Decisão da ONU recebida em Bengazi com júbilo

Milhares de pessoas concentradas em Bengazi receberam com júbilo e fogo de artifício a adoção pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas da resolução que permite “todas as medidas necessárias” à proteção da população civil na Líbia.

Mais de três mil pessoas, noticia a Efe, que seguiam em direto na principal praça de Bengazi a sessão do Conselho de Segurança, através da Al-Jazeera, receberam com gritos de alegria o resultado da votação, agitando centenas de bandeiras líbias tricolores, anteriores à chegada de Khadafi ao poder.

Fonte: Expresso

Ver o video que emocionou o embaixador líbio  na ONU

18.03.2011 | por ritadamasio | Líbia, mundo, ONU, Revolta

Prêmio OFF FLIP de Literatura abre inscrições

Estão abertas até 30 de abril as inscrições para a sexta edição do Prêmio OFF FLIP de Literatura.

Criado em 2006 como parte da programação literária da OFF FLIP, o Prêmio oferecerá aos poetas e contistas vencedores R$ 12 mil no total, além de estadia em Paraty e ingressos para mesas de debate da FLIP. Há também outras formas de premiação, como cota de livros da editora Record e passeio de escuna pela baía de Paraty.Os textos serão avaliados por escritores de expressão no cenário literário brasileiro e os 30 finalistas serão publicados em uma coletânea pelo Selo OFF FLIP. A premiação acontecerá entre 6 e 10 de julho paralelamente à Festa Literária Internacional de Paraty.

O regulamento pode ser lido no site do Prêmio

 

17.03.2011 | por martalanca | Paraty

Amilcar cabral (bu mori sedu)

Track de Homenagem “Amilcar Cabral (bu mori sedu)” – Chullage, LBC e Kaya 
Produção gravação e mistura de dB para Centa 2008 
Ouve, repassa e divulga. Apoia Aquele Rap.

Chullage, LBC e Kaya (artistas cabo-verdianos em Portugal) juntaram-se no âmbito do intercambio de artistas de vários bairros promovido pela Freestylaz no CENTA, e fizeram esta homenagem a Amílcar Cabral numa produção de dB.

Released by: beatweenus 

17.03.2011 | por martalanca | Chullage, LBC e Kaya

Ghostpoet

17.03.2011 | por martalanca | London, música

Obama foi anulado pelo conservadorismo de bordel dos EUA

A economista Maria da Conceição Tavares fala sobre a visita de Obama ao Brasil, a situação dos Estados Unidos e da economia mundial. Para ela, a convalescença internacional será longa e dolorosa. A razão principal é o congelamento do impasse econômico norte-americano, cujo pós-crise continua tutelado pelos interesses prevalecentes da alta finança em intercurso funcional com o moralismo republicano. ‘É um conservadorismo de bordel’, diz. E acrescenta: “a sociedade norte-americana encontra-se congelada pelo bloco conservador, por cima e por baixo. Os republicanos mandam no Congresso; os bancos tem hegemonia econômica; a tecnocracia do Estado está acuada”.

Quando estourou a crise de 2007/2008, ela desabafou ao Presidente Lula no seu linguajar espontâneo e desabrido: “Que merda, nasci numa crise, vou morrer em outra”. Perto de completar 81 anos – veio ao mundo numa aldeia portuguesa em 24 de abril de 1930 - Maria da Conceição Tavares, felizmente, errou. Continua bem viva, com a língua tão afiada quanto o seu raciocínio, ambos notáveis e notados dentro e fora da academia e esquerda brasileira. A crise perdura, mas o Brasil, ressalta com um sorriso maroto, ao contrário dos desastres anteriores nos anos 90, ‘saiu-se bem desta vez, graças às iniciativas do governo Lula’. 

