Residência artística do coreógrafo Rui Lopes Graça na Companhia de Dança Contemporânea de Angola

A Companhia de Dança Contemporânea de Angola recebeu no dia 1 de Dezembro o coreógrafo internacional Rui Lopes Graça, na qualidade de artista convidado, para efectuar uma residência artística. Rui Lopes Graça, que é coreógrafo residente da Companhia Nacional de Bailado, é autor de “Gold”, peça criada para a Companhia Nacional de Canto e Dança de Moçambique, a qual se estreou com grande êxito em 2010 no Teatro Camões em Lisboa.

Paisagens Propícias é o título ainda provisório da obra que este coreógrafo criará para a Temporada 2012 da CDC Angola, a qual será inspirada na vasta produção (literária, artística, cinematográfica e de investigação) do antropólogo angolano Ruy Duarte de Carvalho, dedicada particularmente aos povos do sul de Angola.

Rui Lopes Graça fez os seus estudos de dança nas Escolas do Ballet Gulbenkian e da Companhia Nacional de Bailado, em cujo elenco ingressou em 1985, tornando-se bailarino solista em peças do repertório clássico e contemporâneo.

Como coreógrafo trabalhou para o Ballet Gulbenkian, Companhia Nacional de Bailado, Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo e Companhia Rui Lopes Graça.

Coreografou igualmente para a Expo’98, Porto 2001 Capital Europeia da Cultura, Centro Cultural de Belém e festivais internacionais nos EUA, Holanda, Espanha, Alemanha, Escócia, Itália e Turquia.

Dirigiu ainda grandes eventos como as Noites de Queluz, Festa de Rua no Festival Europália na Bélgica com a participação de 250 pessoas e Embaixada da Juventude à Expo 92, em Sevilha, com a participação de 6000 pessoas.

É convidado regularmente para leccionar e coreografar na Escola Superior de Dança em Lisboa sendo, actualmente, coordenador do projecto Gesto Contínuo, atelier permanente de criação coreográfica da Companhia Nacional de Bailado.

 

Fotografias - CDC Angola©Rui Tavares

07.12.2011 | por joanapires | angola, Companhia de dança contemporânea de Angola, Rui Lopes Graça, Ruy Duarte de Carvalho

Elinga apresenta "As Grávidas"

 O Grupo Elinga Teatro, de Angola, estreou este sábado o espectáculo “As Grávidas”, um texto do autor brasileiro Adriano Marcena. José Mena Abrantes assina a adaptação a cenografia e a encenação do espectáculo, que aborda temas como “a gravidez indesejada, a fuga à paternidade, a violência doméstica e a degradação dos valores morais”.

 Francisco Bernardo/Jornal de Angola Francisco Bernardo/Jornal de Angola

A peça foi escrita em 1991 e integra a “Trilogia da Miséria Humana”, com os textos “Os leprosos” e “Os cristãos”. Nums instituição de apoio social, quatro grávidas e uma jovem conversam sobre os seus dramas pessoais e a falta de perspectivas para as suas vidas”. A propósito da montagem agora feita pelo Elinga, o autor da peça referiu que o texto “aborda a barbárie adormecida dentro do ser humano e é lamentável que em Angola, como em qualquer outra parte do mundo, o texto ainda seja bastante actual”.
“As grávidas” foi apresentada pela primeira vez em 1995, no Recife, com direcção de Izaltino Caetano. Em 1996 foi realizada uma segunda montagem do texto em Pernambuco. Ambos os espectáculos tinham homens a interpretar as personagens femininas. Em 2001, o grupo Dominus Soli, do Rio de Janeiro, montou pela primeira vez o texto com um elenco feminino, sob a direcção de César Burnier.
A versão angolana, dirigida por Mena Abrantes com a assistência de Adão Correia e Vírgula Capomba, conta com as interpretações de Anacleta Pereira, Cláudia Nobre, Cláudia Púkuta, Mayer Martins e Cesaltina dos Santos. Os figurinos são da autoria de Anacleta Pereira, o desenho de luzes de Nuno Nobre e a produção executiva de Cláudia Nobre.
Numa nota do encenador divulgada na internet, o Elinga assume a continuidade da linha de reportório que visa valorizar e dignificar o lugar da mulher no mundo, na sequência de espectáculos como “Antígona”, de Jean Anouilh, “Casa da Boneca”, de Ibsen, “Yerma”, de Garcia Lorca, “Adriana Mater”, de Amin Maalouf, e “Kimpa Vita”, do próprio José Mena Abrantes.

