"Avó (Muidumbe)" de Raquel Schefer au Studio des Ursulines

Rendez-vous Mensuel du Cinéma Lusophone # 37
DOCLISBOA 2010 A PARIS 
dimanche 28 novembre 2010 à 20H00 
en présence de Raquel Schefer
programme: 3 films issus de la compétition nationale
“A outra guerra” de Elisa Sertorio &  Ansgar Schäfer
“Avó ( Muidumbe)” de Raquel Schefer 
“Viagem a Cabo-Verde” de José Miguel Ribeiro

Cinéma Studio des Ursulines 
10, rue des Ursulines 
75005 PARIS  + d’indos : www.olhoaberto.com
Durée de la séance : 73 minutes
Films en V.O. sous-titrés en français

22.11.2010 | por martalanca

Angola nos Trilhos da Independência

Angola segue, independente, a caminho dos 40 anos e esse facto torna urgente a necessidade de preservar os testemunhos dos que contribuíram para que aqui chegássemos.

Na luta pela independência participaram indivíduos, que nos podem ainda narrar as suas experiências vividas. Testemunhos que é preciso recolherregistar e preservar.

A tarefa é urgente e a colaboração de todos é necessária. Só assim poderemos assegurar que através do trabalho de estudiosos e investigadores, as gerações mais novas e vindouras venham a enriquecer o seu conhecimento sobre a nossa História.

Com o objectivo de contribuir com a sua parte nesta tarefa de todos, a Associação Tchiweka de Documentação (ATD) decidiu, para além das suas actividades correntes, levar a cabo o Projecto “Angola nos Trilhos da Independência” que tem por objectivo proceder à recolha de testemunhos orais de nacionais ou estrangeiros, directa ou indirectamente envolvidos na luta anticolonial.

Angola nos Trilhos da Independência”, pretende contribuir para uma pesquisa abrangente, que permita o registo de testemunhos no mosaico do movimento nacionalista.

Este Projecto tem uma duração de 5 anos. Em 2015, com base no material recolhido e com execução Geração-80, a ATD pretende promover um documentário sobre o trabalho realizado.

veja o trailler 

22.11.2010 | por martalanca | angola, Angola nos Trilhos da Independência, documentário, independência

Zéquinha Magra

Quero felicitar ao meu amigo Zéquinha Magra por este studio come back com o seu CD IMPRESSON. Magra - mais conhecido do grande público pela sua excelente prestação como elemento pioneiro dos Bulimundo - testemunho dos hits - Febri Funaná, Dimingo Denxo, Mundo Ka Bu Kaba, Partida (…). O dinâmico Magra que também ajudou a fundar os Finason, Raízes, Creole Jazz e outras formações cuja alcunha, por ora me escapa. Guitarrista versátil, músico inquieto e artista preocupado com a forma, a beleza e os caminhos que a música CV, vai (foi) trilhando.

Lembro-me com gratidão que, antes da invenção do youtube, Magra não me deixara esquecer as rotas que vão de Django a Djirga. O registo de IMPRESSON vem resgatar algumas atmosferas enunciadas e impressas na demo k7 do belíssimo Minimal Eko de 1988, que tão preciosimente guardei estes anos todos. Um detalhe - gostei muito da saída do casulo do Calú Gonçalves - os meus parabéns por ter armado o kit para outras vassouradas. Um grande abraço pela genorisidade e o talento do meu amigo Magra. - Façam favor de comprar, oferecer (nesta quadra natalícia) e escutar e divulgar o CD IMPRESSON. - KI BALI !!!

Mito Elias

21.11.2010 | por martalanca | Magra, música caboverdiana

Entrevista ao camaronês Célestin Monga, "um niilista na África"

Waka waka, a última canção de sucesso da colombiana Shakira, nada mais é que uma reprise de uma música do grupo camaronês Zangalewa. Shakira e seus produtores na Sony Music ganharam milhões, enquanto os pobres artistas camaroneses que a compuseram apenas ouvem falar dela”

Ler a entrevista completa do jornal O Globo aqui.

21.11.2010 | por martamestre | Célestin Monga, economia mundial

Estreia "Hortas di Pobreza" de Sara de Sousa Correia, na IX Mostra de Documentários sobre Direitos Humanos da AMI

Hortas di Pobreza é um documentário sobre raízes locais em tempo de trocas globais. Retrata uma comunidade rural de agricultores de etnia balanta, de uma aldeia no remoto sul da Guiné-Bissau, cujos habitantes vivem, como quaisquer pequenos produtores em qualquer parte do mundo, processos de transformação social derivados de políticas económicas e interesses globais.

