Preconceito e Discriminação em Portugal

 

 Apresentação de Preconceito e Discriminação em Portugal, no dia 23 de fevereiro, sexta-feira, às 18h30, na sala Âmbito Cultural (Piso 6) do El Corte Inglés, em Lisboa.

Albert Einstein defendeu que «é mais fácil desagregar um átomo do que um preconceito». Os julgamentos antecipados que fazemos sobre os outros marcam a nossa vida em sociedade. Daí até à prática do preconceito e da discriminação, principalmente sobre grupos sociais, vai o passo do enraizamento dos estereótipos e da extensão da permissividade coletiva em relação a eles.
Para diagnosticar a dimensão deste problema em Portugal, convidamos para a conversa Rui Costa Lopes, autor do ensaio Preconceito e discriminação em Portugal, Ana Sofia Antunes, Secretária de Estado da Inclusão, e o antropólogo Miguel Vale de Almeida.

 

 

08.02.2024 | par martalanca | Preconceito e Discriminação em Portugal

Em Memória da Memória. Interrogações e testemunhos pós-imperiais

Episódio #14
“Herdar o Império” 
Conversa com Djamel Kokene-Dorléans 08 de fevereiro de 2024

Djamel Kokene-Dorléans nasceu em 1968 na Argélia, mas foi viver para França com 10 anos de idade, lugar onde vive e trabalha até hoje. A sua obra abrange o desenho, a escultura, a fotografia, a instalação e o vídeo, que usa para explorar as tensões entre a linguagem e a representação, a noção de identidade e de nacionalidade, o papel dos museus e os seus limites, bem como o diálogo entre objetos vivos e inanimados.

A decisão de deixar a Argélia não foi sua, mas dos pais, que tinham terminado o seu casamento quando ele ainda era muito pequeno. Nessa altura, o pai partiu para França e só o voltaria a ver com cerca de nove anos, quando o pai retornou à Argélia para concluir o processo de divórcio. Nessa ocasião, decidiram que para dar melhores oportunidades de futuro a Djamel, que praticamente não tinha ainda frequentado a escola e que passava os dias como pastor, este deveria partir com o pai para França. Aos dez anos deixa, portanto, a Argélia e vai viver para a Bretanha com o pai e a sua nova mulher. A sua história familiar e as vivências da primeira infância e adolescência, diz, marcariam de forma determinante o seu caminho posterior e a sua forma de ver o mundo.

A realização é de Inês Nascimento Rodrigues, a edição de som de José Gomes e a imagem gráfica de Márcio de Carvalho. A dobragem da voz de Djamel Kokene-Dorléans é de Júlio Gomes. Indicativo: voz de Rui Cruzeiro e música original da autoria de XEXA.

08.02.2024 | par martalanca | Djamel Kokene-Dorléans, memória

CANDIDATURAS | Residência Literária em Maputo 2024

A Câmara Municipal de Lisboa e o Camões - Centro Cultural Português em Maputo selecionam um(a) autor(a) de língua portuguesa para a residência literária em Maputo, Moçambique. A residência tem a duração de um mês e realiza-se de 1 a 31 de outubro de 2024.
Este programa de intercâmbio artístico decorre da cooperação entre a Câmara Municipal de Lisboa e o Instituto Camões I.P., através dos seus Centros Culturais Portugueses, com vista à realização de projetos culturais no âmbito de residências artísticas, em Lisboa e no estrangeiro, visando o objetivo comum de potenciar o desenvolvimento de projetos artísticos colaborativos entre criadores portugueses e estrangeiros.

Mais informação aqui

06.02.2024 | par mariana | Camões centro cultural português em maputo, CML, concurso, residência literária

Expurgar Papel: Reconstruindo Narrativas do Colonialismo por Carla Filipe

Inauguração dia 16 de fevereiro, às 19h30, na Sala de Exposições da Escola das Artes no Porto 

Entre Documentos e Diálogos: A Arte Única na Desconstrução do Colonialismo Europeu

Conhecida pela sua envolvente série de trabalhos intitulada “Mastigar papel mastigado, o desejo de compreender o velho continente para cuspir a sua história”, iniciada em 2014 durante sua residência artística na Antuérpia, Carla Filipe apresenta, no dia 16 de fevereiro, na Sala de Exposições da Escola das Artes da Universidade Católica, a sua abordagem distinta com a exposição “Expurgar Papel”. Neste novo capítulo, a artista explora as complexidades do colonialismo europeu, utilizando documentação do séc. XVII ao séc. XX adquirida em alfarrabistas e em mercados de segunda mão. Um trabalho que desafia as convenções artísticas, focando-se exclusivamente na colagem como meio expressivo. No mesmo dia, a anteceder a inauguração da exposição, vai realizar-se uma Conferência de Lilia Schwarcz sobre “Imagens da branquitude: a presença da ausência.”

“A arte é uma jornada complexa e completa, uma privilegiada forma de provocar reflexão e transformar consciências, um passeio fascinante pela mente e pela história. Expurgar Papel é uma contribuição valiosa para o diálogo crítico sobre a história europeia. Através do minucioso trabalho de Carla Filipe, somos convidados a questionar, refletir e, acima de tudo, a compreender as nuances do passado que continuam a moldar o nosso presente”, indica Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa.

 

Carla Filipe trabalha somente em torno desta documentação, sem recorrer ao desenho ou pintura, usando apenas a colagem enquanto veículo e metodologia percorrendo as linhas ténues entre o respeito e o desrespeito do documento muitas vezes considerado uma “entidade imaculada”. Em resumo, esta exposição será um corte e cose de documentos do séc. XVI até à modernidade.

Na construção destas colagens a imaginação é uma constante, a imaginação que vem na ação de combinação de ideias, manipulação de conteúdos, usando o humor, o drama, a realidade. Todos os elementos usados para as colagens são frágeis, onde tudo é informação, desde os vários tipos de papéis usados, como jornais, notas ou papel de fantasia.

Nesta singular exposição temos igualmente representada a revolução industrial, onde o papel tem outra manufatura, que distingue a sua durabilidade enquanto documento, sendo o elemento mais contemporâneo assim como, a introdução do cabelo, que também é arquivo (ADN).

A inclusão do cabelo relaciona o trabalho com o corpo, que também é um “arquivo”, fazendo ligação ao próprio título “mastigar” e “cuspir”; o acto de mastigar é também um acto de mascar, criando saliva misturada com a matéria sem engolir. É triturar toda a documentação entre os dentes, e cuspir este arquivo sem organização, sem categorias e sem preservação.

