RETIROS NA NAVE Desenhar e Percorrer uma Paisagem

de 1 a 7 de Outubro de 2018 em Castelo de Vide Wandering and drawing a landscape - 1st to 7th of October, Castelo de Vide, Portugal

Aulas de Desenho e Percursos na Natureza: uma experiência de desconexão das tecnologias digitais no interior alentejano.

Durante uma semana, vamos desligar as nossas câmaras fotográficas e smartphones para ver, sentir e registar o que nos rodeia sem a mediação de ecrãs digitais. Ao desenhar levamos as linhas a dar uma volta, já nos dizia Paul Klee. Ao caminhar, inscrevemos traços nos percursos que atravessamos. Estas duas actividades articulam o tempo com o espaço e recolocam-nos no aqui e no agora. Através de exercícios de deambulação e de observação, vamos explorar várias técnicas de desenho que associam o gesto da inscrição gráfica ao gradual reconhecimento do lugar.

Drawing Classes and Walking tours in the Nature: an experience of disconnection of digital technologies in the Portuguese countryside.
For a week, we’ll turn off our cameras and smartphones to see, feel and record what surrounds us without the mediation of digital screens. While drawing we take the lines for a walk, as Paul Klee once told us. When walking, we inscribe traces through on paths we are crossing. These two activities articulate time and space and relocate us here and now. Through walking and observation exercises, we will explore several drawing techniques that link the gesture of graphic inscription to the gradual recognition of the place.

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03.08.2018 | por martalanca | desenho, paisagem

Escrita na Paisagem – festival de performance e artes da terra 2012

 9ª edição - 1 de Julho 2012 >> 31 de Agosto 2012
Évora

O Festival Escrita na Paisagem chega à 9ªedição com o tema cosmopolíticas. Tema complexo e de extrema actualidade, permite situar a criação artística contemporânea entre o Alentejo e o mundo, entre a condição local e o apelo global.

As relações entre as culturas portuguesa e africana ganharam forma e centralidade inequívocas, atravessadas pela inquirição sobre as identidades e as diferenças, sobre os processos de cruzamento e miscigenação, sobre, enfim, uma história que se partilha e anda mal resolvida nos planos ideológico e político, mas cujos frutos no campo artístico, e sobretudo no campo musical, são inquestionáveis: a música de raiz africana respira nas várias gerações de criadores musicais dos séculos XX e XXI em Portugal, seja pela circulação de protagonistas, seja pela indústria discográfica e da difusão musical, seja pelas profundas influências que as relações históricas potenciaram (entre os limites do período colonial, a circulação que as independências geraram e as contaminações que o mundo global continuamente (re)faz).
A abrir um espaço à ‘transnacionalização’ o Escrita na Paisagem, em parceria com Mural Sonoro, apresenta Africa Move, o programa de todas as quartas-feiras, dedicadas à música, no Largo de São Vicente, em Évora. Nove quartas-feiras e onze concertos a não perder!
 
A abrir o programa dia 4 de Julho, numa noite dedicada à multi-instrumentalidade, estão Skolah Bedja. Miguel Gomes, da Associação Gaita de Foles de Portugal, músico de gaita de foles e percussões,  e Sebastião Antunes, Mestre da Quadrilha e músico de guitarra, bouzouki, bandolim, bandoleta, percussão, flauta e tin whistle. Dia 11 de Julho vamos ouvir Bilan. Filho de uma família de músicos cabo-verdianos reconhecidos, o contacto com a cidade e uma certa saudade das ilhas da Morabeza, passam para a sua estética e execução sonora/musical. Segundo Bilan, a sua música “reforça uma miscigenação de estilos e influências mostrando, dentro da música urbana, um outro lado de viagem e de diáspora, banhado pela língua crioula e os contornos da ’sabura’ “. Múcio Sá e Francesco Valente tocam no dia 18 de Julho. Nascido no Brasil (Bahia) Múcio é um músico/instrumentista, que manuseia instrumentos como Mandolim, Ukelele, banjo, baixo, guitarra portuguesa. Francesco Valente, de conjuntos como os Terrakota ou Orquestra Todos, é também um multi-instrumentista, embora frequentemente o ouçamos e vejamos mais ligado ao contrabaixo. O Dj Leo Leonel, chega ao Largo de São Vicente no dia 25 de Julho. Nascido no Rio de Janeiro, é um apaixonado da música e trará a sua visão ao festival Escrita na Paisagem, num set preparado para o efeito, onde cruzará de forma natural a ‘lusofonia’ com a ‘cultura pop global’. Da ‘tradição à modernidade’, expressões dele. No 1º dia de Agosto, o festival recebe Cacique 97, o colectivo luso-moçambicano que dispensa apresentações e já marcou presença em prestigiados festivais. Há na sua música uma influência evidente do universo das percussões tradicionais/típicas da região em que assenta a música que produzem. Como os ‘yoruba’, ou estilos locais, como o ‘highlife’ e ‘juju’. Há as mesmas influências que se juntaram ao ‘afro-beat’  de uma época, como o ‘reggae’, o ‘jazz’, a ‘soul’ e ‘funk’.  
Dia para ouvir ainda Selma Uamusse, a voz de Gospel Collective, Movimento, Wraygunn e solista nas suas interpretações em tributos, como o recentemente feito a Nina Simone que irá apresentar em Évora. No dia 8 de Agosto vamos ouvir o grupo brasileiro em digressão por Portugal, Bemba Trio com um conjunto de músicas originais. O duo Irmãos Makossa, o italiano e o angolano que encerraram o Festival Músicas do Mundo do ano passado, num ambiente contagiante, chegam no dia 15 de Agosto. A cruzar raízes como poucos, os Irmãos Makossa são uma espécie de ‘autodidactas da procura de raridades’. A noite de 22 de Agosto é para ouvir o set do Dj Tiago Angelino, com sons que vão da ‘África Portuguesa’ (Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe) à ‘África Negra’ (como o Mali). 
Dia 29 de Agosto marca a última quarta-feira de Africa Move no festival Escrita na Paisagem, com o percussionista Marco Fernandes introduzido pelo músico e compositor Jaime Reis, na apresentação da obra percussion and tape commissioned by Frankfurt Ballet, dance entitled “Walking Music”, para dois percussionistas. Noite em que vamos poder voltar a ouvir mais o Dj Tiago Angelino, a encerrar com o imperativo: dançar!

Africa Move, de 4 de Julho a 29 de Agosto, no Festival Escrita na Paisagem. Em breve toda a programação do festival em www.escritanapaisagem.net

18.06.2012 | por martalanca | cultura, paisagem, transnacionalização

Encontros do Rio Ciência, Desenvolvimento, Comunidade e Utopias em Tavira

Tavira 25 e 26 de maio | 8 e 9 de junho | 2012
projetorio.cvtavira.pt

O rio é a desculpa perfeita para lançar uma discussão ampla sobre Tavira. É o elemento chave, biofísico e simbólico, que articula passado e futuro, actividade económica com sabedoria popular e paisagem. Quase como uma peça arqueológica, o rio fala-nos das actividades que moldaram lentamente a paisagem e os hábitos das gentes, fala-nos da transformação das economias rurais e das novas dinâmicas da cidade de Tavira, fala-nos ainda, e sobretudo, de novas oportunidades, novas visões sobre o território e da necessidade de uma economia de novo tipo.

19.05.2012 | por martalanca | paisagem, rio, Tavira