"Clandestina", baseado no livro de Margarida Tengarrinha e realizado por Maria Mire, estreia dia 7 de março nos cinemas

Uma obra que parte do livro “Memórias de uma Falsificadora - A Luta na Clandestinidade pela Liberdade em Portugal” 

O filme “Clandestina” realizado por Maria Mire e produzido pela Terratreme, estreia nas salas de cinema portuguesas a 7 de março. Esta longa-metragem parte da obra “Memórias de uma Falsificadora - A Luta na Clandestinidade pela Liberdade em Portugal” de Margarida Tengarrinha (1928-2023), artista, escritora, professora que antes do 25 de Abril viveu clandestinamente em Portugal e que se tornou falsificadora de documentos por motivos de militância política. Margarida Tengarrinha nasceu em Portimão em 1928 e faleceu no último mês de outubro, na mesma cidade.

“O interesse na realização deste filme prende-se assim tanto com a urgência de tirar da sombra a ação das mulheres que de modo revolucionário combateram neste período negro da história contemporânea portuguesa, assim como o de pensar na dimensão política presente nos pequenos gestos da vida quotidiana.”, afirma Maria Mire, que em 2020 realizou a curta-metragem “Parto Sem Dor”, uma homenagem à médica obstetra Cesina Bermudes (1908-2001), pioneira da introdução do parto sem dor em Portugal e resistente anti-fascista, que ajudou no parto muitas mulheres na clandestinidade.

Esta será a estreia comercial de “Clandestina”, que integrou a secção Competição Portuguesa na última edição do DocLisboa.

No dia 22 de fevereiro, às 11h, no ICA, em Lisboa, vai realizar-se um visionamento deste filme para a imprensa.

 

Teaser aqui: https://youtu.be/9no9asXJytw

Para mais informações e marcações de entrevistas, por favor contactar:

Rita Bonifácio | 918453750 | press.terratreme@gmail.com

 

“CLANDESTINA” 

VISIONAMENTO DE IMPRENSA  

22 de fevereiro, 11h: ICA, Lisboa

 

SINOPSE

Para pensar as atuais práticas de dissidência política, mergulhamos no passado e acompanhamos a vivência de uma jovem artista. Convidada a entrar na clandestinidade em Portugal na segunda metade do século XX, Margarida Tengarrinha, desempenhou um importante papel na resistência antifascista, tornando-se falsificadora por militância política. Através do anacronismo temporal, CLANDESTINA é como uma missiva a um tempo porvir, uma premonição da possibilidade trágica da História se estar a repetir. 

 

FICHA TÉCNICA 

Com Kim Ostrowskij, Rafael Costa, Salomé Saltão, Joana Levi e Ciço Silveira, Dayana Lucas, petra.preta

 

REALIZAÇÃO Maria Mire

ASS. REALIZAÇÃO E DIREÇÃO FOTOGRAFIA Miguel Tavares

1º ASS. IMAGEM Margarida Albino

2º ASS. IMAGEM Giulia Angrisani

DIREÇÃO SOM Ricardo Guerreiro

DIREÇÃO DE PRODUÇÃO Madalena Fragoso

DIREÇÃO ARTE Maria Mire

ASS. DIREÇÃO ARTE Ana Vala

MONTAGEM Luisa Homem

DESIGN SOM E MÚSICA Ricardo Guerreiro

EFEITOS VISUAIS E CORREÇÃO COR Ana Vala

PÓS-PRODUÇÃO IMAGEM Gonçalo Ferreira, Irmã Lúcia

DESIGN Dayana Lucas

PRODUTORES Luisa Homem, João Matos, Leonor Noivo, Pedro Pinho, Susana Nobre e Tiago Hespanha

 

Maria Mire

Maria Mire (Maputo, 1979) vive e trabalha em Lisboa. O trabalho artístico e de investigação que desenvolve é sobretudo centrado nas questões da percepção da imagem em movimento. Doutorada em Arte e Design pela FBAUP em 2016, com a tese “Fantasmagorias: a imagem em movimento no campo das Artes Plásticas”. É pro- fessora e co-responsável do Departamento de Cinema/ Imagem em Movimento do Ar.Co., em Lisboa. Colabora igualmente no PhD em Arte dos Media e Comunicação da ULHT, assim como no Mestrado de Artes do Som e da Imagem da ESAD.CR. Integrou diversos projetos artísticos colaborativos, dos quais se destacam o Coletivo Embankment, Plataforma Ma ou Patê Filmes. Tem desenvolvido diversos projetos colaborativos de crítica e especulação artística com Aida Castro. Realizou o filme “Parto sem dor”, uma conversa imaginada com Cesina Bermudes, que integrou a seleção oficial do INDIELISBOA 2020, e do Festival Caminhos do Cinema Português, Seleção Outros Olhares 2020, assim como a edição do PORTO FEMME – International Film Festival, onde recebeu o Prémio de Melhor Documentário da Competição Nacional.

