Saiu "Políticas da Inimizade" de Achille Mbembe

Ao terem fomentado miséria e morte à distância, longe dos olhos dos seus cidadãos, as nações ocidentais temem agora o reverso da medalha, num desses piedosos actos de vingança exigidos pela lei da retaliação. Para se protegerem de tais instintos de vingança, servem-se do racismo como lâmina afiada, suplemento venenoso de um nacionalismo esfarrapado.

Num mundo que ergue fronteiras de arame farpado e em que o estigma do estrangeiro se inscreve a ferro e fogo no quotidiano, Políticas da Inimizade é um lúcido ensaio sobre a hostilidade e as formas que ela assume nas sociedades contemporâneas. Retrocedendo, na senda de Frantz Fanon, à tirania dos regimes coloniais e esclavagistas como semente da inimizade global contemporânea, Achille Mbembe analisa os vectores desta violência planetária – que se manifesta na ressurgência de nacionalismos atávicos, na guerra contra o terrorismo, sacramento da nossa época, e num racismo de Estado que, a pretexto da defesa da civilização, varre réstias de democracia e suspende direitos dos cidadãos. Políticas da Inimizade relembra, em suma, que seremos sempre seres de fronteira e fragmentos de uma mesma humanidade.

TÍTULO ORIGINAL Politiques de l’inimitié TRADUÇÃO Marta Lança 1.ª EDIÇÃO 2017 PREÇO WEB 14.40

31.07.2017 | por martalanca | ACHILLE MBEMBE, Políticas da Inimizade

AtWork, com Simon Njami

    1. O AtWork é um formato educativo itinerante, concebido pela ONG italiana lettera27 e Simon Njami, que utiliza o processo criativo para estimular o pensamento crítico e o debate entre os participantes. Contribui para inspirar uma nova geração de pensadores. É a primeira edição em Portugal do workshop Criativo AtWork. A estrutura do workshop segue o modelo já desenvolvido pela lettera 27 em outros países, isto é, reúne durante 3 dias um grupo de 25 jovens que trabalham em torno dos cadernos de desenho da Moleskine, de forma a captar ideias e pensamentos que se transformam em obras de arte. Após o workshop, os cadernos são exibidos em Lisboa e podem vir a fazer parte do projeto principal AtWork, que prevê a doação do caderno para a coleção da lettera27 e a inclusão na mostra online da organização.
    1. O workshop oferece:
      1. Cadernos e materiais de produção
      2. Transporte do local de residência ao Hangar (em caso de morar em região periférica de Lisboa)
      3. Refeições e bebidas durante todos os dias do workshop
    2. os participantes deverão:
      1. Ser jovens da diáspora africana ou imigrantes, entre 18 e 25 anos de idade
      2. Interesse em artes visuais e cultura em geral
      3. Algum conhecimento de inglês
      4. Estar disponível para participar do workshop a tempo inteiro, durante o período em que se realiza o workshop
      5. Participar em todas as actividades do workshop
      6. Autorizar a publicação de documentação sobre o seu trabalho nos materiais publicados pela organização
    3. Documentação necessária (em inglês ou português)
      1. CV atualizado, com contato do telefone e email
      2. Carta de motivação que responda ou interprete o tema do workshop
      3. As candidaturas devem ser submetidas unicamente através do e-mail geral@hangar.com.pt, devendo estar especificado no assunto: Workshop AtWork
    4. Júri e Cláusula de salvaguarda
      1. O júri do concurso é constituído por membros do Hangar e do lettera 7 e sua decisão é irrevogável.
      2. Ao submeterem a candidatura, os candidatos declaram ter conhecimento e aceitarem as condições deste regulamento.

Inscrições através do email geral@hangar.com.pt até o dia 30 de Julho.

Mais informações pelo telefone 218 871 481

www.hangar.com.ptwww.at-work.org

26.07.2017 | por martalanca | Atwork, Simon Njami

Narratives in Motion, de Luís Trindade, na Tigre de Papel

Conversa sobre o livro Narratives in Motion, de Luís Trindade, com a participação do autor, de Mariana Pinto dos Santos, de Filipa Subtil e de Francisco Azevedo Mendes
Quinta-feira, 20 de Julho, às 18h30, na livraria Tigre de Papel | entrada livre
O período entre guerras em Portugal foi, de várias maneiras, um microcosmo do encontro da Europa com a modernidade: sob o impacto da industrialização, o crescimento urbano e o confronto entre liberalismo e autoritarismo, também assistiu à emergência de novas formas mediáticas que transformaram o quotidiano. Este estudo sobre a imprensa em Portugal nos anos vinte explora os modos como a nova “reportagem modernista” incorporou o espírito do tempo ao mediar alguns dos seus eventos mais espectaculares, de levantamentos políticos a sinistros crimes passionais. A abordagem de Luís Trindade ilumina a dupla natureza do jornalismo - simultaneamente narrativa e objecto material, constitui um objecto exemplar na relação moderna entre narrativa e evento. 
Narratives in Motion - Journalism And Modernist Events In 1920s Portugal, Berghahn Books, Londres, 2016.