 

Tirado de Cena Lusófona

05.12.2011 | por joanapires | angola, Elinga Teatro, teatro

Revisions of African Representation, Kiluanji Kia Henda

3 December, Het Utrechts Archief, Hamburgerstraat 28, Utrecht, 2 pm.

The final installment of the film-based program is devoted to an afternoon of screenings curated by Kiluanji Kia Henda (artist, Luanda), whose work is on view in the concurrent exhibition at BAK, Spacecraft Icarus 13. Narratives of Progress from Elsewhere.

The session entitled, Revisions of African Representation, explores the historical circumstances and tensions of newly independent African and Middle Eastern nations in the 1970s at the end of the colonial era. During the screening, interviews with then high-level politicians are shown that make clear the way in which military and economic support was provided to clashing factions in the “Third World,” such as Egypt, Israel, and Angola, by other countries including the two superpowers: the Soviet Union and the United States. In uncovering the Cold War conflict that underlay the foreign-backed military support in the “Third World,” the footage also reveals that the two nations, in their race for expansion in the African continent and to strengthen their respective ideologies, underpinned the ensuing decades of instability and violent civil wars in these young African nations. 

A key film in the screening is Andreas Johnsen’s documentary A Kind of Paradise, 2011, which seeks to establish new articulations of cultural and national identities through a collective portrait of a new generation of artists, poets, and musicians working in Africa, a group of individuals who are shaped by, and emerge from, the deep social and political changes in the continent. Its position among the afternoon’s films juxtaposes the familiar images of natural disasters, poverty, and corruption that dominate our association with Africa, with the new and considered images from African cultural practitioners who grapple with their own knowledge of conflict in the continent.

Film screening, A Kind of Paradise, Andreas Johnsen, 2011, 60 mins, followed by a presentation by Kiluanji Kia Henda (artist, Luanda)

Kiluanji Kia Henda (born 1979) is a photographer and visual artist who also works in theater. His photographs grapple with colonial history and perceptions of modernism in Angola. Recent exhibitions include: Experimental Station: Research and Artistic Phenomena, Centro de Arte Dos de Mayo (CA2M), Madrid, 2011; Other Possible Worlds, NGBK, Berlin, 2011; and 2nd Luanda Triennale, Luanda, 2010. Henda lives and works in Luanda.

For further information, please visit: www.bak-utrecht.nl.

28.11.2011 | por franciscabagulho | A Kind of Paradise, angola, kiluanji kia henda

Death Metal Angola

DEATH METAL ANGOLA
Copyright © CABULA6 and Coalition Films, 2011

Director: Jeremy Xido
Camera: Johan Legraie
Editor: Todd Holmes
Trailer Editor: Dimon Hunter
Sound: Oswald Juliana
deathmetalangola.com

22.11.2011 | por franciscabagulho | angola

Lançamento Estórias de Amor Para Meninos de Cor de Kalaf Angelo, LISBOA

Dia 17 de Novembro, 21h30, na Livraria Ler Devagar – Lx Factory – Lançamento do livro “Estórias de Amor Para Meninos de Cor” de Kalaf Angelo

12.11.2011 | por franciscabagulho | angola, Kalaf Ângelo

"Odisseias, sul e norte"

11.11.2011 | por joanapires | angola, equador, espanha, Moçambique, Portugal, projectos, série documental

Encontro 'Economia Política e Desenvolvimento em Angola'

Amanhã, dia 4, pelas 15h00, decorre, no Centro de Informação Urbana de Lisboa (Picoas Plaza, Rua do Viriato, 13), o Encontro Economia Política e Desenvolvimento em Angola. Trata-se de uma organização do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, da Associação Chá de Caxinde, da Universidade Católica de Angola e da ADRA – Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente.

 

Enquadramento
No âmbito das comemorações dos 36 anos de independência de Angola, a Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde co-organiza uma semana de eventos que se iniciam com a apresentação do livro Economia Política e Desenvolvimento em Angola, de Nuno Vidal, Justino Pinto de Andrade, Alves da Rocha, Tony Hodges, David Sogge e Renato Aguilar.
O programa será ainda composto por uma exposição fotográfica subordinada ao tema Marcas Humanas em Angola, do fotógrafo Jorge Coelho Ferreira, consistindo em registos fotográficos de gentes com actividades em locais não urbanos em várias províncias de Angola – estará patente ao público até ao dia 11 de Novembro, dia do 36º aniversário da Independência de Angola.
Serão ainda exibidos dois documentários – Diário do Deserto. Namibe (2009), de Cristina Salvador, com uma narrativa da história dos povos do deserto do Namibe e o documentário Da Terra, do Fogo e da Água (2009), de Richard Paklepa, sobre o povo San do Sul de Angola.
Para além dos  parceiros institucionais do projecto, o evento contará com a transmissão na íntegra e em directo pela RDP-África.