09.02.2024 | par Nélida Brito | cinema, clandestinidade, filme, política, Portugal

Sharjah Biennial 15 Thinking Historically in the Present

Beginning February 2023, Sharjah Art Foundation (SAF) brings together over 150 artists and collectives from more than 70 countries for the 15th edition and 30-year anniversary of the Sharjah Biennial. Conceived by the late Okwui Enwezor and curated by the Foundation’s Director Hoor Al Qasimi, Sharjah Biennial 15: Thinking Historically in the Present reflects on Enwezor’s visionary work, which transformed contemporary art and has influenced the evolution of institutions and biennials around the world, including the Sharjah Biennial.
Al Qasimi interprets and elaborates on Enwezor’s proposal with a presentation of more than 300 artworks — including 70 new works — critically centring the past within contemporary times. These works, as well as a wide-ranging programme of performance, music and film, activate more than 19 venues in 5 cities and towns across the emirate of Sharjah: Al Dhaid, Hamriyah, Kalba, Khorfakkan and Sharjah. Among the many venues are sites within Sharjah’s historical quarter; buildings recently restored and transformed by the Foundation including The Flying Saucer and Kalba Ice Factory; and repurposed structures that once served as a vegetable market, medical clinic and kindergarten.
Free and open to the public, Sharjah Biennial 15 runs 7 February through 11 June 2023, with opening week events taking place from 7 February to 12 February.
“Two decades ago, I experienced Okwui’s Documenta 11 which, with its radical embrace of postcolonialism, transformed my curatorial perspective. His idea of ‘thinking historically in the present’ is the conceptual framework for the Biennial, which we’ve sought to honour and elaborate on while also reflecting on the Foundation’s own past, present and future as the Biennial marks its 30-year anniversary. We look forward to welcoming local audiences and visitors from around the world to reflect on the Biennial’s themes and the artists’ wide-ranging perspectives on nationhood, tradition, race, gender, body and imagination,” said Al Qasimi.
For Enwezor, the contemporary art exhibition provided a means to engage with history, politics and society in our global present. Enwezor’s proposition of the ‘postcolonial constellation’ and its pluriverse of key concepts form one point of departure for the 15th edition of the Sharjah Biennial. Re-envisioning the proposal by the late curator, Al Qasimi builds upon her own long-term relationship with the Biennial, as visitor, artist, curator, and eventually as director of the Foundation.
The 19 venues spread across the emirate of Sharjah — from heritage buildings and historical landmarks to modern architecture of the late 1900s and contemporary spaces — connect different moments of Sharjah’s history as well as its diverse communities and landscapes. Through more than 300 artworks, the Biennial proposes a transcultural universe of thought embedded into this local social fabric, involving Sharjah’s own lived past in a nuanced conversation around postcolonial subjectivity, the body as a repository of memories, restitution, racialization, transgenerational continuities, and decolonisation. Rooted in intimate and caring observations of everyday lives and vernacular traditions, performances, concerts, workshops and other public programmes will activate the venues as well as regional art centers located in each city, forming a capillary reach across the emirate throughout the four-month duration of the Biennial.
Expanding upon Enwezor’s initial proposal, Al Qasimi has collaborated with artists to embark on more than 70 new works, including many major commissions, that relate and respond to SB15’s overarching theme of centering the past within the present, thereby bridging diverse postcolonial histories.
Major new commissions by John Akomfrah, Maria Magdalena Campos-Pons, Doris Salcedo, Berni Searle and Barbara Walker testify to the lingering after-effects of colonialism. A feature-length film by Coco Fusco, installation by Bouchra Khalili, multimedia work by Almagul Menlibayeva and sound installation by Hajra Waheed reactivate and reimagine the political conflicts precipitated by the modern nation-building process.
Brook Andrew and Isaac Julien reflect upon museumised objects and their restitution, while Destiny Deacon, Robyn Kahukiwa and Tahila Mintz assert the significance of indigenous identities and values. In the works of Gabrielle Goliath, Amar Kanwar, Wangechi Mutu and Carrie Mae Weems, individual histories are interwoven with collective notions of memory, grief and transformation.
Also premiering in SB15 are works that engage with the local context of Sharjah. Kerry James Marshall proposes an outdoor installation in the form of an archaeological find inspired by fact, myth and tales, while Lubaina Himid and Nil Yalter dive into the urban fabric of Sharjah with their public interventions. Basel Abbas and Ruanne Abou-Rahme, Asma Belhamar, Kambui Olujimi, Prajaka Potnis and Veronica Ryan present site-specific projects that converse with and recontextualise the old and new architecture of the Foundation.
Performances and theatrical presentations will be on offer throughout the Biennial. Gabriela Golder, Hassan Hajjaj, Rachid Hedli, Tania El Khoury, The Living and the Dead Ensemble and Aline Motta will activate their work during the opening week in February. In conjunction with the annual March Meeting, Marwah AlMugait, Shiraz Bayjoo, Naiza Khan and Akeim Toussaint Buck will perform in early March. Musical programmes featuring musicians Youssou N’Dour and Abdullah Ibrahim will follow in March and April, with additional performances to be announced later.

16.03.2023 | par mariadias | arte, atuações, comunicação, política, teatro

Uma história política da raça pelo historiador Jean-Frédéric Schaub

25.10.2022 | par Alícia Gaspar | história, história política, historiador, iluminismo, Jean-Frédéric Schaub, le monde, livro, ocidente, política, raça

Lançamento do livro "O que temos a ver com isto? O papel político das organizações culturais"

O novo livro de Maria Vlachou O que temos a ver com isto? O papel político das organizações culturais, um dos temas sobre o qual a autora mais tem reflectido nos últimos anos, será lançado nesta segunda-feira, 16 de maio, às 18h30, na Biblioteca Palácio Galveias (Lisboa)

O livro reúne textos de Maria Vlachou, que estavam dispersos no blog, de comunicações em conferências e artigos de jornal. Esta é uma edição Tigre de Papel (à qual o BUALA se junta), com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. 

O prefácio foi escrito por Tiago Rodrigues, ex-Director Artístico do Teatro Nacional D. Maria II e próximo director artístico do Festival de Avignon.