A convalescença internacional, porém, será longa, adverte. “E dolorosa”. A razão principal é o congelamento do impasse econômico norte-americano, cujo pós-crise continua tutelado pelos interesses prevalecentes da alta finança em intercurso funcional com o moralismo republicano. ‘É um conservadorismo de bordel’, dispara Conceição que não se deixa contagiar pelo entusiasmo da mídia nativa com a visita do Presidente Barack Obama, que chega ao país neste final de semana. 
Um esforço narrativo enorme tenta caracterizar essa viagem como um ponto de ruptura entre a ‘política externa de esquerda’ do Itamaraty – leia-se de Lula, Celso Amorim e Samuel Pinheiro Guimarães - e o suposto empenho da Presidenta Dilma em uma reaproximação ‘estratégica’ com o aliado do Norte. Conceição põe os pingos nos is. Obama, segundo ela, não consegue arrancar concessões do establishment americano nem para si, quanto mais para o Brasil. ‘Quase nada depende da vontade de Obama, ou dito melhor, a vontade de Obama quase não pesa nas questões cruciais. A sociedade norte-americana encontra-se congelada pelo bloco conservador, por cima e por baixo. Os republicanos mandam no Congresso; os bancos têm hegemonia econômica; a tecnocracia do Estado está acuada”. O entusiasmo inicial dos negros e dos jovens com o presidente, no entender da decana dos economistas brasileiros, não tem contrapartida nas instâncias onde se decide o poder americano. “O que esse Obama de carne e osso poderia oferecer ao Brasil se não consegue concessões nem para si próprio?”, questiona e responde em seguida: ‘Ele vem cuidar dos interesses americanos. Petróleo, certamente. No mais, fará gestos de cortesia que cabem a um visitante educado’. 

O desafio maior que essa discípula de Celso Furtado enxerga é controlar “a nuvem atômica de dinheiro podre” que escapou com a desregulação neoliberal – “e agora apodrece tudo o que toca”. A economista não compartilha do otimismo de Paul Krugman que enxerga na catástrofe japonesa um ponto de fuga capaz, talvez, de exercer na etapa da reconstrução o mesmo efeito reordenador que a Segunda Guerra teve sobre o capitalismo colapsado dos anos 30. “O quadro é tão complicado que dá margem a isso: supor que uma nuvem de dinheiro atômico poderá corrigir o estrago causado por uma nuvem nuclear verdadeira. Respeito Krugman, mas é mais que isso: trata-se de devolver o dinheiro contagioso para dentro do reator, ou seja, regular a banca. Não há atalho salvador’.

Leia a seguir a entrevista exclusiva de Maria da Conceição Tavares à Carta Maior.

CM- Por que Obama se transformou num zumbi da esperança progressista norte-americana?

Conceição - Os EUA se tornaram um país politicamente complicado… o caso americano é pior que o nosso. Não adianta boas idéias. Obama até que as têm, algumas. Mas não tem o principal: não tem poder, o poder real; não tem bases sociais compatíveis com as suas idéias. A estrutura da sociedade americana hoje é muito, muito conservadora – a mais conservadora da sua história. E depois, Obama, convenhamos, não chega a ser um iluminado. Mas nem o Lula daria certo lá.

CM- Mas ele foi eleito a partir de uma mobilização real da sociedade….

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17.03.2011 | por martalanca | Brasil, Dilma, Estados Unidos da América, Lula, Obama

Workshop de gamelão de Java para adultos - Domingo - 27 de Março - 10h-12h

17.03.2011 | por martalanca | gamelão, Java

Research Film Festival 2011-2012 - Call for Applications

The Canadian-based Research Network “Slavery, Memory, Citizenship”, the European network of EURESCL: Slave Trade, Slavery, Abolition and their Legacies in European Histories and Identities (7th PCRD), and the CIRESC “Centre International de Recherches sur les Esclavages, Acteurs, Systèmes, Representations” are pleased to announce their fourth annual international research film festival and welcomes submissions that address the realities of slavery in its past and contemporary forms.

The theme for Festival 2011-2012 is once again “Culture, Diaspora, and Citizenship”.

 

The fourth edition of the festival will begin in May 2011 and will travel to locations that include:

- Paris (May 2011)
- Mexique, Mexico City
- Veracruz, Mérida, Chetumal
- Dakar
- Abidjan, Cotonou, Lomé, Ngaoundéré
- Port au Prince
- Havanna, Santiago de Cuba
- Ouagadougou
- Rio de Janeiro (November 2011)
- Quebec/Toronto (February 2012)

The Toronto version of the festival will be hosted by the Harriet Tubman Institute.