PROGRAMA  
15h00 | Inauguração da exposição fotográfica Marcas Humanas em Angola, de Jorge Coelho Ferreira.

15h30-16h15 | Exibição do documentário Diário do Deserto. Namibe, de Cristina Salvador, realizado em 2009, consistindo num conjunto de imagens acompanhadas por uma narrativa da história dos povos do deserto do Namibe.

16h30-17h15 | Exibição do documentário Da Terra, do Fogo e da Água, de Richard Paklepa, sobre o povo San no Sul de Angola, realizado em 2009
17h15-17h30 | Pausa para Café
17h30-18h30 | Mesa Redonda e apresentação do livro, Economia Política e Desenvolvimento em Angola. Intervenções de David Borges (Jornalista), Justino Pinto de Andrade (Universidade Católica de Angola) e Nuno Vidal (CES).

03.11.2011 | por joanapires | angola, documentários, exposição de fotografia, mesa redonda

Trash Anthology - Anthology Trash by Yonamine

 Eduardo Aquino Eduardo Aquino

Yonamine was born in Luanda in 1975 and lived in Angola, the Democratic Republic of Congo, Brazil, UK and Portugal. His spatial installations and video works deal with Angolan history, simultaneously they are also inspired by popular culture and pop-art itself. The archeology of images from the collective archive is challenged by ironical comments concerning the present situation in Africa, playing with icons and heroic figures. Starting point for the installation Anthology Trash – Trash Anthology was the publication archive of the Iwalewa-Haus, whioch is deconstructed and questioning.

Exhibition Time: 27.11.11 to 04.03.12

Iwalewa-Haus, University of Bayreuth, Germany

 

 

01.11.2011 | por nadinesiegert | angola, Art, Bayreuth, exhibition, Iwalewa-Haus, trash anthology, yonamine

Encontro com o poeta angolano Lopito Feijó‏

O poeta Lopito Feijó estará no próximo dia 19 de Outubro, pelas 18 H, no Átrio da Biblioteca da FLUL.

12.10.2011 | por joanapires | angola, Lopito Feijó, poeta

Revista Angolana de Sociologia Nº 7 – Junho de 2011

Artigos  (pp. 9-140)

‘Existem [mesmo] pecados para lá do Equador’. Por uma nova teoria crítica João M. Paraskeva Desenvolvimento e sustentabilidade ecológica Jacinto Rodrigues Medo e vergonha: emoções comunitárias e emoções sociais António Pedro Dores   Sociedade colonial angolana
Estrutura social da sociedade colonial angolana Paulo de Carvalho Breve análise sobre o nativismo africano: sua relação ambígua com o poder colonial português Paula Morgado  

Lusofonia
A lusofonia como retrato de família numa casa mítica comum Víctor Barros Da CPLP à Comunidade Lusófona: o futuro da lusofonia José Filipe Pinto
Literaturas lusófonas Francisco Soares Influência da literatura brasileira na literatura angolana Anabela Cunha
Intervenções (pp. 141-148)

CPLP: Paradoxo certo ou futuro incerto? Carlos Lopes
Breve ensaio sobre lusofonia: convergências e divergências Kajim Ban-Gala     Entrevistas (pp. 149-186) Cláudio Fortuna entrevista Nataniel Ngomane “Não sou lusófono porque a minha matriz fundamental é bantu”
Ana T. Solano-Campos entrevista Donaldo Macedo “Repensando a Pedagogia Crítica: para além da decepção dos liberais”  

Livros (pp. 187-202)

Simão Souindoula – Kimpa Vita, uma tragédia inacabada
Paulo de Carvalho – O mercado publicitário e de marketing em Angola Carlos Pimenta – Desafios para Moçambique
Júlio Mendes Lopes – A história da África Negra revisitada  

Obituário (pp. 203-208) Muanamosi Matumona (1965-2011) Nota fúnebre da Sociedade Angolana de Sociologia (Por Víctor Kajibanga) O padre erudito e intelectual (Por Paulo de Carvalho)  

Miscelânea (pp. 209-212) Boaventura de Sousa Santos venceu o Prémio México de Ciência e Tecnologia–2010 

08.10.2011 | por martalanca | angola, sociologia

Candongueiros e Kupapatas de Carlos M. Lopes

Lançamento do livro “Candongueiros e Kupapatas _ Acumulação, Risco e Sobrevivência na Economia Informal em Angola”, de Carlos M. Lopes, dia 20 Outubro, 18h30 na Livraria Ferin (Rua Nova do Almada, 70, Lisboa. Apresentação por Rogério Roque Amaro.