20.07.2017 | por martalanca | jornalismo, Luís Trindade, Narratives in Motion

ciclo “Género e Identidade”, UMA NOVA AMIGA de François Ozon

19 de Julho, 19h00, Espaço Nimas UMA NOVA AMIGA de François Ozon – 1h 48min

Na próxima (e última) sessão do ciclo “Género e Identidade”, a 19 de julho, pelas 19h, no Espaço Nimas, será exibido o filme UMA NOVA AMIGA de François Ozon.


Após o falecimento da sua melhor amiga, Claire (Anaïs Demoustier) entra numa profunda depressão, mas uma surpreendente descoberta acerca do marido da sua amiga irá devolver-lhe o gosto de viver. Com realização e argumento do aclamado realizador francês François Ozon, um melodrama que adapta ao grande ecrã o conto homónimo da escritora inglesa Ruth Rendell (1930-2015).
Após a projecção desta obra haverá um debate com a participação de JOÃO CONTÂNCIO (Professor associado da FCSH-UNL e investigador do IFILNOVA – Instituto de Filosofia da Nova) e JOÃO FERREIRA (Director artístico e programador do festival Queer Lisboa), moderado por BRUNO MARQUES (Professor Auxiliar da FCSH/UNL e investigador do Instituto de História de Arte/FCSH-UNL).
Organização: Cluster Photography and Film Studies – Instituto da História da Arte/FCSH/NOVA, Leopardo Filmes e Medeia Filmes
Curadoria: Bruno Marques, Luís Mendonça, Mariana Marin Gaspar e Sabrina D. Marques
Mais informações


18.07.2017 | por martalanca | François Ozon, “Género e Identidade”

ETHIOPIA RESIDENCY WALKSCAPES- LANDSCAPE AND ARQUEOLOGY

11 Days in North Ethiopia – September 1st to 11th, 2017

Description of residency program

Hangar residencies in transit is a platform for artistic journeys, which aims to explore the world through the eyes of local and international artists. It specializes in artistic and cultural trips aimed at artists, curators and cultural producers. Our aim is to develop visual art projects combining art and creativity to the travel experience around various geographical locations. The journey will seek to reveal the richness of everyday life and the creativity of the places to visit. National and international artists guide the tours in collaboration with travel guides who take care of logistics on the ground. The Residencies in Transit is a project promoted by Hangar in Lisbon. We start from the international network of Triangle Network, which we make part of, to establish creative world networks in our travels.

Walking as an element of spatial significance goes back to prehistory, and it can be seen as the first aesthetic practice, contemporary to communication itself. The earliest marks left by man or his ancestors, the footprints, date back to the Paleolithic and represent hikes that the first human ancestors made to resignify areas of the surrounding environments or to assign a meaning to unknown areas. If we understand aesthetic practice as a gesture of meaning changing, done by the observer as an act of contemplation, we can say that walking was then the aesthetic practice that initiated the relations between Men and nature that resulted in the structure of art.

Based on the practice of walking as a creative process and as a method of artistic based research, this residence, is a journey to Ethiopia that aims to develop walking and contemplation practices . Ethiopia is known as a place where the first man / nature relations took place, or, as it is sayed since the famous discovery of Lucy, a 3.3 million year human ancestor fossil, numerous archaeological discoveries carried out and their findings to date ascertain that Ethiopia is indeed the earliest known home of human-kind.

Duration of residency

11 days

Disciplines, work equipment and assistance

The Residency in Transit Program is non-prescriptive and process-based, allowing visual artists to develop projects in response to their new environment, so they can conduct research that grows from the geographical location environment where they are working and developing their project in association with the artist leader and with the support of a local guide . The Residency Program promotes diverse cultures and practices through international and experimental projects.

Objectives

Following the perspective of walking as an aesthetic act proposed by Francesco Careri, in his well-known book “Walkscapes: walking as an aesthetic practice”, and considering walking as interrogative, investigative, performative and documentary tool for photography, this residency will take place in the Ethiopia. The journey will start in Addis Ababa to then visit the north of Ethiopia including the Danakil Desert, Axum and it’s archeological sites, Gondar region and the Simien Montains, to finnish again in Addis Ababa with meetings with the local Art Community, Galleries and Art Centers.