 

 

17.03.2011 | por nadinesiegert | culture, diáspora, film festival

Diásporas e artes visuais: poéticas e políticas das modernidades

Aceitam-se propostas de trabalho para o GT 61, denominadoDiásporas e artes visuais: poéticas e políticas das modernidades, no XI Congresso Luso Afro Brasileiro de Ciências Sociaisque será realizado em Salvador, nos dias 07 a 10 de agosto de 2011. As inscrições estão abertas até o dia 30 de março de 2011  e devem ser realizadas no próprio site do evento. 
A proposta deste Grupo de Trabalho é reunir estudos sobre diferentes formas de expressões visuais, como: artes plásticas, cinema, dança, fotografia, vídeo, entre outras, realizadas por investigadores interessados em pensar a relação entre o universo das artes visuais e a diáspora, principalmente em contextos envolvendo África, Brasil e Portugal. Isto implica, reunirmos pesquisas sobre as experiências do trânsito e da circulação de pessoas, de objetos e de informações, e a expressão artística visual destes agentes sobre tais experiências. Neste sentido, pensamos na noção de “diáspora” como um conceito que altera a mecânica dos pertencimentos e produz uma forma nova de ver as experiências, os acontecimentos, e que traz novas formas de interpretar o passado e o presente. James Clifford correlacionou a diáspora à viagem, como um termo que abarca uma gama de práticas e teorias na antropologia das últimas décadas. A teoria da diáspora amplia os sentidos da experiência e introduz novas questões sobre a cultura contemporânea, implicadas especialmente pelas relações entre a poética e a política, tanto em perspectivas sociais quanto conceituais. As teorias atuais enfatizam o movimento, a circulação, os entre-lugares, enquanto as múltiplas dimensões da cultura vão também se tornando mais visíveis e fluídas. O foco dos trabalhos deverão ser as formas de expressão de tais agentes, a produção, a linguagem e o consumo, implicados pelos sentidos de identidade, de territorialidade e de plasticidade das imagens em contextos de permeabilidades transnacionais.
 

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17.03.2011 | por martalanca | diáspora, viagem

Ciclo de Conferênci​as AvalPortug​al- Encontros sobre Eficácia da Ajuda ao Desenvolvi​mento

Na sequência da mesa redonda sobre a eficácia da ajuda ao desenvolvimento que se realizou em Janeiro no ISCTE-IUL, o Grupo de Trabalho sobre Cooperação Internacional da AvalPortugal inicia agora um conjunto de encontros no âmbito do Ciclo de Conferências sobre Avaliação de Políticas Públicas, dedicados à avaliação e eficácia da ajuda ao desenvolvimento.

Terá lugar no dia 22MAR às 18h00 no Auditório Afonso de Barros, Ed. II, ISCTE-IUL .

O tema em discussão será o Apoio Directo ao Orçamento em Moçambique e será apresentado por Edson Cortez.

Organizado por: ESPP/ISCTE-IUL; AvalPortugal e CIES/ISCTE-IUL

16.03.2011 | por ritadamasio | conferência, Cooperação, desenvolvimento, ISCTE, Moçambique

Stoppons Kadhafi

La Ligue Arabe vient de proposer officiellement au Conseil de Sécurité de l’ONU une résolution pour établir une zone d’exclusion aérienne au-dessus de la Libye. Après des semaines d’impasse au niveau international, c’est maintenant l’heure de vérité. Si nous ne persuadons pas l’ONU d’agir, nous pourrions assister en Libye à l’un des plus grands bains de sang de ce nouveau siècle. 

Ville après ville, les forces de Kadhafi écrasent la rébellion. Si elles reprennent le pays, c’est un châtiment brutal qui attend les Libyens ayant osé défier le régime. Des témoignages faisant état de tortures et d’assassinats dans les régions reprises affluent déjà.