Atravessando caminhos de terra e cabras no sul da Guiné-Bissau, é possível encontrar Pobreza, uma aldeia balanta isolada no fim de uma remota península de sal. Aparentemente perdida no tempo e envolta por mato denso, a tabanca não vive alheia às dinâmicas económicas dos mercados globais. Os sacos que outrora daí saíam cheios de arroz di bolanha para vender, levam agora o novo ouro da terra: o caju.
“Djintis ka tem gós!” Os filhos da terra estão a migrar. Em Pobreza restam mãos enrugadas, que depositam agora a esperança nas novas “hortas” de caju, a castanha que produzem e não comem.

Estreia dia 10 Dezembro, às 21h30 no Centro Cultural Olga Cadavalem Sintra, na IX Mostra de Documentários sobre Direitos Humanos da Amnistia Internacional

21.11.2010 | por franciscabagulho | Guiné-Bissau, mercados globais

mês da Consciência Negra na Rede Minas

20.11.2010 | por martalanca | literatura angolana, moda

José Eduardo Agualusa fala sobre o futuro de Angola

Para o escritor angolano José Eduardo Agualusa, a produção de petróleo e de diamantes na Angola deve ser aproveitada para que a riqueza seja distribuída de forma igualitária e alcance todos os níveis da população. O escritor ressalta a importância da distribuição de riquezas.

aqui

20.11.2010 | por martalanca | Agualusa

Kapuscinski: ¿literatura o periodismo?

Continuar a ler "Kapuscinski: ¿literatura o periodismo?"

20.11.2010 | por martalanca | kapuschinski

domingo na Barbuda: "Que farei eu com esta espada?" + Jantar banquete, em Lisboa

20.11.2010 | por martalanca

E-journal on Contemporary African Art

You are finally about to read the first critical, independent, bilingual (English + German) E-journal on Contemporary African Art.
Welcome to edition 0 of SAVVY|art.contemporary.african. with the title “Where do we go from here?” This journal heralds a new wave of critical writing focusing on art with a relation to Africa and its Diaspora. In a bid to instigate new latitudes of debate and revitalize a discourse in this domain, especially in the German speaking regions but also on a global perspective, this journal was initiated. Thrice yearly, SAVVY|art.contemporary.african. will place the most diligent, distinguished and savviest positions on Contemporary African Art in the forms of essays, portfolios, interviews, reviews and previews in the limelight.
“Where do we go from here?” features, amongst others, articles on Adel Abdessemed, Wangechi Mutu, Soavina Ramaroson, Antonio Ole or Bisi Silva.
You can access SAVVY|art.contemporary.african. through the website
You will be able to access the subsequent issues of this journal also online.
We thank all supporters of this project, advisers, authors, editors and especially the designers. We are looking forward to an exhilarating feedback from you.
Call for contributions: You are cordially invited to submit articles until the 16.01.2011 for the next edition of SAVVY|art.contemporary.african. scheduled to be released on the 16.03.2011.
SAVVY|art.contemporary.african.
SAVVY Contemporary
Richardstraße 43/44 I 12055 Berlin

19.11.2010 | por martalanca | Contemporary African Art

Jimmy Mubenga

A morte de Jimmy Mubenga no Outubro passado quando ele estava a ser deportado para Angola é um daqueles acontecimentos que, de repente, apontam para uma prática e resultam em muita introspeção. Na última manifestação à volta deste caso, segundo vários relatos, houve jornalistas de varias partes do mundo incluindo a New York Times. Este é, de certeza, um caso que vai dar muito que falar.  O Jimmy Mubenga estava praticamente a ser sufocado enquanto os passageiros olhavam com indiferença. Mas é que, para muitos, ver um africano a ser maltratado é comum. O africano é, principalmente, maltratado por outros africanos.  Os governos africanos não respeitam os seus próprios cidadãos; é por isso que o resto do mundo sente que tem o direito de maltratar os africanos. Neste caso do Jimmy Mubenga, por exemplo, os angolanos no Reino Unido que deveriam incondicionalmente apoiar a família enlutada para que haja justiça andam divididos: uns insistem que o Jimmy Mubenga não foi Angolano mas Congolês.  Esta é uma alegação absurda; o Jimmy Mubenga, como eu, estava registado na embaixada Angolana em Londres como angolano, ponto final.