28.09.2011 | por franciscabagulho | angola, Carlos M. Lopes, economia informal

vigília por Angola, hoje no Rossio

28.09.2011 | por martalanca | angola, manifestações

6ª Conferência do Ciclo «1961: o ano de todos os perigos»

6ª Conferência do Ciclo «1961: o ano de todos os perigos», com o título “Portugueses, mas não tanto…”
Sábado, 24 de Setembro de 2011, às 15h00, nas instalações do CES-Lisboa (Picoas Plaza, Rua do Viriato, 13, Lj. 117/118).

Programa: Em Setembro de 1961 é abolido o Estatuto do Indigenato, uma das peças legislativas fundamentais do sistema colonial português em África. Numa altura em que os ventos de mudança sopravam em África, o que significou a abolição do Estatuto?
Orador: Adriano Moreira
Exibição do documentário “Catembe” [Moçambique, 1965, 45’], do realizador Faria de Almeida, que procurou fixar nele o quotidiano de um bairro popular de Lourenço Marques. Antes de ter sido alvo de cortes pela censura do regime salazarista, integrava sequências de ficção com sequências documentais. A sua exibição acabou por ser proibida durante o período do Estado Novo.

Enquadramento do ciclo

O ano de 1961 foi, para o regime salazarista, o ano de todos os perigos, vindo a revelar-se como o annus horribilis do ditador. Em distintos contextos, múltiplos acontecimentos marcariam esse ano, prenúncio do final do regime colonial-fascista português. Porque uma das linhas de orientação temática do CES aposta no aprofundar do conhecimento sobre o espaço de expressão portuguesa – e sobre as suas ligações históricas – este conjunto de sessões procura reflectir sobre um espaço unido por várias histórias e lutas.
Em 2011 passam 50 anos sobre esse ano de todos os perigos. Boa ocasião para recordar factos muitas vezes esquecidos, ouvindo os seus protagonistas, enquadrando-os na história comum que une Portugal e os países em que se transformaram – ou se integraram – as suas possessões coloniais.
Logo no início de Janeiro de 1961 tem lugar em Angola um levantamento de trabalhadores da Cotonang, protestando contra as condições de trabalho impostas pela companhia algodoeira. Os protestos são rapidamente reprimidos pelo exército português, mas anunciam o início da luta armada de libertação de Angola, marcada pelo ataque à cadeia de S. Paulo, em Luanda, a 4 de Fevereiro e pelo levantamento armado – que Mário Pinto de Andrade classificava como “jacquerie” – conduzido pela UPA em 15 de Março.
Entretanto, a 22 de Janeiro, elementos do Directório Revolucionário Ibérico de Libertação – congregando militantes da União de Combatentes Espanhóis e do Movimento Nacional Independente, português – apoderam-se do paquete Santa Maria, da Companhia Colonial de Navegação, que rebaptizam de Santa Liberdade, conseguindo uma cobertura noticiosa internacional e abalando profundamente o regime de Salazar.
Em Abril, a crise vem, não da oposição, mas do interior do regime, através da tentativa de golpe liderada pelo Ministro da Defesa, Júlio Botelho Moniz.
Em Junho, cerca de cem estudantes oriundos das colónias portuguesas em África que se encontram em Portugal abandonam clandestinamente o país, muitos deles para se juntarem aos movimentos de libertação.
A abolição do Estatuto do Indigenato, associado a outras reformas, em Setembro, chega demasiado tarde para travar a acção dos movimentos de libertação das colónias, entretanto reunidos na Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas, CONCP.
A 10 de Novembro, Hermínio da Palma Inácio comanda o desvio do Super-Constellation da TAP Mouzinho de Albuquerque, a fim de lançar sobre Lisboa milhares de panfletos apelando à revolta contra a ditadura.
A 18 de Dezembro, tropas da União Indiana ocupam os territórios de Goa, Damão e Diu. Salazar ordena que as tropas portuguesas lutem até à última gota de sangue, mas o governador, general Vassalo e Silva, recusa-se a obedecer à ordem do Presidente do Conselho e opta pela rendição.
E, na noite de fim de ano, uma tentativa frustrada de assalto ao quartel de Infantaria 3, em Beja, leva à morte do então sub-secretário de Estado do Exército, tenente-coronel Jaime Filipe da Fonseca.

Organização do ciclo: Maria Paula Meneses e Diana Andringa.
Para mais informações, contactar: ceslx@ces.uc.pt

23.09.2011 | por joanapires | angola, conferência, história, regime salazarista

"Comissão das Lágrimas" de António Lobo Antunes

“Um doloroso canto de uma mulher torturada” foi o ponto de partida para Comissão das Lágrimas, o novo livro de António Lobo Antunes. A mulher torturada foi Elvira (conhecida por Virinha), comandante do batalhão feminino do MPLA, presa, torturada e morta na sequência dos terríveis acontecimentos de Maio de 1977 em Angola.