Les citoyens libyens se demandent si le monde les a abandonnés. Le mouvement Avaaz est profondément attaché à la non-violence, mais le soutien à une zone d’exclusion aérienne pour maintenir au sol les hélicoptères de combat de Kadhafi constitue un cas où une action militaire appuyée par l’ONU semble nécessaire. Les sondages auprès de nos membres montrent que 86% d’entre nous approuvent la mise en place d’une zone d’exclusion aérienne. Alors que s’approche le vote décisif de l’ONU, c’est le moment ou jamais de faire résonner l’appel le plus puissant possible.

Nous avons acclamé le moment où le peuple libyen s’est soulevé, et nous ne pouvons pas, nous ne devons pas ignorer l’appel à l’aide qu’il nous lance alors qu’il traverse l’heure la plus sombre. Même si vous en avez envoyé un précédemment, cliquez pour envoyer un message au Conseil de Sécurité de l’ONU ICI:

L’ONU est divisée, mais le rapport de force évolue rapidement: alors que la Chine, la Russie et l’Allemagne s’opposent à la zone d’exclusion aérienne, la Ligue Arabe, la Conférence Islamique, le Royaume-Uni et la France poussent en sa faveur. Les Etats-Unis et l’Inde sont hésitants. Nous n’assistons pas à un débat Est-Ouest d’un autre âge; il ne s’agit pas non plus, contrairement à ce que certains craignent, d’un complot pour s’emparer des ressources pétrolières. Le Conseil National Provisoire libyen, que la France a reconnu comme gouvernement légitime de Libye, appelle désespérément à l’imposition d’une zone d’exclusion aérienne et à l’aide internationale, mais chaque jour qui passe voit grandir la crainte d’un soutien arrivant trop tard.

Une zone d’exclusion aérienne n’est pas une panacée — elle devrait être assortie de sanctions ciblées plus fortes et du gel des avoirs du régime, ainsi que du brouillage des appels à la violence diffusés sur les ondes par Kadhafi. Un plus grand nombre de pays devrait également reconnaître diplomatiquement le Conseil National Provisoire de Libye. Même tout cela pourrait ne pas suffire. Mais avec des dizaines de milliers de vies en jeu, ceux qui s’opposent à des mesures énergiques doivent maintenant se demander s’ils sont capables d’appeler à l’inaction.

Le droit international et le Conseil de Sécurité de l’ONU l’ont établi clairement: lorsque de graves crimes contre l’humanité sont commis, la communauté internationale a la responsabilité de protéger le peuple contre ces crimes, même celui-ci est agressé par son propre gouvernement. Nous ne connaissons pas encore l’étendue des crimes de Kadhafi, mais nous ne pouvons pas simplement détourner les yeux. Cliquez pour envoyer un message urgent aux délégués du Conseil de Sécurité de l’ONU IÇI !

16.03.2011 | por ritadamasio | guerre civile, Kadhafi, lybie, ONU, rebélion, révolte

TAP quer voar para o Mali

Brasília - A transportadora aérea portuguesa TAP pretende abrir uma nova rota em África. O Instituto Nacional de Aviação Civil pediu autorização às autoridades do Mali para a criação de uma linha aérea ligando Lisboa e Bamako.

Luiz Gama Mór admite que não há um “tráfego digno de nota entre Mali e Portugal, mas, tal como fizemos com Dakar (Senegal), Lisboa será um ‘hub’ [plataforma de ligação] para outros destinos, nomeadamente a França”.
Ainda em África, a TAP quer também abrir uma ligação aérea para São Vicente, em Cabo Verde.




16.03.2011 | por ritadamasio | destinos, mali, voos

Dia Mundial do Teatro do Oprimido

Hoje assinala-se o Dia Mundial do Teatro do Oprimido. Em Moçambique, há comemorações em todas as províncias, mas em Maputo, centram-se no Centro Cultural Brasil-Moçambique.

Este o assunto de abertura do programa Atrás da Máscara de hoje, em que falamos de muitos outros assuntos, como seja o caso da atribuição do Prémio de Mérito Teatral, pela Associação Mindelact, à Cooperação Portuguesa.