The residency will explore diferent landscapes with trekkings and long walks to develop aesthetic processes in three different blocks:

1. the walk as event of crossing (act) through the visits to the natural parks The Simien Mountains and the Danakil Desert and registering this hikings as performances through photography;

2. the walking as happening of the path (route) through the visits to the archaeological sites, stelae fields, and the Desert, using photography and other mediums as an documentation/archiving tool;

3. the walk as story (narrative) through the meeting and presentation/dialogues with the participants of the local Art World and later edition of the publication with the projects/diarys developed.

Application information

Documents to send:

• Filled Form for the Residency in Transit – Ethiopia Walkscapes
https://goo.gl/forms/FVtNJ4RtP9YOl6PL2

• Scanned Passport

• Short Portfolio (maximum 3 projects /15 images) to residencies@hangar.com.pt

more info contact: residency@hangar.com.pt

14.07.2017 | por martalanca | Ethiopia

LOVE TO A MONSTER IJONAS VAN HOLANDA

Ipupiara [do tupi monstro marinho]Ipupiara [do tupi monstro marinho]Apresentação final do trabalho realizado pelo artista Jonas Van Holanda durante a residência artística no Lavadouro Público de Carnide, seguido de um churrasco-piscina e de um debate moderado por Pedro Feijó.

Data: 15 Julho | 17h

Local: Lavadouro Público de Carnide

Dress Code: Fato-de-banho, chinelos e toalha

Entrada: Um legume para o churrasco

Sobre o projeto: a posição de intermediário, concedida ao monstro marinho nas representações coloniais, faz referência à histeria normativa e binária ainda contemporânea. Esse dualismo foi sendo tecido a par da demonização dos corpos pós-identitários. Ao convocar esses intermediários, falo de corpos trans*; referidos como seres entre meios entre os legítimos: o masculino e feminino. Encontro vestígios dessa legitimidade na história do colonialismo sul-americano e faço paralelos ao teratismo (aberração) recorrente nos mapas e nas crónicas do tempo colonial. Carrego esses resíduos num objeto-correspondência a partir do Ipupiara (do tupi: monstro marinho primeira representação desse monstro no Brasil, pelo cronista Pero de Magalhães Gândavo); para validar um território inócuo e subverter a noção de monstro.

 

Sobre a apresentação: a apresentação pública da residência consta de um churrasco (etim.do espanhol: queimar) plant-based. Pensando ainda nessa desconstrução de legitimidades acerca da história colonial, o churrasco reflete a ideia de refeição heteronormativa com papéis estabelecidos, tanto do animal quanto do homem que o manipula como alimento. Refeição essa que contempla a sociedade belicamente estruturada na qual estamos inseridos. É preciso reinventar uma filosofia de alimentação para construirmos novos processos e relações. Os feminismos se tornam urgentes como chave de engate para pensar esses novos modelos políticos; visto que tanto os animais como as performances do feminino estão na mira da opressão e são consumidos como tal.

 

Jonas van Holanda (Fortaleza, Ceará, Brasil): é artista, pesquisador de interferências e trânsitos poéticos além de alquimista vegetal. O seu trabalho é baseado em subverter relações semânticas e criar novas identidades para os organismos minerais, vegetais e animais. Estudou Artes Visuais na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Entre suas exposições mais recentes destacam: 5ª edição do Prêmio Energias na Arte no Instituto Tomie Ohtake (São Paulo), Lastro em Campo no SESC Consolação (São Paulo), Paralaxe na Caixa Preta (Rio de Janeiro), Transburger na  Casa de Artes de Paquetá (Rio de Janeiro) com o coletivo Transburger e Sandwich Generation no Capacete (Rio de Janeiro). Publicou “duas luas em um céu vermelho” pela editora Rébus (Rio de Janeiro). Trabalhou na 32ª Bienal de São Paulo na obra-restaurante Restauro de Jorge Menna Barreto. Esteve recentemente em residência na Casa Matony, em La Paz, Bolívia, com a curadoria de Beatriz Lemos (LASTRO) e no Centro de Investigação Artística HANGAR (A residência foi realizada em conjunto com o Instituto Tomie Ohtake (Brasil), com patrocínio do Instituto EDP, sendo o artista vencedor da 5ª edição do Prêmio Energias na Arte, 2016). Atualmente vive e trabalha em Lisboa.