16.05.2022 | par Alícia Gaspar | Biblioteca Palácio Galveias, cultura, Fundação Calouste Gulbenkian, lançamento de livro, Maria Vlachou, política

ATLANTICA: Contemporary Art from Cabo Verde, Guinea Bissau, São Tomé and Príncipe and their Diasporas

Pão, pão, queijo, queijo, 2010 | Gelantin silver print | 60 x 200 cm © Sandim Mendes Pão, pão, queijo, queijo, 2010 | Gelantin silver print | 60 x 200 cm © Sandim Mendes

Lançamento do livro Atlantica: Contemporary Art from Cabo Verde, Guinea Bissau, São Tomé and Príncipe and their Diasporas

10 de Dezembro 2021 | 18h00 – 21h00

Local: Hangar | Rua Damasceno Monteiro, n.º 12 - r/c, 1170-112 Lisboa 

ATLANTICA: Contemporary Art  from Cabo Verde, Guinea Bissau, São Tomé  and Príncipe and their Diasporas é o terceiro livro da editora Hangar Books, especializada em publicações no contexto das artes contemporâneas, com foco nas espistemologias do sul. 

Na sequência das duas obras anteriores dedicadas, respectivamente, a Angola e a Moçambique, este novo livro da série “Atlantica” centra-se na arte de Cabo Verde, da Guiné-Bissau e de São Tomé e Príncipe, bem como nas suas diásporas.  É editado pelo artista César Schofield Cardoso, em conjunto com Mónica de Miranda, que assina também a coordenação.

Entre os artistas selecionados, encontramos Olavo Amado, Nú Barreto, Welket Bungué, César Schofield Cardoso, Irineu Destourelles, Vanessa Fernandes, Ângelo Lopes, Sandim Mendes, Melissa Rodrigues, Herberto Smith, Abdel Queta Tavares e René Tavares. E nos ensaios teóricos:  Azu Nwagbogu, Mónica de Miranda, César Schofield Cardoso, Ana Balona de Oliveira, Ana Cristina Pereira, Inês Beleza Barreiros, Raquel Schefer, Ana Nolasco, Álvaro Luís Lima, Michelle Salles, Paula Nascimento, Mariana Aboim, Raquel Lima, Valdívia Delgado Tolentino, Cristiana Tejo, Luísa Santos, Inocência Mata e Joacine Katar Moreira. 

Este quadro curatorial destaca artistas contemporâneos dentro e das regiões que atuam desde a viragem do milénio até ao presente. São artistas envolvidos em pesquisas e práticas de arte experimental e conceptual que investigam narrativas coloniais e pós-coloniais. As obras dos artistas representados neste livro são diversas em meio e abordagem, bem como no que respeita a questões sociais de endereço, como identidade e política corporal, lugar, memória e história. O novo milénio assistiu a uma produção cultural sem precedentes, caracterizada por um misto de radicalidade e marginalidade, nostalgia e utopia. Estes artistas estão principalmente comprometidos em desafiar noções fixas de lugar e afirmar conexões entre a produção artística e as formações políticas, sociais, ideológicas e pessoais.

“Atlantica” é o título e o princípio organizador desta série e o seu significado semântico remonta à mitologia clássica. Está carregado de potencial interpretativo sobre questões de localização, geografia, exílio, migração, separação, êxodo, diáspora e deslocamento, e representa o movimento de deixar a terra natal, uma experiência comum para muitos dos artistas representados nos outros livros da série. Atlantica aponta também para a história bem estudada da travessia do Atlântico Sul e do Norte e remete para o conceito de The Black Atlantic (1993), de Paul Gilroy. Gilroy usa as imagens do Atlântico para demonstrar a posição de identidades entre duas (ou mais) terras, culturas, que não podem ser definidas por fronteiras. Atlantica situa-se neste lugar de dupla consciência no trabalho de W.E.B. Du Bois, em The Souls of Black Folk (Du Bois 1903, 8).

Na celebração do lançamento deste livro, no dia 10 de Dezembro, às 18h, no Hangar, teremos um seminário moderado por César Schofield Cardoso com conversas com teóricos, artistas e investigadores. Este ciclo se estenderá por outros eventos como video-screenings, residências e rádio durante 2022.  Organização de Mónica de Miranda.

PROGRAMAÇÃO

Dia 10 de Dezembro. (18h00-21h30)

18h00

César Schofield Cardoso, “The space we share” (Editor’s note).

18h30

Ana Balona de Oliveira “Contemporary Art and the Interwoven Histories of Cabo Verde, Guinea-Bissau and São Tomé e Príncipe”. 

19h00

Inocência Mata “Between Sankofa and Janus…”transterritorialized” artists”.

19h30

Joacine k Moreira “TO DECOLONIZE IS TO D.E.P.R.O.G.R.A.M.E. Systemic Racism, Body, Gender and Diaspora in Arts”.

20h00

Artists Talk 

  • Vanessa Fernandes 
  • Irineu Destourelles
  • Nú Barreto
  • Melissa Rodrigues 
  • René Tavares 

 

CICLO DE VIDEO ONLINE DIÁSPORA: ITINERÁRIO DIALÓGICO

Curadoria de JOÃO SILVÉRIO

Artistas: Cesar Schofield Cardoso, Melissa Rodrigues, Vanessa Fernandes, Sandim Mendes, Welket Bungué

Lançamento 15/12/2021 às 19h

Diáspora: itinerário dialógico

Esta seleção de artistas para exibição na plataforma Hangar Online inclui trabalhos em vídeo e fotografias.  A extensão, por assim dizer, à fotografia, tenta reforçar uma ligação à prática documental tão presente nas imagens que os arquivos da diáspora se revelam como uma memória colonial do século passado.  Nesse sentido, procura-se propor um itinerário dialógico, ou seja, uma sequência de narrativas e documentos que exploram temas e temas atuais e comuns, como a (s) diáspora (s), o período colonial e diferentes abordagens das questões identitárias que representam a suposição de diferença, desejo e liberdade.

JOÃO SILVÉRIO

Mestre em Estudos Curatoriais pela Faculdade Belas-Artes da Universidade de Lisboa. É curador associado da colecção de arte contemporânea da Fundação PLMJ. Curador e tutor no projeto RAMA Residências para Artistas, Maceira, Portugal. Inicia a sua actividade como curador independente em 2003.