Seguindo a mesma ideia de repulsa, temos igualmente o “escarro” devido à inalação do pó desta documentação que acumula e necessitamos de expurgar (para não ficarmos contaminados: limpeza). Como se a artista quisesse adquirir todo a documentação possível e mastigar tudo para um novo início, através de uma ação de repulsa e de libertação transformando toda a matéria que é expulsa da sua boca numa espécie de cola que fica peganhenta na superfície. Tomando assim, consciência de que o arquivo é colonizador.

Esta é a primeira de quatro exposições do ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”, um programa em co-curadoria entre Lilia Schwarcz e Nuno Crespo, que contempla uma agenda de concertos, conferências, exposições e performances, que vão decorrer entre 16 de fevereiro e 24 de maio. O ciclo é organizado pela Escola das Artes, em parceria com a Universidade de São Paulo (Brasil) e a Universidade de Princeton (EUA). A exposição de Carla Filipe estará patente ao público entre 16 de fevereiro e 15 de março.

Mais informações: https://artes.porto.ucp.pt/pt-pt/art-center/conferencias/programa-de-concertos-conferencias-exposicoes-e-performances-2024/programa

05.02.2024 | par martalanca | Carla Filipe, escola das artes, “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”

Tarrafal book - 9 days left

Dear friends and colleagues,

The last three weeks since I last wrote you, have been incredible. Tarrafal went on a pre-sale campaign, and in only 14 days, we have reached 100% of the requested funds that will allow the book to go to print. I was both humbled and thrilled that so many people responded and decided to buy advanced signed copies among other exclusive Kickstarter rewards, such as prints and special editions of my previous books Condor and 46750. 


You still have 9 days left to buy advanced copies of Tarrafal in both the English or Portuguese editions, published by GOST and Tinta-da-China respectively. Even if we have already reached the funding goal, your contribution will still be extremely helpful to cover extra costs (including test prints and translation costs to name a few) but also it will provide extra resources to increase the print-run and make the book more accessible to a wider audience, like public libraries and universities. You can find out more about this project by clicking here to see all the details of the Kickstarter campaign. 


Thank you to the more than 160 people who have supported the book. You have already made the past 4 and half years that I have dedicated to Tarrafal, completely worth it! 
Bellow I am sharing with you some of the book spreads:

The Book

284 pages 
76 photographs printed in tritone
86 photographs printed in color
4 fold-outs
2 gate-folds
100 pages of documents and written correspondence
All books and other rewards will be shipped in May 2024. To learn more about this project check out this short video

05.02.2024 | par Nélida Brito | Books, tarrafal

Convite | Seminário "Caminhos para a Historiografia do Tráfico Atlântico e Escravizados"

O Reitor da Universidade de Lisboa, Luís Ferreira, convida V. Exa. a estar presente no Seminário “Caminhos para a Historiografia do Tráfico Atlântico e Escravizados “, que terá lugar no Salão Nobre da Universidade de Lisboa, no dia 6 de Fevereiro, às 14h30.

03.02.2024 | par mariana | seminário, universidade de lisboa

Áfrika Aki - concerto de reentré 2024 no B.Leza

ÁFRIKA AKI, uma proposta de Alcides Nascimento/ Monte Cara

Clube B.LEZA, Lisboa
23 FEV, 23h

Noite de encontro das sonoridades da Guiné-Bissau, Angola e Cabo Verde com a Banda Monte Cara, Micas Cabral, Mario Marta e Chalo Correia

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“Em Lisboa é frequente assistirmos a um angolano a tocar uma morna, a um cabo-verdiano a tocar um gumbé, a um guineense a tocar um semba… Quando estes músicos se juntam, conseguem harmonizar os ritmos e as formas de fazer música, muito próprias de cada um e de cada cultura, daí resultando algo único e novo que só poderia acontecer na capital portuguesa.

 

Três artistas de três países africanos e uma banda mítica.É este o mote de “Áfrika Aki” que pretende fazer do BLeza, em Lisboa, o ponto de encontro perfeito para o perfeito encontro entre a música de origem africana feita em Lisboa.

De Cabo-Verde para Angola para a Guiné, esta é uma noite que é muito mais que um intercâmbio de culturas e sons.

Nesta ocasião especial, juntam-se a Banda Monte Cara, que, sob a direção musical de Toy Vieira é formada pela fusão de veteranos músicos que actuaram no Clube Monte Cara, de Bana - espaço de referência em Lisboa, nos anos 70 e 80 - com elementos da nova geração, o que, de si, promete desde logo uma performance vibrante; Micas Cabral, uma das vozes mais bonitas da Guiné-Bissau e vocalista da carismática banda Tabanka Djazz; Mario Marta, a grande revelação da música de Cabo Verde, premiado pelo seu primeiro disco que conta com a colaboração de Lura no funaná “Guenta”; e Chalo Correia, cantautor com uma sonoridade que recebe o legado dos “clássicos de Angola” como Ngola Ritmos, David Zé, Urbano de Castro e Kiezos. O mestre de cerimónias é Alcides Nascimento, músico e nome incontornável da promoção de música africana em Lisboa.

A reunião de todos estes artistas, e das suas formas próprias de fazer música, é uma oportunidade única de vivenciar a autenticidade e a energia contagiante da música africana, e de reviver o ambiente do mítico Clube Monte Cara, celebrando a herança cultural e a inovação musical que continua a florescer em Lisboa.

Energético, harmonioso e irrepetível. Assim é “Áfrika Aki”, uma proposta de Alcides Nascimento/ Monte Cara com estreia marcada para 23 de Fevereiro, no B.Leza.

As portas abrem as 22h30 e o concerto tem início às 23h.

Os bilhetes custam 13 euros e estão à venda na Ticketline.

03.02.2024 | par mariana | concerto, evento, música, música africana

Conversa-debate “Memorializar a Escravatura no espaço público português"

03.02.2024 | 16H | RAMPA I com Evalina Gomes Dias (Djass – Associação de Afrodescendantes), Marta Lança (BUALA) e Paulo Moreira (INSTITUTO), moderada por Nuno Coelho (curador da exposição).

