afinidades.
A ler
08.11.2017 | por Leonardo Bertolossi
A obra da artista brasileira mostra a vulnerabilidade a que sempre estiveram sujeitos os negros e, duplamente, as mulheres negras; e outros efeitos que o colonialismo, a escravatura e a expropriação dos recursos naturais na América Central, do Sul e em África, vieram provocar.
Cara a cara
24.10.2017 | por António Pinto Ribeiro
Borrando fronteiras entre arte e ciência, elas nos levam em uma viagem à origem da história, das sociedades e da Terra. Reverberam o estudo da vida, da evolução do universo, das dinâmicas sociais ao longo da história, da invenção de novas formas de fazer política. Ao permitir uma leitura integrada de arte, cultura, astronomia, biologia, história e geografia, o corpo dessas investigações artísticas traduz a ideia de que somente um alargamento de nossas concepções será capaz de restituir liberdade à imaginação humana e expandir saberes atados aos modelos e mecanismos ocidentais de produção e legitimação da verdade.
Vou lá visitar
10.10.2017 | por vários
Falta a certos discursos uma compreensão histórica do papel que a raça desempenha na construção da modernidade ocidental capitalista, de sua promíscua indissociabilidade. W. E. B. Du Bois foi talvez um dos primeiros pensadores afroamericanos a revelar, com bastante argúcia, as cumplicidades entre modernidade e terror.
A ler
06.09.2017 | por Marcos de Jesus
Desde 2013 e seu junho disruptivo, o sistema político brasileiro está num processo de gradual perda total de legitimidade. O atual momento (de um presidente ilegítimo e com aprovação popular praticamente inexistente[3]) representa por ora o ápice desseque se vayan todos contínuo de quatro anos, bem diferente do caso clássico e incisivo argentino que, em 2001, derrubou vários presidentes em poucos dias a partir de fortes mobilizações de rua.
Vou lá visitar
28.07.2017 | por Jean Tible
Para Oiticica, a invenção desta nova forma de expressão não se tratava, como poderia fazer supor o nome parangolé, de uma folclorização na sua experiência ou a tentativa de uma valorização da “cultura popular”, que considerava uma camuflagem opressiva do “mostrar o que é nosso, os nossos valores…” mas de uma reinvenção da própria ideia de uma arte política. Tanto que sempre se distanciou dos projectos culturais da esquerda, de tradição marxista, que pretendiam figurar discursos sobre a “realidade brasileira” como estratégia de luta contra o regime militar.
A ler
19.04.2017 | por Mariana Pinho