Mulher asfalto + expo tás a ver?

Nos dias 9 e 10 de julho, quem estiver em São Paulo poderá assistir uma das maiores atrizes moçambicanas em ação. Lucrécia Paco está no Brasil para fazer algumas exibições do monólogo Mulher Asfalto, que já foi apresentado em outros sete países. Em São Paulo, as apresentações acontecem no lindo Teatro Oficina, fundado em 1958 pelo diretor Zé Celso Martinez Corrêa. Depois, a peça segue para o Rio, onde será encenada durante aFestlip, festival de teatro de língua portuguesa.

Para os dias de apresentação da peça em São Paulo fomos convidados para montar uma versão da expo tás a ver? na entrada do teatro Oficina. Quem não viu a expo no ano passado na galeria Matilha Cultural terá uma nova oportunidade!

Mulher Asfalto, dirigida e encenada por Lucrécia Paco, mostra uma prostituta em situação de intenso sofrimento, causado pela agressão de seu cliente, que utiliza a palavra como forma de revolta. O diálogo e a música tradicional moçambicana sugerem uma reflexão sobre o silêncio escondido em milhares de mulheres. Antes do espetáculo, o público é convidado a sentar-se frente a frente, formando um corredor no centro, transformado em espaço de jogo cênico. Como um espelho da própria plateia, o público é levado a interagir e repassar experiências vividas. Baseado no poema “Epilogue d’une trottoir” (Epílogo de uma caminhada), do escritor africano Alain Kamal Martial, o texto é parte de uma série de epílogos em que o autor dá a palavra àqueles que não a tem, fragilizados e reduzidos ao silêncio pela sociedade.

Lucrécia Paco, um dos maiores talentos moçambicanos em atividade, foi protagonista do primeiro longa metragem do país, O Vento Sopra do Norte, e ajudou a fundar o primeiro grupo profissional de teatro de Moçambique, o Mutumbela Gogo. A peça também conta com a participação de dois grandes nomes da música moçambicana: o instrumentista tradicional Celso Durão e o músico de reggae Ras Haitrn.

A peça é trazida ao público brasileiro pelo projeto Kuvona Moçambique (significa “Veja Moçambique” em changana, língua materna da região de Maputo, capital do país), que tem como objetivo apresentar ao Brasil as muitas expressões artísticas ligadas a cultura tradicional moçambicana, e realizado pela Balaio Cultura e Arte – empresa de produção cultural de Moçambique que pretende construir uma ponte cultural entre Brasil e Moçambique.

SERVIÇO

MULHER ASFALTO

Em São Paulo:

Teatro Oficina – Rua Jaceguai, 520 – Bexiga / (11) 3104-0678

9 de Julho, às 21h, e 10 de Julho, às 20h

Preço popular: R$ 10,00

No Rio (FESTLIP):

Teatro Sesc Casa da Gávea – Pça Santos Dumont, 116 – Gávea / (21) 2239-3511

21, 22 e 23 de Julho, às 20h

Preço: entrada franca. 

 

07.07.2011 | par martalanca | Lucrécia Paco, Tás a Ver, teatro moçambicano

VIII Edição do Festival de Teatro de Inverno “Girassol” - MAPUTO

Sábado28/05 a Domingo26/06

Teatro Mapiko da Casa Velha. 50 Mt.

02.06.2011 | par martalanca | teatro moçambicano

A CAVAQUEIRA DO POSTE - teatro em Maputo

Sexta 15 & Sexta 22 Abril | 19h00 |100 Mt | <27anos 50 Mt | Gratuito membro CCF


A CAVAQUEIRA DO POSTE | Eliot Alex

O maior efeito da crise mundial está nos mendigos. Esta crise poderia ser vista como oportunidade, mas, aí está a questão : conseguimos ver ? Parece que somos todos cegos, mudos e surdos. Cegos - porque não queremos ver. Mudos - porque não podemos falar. Surdos - ainda que haja alguém que grite, não se ouve. Na verdade, a cavaqueira de Tendeu e Calvino mostra que somos demasiado cegos para ver os factos, sem braços para fazer algo e, pior ainda : com poucos miolos para endireitar o desfasamento entre os pobres (ociosos) e os ricos (gulosos).

Texto : Sérgio Mabombo | Direcção : Elliot Alex | Actores : Sérgio Mabombo e Diaz Santana

14.04.2011 | par martalanca | teatro moçambicano