Mas este é apenas um episódio num livro denso e sombrio sobre Angola depois da independência. António Lobo Antunes não quis fazer um livro documental ou uma reportagem “verídica” sobre o que se passou em Angola, antes usou a sua sensibilidade e o espantoso poder evocativo da sua escrita para falar sobre a culpa, a vingança, a inocência perdida.

 

O livro chega às livrarias no dia 30 de Setembro.

14.09.2011 | por joanapires | angola, história, independência

"SOS ANGOLA – Os Dias da Ponte Aérea" de Rita Garcia

Entre Julho e Novembro de 1975, quase 200 mil portugueses interromperam abruptamente uma vida inteira passada em Angola e vieram para Portugal através de uma das maiores pontes aéreas de resgate de civis jamais implementadas.

Aviões da TAP e de várias companhias estrangeiras voaram sem pausas entre Lisboa e África para trazer todos os que quisessem sair das cidades e dos confins de Angola antes da independência. O desespero dos últimos meses e o medo de morrer às mãos dos chamados movimentos de libertação levaram milhares de colonos a correr para os aeroportos à procura de um lugar nos aviões que partiam de Luanda e Nova Lisboa a toda a hora e sobrelotados, com pessoas a viajar em porões e casas-de-banho para aproveitar o espaço ao máximo. Comissários e assistentes de bordo trabalharam sem folgas nesses meses loucos, acompanhando homens, mulheres, crianças, famílias inteiras desamparadas e soldados à beira da morte. As tripulações, exaustas, nunca conseguiram esquecer esses dias, nem as mães que lhes pediam para ficarem com os filhos.

Recuperando esse tempo de angústia e agitação, S.O.S. Angola é um livro dramático e profundamente enternecedor, que revela cada pormenor desta epopeia e evoca as tragédias pessoais de quem teve de sair de África sem nada em direcção a um país desconhecido que, ainda por cima, acabara de viver uma revolução. Para os passageiros da Ponte Aérea, o futuro não podia ser mais aterrador.

 

Rita Garcia nasceu em Lisboa em Julho de 1979. Licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, é repórter da revista Sábado desde 2005 e autora do livro de reportagens “INEM 25 anos. Recebeu o 2º prémio Henrique de Barros, atribuído pelo Parlamento Europeu em 2003, e o Prémio de Jornalismo Novartis Oncology em 2008.