Cria o projecto independente EMPTY CUBE em Outubro de 2007 que tem apresentado projectos de artistas, designers e arquitectos (www.emptycube.org). Foi Presidente da Secção Portuguesa da AICA – Associação Internacional de Críticos de Arte, desde Março de 2013 até Dezembro de 2015. Cria, em 2019, a editora independente EMPTY CUBE_reader que lançou a primeira edição com uma obra dos artistas Musa paradisiaca.

Escreve regularmente sobre projectos artísticos em catálogos, publicações e websites entre os quais no www.emptycube.org

Conheça a editora Hangar Books:

https://hangar.com.pt/edicoes/ 

18.11.2021 | par Alícia Gaspar | arte, cabo verde, contemporary arts, cultura, diasporas, Guinea Bissau, HANGAR, lançamento de livro, livro, política, São Tomé and Príncipe

Decolonising the City

A participação no programa está condicionada a inscrição através do e-mail: miraforum@miragalerias.net
A entrada no debate está limitada à lotação máxima, tendo prioridade os participantes no percurso pedonal.

PROGRAMA:

14h00/ Percurso pedonal tem ponto de encontro na entrada dos Jardins do Palácio de Cristal. Termina no MIRA FORUM onde se realiza o debate “Decolonising the City”. 

Este evento é composto por um percurso pedonal organizado pelo colectivo InterStruct, com duração aproximada de duas horas e meia. O percurso será guiado e animado por Desirée Desmarattes e Natasha Vijay. O percurso antecede o debate no MIRA FORUM. 

Debate organizado e moderado por Ana Jara e Miguel Cardina, com a participação de Desirée Desmarattes, Dori Nigro, Marta Lança e Paulo Moreira.

PERCURSO:

O percurso é da responsabilidade do colletivo InterStruct. Visa unir experiências pessoais, memórias coletivas e relíquias do colonialismo, oferecendo uma nova visão que nos permite examinar as raízes do preconceito individual e dos sistemas de opressão.

Propõe-se uma caminhada performativa como forma de ativismo que aborda a falta de atenção, reconhecimento e revisão das narrativas e ideologias colonialistas que circulam na sociedade portuguesa.

DEBATE:

O debate “DESCOLONIZAR A CIDADE” tem por objetivo problematizar a persistência de estruturas e imaginários coloniais no espaço público em Portugal. Partindo do lugar social e político da arquitetura, o debate pretende analisar de que forma o corpo da(s) cidade(s) mantém lógicas de (re)produção de representações coloniais, modos de segregação socio-espacial e hierarquias - ora vincadas, ora subtis - nas quais ainda reverberam dicotomias como as de centro e periferia, metrópole e colónias, norte e sul.

Essa perspetiva diacrónica sobre a cidade e os desafios de a descolonizar irrompe a partir de um presente onde se torna fundamental aprofundar as discussões sobre o racismo, a violência policial e as desigualdades, ou sobre as pertenças, migrações e diásporas, e que aponta necessariamente para um futuro no qual o Direito à Cidade se assume como um emergente horizonte de cidadania.

Evento integrado na 17ª Representação Oficial Portuguesa na Bienal de Arquitectura de Veneza. Comissariado pela Direção-Geral das Artes.

EN
Participation is subject to prior registration by e-mail: miraforum@galerias.net 
Entrance to the debate is limited to a maximum capacity and participants of the walking tour will have priority.

14h00 / Walking tour beginning at the main entrance of Jardins do Palácio de Cristal finishing at MIRA FORUM, for the debate part.

This event consists of a walking tour organised by the InterStruct collective, lasting approximately two and a half hours. The walk will be guided by Desirée Desmarattes and Natasha Vijay. The tour is followed by a debate taking place at MIRA FORUM. 

Debate organised and moderated by Ana Jara and Miguel Cardina, with the participation of Desirée Desmarattes, Dori Nigro, Marta Lança and Paulo Moreira.

Walking tour:
Joining personal contemporaneous experiences, collective memories and relics of colonialism to its wider historical context can offer new insight and enable us to examine the root causes of individual prejudice and systems of oppression. We propose a performative walking tour as a form of activism that addresses the lack of attention, acknowledgement and revision of colonialist narratives and ideologies that circulate Portuguese society.

The ‘Decolonising the City’ debate aims to question the persistence of colonial structures and mentalities in the public sphere in Portugal. Starting from architecture’s social and political place, the debate is intended to analyse how the form of cities continues to (re)produce colonial representations, modes of social and spatial segregation and hierarchies - both clear and subtle - which are still abuzz with dichotomies such as centre and periphery, metropolis and colonies, north and south.

This diachronic view of the city and the challenges of decolonising it arises at a time when it is essential to discuss racism, policy violence and inequality on a deeper level, as well as to consider issues of belonging, migration and diasporas, and which also points to a future in which the Right to the City is an emerging horizon for citizenship.

Event part of the 17th Portuguese Official Representation at the Venice Architecture Biennale. Commissioned by Direção-Geral das Artes.