O papel da embaixada angolana em Londres neste episódio está a desiludir muitos. Um dos requisitos de liderança é aproveitar-se das oportunidades.  A liderança não é só dar grande festas em hotéis de cinco estrelas. Não há duvida que, por razões históricas etc, o relacionamento entre a embaixada de Angola e certos setores da comunidade tem sido frio. Este era o momento da representação oficial de Angola (e não do partido MPLA) no Reino Unido estender uma mão de amizade, por exemplo, à família enlutada. Não custaria nada a representação oficial de Angola no Reino Unido dizer que lamentava a morte do Jimmy Mubenga e falar sobre as medidas que o governo adotou para ajudar os angolanos deportados da Europa para adaptarem-se à sociedade. Ou será que tais medidas não existem?

Às vezes tenho a impressão de que a antiga correspondente da BBC em Angola, a Lara Pawson e os outros ativistas, estão mais interessados que haja uma certa justiça no caso Jimmy Mubenga do que os próprios angolanos. Mas mesmo se o Jimmy Mubenga fosse Congolês os angolanos teriam, também, o dever de manifestar a sua solidariedade para com ele. É que, para o resto do mundo, a diferença entre um Angolano e um Congolês não é assim tão óbvia. Se o momento chegar mesmo para dar nos pretos, o Angolano e o Congolês apanham juntos – e a sério.

Continuar a ler "Jimmy Mubenga"

19.11.2010 | por martalanca | angolanos, congoleses, emigrantes, justiça

Festival Lisboa Mistura

O Festival Lisboa Mistura é o espaço onde as cenas artísticas urbanas, centrais e limítrofes, se encontram e se confrontam. O São Luiz abre durante três dias, as suas portas à música e às artes nas suas múltiplas formas e combinações, e a um projecto que celebra a interculturalidade que se vive na cidade.

Lisboa Mistura acolhe os sons da cidade, fazendo pontes com as artes e vivências a estes associadas, reflexo da contemporaneidade criativa, fruto de uma mistura inevitável feita com a urgência e melancolia de cada cultura e de cada um de nós. Actores, músicos, compositores, pensadores, bailarinos, fotógrafos, misturam-se nas “imagens” da Rússia, de Moçambique, de Cabo-Verde, da Índia, do Brasil, de Portugal ou de Angola, entre outros países. Lisboa Mistura é dar uma volta ao mundo sem sair de Lisboa. 
Carlos Martins

Toda a programação aqui.

Organização Associação Sons da Lusofonia

3 A 5 DEZ 

SALA PRINCIPAL E JARDIM DE INVERNO

Teatro S. Luiz

 

 

19.11.2010 | por martalanca | Festival Lisboa Mistura

"Meu avô africano", de Carmen Lucia Campos | Ilustrações de Laurent Cardon

No dia da consciência negra, saiba mais sobre a cultura africana

O garoto Vítor Iori descobre que a vinda dos africanos para o Brasil foi bem diferente da dos imigrantes europeus. Ele aprende com seu avô Zinho a história de seus antepassados, como era a vida no período da escravidão, a origem de seu próprio nome e descobre a importância de preservar as raízes de seu povo. Com a ajuda de sua tia e de seu avô, Vítor apresentará na escola um trabalho que será uma verdadeira aula sobre a riqueza da cultura africana.

A coleção Imigrantes do Brasil propõe uma introdução à cultura do imigrante. O objetivo é que os leitores conheçam outros hábitos e costumes e identifiquem as influências culturais deste Brasil tão heterogêneo. Neste volume, o leitor vai descobrir os vários laços que unem a cultura africana com a brasileira, como a música, a comida e a dança, os esportes em que os africanos se tornaram campeões, e, principalmente, a maneira como eles chegaram ao país, escravizados pelos europeus. Ao final do livro há uma seção informativa com fotos e dados da cultura africana.

 

Carmen Lucia Campos nasceu em São Paulo e não conheceu nem seu avô materno – um neto de italianos – nem o paterno – um descendente de africanos. Quando criança fazia de conta que o avô de alguma amiguinha era também dela e aproveitava todo o amor que recebia desse parente “emprestado”. Já adulta continuou a ter muito carinho pela figura do avô e nos quase vinte livros infantojuvenis que já publicou sempre tem um que faz a alegria dos netos. Escrever Meu avô africano foi a forma que encontrou de inventar um avô legal, como ela gostaria de ter.