 

Agradecimentos: Valentina D’Avenia 

11.07.2017 | por martalanca | Jonas Van Holanda

Oficina de Escrita: a partir do espólio do Museu do Oriente

Com Alexandra Lucas Coelho Sextas | 14 e 28 Julho Horário |  17.00 às 18.30 Preço | €35 euros [2 sessões] Mín./Máx. 20 participantes

Do Norte de África ao Japão vão muitos Orientes e milhares de anos de literatura. Em Julho, vamos ler o épico sumério Gilgamesh. Poema inaugural da criação humana, escrito em tabuinhas de argila há quatro mil anos,Gilgamesh convoca todo o mundo da Mesopotâmia a partir de Uruk, uma das primeiras cidades da história, situada onde hoje é o Iraque, e cenário de sucessivas devastações ao longo da história até à actualidade. A primeira sessão será de apresentação e contexto e a segunda de debate sobre as leituras.

 

Inscrições até 10 Julho.

Sextas | 14 e 28 Julho Com Alexandra Lucas Coelho Horário | 19.00 às 20.30 Preço | €35 euros [2 sessões] Mín./Máx. 20 participantes

Na primeira sessão veremos exemplos de textos curtos escritos a partir de obras de arte/peças de museu, uma tradição com riquíssimos exemplos na literatura de língua portuguesa. Abordaremos também algumas técnicas de escrita. A ideia é que depois os participantes escrevam um texto — poema, mini-conto, crónica — livremente inspirado numa peça do espólio do Museu do Oriente. Na segunda sessão vamos debater esses textos. Inscrições até 10 Julho. 

Alexandra Lucas Coelho é escritora e jornalista. Publicou três romances e cinco livros de não-ficção, vários situados no Médio Oriente e na Ásia Central, regiões que cobriu como repórter (Egipto, Israel/Palestina, Jordânia, Líbano, Síria, Turquia, Iraque, Paquistão, Afeganistão, Índia). Foi correspondente do “Público” em Jerusalém e no Rio de Janeiro. Com o primeiro romance, E a Noite Roda (2012), recebeu o Grande Prémio de Romance e Novela da APE. Seguiram-se O Meu Amante de Domingo (2014) e Deus-dará (2016). Os seus livros de não-ficção cruzam viagem, crónica e reportagem: Oriente Próximo (2007), Caderno Afegão (2009), Viva México (2010), Tahrir (2011) e Vai, Brasil (2013).

09.07.2017 | por martalanca | Alexandra Lucas Coelho, escrita, Museu do Oriente

Seminário “Os moçambicanos perante o Cinema e o Audiovisual” I Maputo

O projecto Museu do Cinema em Moçambique, uma iniciativa da Associação Amigos do Museu do Cinema em parceria com o INAC e uma série de outras instituições, apresentou-se pela primeira vez, em exposição e mesas redondas em 2016, e tem vindo a desenvolver actividades de pesquisa com vista a um plano de trabalho plurianual a médio prazo.  

Em 2017, desenvolvidos alguns contactos iniciais com instituições académicas e, reforçadas as parcerias do ano passado, vamos realizar o Seminário “Os moçambicanos perante o Cinema e o Audiovisual”, de 26 a 29 de Setembro, em Maputo, e a Exposição Museu do Cinema 2017, com inauguração a 20 do mesmo mês, ambos no Centro Cultural Franco-moçambicano.

Para além de inúmeros parceiros de produção locais sem os quais não seira possível realizá-las, estas acções contam com o apoio financeiro da Cooperação da Flandres, que nos permite convidar o historiador belga Guido Convents - autor do livro que dá título ao seminário - para uma série de 3 aulas sobre os períodos de 1896 a 2010.

Este seminário é desenvolvido para um público de estudantes e docentes universitários, em colaboração com a UEM, a UP e o ISArC, e vai igualmente apresentar comunicações, artigos e projectos de investigação - cujo prazo de envio é 1 de Agosto – contando com uma Comissão Científica convidada, formada pelos Prof.ª Dra. Alda Costa (DC/UEM); Prof. Dr. Eduardo Lichuge (ECA/UEM); Prof.ª Dra. Ute Fendler (Universidade de Bayreuth) e Prof. Dr. Jorge Jairoce (Biblioteca Nacional).

Este seminário tem como principal objectivo estimular o uso do referido livro como material de apoio ao estudo – desenvolvendo, a partir dele e com pesquisa complementar, diversos objectos de aprendizagem - e motivar para a pesquisa em Cinema, para a qual a associação organizadora pretende encontrar os parceiros financeiros que viabilizem a criação de um fundo anual específico.

Na exposição deste ano será apresentado o protótipo da App Galeria de Retratos - Museu do Cinema mobile - desenvolvido em parceria com a MOZApp - e um espaço de homenagem ao cineasta José Cardoso, onde serão exibidos, para além das suas 3 curtas em 8mm, artefactos e equipamentos da colecção particular da família.