13.09.2021 | par Alícia Gaspar | Art, cidade, decolonising the city, descolonizar, event, Lisbon, política

Dossiê “O contemporâneo visto pelo ecrã: Políticas, culturas, memórias e identidades”

Organizadores: Carlos Alberto Máximo Pimenta-Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI- Brasil); Edson Capoano, Pedro Rodrigues Costa e Vítor de Sousa-CECS-Universidade do Minho (Portugal)

Prazo de submissão: 30 de março de 2021

Data prevista de publicação: a partir de abril de 2021

Critérios: - Os textos devem ser escritos dentro das exigências da RCH, conforme diretrizes indicados no endereço: https://www.rchunitau.com.br/index.php/rch/about/submissions

Idiomas: Português (Brasil)/English

Envio de propostas: https://www.rchunitau.com.br/index.php/rch/announcement/view/10?fbclid=IwAR04PpLLC_EGrm9DrwpvLBAgtS78JJT5m7PPvf_yO79xsv3UWY0fE4RDIdc

 

 

Call for papers

 Trata-se de chamada pública de textos para compor o dossiê “O contemporâneo visto pelo ecrã: políticas, culturas, memórias e identidades”, a ser publicado na RCH–Revista Ciências Humanas (e-ISSN 2179-1120) dos Programas de Pós-Graduação em Desenvolvimento Humano e em Educação da Universidade de Taubaté. Portanto, este dossiê se propõem reunir reflexões que discutam as inseguranças de nossos tempos que “colocam em xeque” a ordem política, econômica, social, cultural, moral, ética, intelectual, simbólica e subjetiva estabelecida a partir de um consenso cêntrico “ditado” pela cultura ocidental que desfila nos ecrãs (entendido como “tela” de cinema, televisão, computador, celular, tablet, etc.), mas traz, consigo, o fortalecimento do debate sobre a condição humana.

Dessa premissa, impõe leituras distintas da realidade, em que se abrem perspectivas para outros e novos conhecimentos “abafados”, “calados”, “omitidos”, “desprivilegiados”, “subalternizados”, “colonizados” ou para “novas” e “outras” interpretações de distintas formatações de linguagem e comunicação social, diante de um modelo hegemônico de desenvolvimento, crescimento, ordem e progresso aplicados, com maior ou menor grau, a todos, em escala mundial. Abrem-se, por isso mesmo, face às “imposições” dos tempos informacionais e tecnológicos que experimentamos, amplos campos de disputa “dos”, “nos” e “pelos” sistemas de linguagens e de comunicações sociais que “afetam”, para o bem e para o mau, questões de políticas, culturas, memórias e identidades.

Do quadro enunciado, esperamos que este dossiê aglutine um conjunto de textos, pesquisas e pesquisadores que trabalhem temáticas contemporâneas, de caráter interdisciplinar, teórico e empírico, tendo questões e interfaces entre “políticas”, “culturas”, “memórias” e “identidades” vividas e experienciadas que aglutinem preocupações que percebam as disputas no campo das comunicações e linguagens sociais no sentido de constituir outras plataformas de desenvolvimento social, ambiental e econômico, tais como:
(1) problemáticas, desafios e consequências da era digital (participação, formação, educação, ética, violências, subjetividades);

(2) políticas e (bio)diversidades culturais;

(3) inovações, manifestações e processos populares de geração de renda;

(4) Trajetos e trajetórias descolonizadoras do sul ao norte, do “centro” à “periferia”; 

(5) Relações migratórias–travessias, dinâmicas interculturais, identidades transculturais e “artivismo curatorial”.

09.02.2021 | par Alícia Gaspar | Brasil, call for papers, culturas, divulgação, identidades, memórias, política, Portugal, RCH, Revista ciências humanas

Figurações de Amílcar Cabral – memória, política e cultura.

O colóquio reúne investigadores de projetos que, a partir de diferentes olhares, estudam e lidam com a figura política, cultural e artística de Amílcar Cabral. Ao longo deste dia, a partir de um ponto de vista interdisciplinar e multiforme, a biografia, o pensamento, a ação política, as imagens e as heranças de Amílcar Cabral, tanto do ponto de vista artístico como político estarão em discussão em mesas redondas temáticas, seguidas de debate. Um debate final reunirá todos os intervenientes.  No próximo dia 22 fevereiro, pelas 9h30, na Sala 1 do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES-Alta).


 

12.02.2019 | par martalanca | Amílcar Cabral, memoirs, memória, política

Colóquio Memória, História, Esquecimento. O 27 de Maio de 1977 em Angola

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL),  26 de maio 2017 / 09h 30m   

Um colóquio multidisciplinar que assinala a passagem de 40 anos dos acontecimentos de 27 de Maio de 1977 em Angola, cujas consequências perduram até hoje na sociedade angolana. A necessidade de se criar um espaço de reflexão no meio académico serviram de mote aos organizadores para proporem a realização de um colóquio, no qual os investigadores pudessem partilhar e debater as suas pesquisas com a comunidade científica e a sociedade em geral.

A participação de investigadores de diferentes áreas do conhecimento permitirá uma abordagem multidisciplinar, para uma melhor compreensão deste fenómeno histórico angolano, através das suas múltiplas dimensões: política, social e cultural. Por isso, participam investigadores da história, da música, da antropologia, dos direitos humanos e da justiça.

Pretende-se que esta problemática saia da penumbra e do mujimbosocial em que tem estado confinada e reduzida até hoje na sociedade angolana, para que seja incluída como tema próprio nas discussões académicas das Ciências Sociais, nomeadamente dos Estudos Africanos, da História de África e, em particular, da História de Angola.

Comissão Organizadora: Myriam Taylor de Carvalho, Verónica Leite de Castro, Edson Vieira Dias Neto, Pedro Aires Oliveira

PROGRAMA 

9h 30m – Receção, inscrição, Venda de livros

10h / 10h 20m – Boas vindas e apresentação do evento

Pedro Aires Oliveira (IHC-FCSH-UNL)

Verónica Leite de Castro (Membro da Organização)

1º Painel – 10h 20m / 12h 20m  

Moderador Michel Cahen (CNRS / Casa Velazques)

Mabeko Tali (HUW)

O 27 de Maio, 40 anos depois: uma exégese do discurso nitista.

Margarida Paredes (UFBA)

Uma narrativa silenciada, a liderança das mulheres na revolta do 27 de   Maio de 1977. O caso do ‘Destacamento Feminino’ das FAPLA.

