Georges Léon Émile Balandier

França (1920). Etnólogo e sociólogo, professor da Universidade Paris V-Descartes, Director de estudos da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais e colaborador do Centre d’études africaines. Filho de um ferroviário e militante socialista, estuda filosofia mas a guerra de ocupação fá-lo refractário ao STO (Serviço do Trabalho Obrigatório) e depois resistente. A partir das suas experiências humanas de resistente, e em pleno clima de efervescência intelectual que se segue à Libertação (frequenta nomeadamente Michel Leiris), participa na tentativa de «definir uma outra política colonial». Em 1946, a Europa sai do traumatismo da guerra e os pesquisadores são atraídos pelo exotismo. A África representa então uma esperança. Chegado a Dakar Balandier constata que África vive reviravoltas. Membro da SFIO de 1946 a 1951, torna-se etnólogo ao participar, por dentro, na libertação de África. Desde 1952 toma partido pelas independências nos Cahiers de sociologie. Lidera as pesquisas sob a administração de Pierre Mendès France, mas rompe com a política quando De Gaulle coloca a Guinée de Sékou Touré fora da União francesa. Com Alfred Sauvy, inventa o conceito de terceiro mundo para designar, em 1956, este país que parecia um pouco o terceiro estado da Revolução Francesa.

Ao descobrir as Brazzavilles noires, é um dos primeiros a virar a atenção do estudo das sociedades tradicionais para as mutações em torno das sociedades contemporâneas africanas. Inaugura, em 1962, a primeira cadeira de sociologia africana na Sorbonne. Em 1982, funda com Michel Maffesoli o Centre d’études sur l’actuel et le quotidien. Balandier é actualmente director dos Cahiers internationaux de sociologie com Michel Wieviorka.

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