R.I.P. Benoît FOSSOUO

Artista camaronês praticamente desconhecido e ignorado na sua comunidade, habitava e trabalhava à saída de Bandjoun, na estrada internacional em direcção a Douala.

O seu trabalho, espécie de “primitivismo autodidacta” (Jean-Loup Amselle) caracteriza-se por uma pesquisa de signos da natureza e da cultura baseada na caligrafia (inscrições a partir do seu nome, com as cores das decorações das casasbamiléké), na assemblage de objectos encontrados (com recurso à feitiçaria local), ou na criação de “lugares” (a “banca de venda de frutas”, o “ninho de ovos”, a “passagem secreta” para armazenar comida e material).

Profeta africano, na senda de um Frédéric Bruly Bouabré (Costa do Marfim), ou Paulo Kapela (Angola). 

Morreu no hospital de Dschang Ouest Cameroun.

Sobre ele escreveu-nos Barthélémy Toguo: “ij était un créateur hors norme pour moi, nous avions une complicité forte et toujours riche en émotions. Dans toute sa vie, il n’avait jamais été compris par sa famille et son entourage. Homme Paria dans la communauté, Bernard Fossouo restera pour moi comme un artiste dévoué dans son travail avec une inspiration foisonnante, prolifique, un génie”.

 

20.09.2010 | por martamestre | Benoît Fossou