+ info www.museudocinemamocambique.org

Diana Manhiça – 828659000 e Ivan Zacarias – 843645554

seminário2017@museudocinemamocambique.org

03.07.2017 | por martalanca | cinema, Moçambique, seminário

CHAMADA DE TRABALHOS PARA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL GÉNERO NA ARTE DE PAÍSES LUSÓFONOS: CORPO, SEXUALIDADE, IDENTIDADE, RESISTÊNCIA

27 - 28 OUTUBRO 2017 (6ª feira - Sábado) FCSH- Universidade Nova de Lisboa 

Tony GumTony GumA conferência internacional Género na Arte de Países Lusófonos: Corpo, Sexualidade, Identidade, Resistência integra-se num conjunto de eventos organizados pelo Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado (MNAC-MC), pelo Centro de História de Arte e Investigação Artística (CHAIA) da Universidade de Évora (UE) e Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS.NOVA) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/UNL) que têm como objetivo principal debater de um modo transdisciplinar as questões de género no panorama artístico de países lusófonos contemporâneo (século XXI) desafiando assim os modelos tradicionais de produção de conhecimento do Norte Global. Com esta conferência procuramos juntar pessoas de diferentes contextos e proveniências que debatam estas questões de modo a contribuir para a construção de uma plataforma de troca de ideias, de experiências, de oportunidades de criação, de partilha e de solidariedade. As contribuições vindas de académicos, artistas, curadores, activistas, entre outras pessoas que demonstrem interesse em reflectir sobre estes temas são bem-vindas.

TÓPICOS

Esta conferência pretende reunir pessoas de diferentes países das lusofonias, vindas da academia, do activismo e de outras áreas, para reflectirem e dialogarem, de um modo crítico, transdisciplinar e sistémico, sobre a questão do género no foro da arte e da cultura contemporâneas. 
As contribuições devem focar-se na área das artes e da cultura e abordar, entre outras questões relevantes:
● O cruzamento da arte focado no género com perspectivas feministas, LGBTI, queer e pós-colonialistas;
● Representações de corporalidades e performatividades que questionam as categorias fixas de sexo, género, identidade sexual e desejo fazendo emergir novos discursos culturais identitários de subjectivação e autodeterminação, assertivos e autónomos;
● O género enquanto dimensão intrinsecamente ligada a outras, como a raça, a orientação sexual, a classe, a cultura, a idade, a (dis)capacidade e a educação, que conjuntamente produzem dinâmicas interaccionais específicas hierarquizadas;
● Num mundo globalizado, a combinação, de modo diversificado e complexo, de múltiplos hábitos sexuais e regimes de género, vindos de pessoas com diferentes pertenças no que respeita à cultura, nação e religião, multiplicam as configurações e variações das dimensões de género em que é possível viver;
● O modo como os corpos das minorias descriminadas como as mulheres, os gays, as lésbicas, transgénero e transsexxuais, entre outros, são afectados pela desigualdade de género que os oculta;
● Histórias de vida - herstories, e queerstories – em espaços e temporalidades concretas que mostram por meio de múltiplos suportes artísticos as suas vivências, passando-as do silêncio à representação revelando o que anteriormente fora proibido, escondido e ignorado no campo do desejo e da sexualidade;
● A dimensão de género na esfera íntima - nas relações, decisões e gestos da vida quotidiana - enquanto espaço onde se exerce o poder;
● Grupos culturais alternativos ligados ao apoio e divulgação de práticas artísticas centradas em identidades não heteronormativas sublinhando e revelando as ficções, as construções sociais e relações de poder em torno das categorias de género binárias;
● Os discursos que defendem a ‘naturalidade’ das identidades e sexualidades normativas que procuram impor;
● O «devenir» (tornar-se, transformar-se) beauvoiriano do género –desvendando as estruturas e processos responsáveis pela própria formação do género;
● O pós-pornográfico enquanto discurso e espaço de afirmação da vontade de criação que se distancia e recusa o discurso pornográfico heteronormativo;
● Personae e máscaras de género que rompem e questionam os discursos sociais, nomeadamente os dos meios de comunicação de massas, considerados responsáveis pela alienação, deturpação e criação de estereótipos de género, e pela percepção das sexualidades como meras mercadorias dessubjectivadoras.

Continuar a ler "CHAMADA DE TRABALHOS PARA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL GÉNERO NA ARTE DE PAÍSES LUSÓFONOS: CORPO, SEXUALIDADE, IDENTIDADE, RESISTÊNCIA"

01.07.2017 | por martalanca | arte, CPLP, género