14.09.2011 | por joanapires | angola, história

Angola: Libertar Manifestantes Condenados Injustamente

Investigar Papel da Polícia na Violência na Manifestação de Setembro
(Joanesburgo, 14 de setembro de 2011) – As autoridades angolanas devem retirar imediatamente acusações politicamente motivadas contra 18 pessoas que foram condenadas no seguimento de julgamentos injustos, devido à sua participação numa manifestação contra a governo em Luanda, anunciou hoje a Human Rights Watch.
Um segundo julgamento contra outro grupo de manifestantes deve ser posto fim por não cumprir os padrões de julgamento justo e os detidos com base em acusações forjadas devem ser libertados, afirmou a Human Rights Watch. As autoridades devem conduzir uma investigação rápida e imparcial sobre o uso excessivo da força por parte da polícia em manifestações políticas e sobre a intimidação e assédio de testemunhas de defesa.
“Julgar injustamente manifestantes não é resposta às exigências legítimas de reformas dos cidadãos,” disse Daniel Bekele, diretor de África da Human Rights Watch. “As autoridades devem respeitar o direito a manifestações pacíficas e investigar de forma imparcial a violência cometida contra os manifestantes.”
A 3 de setembro de 2011, agentes da polícia e grupos de homens não identificados, aparentemente associados às autoridades, dispersaram violentamente uma manifestação contra o governo em que participavam várias centenas de manifestantes em Luanda.  A polícia disse que quatro agentes e três outras pessoas tinham ficado feridos e culpou os manifestantes pela violência. Testemunhas contaram à Human Rights Watch que muito mais manifestantes tinham ficado feridos.
Há testemunhos credíveis de que agentes de segurança vestidos à civil se infiltraram na manifestação e agiram com violência. A Human Rights Watch já havia documentado anteriormente o uso desproporcionado da força por parte da polícia contra os manifestantes e os ataques contra manifestantes e jornalistas por parte de homens não identificados durante a manifestação.
Um tribunal de polícia em Luanda sentenciou cinco dos organizadores da manifestação de 3 de setembro a três meses de prisão e ao pagamento de taxas e danos no total de 1400 USD pelos crimes de desobediência, resistência e “ofensas corporais.” Os queixosos são quatro agentes da polícia que alegaram terem sido feridos por manifestantes. O tribunal também sentenciou 13 outros manifestantes a 45 dias de prisão pelos mesmos crimes, com pena suspensa por dois anos para dois menores de idade. Três dos manifestantes acusados foram absolvidos por falta de provas. Os arguidos recorreram da sentença ao Supremo Tribunal; o Ministério Público recusou um pedido de libertação dos arguidos até à decisão do Supremo Tribunal.
A 14 de setembro, vai ter início outro julgamento contra 27 alegados manifestantes que foram detidos durante manifestações que apelavam à libertação dos participantes nos protestos de 3 de setembro.
A polícia mantém estes manifestantes detidos numa prisão de alta segurança, a 60 quilómetros de Luanda, e têm-lhes negado o acesso a advogados e familiares. Dois partidos da oposição, a UNITA e o Bloco Democrático, declararam que o acesso dos seus representantes a membros do partido que estavam entre os detidos na prisão lhes foi negado.
O julgamento contra os manifestantes de 3 de setembro violou garantias fundamentais de julgamento e processo justos, afirmou a Human Rights Watch.
A polícia tem-se recusado a fornecer informação a advogados e familiares acerca do paradeiro dos detidos de 3 de setembro, e recusou-lhes o acesso a um advogado. Advogados e testemunhas disseram à Human Rights Watch que vários manifestantes, julgados em várias sessões de tribunal, tinham ferimentos visíveis e se queixaram sobre as condições degradantes na prisão, e sobre comida e água insuficientes.
Advogados de defesa disseram à Human Rights Watch que só lhes foi dado acesso à acusação no primeiro dia de audiências, a 8 de setembro, e apenas durante alguns minutos. Advogados de defesa e pessoas que assistiram ao julgamento contaram à Human Rights Watch que os quatro queixosos, todos agentes da polícia, não apresentaram provas credíveis de que haviam sido feridos por algum dos manifestantes, nem de que tenha havido quaisquer danos materiais.
Testemunhas de defesa contaram à Human Rights Watch que, durante o julgamento, se verificou um clima de intimidação e assédio por parte de indivíduos não identificados no tribunal, e que nem a polícia nem os magistrados do tribunal fizeram algo para as proteger. Num incidente que ocorreu no segundo dia de julgamento, duas testemunhas de defesa – Diana Pereira, manifestante, e Coque Mukuta, jornalista na estação privada Rádio Despertar – contaram à Human Rights Watch que dois homens os tinham ameaçado e tentado raptá-los à força. Quando identificaram um dos agressores ao comandante da polícia presente, não foi tomada nenhuma ação e os agressores continuaram a ameaçá-los na presença da polícia. Em resposta às ameaças, outra testemunha de defesa contou à Human Rights Watch: “Temos medo de voltar para casa hoje à noite.”
Diana Pereira descreveu à Human Rights Watch o intervalo da sessão de tribunal na tarde de 9 de setembro:
Eu e Coque Mukuta saímos do tribunal para ir comprar almoço a uma loja ali perto. Aí, dois indivíduos ameaçaram-me. Disseram-nos para “calarmos a boca”, agarraram-me e tentaram levar-me com eles. Conseguimos escapar, saltámos a rua para voltar para o tribunal e informámos o comandante da polícia que estava lá. Voltámos à loja com a polícia. Apontámos para um dos indivíduos que nos tinha ameaçado, que ainda lá estava. O homem continuou a ameaçar-nos dizendo “Cuidado, posso bater-vos à frente da polícia.” O agente da polícia assistiu a isto mas não fez nada. O comandante da polícia disse-nos para apresentar queixa numa outra esquadra, longe do tribunal, alegando que não era responsável por este caso.
“As autoridades são obrigadas a proteger as testemunhas de tribunal, um elemento importante de um julgamento justo,” disse Bekele. O governo deve conduzir rapidamente uma investigação imparcial sobre estas ameaças e obrigar quem quer que seja responsável a prestar contas.”
 