Mas oiça…

foto: Augusto Boal, fundador do teatro do oprimido (fonte: CTO)

ouvir aqui

 

16.03.2011 | por martalanca | Moçambique, teatro do oprimido

EU SOU ÁFRICA - 7º episódio CONCEIÇÃO DEUS LIMA - S.TOMÉ E PRÍNCIPE

SÁBADO, 19 de março, 19h, na RTP 2 

Jornalista e poeta, partiu várias vezes de São Tomé e Príncipe. Partiu para driblar os que queriam calar-lhe a voz incómoda nos jornais, na rádio e na televisão, partiu para se reconhecer como escritora, partiu para ser correspondente da BBC, em Londres. Mas em cada uma dessas partidas levou a ilha com ela. Regressada, continua a questionar passado e presente, num exercício de indagação e busca a que chama umas vezes jornalismo, outras poesia. A cidadania participativa, a educação e a cultura são os valores pelos quais a autora de O Útero da Casa, se bate, sempre. 

Marginal de São Tomé, fotografia de Marta Lança Marginal de São Tomé, fotografia de Marta Lança

O debate, para criar pluralidade nas perspectivas, é uma das armas que Conceição Deus Lima usa para combater os problemas do seu país. Pratica-o na cobertura das eleições legislativas de S.Tomé, em comícios e na televisão, com a coragem para fazer as perguntas difíceis e necessárias. Em Santana, onde nasceu e aprendeu com a avó a falar crioulo, a entender plantas e a escutar os mitos dos rios, mergulha nos rituais dos antepassados para nos levar à constante duplicidade da sua ilha mágica, paraíso e lugar de massacre, terra de senhores e de serviçais. Fala da euforia de 1975, quando se fizeram possíveis todos os sonhos, vontades e aspirações, impulsionados pelas leituras de Amilcar Cabral e Kwame Nkrumah e pelo visionarismo dos grandes poetas são-tomenses, com Alda Espírito Santo como figura tutelar. Crioulidade, África, ilha e arquipélago, são palavras sobre as quais São de Deus Lima pensa e escreve com frequência, como poeta e como jornalista. 

Ver:

 

16.03.2011 | por martalanca | Conceição Lima, jornalismo, poesia, S.Tomé

in nina's heart

16.03.2011 | por martalanca | Nina Simone

As duas faces da Guerra

 

A guerra da Guiné, revista num documentário de Diana Andringa e Flora Gomes…
Luta de libertação para uns, guerra de África para outros: o conflito que, entre 1963 e 1974, opôs o PAIGC às tropas portuguesas é visto, desde logo, de perspectivas diferentes por guineenses e portugueses. Mas não são essas as únicas duas faces desta guerra: mais curioso é que, para lá do conflito, houve sempre cumplicidade: Não fazemos a guerra contra o povo português, mas contra o colonialismo, disse Amílcar Cabral, e a verdade é que muitos portugueses estavam do lado do PAIGC. Não por acaso, foi na Guiné que cresceu o Movimento dos Capitães que levaria ao 25 de Abril. De novo duas faces: a guerra termina com uma dupla vitória, a independência da Guiné, a democracia para Portugal. É esta aventura a dois que queremos contar, pelas vozes dos que a viveram.

16.03.2011 | por martalanca | guerra colonial

Encontro sobre Ruy Duarte de Carvalho, em SANTARÉM

16.03.2011 | por martalanca | Ruy Duarte de Carvalho

Jamaica 1971 - LISBOA

16.03.2011 | por martalanca | Jamaica, noite de lisboa

These winds of change may now reach across the Sahara

The revolutions in the north have inspired sub-Saharan Africans. We can only hope the region’s leaders take note

Wangari Maathai

As protests against authoritarian rule spread throughout north Africa and the Middle East, I’ve been asked whether similar pro-democracy protests could take place in sub-Saharan Africa too.

At first glance, the conditions appear ripe. Many sub-Saharan Africans also struggle daily with the consequences of poor governance, stagnating economies and dehumanising poverty, and rampant violations of human rights.