Uma conversa em torno da memorialização da Escravatura no espaço público português, tendo como ponto de partida o processo de criação do Memorial de Homenagem às Pessoas Escravizadas, em Lisboa, uma iniciativa da Djass – Associação de Afrodescendentes. Esta conversa servirá, também, para olhar para os vários lugares que perpetuam a memória do Conde de Ferreira, na cidade do Porto e no resto do país, de forma a indagar como estes poderão ser ressignificados, contribuindo para a promoção de uma visão critica sobre o envolvimento de Portugal no tráfico transatlântico de pessoas escravizadas. Será possível, alguma vez, estes lugares virem a ser ressignificados?
***Evalina Gomes Dias (Dakar, 1968) é licenciada em Gestão de Recursos Humanos (ISCSP) e Mestre em Estudos do Desenvolvimento (ISCTE). Ativista pelos Direitos Humanos, Migrantes/Refugiados e requerentes de asilo. Desde 2019 desempenha funções de tutoria na disciplina de Política Social na Licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Aberta. É fundadora e presidente da Djass – Associação de Afrodescendentes, criada em 2016, organização onde também atua como gestora de projectos. Em 2017, a associação propôs e foi vencedora de um projeto para a criação de um Memorial de homenagem às pessoas escravizadas em Lisboa, uma iniciativa proposta no âmbito do Orçamento Participativo de Lisboa, e que ainda se encontra em fase de negociação com Câmara Municipal (CML).Marta Lança (Lisboa, 1976) é formada em Estudos Portugueses, Literatura Comparada e Edição de Texto e doutoranda em Estudos Artísticos na FCSH-UNL. Criou as publicações “V-ludo”, “Dá Fala” e, desde 2010, é editora do site BUALA, sobre questões decoloniais e do sul global. Em Luanda lecionou na Universidade Agostinho Neto e colaborou com a I Trienal de Luanda e em Maputo trabalhou no festival de documentário Dockanema. Como programadora organizou, entre outros: “Roça Língua, encontro de escritores lusófonos” (São Tomé e Príncipe, 2011); o ciclo “Paisagens Efémeras”, dedicado a Ruy Duarte de Carvalho (Lisboa, 2015); “Expats” (com Rita Natálio, FITEI, Porto, 2015); “Vozes do Sul” (Festival Silêncio, Lisboa, 2017); conferência no projeto NAU com o Teatro Experimental do Porto (2018); o ciclo “Para nós, por nós: produção cultural africana e afrodiaspórica em debate” (com Raquel Lima, 2018), “Sou esparsa e a liquidez maciça: gestos de liberdade” (Maat, 2020), “TERRA BATIDA” (com Rita Natálio, 2020), “Bibliotera”, com Filipa César e Marinho Pina (Meia Noite - Anozero Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, 2022). Coordena o projecto “ReMapping Memories: Lugares de Memória (Pós)coloniais”. Traduziu pensadores africanos como Achille Mbembe e Felwine Saar. Faz pesquisa e escrita para cinema e teatro, escreveu no Público e em várias publicações e, atualmente, escreve crónicas na revista Almanaque. É autora de “Infinitas-pessoas-mais-uma” (Tigre de papel, 2019), coautora de “FUTUROS CRIATIVOS Economia e Criatividade em Angola, Moçambique e Timor-Leste” (Acep, 2019) e organizou os livros “Roça Língua” (2015), “Diálogos com Ruy Duarte de Carvalho” (2018) e “Este corpo que me habita” (2014). Em cinema colaborou em produção, pesquisa e argumento com Margarida Cardoso, Pedro Pinho, Leonor Noivo, Filipa Reis, João Nicolau, Luísa Homem e Tiago Hespanha. Envolve-se em vários projetos de cultura com o Brasil e países africanos de língua portuguesa.Paulo Moreira (Porto, 1980) é arquiteto e investigador, sediado no Porto. Formou-se pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto em 2005, tendo estudado também na Accademia di Architettura, Mendrisio (Suiça). Doutorou-se pela London Metropolitan University em 2018, onde concluiu mestrado, com distinção, em 2009. Desde 2011 exerce atividade no estúdio Paulo Moreira Architectures, onde desenvolve projetos de arquitetura e de pesquisa no campo da arquitetura e cruzamentos disciplinares. No campo da prática disciplinar, tem sido premiado pelos projetos de reabilitação, públicos e privados, de escalas e tipologias diversas. No campo académico, investiga práticas espaciais e urbanismo em contextos pós-coloniais, tendo publicado diversos artigos e livros, e lecionado em Portugal e no estrangeiro. Foi co-coordenador do Observatório da Chicala, projeto sediado na Universidade Agostinho Neto (Angola), e é membro de África Habitat, projeto de investigação da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa. No campo da produção cultural, é fundador do INSTITUTO, espaço cultural no Porto, onde é diretor artístico, e desde 2021 é co-diretor do Arquiteturas Film Festival. Ao longo dos anos, tem tido diversas experiências em contextos de Bienais e Trienais. Participou no Pavilhão de Portugal em duas edições da Exposição Internacional de Arquitetura, La Biennale di Venezia (Homeland, 2024; e In Conflict, 2020). Participou na Trienal de Arquitetura de Lisboa (2007 e 2013) e na Trienal de Arquitetura de Oslo (2016 e 2019). Foi vencedor de vários prémios e bolsas, incluindo o Global Energy Award - Angola (2016) pela construção de uma escola em Luanda; Prémios Novos na categoria de Arquitetura (Fundação Calouste Gulbenkian, 2015); Prémio IHRU (2014); Prémio Távora (Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos, 2012); Prize for Social Entrepreneurship (London Met, 2009); Noel Hill Travel Award 2009 (American Institute of Architects - UK chapter).Nuno Coelho (Bruxelas, 1976) é designer, artista e curador, sediado no Porto; professor do Departamento de Arquitetura (DARQ) da Universidade de Coimbra, onde leciona nos cursos de licenciatura e mestrado em Design e Multimédia; e investigador do Centro de Estudos Interdisciplinares (CEIS20) da mesma universidade. Doutorado em Arte Contemporânea (Univ. Coimbra); Master em Design e Produção Gráfica (Univ. Barcelona); e Licenciado em Design de Comunicação e Arte Gráfica (Univ. Porto). Como designer, desenvolveu trabalhos para diversas entidades em Portugal e no estrangeiro, na sua maioria agentes artísticos e instituições culturais. Como investigador e curador, tem coordenado exposições e programas públicos, tendo interesse em história, cultura material, humanidades digitais e representação e semiótica visuais. Desenvolveu vários projetos autorais, na intersecção entre o design e a arte, sobre dois eixos essenciais: temas sociais e políticos; e temas de identidade e memória, através da exploração da política de produção de imagens e de arquivos de instituições e marcas comerciais históricas portuguesas. É autor de dois livros e editor de outros dois. Os seus trabalhos mais relevantes são: exposições e livros “Uma Terra Sem Gente Para Gente Sem Terra” (2007-2016); “Uma História de Confiança” (2017); e “5.º Caderno – Ensaio sobre os Arquivos do Rivoli” (2017); exposição “O Rosto da Confiança” (2016); co-curadoria da exposição “Unmapping the World” (2013); co-curadoria do programa “Post-Amnesia: Dismantling Colonial Manifestations” (2021); e co-curadoria do programa e livro “Um Elefante no Palácio de Cristal” (2021-2023). As suas atividades (curadoria de exposições, exposições individuais e coletivas, palestras, conferências e workshops) tiveram lugar na África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Cabo Verde, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Etiópia, Finlândia, França, Grécia, Irão, Itália, Japão, Lituânia, México, Moçambique, Palestina, Portugal, Reino Unido, Sérvia e Suécia. www.nunocoelho.net