Para mais relatórios da Human Rights Watch sobre Angola, visite

Angola: Free Demonstrators Unfairly Convicted    
Investigate Police Role During September Demonstration

 
(Johannesburg, September 14, 2011) – The Angolan authorities should immediately drop politically motivated charges against 18 people who were convicted after unfair trials for their participation in an anti-government demonstration in Luanda, Human Rights Watch said today.
A second trial against another group of demonstrators should be halted for failing to meet fair trial standards and those held on trumped up charges should be released, Human Rights Watch said. The authorities should conduct a prompt and impartial investigation into police use of unlawful force at political demonstrations and intimidation and harassment of defense witnesses. 
“Unfair trials of demonstrators are not the answer to the legitimate reform demands of citizens,” said Daniel Bekele, Africa director at Human Rights Watch. “The authorities should respect the right to peacefully demonstrate and impartially investigate violence against demonstrators.”
On September 3, 2011, police agents and groups of unidentified men apparently allied to the authorities violently dispersed an anti-government rally involving several hundred protesters in Luanda. The police said four police officers and three others had been injured and blamed demonstrators for the violence. Witnesses told Human Rights Watch many more demonstrators were injured.
There are credible accounts that plainclothes security agents infiltrated the demonstration and committed violence. Human Rights Watch previously documented the disproportionate use of force by the police against demonstrators and attacks on demonstrators and journalists by groups of unidentified men during the demonstration.
A police court in Luanda sentenced five organizers of the September 3 demonstration to three months in prison and fines and damages totaling US$1400 for the crimes of disobedience, resistance, and “corporal offenses.” The claimants for damages were four police officers who alleged being injured by demonstrators. The court also sentenced 13 other demonstrators to 45 days in prison for the same crimes, suspending the sentence for two years for two minors. Three of the accused protesters were acquitted for lack of evidence. The defendants have appealed to the Supreme Court. The attorney general refused a request to release the defendants pending the Supreme Court’s ruling.
Another trial will begin on September 14 against 27 alleged demonstrators who were arrested during rallies calling for the release of the September 3 protesters.
Police are holding these demonstrators in a high-security prison 60 kilometers from Luanda, and have denied them access to lawyers and family members. Two opposition parties, UNITA and Bloco Democrático, claimed that their representatives were denied access to party members among the detainees at the prison.
The trial against the September 3 demonstrators violated fundamental fair trial guarantees and due process of law, Human Rights Watch said.
The police have refused to give information to lawyers and family members about the September 3 detainees’ whereabouts, and refused them access to a lawyer. Lawyers and witnesses told Human Rights Watch that a number of the demonstrators, who were tried in police court hearings had visible injuries and complained about degrading prison conditions, insufficient food and water.
Defense lawyers told Human Rights Watch they were allowed access to the indictment only on the first day of the hearings, on September 8, and only for a few minutes. Defense lawyers and persons attending the trial told Human Rights Watch that the four claimants, all police agents, did not present credible evidence that they had been injured by any of the demonstrators, nor that there had been any material damage.
Defense witnesses told Human Rights Watch that during the trial there was a climate of intimidation and harassment by unidentified individuals present at the court, and neither the police nor the court magistrates did anything to protect them. In one incident during the second day of the trial, two of the defense witnesses, Diana Pereira, a demonstrator, and Coque Mukuta, a journalist at the privately owned Rádio Despertar, told Human Rights Watch that two men threatened them and tried to forcibly abduct them. When they identified one of the assailants to the police commander present, no action was taken, and the assailants continued to threaten them in the presence of the police. In response to the threats, another defense witness told Human Rights Watch, “We are afraid to go home tonight.”
Diana Pereira described to Human Rights Watch the court session break in the afternoon on September 9:
Coque Mukuta and I left the court to buy lunch at a nearby shop. There, two individuals threatened me. They told us to “keep our mouth shut,” grabbed me and tried to drag me with them. We managed to escape, jumped the road back to the court and reported to the police commander at the court. We returned to the shop with the police. We pointed at one of the individuals who had threatened us, who was still there. The man continued threatening us, saying, “Beware, I can beat you up in front of the police.” The police agent witnessed this but didn’t do anything about it. The police commander told us to lodge a complaint at another police station, far from the court, alleging he was not responsible for this case.
“The authorities are obliged to protect court witnesses, an important component of a fair trial,” Bekele said. “The government should promptly conduct an impartial investigation into these threats and hold whoever is responsible to account.”

14.09.2011 | por martalanca | angola, manifestações

DIAMANTES DE SANGUE Livro de Rafael Marques

Os diamantes são uma enorme fonte de riqueza em Angola. Os cidadãos angolanos não retiram benefícios dessa riqueza. Nas zonas de garimpo, as populações são subjugadas e brutalizadas pelas forças militares e de segurança ao serviço do Estado e das empresas diamantíferas. Rafael Marques vai estar no Fórum FNAC para explicar como e porquê.

Rafael Marques apresenta Diamantes de Sangue no dia 15 de Setembro, às 21 horas, na Fnac Chiado.

14.09.2011 | por joanapires | angola

Comunicado de Imprensa pela Associação dos estudantes da Universidade Católica de Angola

À luz do úlitmos acontecimentos ocorridos a respeito da manifestação realizada no sábado 03 de Setembro, incidentes, apreensões nos dias 03 e 08 de Setembro e o processo de julgamento que está  em curso.