It’s difficult for an outsider to know the local reasons why people in any society finally decide they’ve had enough of their leaders and rise up against them. It’s also dangerous to assume that revolutions occurring simultaneously have the same root causes. But certain factors do help explain the volatility in north Africa and the relative quiet to the south – and why that may not persist indefinitely. The first is the idea of the nation itself, along with regional identity. Because the great majority of peoples of north Africa and the Middle East are Arabs, their ethnic, linguistic, religious, and cultural connections provide a degree of solidarity within and across national boundaries. The majority think less along ethnic and more along lines of national identity. Al-Jazeera provides a wealth of information in the region’s common language, Arabic, and allows one country’s news to reach a broad regional swathe practically instantaneously.

Many in the younger generation are well-educated professionals, eager to make their voices heard. And in Tahrir Square, we heard the protesters chant: “We are all Egyptians,” no matter where they came from in Egypt, their social status, or even their religion (Egypt has a small but significant population of Coptic Christians). That sense of national identity was essential to their success. But that national spirit, sadly, is lacking in much of sub-Saharan Africa. For decades, under colonial rule and since independence, many leaders have exploited their peoples’ ethnic rivalries and linguistic differences to sow division and maintain their ethnic group’s hold on power and the country’s purse strings. To this day, in many such states, ethnicity has greater resonance than national identity.

Instead of encouraging inter-ethnic understanding and solidarity, leaders have set communities against each other in a struggle for resources and power, making it difficult for citizens to join together for the national interest.

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16.03.2011 | por martalanca | Revolution, sub-Saharan Africans

50 anos depois do início das guerras coloniais, alguns dados para avivar a memória

Irene Pimentel, no Jugular

Entre 1961 e 1974, Portugal, onde vigorava um regime ditatorial, levou a cabo guerras coloniais em três frentes de combate. Segundo números oficiais, ao chegar-se a 1974 - ano em que foram mobilizados 150 mil efectivos militares para o esforço de guerra em África -, já havia treze anos que a guerra durava em Angola, onze anos na Guiné e dez em Moçambique. Vejam-se alguns dados para memória presente e futura:

- A guerra sorveu entre 7 a 10% da população portuguesa e mais de 90% da juventude masculina. Ainda em termos de gastos humanos, durante os treze anos de guerra, morreriam mais de 8 mil homens e ficariam feridos ou incapacitados cerca de 100 mil portugueses.

- Segundo dados do Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA), morreram de várias causas 8.831 militares portugueses, dos quais 4.027 em combate, ou seja, respectivamente 23% do contingente “metropolitano” e 77% dos soldados recrutados nas próprias colónias

- Das quase nove mil baixas das Forças armadas portuguesas, que representavam 1 % do número total de combatentes nos três teatros de guerra, 3.455 ocorreram em Angola, 3.136 em Moçambique e 2.240 na Guiné.

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16.03.2011 | por martalanca | guerra colonial

Encontros com a História: ciclo de Cinema e Debates - COIMBRA

22 de Março a 19 de Julho de 2011, 17h30

Mosteiro de Santa Clara; Associação Fila K – Coimbra

A década de 60 inaugurou um novo momento político em África. Todavia, as transições para as independências foram acompanhadas, em vários casos, por situações de extrema violência, reflexo quer da complexidade política presente, quer da intolerância imperial. É objectivo deste ciclo (Iº semestre de 2011) ver e discutir estes filmes como testemunho político da construção do projecto das independências africanas, abrindo pontes para uma análise mais profunda dos vários sujeitos que estes ‘encontros com a história’ procuram resgatar.
Assim, este projecto tem por magno objectivo assinalar tais eventos e fomentar uma reflexão abrangente e multidimensional sobre a questão colonial, contribuindo para o necessário enriquecimento das análises sobre o tema.
Tal reflexão afigura-se especialmente importante por um vasto conjunto de razões. De facto, as leituras hegemónicas do colonialismo e a sua conceptualização predominante como mera relação política formal de dominação invisibilizam a complexidade e a diversidade das formas de dominação, exploração, violência e discriminação que o colonialismo engendrou. Mesmo focando a diversidade das experiências coloniais europeias em África, tais perspectivas universalizam a um tal ponto os modos de produção e exercício do poder colonial, que as vivências, experiências e resistências dos povos africanos tendem a ser narradas e interpretadas pelo olhar dominantes das ex-metrópoles.
Fazendo eco das propostas e das preocupações de um olhar pós-colonial crítico e emancipatório e procurando promover uma perspectiva comparativa mais alargada do que a proposta pela denominada Lusofonia, pretende-se, assim, realçar a problemática do colonialismo de modo multidimensional, exercer o direito à memória e às verdades históricas e reflectir sobre as formas contemporâneas com que a experiência colonial se manifesta e se reproduz hoje.
A partir da visualização de filmes ficcionados, documentários e outro material histórico de época e da contemporaneidade, e procurando dar-se particular realce à cinematografia africana em clara reposta aos apelos pós-coloniais, promover-se-ão debates alargados sobre tal material.
Propõe-se a gravação pelo CES dos debates que poderão ser disponibilizados online.
O projecto terá dois momentos principais:

O primeiro momento – a decorrer durante o I semestre de 2011 -, abordará as questões coloniais de um ponto de vista mais global e transversal, para procurar contextualizá-las no terreno africano, ultrapassando o círculo restrito da Lusofonia.

O segundo momento, a iniciar em Setembro de 2011, será constituído por mini-ciclos temáticos sendo cada um deles consagrado à experiência de países concretos. Saliente-se também que em cada um destes mini-ciclos temáticos, procurar-se-á abordar cada caso nacional de um modo multidimensional, o que implica a procura de material de época e da contemporaneidade.

1º Ciclo: Março de 2011 – Julho de 2011

22 de Março. Filme : Cuba, uma odisseia africana

Sinopse: Realizado pela francesa Jihan El Tahri, é um documentário sobre a presença cubana em África nos anos 60, no apoio internacionalista aos movimentos de libertação. (2007). Duração: 80’ Local: Mosteiro de Santa Clara Comentadora: Iolanda Valle

12 de Abril.  Filme: Flame

Sinopse: Dirigido por Ingrid Sinclair, em 1996. Tem por cenário a Guerra civil do Zimbabwe (1972-2980) e retrata a experiência das mulheres que participaram na luta armada. Local: Mosteiro de Santa Clara  Comentadora: Giselle Wolkoff

19 de Abril.  Filme : O Leão do Deserto

Sinopse: EUA/Líbia, 1981. Dirigido por Moustapha Akkad. Discute a história da ‘pacificação’ da Líbia (conquistada dos Turcos em 1911) entre 1929 e 1931, período em que atingiram o auge as acções guerrilheiras de Omar Mukhtar, líder líbio. Duração: 173’ Local: Mosteiro de Santa Clara  Comentador : Celso Rosa

10 de Maio   Filme: A Batalha de Argel

Sinopse : Dirigido por Gillo Pontecorvo. Retrata a luta da Argélia para se tornar independente da França, a partir da trajectória de Ali, líder da Frente Argelina de Libertação Nacional (FLN). Banido por muitos anos na França e proibido no Brasil na época da ditadura militar, A batalha de Argel [The Battle of Algiers] conquistou o Prémio da Crítica Internacional no Festival de Veneza de 1966 e, em 1969, quando foi lançado nos Estados Unidos, recebeu duas indicações para os Oscar, nas categorias de melhor direcção e melhor roteiro original. (1966).  Duração: 117’  Local: Casa das Artes (Fila K) Comentador: Vania Baldi

21 de Junho  Filme: Something of Value

Sinopse: EUA, 1957. Dirigido por Richard Brooks, o filme tem por cenário o Quénia, discutindo a complexidade colonial através do desenrolar da revolta dos Mau-Mau. Local: Casa das Artes (Fila K)  Comentadora: Maria Madalena Gracioli

19 de Julho.  Filme: Lumumba

Sinopse: Documentário sobre Patrice E. Lumumba, a sua ascensão ao poder e a independência do Congo. (1992). Duração: 69’  Local: Casa das Artes (Fila K) Comentadora: Carolina Peixoto

Todas as sessões às 17h30.   Entrada Livre. + infos

Organização: Centro de Estudos Sociais (CES), Coimbra. Paula Meneses e Catarina Gomes (Núcleo DECIDe)

16.03.2011 | por franciscabagulho | independências africanas