Eduardo Mondlane

(Moçambique 1920 – Tanzânia 1969) Mondlane é um dos fundadores, principal impulsionador e primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), organização que lidera o processo de luta anticolonialista contra Portugal. Sociólogo e lutador independentista até ao seu assassinato, defende a luta armada contra o regime colonialista.
Devido à sua posição social, filho de um chefe tribal na zona de Manjacaze, recebe uma educação privilegiada, inicialmente junto da missão presbiteriana suíça e depois, no secundário, pela mesma igreja, na África do Sul. Passa ainda pela Universidade de Lisboa, mas é nos Estados Unidos da América que conclui o doutoramento em Filosofia. Depois trabalha para as Nações Unidas, como investigador dos acontecimentos que levaram à independendência dos países africanos, e passa também pela docência universitária na Universidade de Syracuse, em Nova Yorque. Por essa altura, já interessado na independendência do seu país, tenta a via diplomática, apelando a Adriano Moreira da necessidade de Portugal libertar as então colónias. Mondlane percebe rapidamente a ineficácia da via do diálogo com o regime fascista e, após uma visita, em 1961, ao seu país, e de travar contacto com diversos nacionalistas, considera que é o momento de avançar para a luta armada pela independência. Por essa altura nascem três movimentos independentistas, e Eduardo Mondlane, com o auxílio do presidente da Tanzânia, Julius Nyerere, funde essas organizações na FRELIMO, organização da qual será o primeiro presidente. Pouco depois começam os treinos de jovens guerrilheiros na Argélia, entre eles Samora Machel, e mais tarde na Tanzânia. Assim criadas as condições, a luta armada chega ao terreno em Setembro de 1964. Em 1969, após uma já longa guerra pele independência não isenta de controvérsia, entre corrupção e ferozes lutas entre facções, Mondlane morre ao abrir uma encomenda-bomba. A suspeita da autoria do assassinato recai sobre a PIDE, o que nunca se conseguiu comprovar.
Além do seu combate, Eduardo Mondlane deixa ainda para a historiografia o livro Lutar por Moçambique, onde analisa e retrata o sistema colonial português em Moçambique e as estratégias para a libertação.

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