 

18.11.2010 | por martalanca | cultura afro-brasileira

III Festival Internacional de Cinema - Luanda Fic - 2010, de 19 a 26 de Novembro.

Está concluida a selecção oficial dos filmes para o FIC2010. Cerca de 48 filmes serão exibidos na semana do FIC2010, sendo que 38 filmes compõem a selecção oficial, nos generos ficção e documentário. Outros 10 filmes serão exibidos na Sessão Extra Competição.

Nesta edição recebemos 48 filmes dos 56 inscritos,onde destacamos os filmes angolanos,que em numero razoavel, (atendendo a nossa produção interna) fazem parte desta edição, um total de 13 filmes dos 16 inscritos.

Confira a lista dos filmes seleccionados para Competição Nacional e Competição Estrangeira , os workshops fazem parte do programa do evento, na qual estão convidados os interessados a participarem, profissionais de reconhecimento internacional foram convidados, que durante o FIC2010, vão ministrar oficinas praticas, a participação e inscrição é gratuita, veja o Programa dos Workshops.

18.11.2010 | por franciscabagulho | cinema africano

uma exposição da I Trienal de Luanda

exposição de pintura Lunda-Tchokwe, a partir do livro de José Redinha, I Trienal de Luanda 2006

18.11.2010 | por martalanca | lunda-tchokwe

As Áfricas de Pancho Guedes _ Colecção Dori e Amâncio Guedes

Exposição de 17 Dezembro a 8 de Março no Mercado de Santa Clara, Lisboa.

18.11.2010 | por franciscabagulho | Pancho Guedes

Exposição "Destapar a Luz"

FOTOGRAFIA PINHOLE REALIZADA NA CASA DO GAIATO

 Pinhole – em português buraco de alfinete – é o nome dado à técnica que permite que se fotografe sem lentes. Um furo permite a formação da imagem num recipiente ou espaço vedado da luz. Qualquer espaço protegido da luz pode servir como câmara escura: de latas e caixas de diferentes proporções, até espaços menos convencionais. A projecção de imagens por este método é uma lei física, já conhecida pelo homem desde a Antiguidade.

Hoje em dia, A NASA propõe-se utilizar fotografia pinhole. E a internet veio redescobrir o interesse e novas potencialidades deste tipo de fotografia.

A simplicidade do processo e o facto de ser artesanal, a par com o seu lado didáctico e poético, levaram os fotógrafos José Cabral e José Freire, e a equipa que lideraram, a ensaiar fotografia pinhole com estudantes da Casa do Gaiato de Maputo.

Os resultados deste trabalho reflectem não ser necessário ter grandes recursos para se fazer fotografia, a exemplo do que se passa com muitas outras actividades. O importante sendo o desenvolvimento dos dotes e capacidades das novas gerações.

 

inaugura a 18 de Novembro, às 18 h, nas instalações do Consulado Geral de Portugal na Av. Mao Tsé Toung, 519.

17.11.2010 | por martalanca | fotografia moçambicana

Idioma Comum: Artistas da CPLP na Colecção da Fundação PLMJ

Obras de Celestino Mudaulane, Délio Jasse, Eugénia Musse, Ihosvanny, Julia Keter, Lino Damião, Mário Macilau, Pinto, René Tavares e Yonamine

Comissariado por Miguel Amado

A Fundação PLMJ apresenta a exposição “Idioma Comum: Artistas da CPLP na Colecção da Fundação PLMJ” na 10ª edição da Arte Lisboa. Promovida no âmbito dos Project Rooms da feira de arte de Lisboa, esta exposição inaugura no dia 24 de Novembro, às 18H00, no Centro de Congressos de Lisboa – Pavilhão do Rio, e decorre até 28 de Novembro, entre as 16H00 e as 23H00.

Com este projecto, a Fundação PLMJ contribui para o reconhecimento dos artistas da CPLP no nosso país e para as relações culturais entre Portugal e os restantes membros da CPLP.

A Fundação PLMJ desenvolve, presentemente, o maior acervo português de iniciativa privada dedicado à arte da CPLP. Inicialmente integrando artistas moçambicanos, este espólio contempla, actualmente, múltiplos artistas das demais nacionalidades da CPLP.

A Fundação PLMJ foca-se, inicialmente, em jovens criadores como Yonamine, Celestino Mudaulane, Julia Keter, Mário Macilau e René Tavares, cuja presença conseguida nos seus países se expande, agora, para Portugal. As obras adquiridas caracterizam-se por uma linguagem contemporânea, abordando tanto a realidade cultural local como a ordem social global para além das representações do Outro dominantes no mundo Ocidental.