02.02.2024 | par martalanca | Conde Ferreira, escravatura, Nuno Coelho, Rampa

As Casas dos Sovietes

2 de fevereiro, sexta, 18h | NOVA-FCSH, Avenida de Berna, Torre B, Auditório B1
Debate de lançamento do livro As Casas dos Sovietes, de Yuri Slezkine. O livro será discutido com o autor e com Anita Buhin, Manuela Ribeiro Sanches, Victor Pereira e José Neves.

 

30.01.2024 | par mariana | apresentação livro, evento, lançamento de livro, NOVA FCSH, Yuri Slezkine

Como será o Século XX?

31 de janeiro, quarta, 16h45 | NOVA FCSH, Avenida de Berna, Torre B, Sala B302
What will the 20th century be like? A conversation on the current state of affairs on the Global South, Palestine, the BRICs, Ukraine, Russia and its implications for the writing of the history of the 20th century and its memory
With José Neves (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST), Raquel Ribeiro (IHC — NOVA FCSH / IN2PAST), Sanjay Seth (Goldsmiths, University of London), and Yuri Slezkine (University of California, Berkeley).

 

30.01.2024 | par mariana | evento, NOVA FCSH, Sanjay Seth, Yuri Slezkine

8 de Fevereiro de 2024 - Inauguração da exposição “Liberdade - Portugal, lugar de encontros” na UCCLA

No ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, a UCCLA vai inaugurar a exposição “Liberdade - Portugal, lugar de encontros” no dia 8 de fevereiro, às 18 horas. 

Com curadoria de João Pinharanda, a exposição pretende dar voz à expressão artística propiciada pela conquista da Liberdade em Portugal. Com o 25 de Abril de 1974 e o fim da Guerra Colonial criaram-se condições para uma multiplicidade de encontros.

Na seleção curatorial de João Pinharanda são-nos apresentados 28 olhares artísticos contemporâneos, oriundos dos países que se expressam oficialmente em língua portuguesa. Estes artistas têm em comum o facto de terem tido ou ainda terem em Portugal um lugar de encontro e trabalho, que pode não ser central nem determinante no seu olhar, mas que não deixa de ser um laço, com a restante realidade artística. A manifesta pluralidade de perspetivas decorre não só da diversidade de origens geográficas e das vivências pessoais, que moldaram a respetiva sensibilidades e criatividade individual. 

A mostra assume-se como uma exposição de cruzamentos e de encontros, daqueles que partiram e regressaram, dos que chegaram e ficaram, ou partiram de novo, ou nunca mais regressaram… Mas todos eles olharam para Portugal e registaram um encontro em imagens; ou olharam, a partir de Portugal, para os seus próprios mundos. Fizeram-no com Liberdade criativa e crítica, oferecendo-nos peças de um puzzle que outros artistas completarão e que nós próprios somos chamados a completar.

De destacar as múltiplas as técnicas utilizadas na produção das peças expostas, que incluem pintura, serigrafia, fotografia, escultura, azulejo e tapeçaria.  

As obras presentes permitem-nos viajar à descoberta de um mundo onírico e de criatividade onde se percecionam muitas das influências que inspiraram estes artistas e as respetivas gerações, com especial destaque para a expressão da liberdade e do espírito anticolonial, as influências espirituais ou religiosas, as influências culturais e literárias e as questões relacionadas à identidade.  

 

A entrada é livre.

A exposição engloba um núcleo no Centro Cultural de Cabo Verde (CCCV), que será inaugurado no dia 15 de fevereiro. 

 

Lista de artistas expostos:

Abraão Vicente Alfredo Cunha

Ana Marchand

Ângela Ferreira

António Ole

Carlos Noronha Feio

Cristina Ataíde

Emília Nadal

Eugénia Mussa

Fidel Évora

Francisco Vidal

Gonçalo Mabunda

Graça Morais

Graça Pereira Coutinho

Herberto Smith

Joana Vasconcelos

José de Guimarães

Keyezua

Manuel Botelho

Mário Macilau

Nú Barreto

Oleandro Pires Garcia

Pedro Chorão

Pedro Valdez Cardoso

René Tavares

Vasco Araújo

Vhils (Alexandre Farto)

Yonamine


Morada:

UCCLA - Avenida da Índia, n.º 110 - Lisboa

CCCV - Rua de São Bento, n.º 640 - Lisboa

Horário:

UCCLA - 8 de fevereiro a 10 de maio de 2024 

Segunda a sexta-feira, das 10 às 18 horas

CCCV - 15 de fevereiro a 15 de abril de 2024 

Terça a quinta-feira, das 12 às 19 horas; Sexta e sábado, das 13 às 20 horas

 

30.01.2024 | par mariana | 25 de abril, 50 anos do 25 de abril, exposição, liberdade, uccla

Lançamento do livro “João Lopes Filho” de Elsa Frazão Mateus

Vai decorrer, no dia 1 de fevereiro, às 17h30, o lançamento do livro “João Lopes Filho: Professor - Investigador - Escritor” da autoria de Elsa Frazão Mateus, no auditório da UCCLA. Trata-se de uma biografia que retrata a vida de João Lopes Filho, destacando a sua dedicação ao estudo, à investigação e à partilha.

Com a chancela da Rosa de Porcelana Editora, o livro será apresentado por Luís de Figueiredo.

O lançamento do livro terá transmissão, em direto, através da página do Facebook da UCCLA em https://www.facebook.com/UniaodasCidadesCapitaisLinguaPortuguesa 

Sinopse:

A autora desta biografia retrata a vida de João Lopes Filho, destacando a sua dedicação ao estudo, à investigação e à partilha. O livro também aborda as sementes que o biografado lançou muito além da sua obra, com um alcance invejável. De facto, tanto pela sua atividade docente, como pela sua escrita ou ainda pela intervenção cívica que desde sempre o caracterizou, João Lopes Filho foi acrescentando ao seu legado um número indeterminável de indivíduos que, influenciados pelos seus ensinamentos, pelas suas palavras, procuraram abraçar, de algum modo, a sua ciência, a sua arte. 