Os estudantes da UCAN, representados pela sua Associação, apresentam à opinião pública as suas convicções e propostas:

a)      Valorizamos toda contribuição dos jovens universitários para criar uma sociedade angolana mais justa e fraterna. Achamos que a manifestão pública das próprias idéias, um contexto democrático, é uma riqueza para o debate nacional.

b)      Rejeitamos qualquer tipo de violência seja no expôr, como no reprimir as ideias dos outros. Somos convencidos que só uma proposta respeitosa, educada, não violenta, sem deixar de ser corajosa, são os meios lícitos para o debate nacional tendo como limite a Lei e a ordem pública.

c)       Nos solidarizamos com os estudantes universitários, particularmente com os nossos colegas da UCAN que foram privados da libertade;

d)      Temos a certeza que nenhum dos nossos estudantes da UCAN que foram reconhecidos entre os detidos e submetidos a julgamento: Kady Mixinge, Domingos Neves Cardozo e os demais que ainda nao foram identificados, não estiveram envolvidos em actos de violência.

e)      Lamentávelmente ocorreram actos de vandalismo que não foram iniciados nem pelos manifestantes nem pela polícia, mas por elementos alheios ao grupo de activistas.

f)       Exortamos às autoridades públicas para que seja respeitada a dignidade e direitos dos jovens apreendidos.

Os estudantes da UCAN convidam aos seus colegas e demais univeritários de outros centros a dedicar a terça feira 13 de Setembro para uma jornada de relfexão e oração pelos colegas que inocentemente encontram-se privados de liberdade e  para encontrar os caminhos de concórdia e participação activa na nossa sociedade.

                Pedimos que Deus, fonte da paz e da justiça toque nos corações de todos os envolvidos neste processo.

 

Associação de Estudantes da Universidade Catolica de Angola

12.09.2011 | por martalanca | angola, estudantes, repressão

Angola: 14 ONG's condenam detenção e tortura de manifestantes

14 organizações da sociedade civil angolana denunciaram as agressões e detenções de jovens e jornalistas na manifestação de 3 de Setembro. 21 detidos irão a julgamento sumário nesta quinta feira. Human Rights Watch alerta que existem 30 detidos incontactáveis e em paradeiro desconhecido. Eurodeputados do Bloco exigem informação.

Nesta quinta feira, 8 de Setembro, irão a julgamento sumário em Luanda 21 pessoas que foram detidas na manifestação do passado dia 3 de Setembro, promovida por jovens sob o lema “32 é de mais”, referindo-se aos anos em que Eduardo dos Santos ocupa a Presidência da República de Angola. Entre as pessoas detidas encontra-se Ermelinda Freitas de 60 anos, militante do Bloco Democrático. A Human Rights Watch (HTW) que exige o fim da repressão dos protestos anti-governamentais em Angola, manifestou-se preocupada pela existência de presumivelmente três dezenas de pessoas que continuam incomunicáveis e em paradeiro desconhecido.

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08.09.2011 | por martalanca | angola, manifestações

Os Hereros de Sérgio Guerra no Museu Afro Brasil, São Paulo

Pouquíssimas pessoas conhecem tão bem Angola quanto o fotógrafo pernambucano Sérgio Guerra. Responsável pela comunicação do governo angolano, há quase 15 anos ele vive na ponte-aérea Salvador-Luanda. Daí nasceu uma relação de amor profundo com o país africano, dando origem a um dos mais completos registros fotográficos das 18 províncias angolanas e de suas populações, o que resultou em cinco livros.
O mais recente, ‘Hereros’, é aquele no qual Guerra aprofunda seu olhar sobre a cultura daquele país e a matéria prima para a grande e inédita exposição ‘Hereros Angola’, com cerca de 100 fotos selecionadas pelo artista plástico e curador Emanoel Araujo.

 
Fotógrafo, publicitário e produtor cultural, Sérgio Guerra nasceu em Recife, morou em São Paulo e no Rio de Janeiro, até se fixar na Bahia nos anos 80. A partir de 1998, passou a viver entre Salvador, Rio de Janeiro e Luanda, onde desenvolve um programa de comunicação para o Governo de Angola. Em suas constantes viagens pelo país, testemunha momentos decisivos da luta pela paz e reconstrução, constituindo um dos mais completos registros fotográficos das 18 províncias angolanas.
Local: Museu Afro Brasil – Parque Ibirapuera (Portão 10) 
Até 24 de julho
Entrada Gratuita

10.07.2011 | por martamestre | angola, Hereros, Museu Afro Brasil, Sérgio Guerra