 Para mais informações, por favor contacte Ana Cristina Ramos  geral@fundacao-plmj.pt ou 210964103.

17.11.2010 | por martalanca

Alex Workshop Center: Artistic Residencies Program 2011-2012

The Alex Workshop Center will host one artist in each field in the period of 1 January 2011 to 15 February 2011. The center will provide accommodation and work studio for 12 work days, although the artist will have to afford the expenses of his transportation from his residency to Alexandria and the artistic materials.

The applications are to be presented from Monday 1 November to Tuesday 30 November 2010. Applications presented after that will not be regarded.

Conditions:

1- The applications are sent only by email to the center’s emailinfo@alexworkshopcenter.org

2- The artist has to apply an updated resume

3- About 6 to 8 works that have been done in the last three years none of the images is more than 60kb in size.

4- Each artist will make an exhibition to show his works in the beginning of his coming to the center

5- Each artist will, at the end of his residency, hold a workshop in his area of experience for 4 days for the young artists.

6- The center will hold an exhibition of the woks that the artist has produced in the period of his residency and also the results of workshops in the observatory hall in the center.

For more information

Dr. Reem Hassan _ The international artistic programs coordinator +20109115181

Dr. Medhat Nasr  _ The general director of artistic programs in the center +20123142091

17.11.2010 | por franciscabagulho | Alex Workshop Center, Artistic Residencies Program

José Eduardo Agualusa, no ritmo da escrita

Por Ramon Mello

Eduardo Agualusa ao SaraivaConteúdo O escritor angolano José Eduardo Agualusa é figura conhecida no Brasil. Entre seus livros mais conhecidos, destacam-se Nação crioula, O ano em que Zumbi tomou o Rio, O vendedor de passados – os três editados aqui pela Gryphus – e As mulheres do meu pai, que saiu pela editora lusófona Língua Geral, onde é um dos sócios. Sua obra está traduzida para mais de dez idiomas, sua literatura rompe as fronteiras. Dividindo-se entre Angola, Portugal e Brasil, Agualusa deixa-se contaminar pelas influências culturais dos caminhos traçados. A letra de uma canção, a cena de um filme, o trecho de um livro, ou a simples luz do ambiente podem ser fundamentais para a sua escrita, marcada por um ritmo próprio. Durante sua passagem pelo Festival da Mantiqueira, em São Francisco Xavier (SP), no final de maio, José Eduardo Agualusa conversou com o SaraivaConteúdosobre seu novo livro, Barroco tropical (Companhia das Letras), “a história de amor entre uma cantora e um escritor”. Além disso, ele falou sobre a experiência de escrever letras de canções e peças teatrais.

 

Seu novo livro, Barroco tropical, marca sua estreia na editora Companhia das Letras. Fale sobre a história dessa mulher que cai do céu…

José Eduardo Agualusa - Diferente de outros livros, esse é um livro escuro. E também um livro de excessos, torrencial, com excessos de personagens. Eu tenho uma imaginação um pouco delirante, meu trabalho com os livros anteriores foi tentar podar o excesso. E nesse eu resolvi fazer justamente o contrário, decidi que havia de ser um livro, justamente, “barroco tropical”. Portanto, criei uma estrutura que permitisse a entrada de um número grande de personagens. O Bartolomeu Falcato, narrador do livro, é a pessoa que está escrevendo a história. Há outra personagem, uma cantora, Kianda. É a história de amor entre uma cantora e um escritor. O escritor vem do romance anterior, o Bartolomeu Falcato, que é documentarista e escritor. Ele aparece 10 anos mais tarde, o livro se passa em 2020.

 

É um olhar sobre Angola em 2020. Em que medida Bartolomeu tem relação com Agualusa?

Agualusa - É um personagem parecido comigo sim. As pessoas perguntam: é um alterego? Sim, é um alterego. É um escritor, tem elementos da vida dele que realmente se passaram comigo. Mas tem outras coisas que não são minhas, naturalmente. A experiência de vida dele é diferente da minha, até as opiniões políticas dele são um pouco diferentes. Ele é um personagem que vem de uma família ligada ao regime - só mais tarde passa a questionar seu posicionamento em relação ao regime.

Continuar a ler "José Eduardo Agualusa, no ritmo da escrita"

16.11.2010 | por martalanca | Agualusa, Literatura lusófona