Biografia da autora:

Elsa Frazão Mateus é natural da ilha de S. Vicente, Cabo Verde. Licenciou-se em Antropologia, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em 1993. Na altura conheceu João Lopes Filho, tendo iniciado a colaboração em alguns dos seus trabalhos. Em 2010 concluiu o mestrado em Antropologia Social e Cultural, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, doutorando-se em Antropologia, na mesma instituição, com a especialização em Antropologia da Saúde, em 2015. Desde então, tem-se dedicado ao associativismo e ativismo pela saúde, a nível nacional e internacional, tendo sido galardoada com a Medalha de Mérito Científico, em 2020, atribuída pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

 

30.01.2024 | par Nélida Brito | Books, cabo verde, João Lopes Filho

Chamada à participação- Publicação Conversas Desalinhadas

Cara Leitora Feminista,

O Grupo de Leituras Feministas (i2ADS/FBAUP) completa 5 anos em 2024 e estamos a planear uma publicação que reflita esse período de convívio, conversas, leituras e atividades.

Surgido em torno do desejo de realizarmos leituras partilhadas com temáticas feministas, bem como de pôr em movimento a nossa experiência diante do texto em atividades variadas, entendemos importante neste momento de celebração voltarmos ao conjunto de autoras que mobilizamos no período à luz da experiência individual das nossas integrantes.

Dessa forma, fazemos contato contigo para saber da disponibilidade na elaboração de uma peça que pode vir em formatos variados (artigo, poesia, ensaio visual, carta, etc.) na qual ficasse marcada a tua relação com o momento, texto e autora vivido no Leituras Feministas (2019-2024) a ser publicado este ano.

Uma vez decidindo por dar seguimento ao convite, pedimos que nos envies até o dia 29 de fevereiro de 2024 uma sinopse de até 150 palavras, e uma breve declaração da tua participação no Leituras Feministas leiturasfeministasporto@gmail.com

Daremos preferência a respostas de quem tenha participado das sessões,

Contamos contigo!

30.01.2024 | par Nélida Brito | feminismo, Leituras Feministas, livros

Conhecimento e Criatividade: biografias de mulheres na história global (sécs.18-20) por Filipa Lowndes Vicente

Programação Ter 30 jan - 19h às 20h30

Conferências Eutopos Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa

Há 50 anos, na década de 1970, as abordagens feministas à história e à história da arte começaram a revelar muitos nomes de mulheres do passado que, através da escrita, publicação, pintura, escultura e investigação deixaram vestígios documentais do seu conhecimento e criatividade. Desde então, em diversos lugares do mundo, estes nomes passaram a ser incorporados em programas universitários, coleções editoriais e ciclos de conferências. Fizeram-se livros, artigos, teses de doutoramento, exposições, documentários e peças de teatro sobre elas, mas os seus lugares na história continuam desconhecidos a muitos olhares do presente. Interessa conhecê-las, mas também questionar os diversos processos que contribuíram para a sua invisibilidade. Nesta conferência, são abordados casos específicos de mulheres dos séculos 18 ao 20 em diferentes lugares mundo. A francesa Olympe de Gouges (1748-1793), dramaturga, escritora, feminista e abolicionista; a britânica Mary Wollstonecraft (1759-1797), escritora e feminista; a afro-americana Sarah Parker Remond (1826-1894), abolicionista, ativista e médica que viveu no Reino Unido e em Itália; a britânica Bessie Rayner Parkes (1829–1925), escritora, editora e defensora dos direitos das mulheres; a sua filha Marie Belloc Lowndes (1868-1947), escritora de ficção e jornalista; a indiana, goesa de Bombaim, Emmeline da Cunha (1873-1972), médica e investigadora em epidemiologia; e as portuguesas Aurélia de Souza (1866-1922), pintora, que viveu no Porto e em Paris, e Maria Lamas, feminista, escritora, jornalista e fotógrafa.

Filipa Lowndes Vicente

Historiadora e investigadora no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, doutorou-se na Universidade de Londres, em 2000. Em 2015 foi professora visitante no King’s College, Universidade de Londres e, em 2016, na Universidade da Brown, Providence, EUA. É autora de vários artigos e livros entre os quais Arte Sem História: Mulheres e Cultura Artística, Séculos XVI-XX (2012) e, como editora, Aurélia de Sousa, Mulher Artista (1866-1922) catálogo da exposição que também comissariou.Conferências Eutopos A busca por um bom lugar, ou por um eutopos, serviu de motivação à Brotéria para toda a sua atividade ao longo do último ano. Acreditamos que essa inquietação não está esgotada. Pelo contrário, há ainda muito bem escondido para mostrar, muitas vidas desconhecidas para revelar, muitos projetos transformadores para partilhar. Vivemos num mundo acidentado, onde o progresso é lento, mas onde o bem se constrói e onde a esperança se torna visivelmente concreta. No primeiro trimestre do ano apresentamos três conferências sobre três topoi nos quais o bem e o que é bom se podem revelar: biografias de personalidades femininas que passaram praticamente despercebidas no seu tempo, a busca pela relevância dos livros numa realidade altamente tecnológica e a procura da beleza através da música. Local: BrotériaDuração: 1h30Gratuito

29.01.2024 | par martalanca | biografias, FILIPA LOWNDES VICENTE, mulheres

Chamada de trabalhos | Lembrar para não repetir – a oposição intelectual portuguesa e brasileira às ditaduras

Encontra-se aberta a chamada de trabalhos para o Seminário Internacional “Lembrar para não Repetir: A Oposição intelectual portuguesa e brasileira às Ditaduras”, que decorre entre 11 e 12 de abril de 2024, na Fundação Mário Soares e Maria Barroso, em Lisboa, e online.

Apela-se à participação neste seminário através da submissão de propostas de comunicações enquadradas nos seguintes temas (ou de outros considerados pertinentes):

 

I) Portugueses no Brasil e brasileiros em Portugal

Resistência cultural no Brasil e em Portugal: intelectuais, artistas, cientistas, professores, produtores culturais, entre outros.

Ações de exilados portugueses no Brasil e de brasileiros em Portugal;

Biografias e trajetórias de exilados.

Núcleos de resistência à ditadura portuguesa no Brasil.

Meios e formas de resistência às ditaduras: artes plásticas, literatura, cinema, teatro, música, jornais e revistas de ideias e de cultura, etc.