Leonor Figueiredo (Investigadora Independente)

A importância das fontes orais na abordagem ao «27 de Maio».

Francisco Júnior (FLUC)

Cânticos silenciados em 1977: Lembranças musicais de Artur Nunes, David Zé e Urbano de Castro.      

12h 20m / 13h 30m – Debate 

13h 30m / 15h – Almoço livre

2º Painel – 15h – 17h  

Moderador José Pedro Castanheira (Jornalista)

Marcolino Moco (Ex primeiro Ministro de Angola)

O 27 de Maio. Problema angolano no contexto africano. Que tipo de justiça?

Benja Satula (UCAN – UCP)

“Do processo ao não processo”, a irracionalidade dos“guerrilheiros da razão”.

Fernando Macedo (UCT)

A Barbárie do 27 de Maio e o Direito à Memória.

Joaquim Sequeira Carvalho (ISP-UKB)

“O 27 de Maio de 1977”

17h – 18h Debate

– Encerramento

- Venda livros, coffee break

19.05.2017 | par martalanca | 27 de maio 1977, Agostinho Neto, angola, colóquio, desaparecidos, fracionismo, genocídio, memória, política, trauma

Convite // 26 de Janeiro // Claire Fontaine: em vista de uma prática ready-made

26 de Janeiro, 21. Espaço Alkantara (Calçada Marquês Abrantes 99, Lisboa) 
[entrada livre]

Lançamento do livro “Claire Fontaine: em vista de uma prática ready-made” + Conversa + Performance

O título do livro dá nome a este encontro, que parte do conceito de “greve humana” do coletivo Claire Fontaine para pensar a intervenção estética como prática política de um “artista ready-made”. 

Claire Fontaine é um colectivo artístico sediado em Paris, fundado em 2004. Roubando o seu nome a uma marca popular de cadernos escolares, Claire Fontaine declarou-se um “Artista Readymade” e começou a elaborar uma arte Neo-Conceptual que frequentemente se assemelha ao trabalho de outros. Utilizando materiais como néon, vídeo, escultura, pintura e texto, a sua prática pode ser descrita como uma contínua interrogação sobre a impotência política e a crise da singularidade que parecem hoje definir a arte contemporânea. Mas se o artista hoje é o equivalente subjectivo de um urinol ou de uma caixa Brillo – tão descolocado, tão privado de valor-de-uso e tão trocável quanto os produtos que produz – há sempre a possibilidade a que Claire Fontaine chama “Greve Humana.” Claire Fontaine utiliza a sua frescura e juventude para fazer de si próprio uma singularidade-qualquer e um terrorista existencial em busca de emancipação subjectiva.


21h // Conversa com Leonardo Araujo, Pedro Bismarck e Miguel Cardoso
Moderação: Mariana Pinho

Leonardo Araujo
Do que o Artista Contemporâneo Mundial no Império corre?

Se a Greve Humana não é a experiência mas a evidência da miséria social, da falta de experiência no Deserto - a vida no Império -, o que o artista estaria a fazer hoje senão a denunciar as mazelas e negligências das instituições de poder? Há, dentro do espectro de produção da arte contemporânea de cunho político e, algumas vezes militante, uma certa dificuldade em imaginar outros lugares, ideias e organizações que corroborem para a simples possibilidade de imaginar. O artista, neste caso, não é outro qualquer - singularidade quaisquer -, que ao tornar pública a sua obra, evidencia a nossa própria ausência afectiva, crítica e de comunhão? 

Pedro Bismarck
Uma língua de saltimbancos

Os Claire Fontaine fizeram da sua prática-de-artista um exercício de reflexão permanente sobre a relação entre a arte e a vida. E, no entanto, o tempo que atravessam (o tempo que atravessamos) é o da absoluta dissolução dessa ligação: “grandes barricadas colocadas entre a arte e a vida, entre o saber e o viver”. Talvez seja por isso que os seus objectos pareçam sempre ruínas e fragmentos de uma guerra em curso. Mas não. Mais do que despojos de um tempo passado, eles parecem ser os vestígios de um tempo por vir. Objectos desinventados (para usar um termo de Manoel de Barros) à procura de um novo idioma, uma nova linguagem (uma “língua de saltimbancos”?) que, enfim, “materialize a possibilidade de dançar numa corda bamba e de combater”.

Miguel Cardoso
Deste hábito de participar no desastre: uma dialéctica da degradação

A noção de ‘degradação’ (do que degrada, do degradado, do degradante) surge apenas de passagem nos escritos de Claire Fontaine. Contudo, vou testá-la aqui como ponto de entrada para algumas das tensões inscritas num conjunto amplo de termos que servem a Claire Fontaine para descrever o ‘estado das coisas’ (das subjectividades, das relações sociais), desde as mais conceptualmente carregadas– reificação, despossessão, equivalência – às de uso mais corrente – empobrecimento, indigência, miséria. O que pode surgir a partir do que é/está/foi ‘degradado’? Podemos articular, a partir desta noção, e deixando de lado os usos mais moralistas do termo, uma poética, ou mesmo uma política?


a decorrer
// Performance de Sílvia
O [omniadversus. self-actualizing the subject]
‘O’ consiste numa experiência heteronímica imersiva num único corpo. Explora a identidade múltipla criando processos de subjetivação - linhas de fuga que transgridem as condicionantes do sujeito oficializado - através de uma prática imanente e impessoal, fora da dualidade caracteíristca do sujeito. ‘O’ promove uma intensa nomadologia que se prende com a vida. Integrados em circuitos sociais específicos, os heterónimos existem como persona viva em constate devir, assumindo a intermitência da autoria. 
‘O’ pretende desconstruir a medula da produção do sujeito e do autor. fomentando imprevisíveis atos de imanência do sujeito ou de objetos artísticos. Indagadora da funcionalidade do Eu, a plataforma ‘O’ prolifera como base para exercer a vacuidade do ser, incentivando o ser zero como mediação social e artística, expresso num presente multiplicável. 

