"memórias da plantação" de grada kilomba

memórias da plantação é uma compilação de episódios quotidianos de racismo, escritos sob a forma de pequenas histórias psicanalíticas. Das políticas de espaço e exclusão às políticas do corpo e do cabelo, passando pelos insultos raciais, Grada Kilomba desmonta, de modo acutilante, a normalidade do racismo, expondo a violência e o trauma de se ser colocada/o como Outra/o. Publicado originalmente em inglês, em 2008, memórias da plantação tornou-se uma importante contribuição para o discurso académico internacional. Obra interdisciplinar, que combina teoria pós-colonial, estudos da branquitude, psicanálise, estudos de género, feminismo negro e narrativa poética, esta é uma reflexão essencial e inovadora para as práticas descoloniais.

grada kilomba é uma artista interdisciplinar, escritora e teórica, com raízes em Angola e São Tomé e Príncipe, nascida em Lisboa, onde estudou psicologia e psicanálise. Na esteira de Frantz Fanon e bell hooks, a autora reflecte sobre memória, raça, género, pós-colonialismo, e a sua obra estende-se à performance, encenação, instalação e vídeo. Kilomba cria intencionalmente um espaço híbrido entre as linguagens académica e artística, dando voz, corpo e imagem aos seus próprios textos. Os seus trabalhos foram apresentados na 32.ª Bienal de São Paulo, na 10.ª Bienal de Berlim, na Documenta 14 e no MAAT, entre outros. Vive em Berlim, onde se doutorou em filosofia na Freie Universität e foi professora no Departamento de Género da Humboldt Universität.

Kilomba cria um espaço de resistência e, em última análise, um espaço de esperança: uma nova geografia do futuro. Alfredo Jaar

 

24.04.2019 | por martalanca | Grada kilomba, memórias da plantação