Interações de intelectuais portugueses exilados com os intelectuais brasileiros.

Intelectuais brasileiros exilados em Portugal: olhares e perspetivas sobre a revolução de Abril.

Resistência e solidariedade entre exilados brasileiros em Portugal e portugueses.

As relações diplomáticas na esfera política e cultural.

Violência política, perseguição, prisões e censura.

Apoios, redes de solidariedade e influências internacionais.

A Universidade, a Ciência e os movimentos culturais.

 

II) Memórias e legados

Memórias e arquivos para a história da resistência cultural às ditaduras.

Museus e património cultural.

Representações e narrativas sobre a história da resistência cultural às ditaduras (ex. na literatura, no cinema, nas artes visuais, nos media).

Usos políticos do passado / políticas de memória.

As propostas de comunicações devem ser enviadas através de formulário eletrónico, onde devem constar: o nome do/a autor/a ou dos/as autores/as, a afiliação institucional, o título da proposta, um resumo de, no máximo, 500 palavras, três palavras-chave, uma breve nota biográfica (200 palavras no máximo) e contactos do/a autor/a ou autores/as.

 

Calendário

Receção de propostas: 1 de março de 2024

Comunicação de resultados: 10 de março de 2024

 

Organização

Fundação Mário Soares e Maria Barroso

Dois / Um Produções

CEI-Iscte

Fundação Getúlio Vargas / CPDOC 

Fundação Mário Soares e Maria Barroso

Rua de S. Bento, 176, 1200-821, Lisboa

 

 

29.01.2024 | par Nélida Brito | ditadura, interculturalidade, Portugal-Brasil

Em Memória da Memória. Interrogações e testemunhos pós-imperiais

Episódio #12 Herdar o Império” Conversa com Zia Soares

Em memória da memória, hoje sentamo-nos com Zia Soares.

Zia Soares é encenadora e atriz e foi uma das fundadoras do teatro Griot, companhia que dirigiu durante mais de dez anos. O trabalho de Zia e da companhia, pioneiro no contexto das artes performativas em Portugal, tornou-se, entre outros, num espaço de transgressão e de crítica, onde se reflete sobre a exclusão de pessoas racializadas, dos corpos negros e sobre a seletividade da História, que invisibiliza determinados discursos e narrativas. Faz escuro nos olhos, Os negros, O riso dos necrófagos e Uma dança das florestas são alguns dos espetáculos que produziram e estrearam ao longo do historial da companhia.

No Em Memória da Memória de hoje, história familiar e elementos biográficos entrelaçam-se com aspetos da memória pública e de responsabilidade coletiva.

A realização é de Inês Nascimento Rodrigues, a edição de som de José Gomes e a imagem gráfica de Márcio de Carvalho. As canções neste episódio são originais de Xullaji para os espectáculos FANUN RUIN e O Riso dos Necrófagos (cortesia dos artistas). Indicativo: voz de Rui Cruzeiro e música original da autoria de XEXA.

Ouvir nas seguintes plataformas: 

https://open.spotify.com/show/1KrVzJgf7xhhXjN0mDuO4a

https://podcasts.apple.com/us/podcast/em-mem%C3%B3ria-da-mem%C3%B3ria/id...

https://music.amazon.co.uk/podcasts/8ad115d3-abe8-48f3-a460-c12270c9b941...

29.01.2024 | par Nélida Brito | Memória da Memória, podcast

SINS & CAPITALS or a certain mist of empty spaces

Alexandra Costa, Carla Castiajo, Celeste Cerqueira, Manuel Santos Maia, Náhir Capêlo, Nuno Ramalho, Sérgio Leitão, Thiago Rocha Pitta | Curatorship ̶ Eduarda Neves

Eröffnung: Sa. 03.02.2024, 15 Uhr

Ausstellung: 04. ̶ 11.2.2024, 15 ̶ 18 Uhr

The sins and capitals, or a certain mist for empty spaces curatorial project, consists of five exhibitions in international spaces, the screening of two films and an editorial project. Based on the work of Caspar David Friedrich ̶ Der Wanderer über dem Nebelmeer ̶ we seek to enunciate multiple and imaginary approaches between the space we inhabit and the exhibition space.

In exhibitions we have many things to do with space; freedom is space inself.

29.01.2024 | par Nélida Brito | exhibitions

Preconceito e Discriminação em Portugal

O que faz não gostarmos de alguém à partida, sem nada sabermos sobre essa pessoa? As relações humanas, em todas as dinâmicas cruzadas entre indivíduos e grupos, são marcadas por desconfiança e estereótipos. Mas, onde se enraízam os preconceitos e o que os faz crescer?

Quanto a preconceito e discriminação, Portugal é um país de contrastes. Por exemplo, temos das maiores percentagens de inquiridos com crenças racistas, mas somos o país da União Europeia com menos registos de atos violentos por motivação racial.
Este ensaio analisa o problema português do preconceito e da discriminação à luz das ciências sociais e também de como as instâncias políticas e administrativas o têm abordado. Mais do que apontar soluções, visa motivar a reflexão de cada cidadão e um debate informado.

Rui Costa Lopes Psicólogo social, investigador principal do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL) e professor convidado na Faculdade de Psicologia desta instituição. Doutorado em Psicologia Social pelo Iscte – IUL (2009), com pós-doutoramento entre os Países Baixos e Lisboa (ICS-UL).
Foi presidente da Associação Portuguesa de Psicologia (APP) entre 2021 e 2023.
A sua investigação debruça-se sobre relações intergrupais e decisões socialmente relevantes para grupos de baixo estatuto. Tem trabalhos publicados em revistas como o «European Journal of Social Psychology» e «Frontiers in Psychology».

28.01.2024 | par martalanca | Discriminação, Portugal, Preconceito

“Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”

Entre 16 de fevereiro e 29 de maio, todas as quintas, na Católica no Porto

Escola das Artes lança programa de concertos, conferências, exposições e performances para não silenciar histórias.

“Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões” é o tema do programa cultural da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa que pretende estimular o debate sobre o fazer da(s) História(s), mostrando como muitos artistas contemporâneos têm contribuído para a alteração de paradigmas. Uma parceria da Escola das Artes com a Universidade de São Paulo (Brasil) e a Universidade de Princeton (EUA). De 15 de fevereiro a 29 de maio, ao final da tarde de quinta-feira, a cidade do Porto vai receber concertos, conferências, exposições e performances para não silenciar histórias.

Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes e co-curador do programa, sublinha que o ciclo “pretende construir um espaço de debate onde juntos possamos pensar as narrativas históricas e o modo como artistas de diferentes geografias e culturas têm sido motores fundamentais no alargamento e transformação dessa história oficial.” Sobre esta nova edição do programa, o diretor da Escola das Artes completa que “é fruto de um trabalho continuado da Escola das Artes em trazer temáticas com expressão no mundo não só artístico, como atual e global.” 

Através da interseção de várias áreas e de conhecimentos múltiplos, onde se cruzam perspetivas de artistas, realizadores, ativistas ou intelectuais, o ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões” procura criar um espaço de debate conjunto, onde se reflita sobre como se pode juntar à História outros sujeitos, corpos ou objetos, de modo a, progressivamente, construir um recorte mais amplo e diverso do mundo, dos seus habitantes e dos processos de transformação.

Estão confirmados os concertos, conferências e performances de Lilia Schwarcz, Denilson Baniwa, Pedro Barateiro, Nuno Crespo e Dalton Paula, João Salaviza e Renée Messora, Paulo Catrica, Hélio Menezes, Ayrson Heráclito, Margarida Cardoso, Artur Santoro, Flávio Cerqueira e de Francisco Vidal. A Escola das Artes anunciou também a agenda da Sala de Exposições, que contará com Carla Filipe, Pedro Barateiro, Paulo Catrica e Letícia Ramos.

O ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões” é um projeto em co-curadoria entre a intelectual e curadora brasileira Lilia Schwarcz e Nuno Crespo. O ciclo é organizado pela Escola das Artes, em parceria com a Universidade de São Paulo (Brasil) e a Universidade de Princeton (EUA). Vai decorrer entre 15 de fevereiro e 29 de maio, às quintas, na Universidade Católica Portuguesa, no Porto.

Mais informações e programa disponível aqui:

https://artes.porto.ucp.pt/pt-pt/art-center/conferencias/programa-de-concertos-conferencias-exposicoes-e-performances-2024/apresentacao 

 

25.01.2024 | par martalanca | Artur Santoro, ayrson heráclito, Denilson Baniwa, Flávio Cerqueira, Francisco Vidal., Hélio Menezes, João Salaviza e Renée Messora, Lilia Schwarcz, Margarida Cardoso, Nuno Crespo e Dalton Paula, Paulo Catrica, Pedro Barateiro

Resistência cultural no feminino: legados e heranças intergeracionais

27 Janeiro 2024

Organização: FÓRUM DEMOS; MigraMediaActs, CECS, Universidade do Minho Local do evento: Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, Braga

Link do evento

Horário

15h00 – 15h15: Receção e apresentação do evento por Rosa Cabecinhas.

15h15 – 16h30: À Conversa com: Ana Cristina Pereira Maria Matilde Nicolau Miguel de Barros Teresa de Sousa Álvaro Vasconcelos Moderação: Sheila Khan

(Cada orador será convidado a refletir sensivelmente por 15 minutos)

16h30 – 16h45: Debate com a audiência.

16h45 – 17h00: Reflexão final com Rosa Cabecinhas.

Apresentação

Os 50 anos da democracia em Portugal aproximam-se e trazem para a arena pública a urgência de vários debates e reflexões que procuram promover, estimular e abrir novos espaços de partilha de experiências, emoções e de caminhos feitos de luta, fé, compromisso e, também, de outras dimensões humanas menos felizes. Este encontro procura reavivar as memórias de um longo percurso, este construído, mapeado por mulheres que uniram os seus esforços e compromissos à luta não apenas pela democracia, mas também, por uma cidadania mais inclusiva, consciente e aberta aos desafios contemporâneos.

Os legados destes 50 anos no feminino abraçam, hoje, outros modos de refletir não apenas a questão do lugar da mulher, mas, sobretudo, o debate em torno das questões do género, das opções identitárias e culturais. Esses patrimónios humanos não se colocaram no baú esquecido e poeirento, pelo contrário, pelos vários e diferenciados processos de socialização, as novas gerações sentem como suas essas heranças deste 25 de Abril que as avós, mães, os rostos do Portugal não apenas no feminino conseguiu manter vivo, espelhado pelos atos de uma empatia e fraternidade entre gerações.

Nesse sentido, entre encontro almeja tornar vivas, presentes e audíveis estas vozes, memórias, perceções e reflexões que importam profundamente na construção ativa da resistência cultural e da relevância dos legados e heranças intergeracionais.

Notas Biográficas

Álvaro Vasconcelos é o atual detentor da Cátedra José Bonifácio da Universidade de São Paulo (USP) e professor colaborador da mesma universidade, investigador do CEIS20 da Universidade de Coimbra, coordenador do Fórum Demos. Foi professor convidado do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (2014-2015). Foi Diretor do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia/EUISS (2007-2012) e do Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais (IEEI) de Lisboa, desde a sua fundação, em 1980, até 2007. Colunista regular na imprensa, coordenou e editou o relatório que o RUISS produziu para a União Europeia Global Trends 2030 – Citizens in an Interconnected and Polycentric World. Autor do livro La Vague Démocratique Arabe. L’Europe et la question islamiste. Harmattan, Paris, 2014. Coordenador do livro: Tendências Globais 2030 - Os Futuros de Portugal, Fundação de Serralves, 2017 e de Brasil nas Ondas do Mundo, imprensa da Universidade de Coimbra, 2017. Autor do livro 25 de Abril no Futuro da Democracia, Estratégias Criativas (2019), e dê Memórias em Tempo de Amnésia: Uma Campa em África, Edições Afrontamento, 2022 O seu último livro intitula-se: Memórias em Tempo de Amnésia: Exílio sem Saudade, Edições Afrontamento, 2023.

Ana Cristina Pereira - Kitty Furtado é crítica cultural empenhada na diluição de fronteiras entre academia e esfera pública. Tem curado mostras de cinema (pós)colonial e promovido a discussão pública em torno da Memória Cultural, do Racismo e das Reparações. É doutora em Estudos Culturais, pela Universidade do Minho, com a tese: “Alteridade e identidade na ficção cinematográfica em Portugal e Moçambique” e investigadora do CECS (U. Minho), onde coordena a linha de investigação “Ativismos Migrantes” do projeto MigraMediaActs. Co-editou números especiais de revistas científicas, entre os quais, o n.o 54 da Revista Comunicação e Linguagens - Gender Decolonising: ways of seeing and knowing. Atualmente é coordenadora do Grupo de Trabalho de Cultura Visual da SOPCOM e sub-diretora da VISTA: revista de cultura visual (com Silvana Mota Ribeiro). Juntamente com Rosa Cabecinhas publicou o livro “Abrir os gomos do tempo: conversas sobre cinema em Moçambique” (2022). 