*

Claire Fontaine: em vista de uma prática ready-made é um livro de autoria do coletivo francês, produzido pela GLAC Edições, editado por Alex Flynn e Leonardo Araujo, com traduções de Aurore Zachayus, Fabio Morais, Lucas Parente, Noara Quinta, Luhuna de Carvalho, Mariana Pinho e Nuno Rodrigues. 

A GLAC edições surge da união entre Leonardo Araujo e Gustavo Colombini. Desde 2011 os dois produzem publicações independentes das ideias e textos dos seus trabalhos conjuntos. A GLAC tenciona tornar público trabalhos que tenham o texto como objeto específico de produção, que lidem de modo experimental com a linguagem e que articulem o livro como objecto, criando projectos gráficos que atendam as demandas inclusas nas experimentações linguísticas dos textos. Actualmente a GLAC segue com três frentes de trabalhos: os livros gráfico-textuais produzidos pelos seus editores e convidados; edição, tradução e adaptação de textos anónimos e de artistas estrangeiros de carácter político; e o exercício de editar textos literários e dramatúrgicos de novos escritores no formato códex.

Mais informações em: 

Buala
Alkantara
facebook

25.01.2017 | par marianapinho | arte, Claire Fontaine, greve humana, política, Ready-Made, singularidade qualquer, zero

Happy Together | 2016 | Mala Voadora Porto

Happy Together é um programa concebido pela mala voadora que reúne a especulação teórica e a artística, em torno da ideia de “felicidade em comum”. Todos os anos convidamos um ou dois artistas para as conferências do Fórum do Futuro, organizado pela Câmara Municipal do Porto, e lançamos uma convocatória para a produção de obras, feitas por artistas portugueses, que se relacionem com (1) as obras dos artistas convidados, (2) o tema anual do Fórum do Futuro ou (3) o próprio programa Happy Together.
Este ano o tema do Fórum do Futuro é “ligações”. Menos por isso e mais porque andamos concentrados em África (estreamos recentemente Moçambique, uma saga política a partir da biografia de Jorge Andrade), convidámos Samuel Fosso e Teddy Goitom, dois artistas que contribuem para a reinvenção biográfica e cultural de África e a veiculação de uma imagem cosmopolita daquele continente.
A​ ​programação​ ​da​ ​malavoadora.porto​ ​e​ ​os​ ​espetáculos​ ​de​ ​teatro​ ​da​ ​mala​ ​voadora​ ​são duas​ ​vertentes​ ​do​ ​nosso​ ​trabalho​ ​que​ ​queremos,​ ​por​ ​vezes,​ ​coincidentes​ ​– porque​ ​a​ ​nossa relação​ ​com​ ​o​ ​mundo​ ​quer-se​ ​instável​ ​mas​ ​não​ ​tem​ ​um​ ​interruptor​ ​binário,​ ​e​ ​porque​ ​tudo alimenta​ ​tudo. O programa HAPPY TOGETHER é também importante para a malavoadora.porto na medida em que é um momento em que o edifício da Rua do Almada 277 é ocupado por várias artes, e não exclusivamente pelas performativas. O sítio de onde viemos não é necessariamente o sítio aonde queremos chegar.
A expressão “Happy Together” (retirada do filme de Wong Kar Wai) que dá título ao programa é quase uma definição de “política” no seu sentido original. Definir modelos de convivência com vista à felicidade comum é a tarefa na qual radica o objetivo do tipo de pensamento e de prática a que chamamos “política”.
(design Marta Ramos)(design Marta Ramos)

Como referimos, Happy Together tem duas vertentes: uma centrada nas conferências ou entrevistas aos artistas convidados, outra na exposição ou apresentação das obras selecionadas na convocatória. Este ano, a exposição e apresentação de performances inaugura na malavoadora.porto, na Rua do Almada 277, no dia 2 de Novembro às 18.00 (e estará aberta ao público, com entrada livre, até ao final do dia 5). As duas conferências realizam-se, respectivamente, a 3 e 4 de Novembro, no Rivoli.
As 4 obras selecionadas pelo júri da convocatória são: Letter Landscape de Andreia Santana e Henrique Loja; One Way to Pandora de Diogo Bessa e Xana Novais; Turning Backs de Rita Vilhena, Lígia Soares e Diogo Alvim; e (Un)Balanced de João Dias-Oliveira, Nuno Mota, Patrick Hubbman e Rossana Ribeiro.

Letter Landscape Letter Landscape
Letter Lanscape
 é uma instalação de duas projeções simultâneas que, através de exercícios que convocam a oralidade e de tutoriais de manipulação e mapeamento 3D, constrói um diálogo entre linguagem e território como construtores de espaços de proximidade. Em LETTER LANDSCAPE, paisagem e território permeiam-se à rasura de fronteiras e fragmentam distâncias, construindo apenas contiguidades onde a palavra é habitada pelo palimpsesto da partilha.”

One Way to PandoraOne Way to Pandora
“A instalação-performance One Way To Pandora parte de uma onda fotográfica e de uma savana artificial para recriar dois momentos que comemoram a partida da cidade, a frescura de uma zona de conforto e a partilha entre corpos humanos numa dimensão inspirada nas raízes africanas, sul-americanas e em todas as selvas meta-amazónicas, meta-cyborg, meta-verdadeiras.”

Turning BacksTurning Backs
Turning Backs
é um projeto que visa a materialização do paradoxo: todos estamos incluídos na exclusão. A instalação proposta é de participação obrigatória mas apenas num dos lados. São duas linhas de assentos que não têm costas e obrigam cada espetador a utilizar as costas do outro como encosto. Afinal, estar costas com costas é encostar a alguém, sendo que esse alguém é exatamente a pessoa a quem virámos costas.”