Foi co-coordenadora da rede COST “Social psychological dynamics of historical representations in the enlarged European Union”, rede que envolveu investigadores de 30 países. É coordenadora do projeto “Migrations, media and activisms in Portuguese language: decolonising mediascapes and imagining alternative futures” e é co-coordenadora do projeto “Memories, cultures and identities: how the past weights on the present-day intercultural relations in Mozambique and Portugal?”. A sua tese de doutoramento foi premiada pelo Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (2004) e foi co-recipiente do Gordon Allport Intergroup Relations Prize (2012). Das obras que dirigiu, coeditou ou publicou, destacam-se “Preto e Branco: A Naturalização da Discriminação Racial” (2007, 2a edição em 2017), “Comunicação Intercultural: Perspectivas, Dilemas e Desafios” (2008, 2a edição em 2017), e “(In)visibilidades: Imagem e Racismo” (2020) e “Abrir os Gomos do Tempo: Conversas Sobre Cinema em Moçambique” (2020).

Maria Matilde Nicolau, nasci a 11 de janeiro de 1945, Coimbra, onde vivi até 1971, alternando com Braga, após o meu casamento e consequente nascimento das minhas filhas. Entrei na Faculdade de Direito em 1963 e terminei o curso em junho de 1970, dada a minha adesão à greve aos exames, em junho de 1969, na sequência da Crise Académica deste ano em Coimbra (frequentava, nessa altura, como o meu marido, o último ano do referido curso. Ele foi incorporado em Mafra, em setembro de 1969, pela mesma razão). Em 1970, após ter terminado a licenciatura, concorri a um lugar de chefe de serviços da Faculdade de Economia (recém-criada) da Universidade de Lourenço Marques, tendo tomado posse e seguido para Moçambique em maio de 1971. A decisão de ir trabalhar para Moçambique resultou do facto de o meu marido ter como destino quase certo a mobilização para a guerra colonial e de os meus Pais aí viverem, o que aumentava as hipóteses de ele poder ficar mais perto da família. Os cálculos saíram errados, porque o meu marido não foi mobilizado para o Ultramar, ao que julgo, pela enorme mobilização resultante do “castigo” generalizado da crise académica. Apesar disto, no fim do serviço militar, decidimos continuar em Moçambique pelo menos por mais algum tempo.

Miguel de Barros é Sociólogo e investigador guineense. É co-fundador do Centro de Estudos Sociais Amílcar Cabral (CESAC) e membro do Conselho de Pesquisa para as Ciências Sociais em África (CODESRIA). Desde 2012, exerce funções de Diretor Executivo da ONG ambientalista guineense Tiniguena – “Esta Terra é Nossa”, integra a direção da Rede da Sociedade Civil para a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional da Guiné-Bissau (REESSAN-GB) e da Coligação para a Defesa do Património Genético Africano (COPAGEN). Tem desenvolvido estudos e intervenções nos domínios de gestão de sítios de património natural, cultural e histórico, comunidades tradicionais, processos participativos, comunicação, género e juventudes, racismo, cooperação e sustentabilidade das organizações sociais. É autor de “A Sociedade Civil e o Estado na Guiné-Bissau: dinâmicas, desafios e perspetivas” (2015), “Juventude e Transformações Sociais na Guiné-Bissau e co-autor de vários livros, entre os quais “Manual de Capacitação das Mulheres em Matéria de Participação Política com base no Género” (2012), “A Participação das Mulheres na Política e na Tomada de Decisão na Guiné-Bissau: da consciência, perceção à prática política” (2013), “Sociedade Civil, Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (2014), “Hispano-Lusophone” Community Media: Identity, Cultural Politics and Difference (2018), “Geração Nova da Tiniguena, uma escola para a vida! Uma experiência de educação para o ambiente e cidadania na Guiné- Bissau” (2020). Em 2018 foi distinguido com o prémio panafricano humanitário em “Leadership in Research & social impact”.

Rosa Cabecinhas (1965, Bajouca, Leiria) teve a sua primeira experiência migratória aos cinco anos, quando foi “a salto” para França. Estudou e viveu em vários países. Atualmente é professora no Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, e investigadora no Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS). Tem desenvolvido investigação de natureza interdisciplinar e coordenado diversos projetos nacionais e internacionais sobre representações sociais da história, relações intergrupais, diversidade e mudança social.

Sheila Khan é socióloga, investigadora do Centro de Estudos em Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho, professora auxiliar convidada da Universidade de Trás-os– Montes e Alto Douro e comentadora do painel do programa Debate Africano na RDP África. Doutora em Estudos Étnicos e Culturais pela Universidade de Warwick. As suas mais recentes publicações são: Portugal a lápis de cor. A sul de uma pós-colonialidade (Almedina, 2015); Visitas a João Paulo Borges Coelho. Leituras, Diálogos e Futuros (com Nazir Can, Sandra Sousa, Leonor Simas-Almeida e Isabel Ferreira Gould, Colibri, 2017); A Europa no Mundo, o Mundo na Europa. Crise e Identidade (com Rita Ribeiro e Vítor Sousa, Editora Húmus, 2020); Racism and Racial Surveillance. Modernity Matters (com Nazir Can e Helena Machado, London: Routledge, 2021); Reparações históricas: Desestabilizando construções do passado colonial (com Vítor de Sousa e Pedro Schacht Pereira, Junho 2022) e, finalmente, Djaimilia Pereira de Almeida: Tecelã de mundos passados e presentes (com Sandra Sousa, 2022).

Teresa de Sousa começou a sua carreira como jornalista em 1977 no Jornal Novo durante a Guerra Fria. Após passagens pela RDP e Expresso, destacou-se no PÚBLICO, cobrindo eventos históricos como a queda do Muro de Berlim e a implosão da União Soviética. Especializou-se em política internacional, sendo reconhecida como uma das principais jornalistas portuguesas nesse campo. Com formação em Economia pelo antigo ISCEF, escreveu livros, incluindo uma biografia de Mário Soares. A sua carreira inclui entrevistas a intelectuais e académicos, contribuindo significativamente para o jornalismo em Portugal.

Comissão organizadora:

Álvaro Vasconcelos (Fórum Demos)
Rosa Cabecinhas (CECS, Universidade do Minho) Chisoka Paulo Simões (CECS, Universidade do Minho) Sheila Khan (CECS, Universidade do Minho)

25.01.2024 | par martalanca | cultura, mulheres, Resistência