(Un)Balanced(Un)Balanced
(Un)Balanced
é um artefacto mecânico motivador de reflexão sobre equilíbrio, força, peso, pressupondo um par ação-reação. É uma instalação interativa de carácter lúdico que proporciona um momento de diversão. É uma analogia sobre as relações humanas, sociais e políticas, uma demonstração de que o equilíbrio depende da relação harmoniosa entre partes.”

Depois da inauguração, no dia 2, a exposição abrirá também no dia 4, às 16.00 e no dia 5, às 14.00. Finaliza, nesse dia com uma conversa com todos os artistas participantes, às 18.00.
No dia 3, convidámos Catarina Simão, artista e investigadora que vive entre Lisboa e Moçambique, para entrevistar Samuel Fosso. Fosso é um fotógrafo camaronês que se tornou conhecido pelos autorretratos, nos quais produz transformações performativas do seu corpo, inventando uma multiplicidade de identidades politicamente subversivas, “pós-coloniais”.
Teddy Goitom (Stocktown)Teddy Goitom (Stocktown)
No dia seguinte, Teddy Goitom, cineasta e produtor, apresenta-nos a plataforma Afripedia (www.afripedia.com) que desafia os modos como a arte africana é percepcionada pelo mundo e liga efetivamente talentos e artistas africanos à escala global, veiculando para o mundo a vibração de um continente cosmopolita.
Happy Together liga fotografia, cinema, performance, instalação, pensamento, música e vídeo. Liga o percurso de artistas “reconhecidos” com percursos mais recentes. Liga – são apenas 500 metros de percurso! – o Rivoli e a Rua do Almada. A malavoadora.porto a confiar tudo nos artistas e nas artes todas.

[Texto escrito por Mala Voadora]

31.10.2016 | par marianapinho | Andreia Santana, arte, Catarina Simão, Diogo Alvim, Diogo Bessa, felicidade em comum, Happy Together, Henrique Loja, João Dias-Oliveira, ligações, Lígia Soares, Mala Voadora, Nuno Mota, Patrick Hubbman, política, pós-colonialismo, Rita Vilhena, Rossana Ribeiro, Samuel Fosso, Teddy Goitom, Xana Novais

Oficina de Imaginação Política

32ª Bienal de São Paulo
uma proposta de Amilcar Packer, com Jota Mombaça, Michelle Mattiuzzi, Rita Natálio, Thiago de Paula, Valentina Desideri

Oficina de Imaginação Política é uma proposta de Amilcar Packer para a 32ª Bienal. Partindo das palavras que dão nome ao projeto - oficina, imaginação e política - e junto a um grupo de colaboradores composto por Diego Ribeiro, Jota Mombança (Monstra Errátika), Michelle Matiuzi, Rita Natálio, Thiago de Paula e Valentina Desideri, Packer programou sessões de trabalho, apresentações públicas e debates ao longo dos três meses de duração da exposição. A Oficina, instalada no pavilhão, reúne pesquisa, produção e aprendizado como um lugar de convívio e elaboração coletiva de ferramentas para intervenção na esfera pública. Ao criar uma zona temporária e autônoma com os participantes, as ações concebidas pela Oficina visam ocupar espaços da cidade, do parque e das mídias, indo contra tentativas de captura e controle macropolíticos. Entendendo que há na imaginação uma potência de reivenção de territórios conceituais e reformulação de perguntas, narrativas e práticas dentro do que compreendemos como política, e diante do atual contexto sociopolítico nacional e internacional, a Oficina busca resgatar a potência de transformar imagens em ação como ferramenta de resistência e atuação política, e como forma de requalificar a experiência com a arte. 
Mais informações, aqui

Programa:

21 outubro, 14h
Palestra com Acácio Augusto / Anarquia no brasil: revolta e antipolítica dos “estrangeiros indesejáveis” para nação
A anarquia chega ao Brasil com os operários vindos de terras europeias, aqui são logo perseguidos como elementos indesejáveis que, em meio suas práticas e experimentações de liberdade, atiçam revoltas e instauram a antipolítica. A cultura libertária se dissemina e segue potente até os dias de hoje, em pesquisas, práticas educativas, estilos de via e inéditas formas de contestação pública. Seguem como indesejáveis às variadas formas da política contemporânea.

Bio:
Acácio Augusto é doutor em Ciência Sociais pela PUC-SP, professor credenciado no Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da UVV-ES e Programa de Psicologia Institucional da UFES, pesquisador no Nu-Sol (Núcleo de Sociabilidade Libertária do Programa de Pós Graduação da PUC-SP) e bolsista Pós-Doc CAPES na UVV-ES. Autor de Política e polícia: cuidados, controles e penalizações de jovens, Rio de Janeiro: Lamparina, 2013.


27 e 28 outubro (14h às 18h)
Oficina com Barbara Glowczewski / Cartografar Existências
Nas Nações Unidas, a expressão “povos indígenas” (do francês peuples autochtones) tende apenas a designar os povos colonizados que se identificam e são identificados assim devido a sua economia, baseada em atividades de subsistência como a caça, a coleta, a horticultura e o pastoreio, com uma visão muitas vezes holística e sagrada da terra, e por serem considerados minoria em suas próprias terras. Esses critérios parecem corresponder a milhares de grupos linguísticos espalhados pelo planeta, e que representam pelo menos 6% da população global. O pedido para que recebam o estatuto de povos soberanos já vem sendo discutido na ONU há mais de trinta anos e, enquanto isso, seus modos de vida, quer seja na Amazônia, na Sibéria, na Mongólia ou no deserto de Kalahari, são ameaçados pela violência de Estado, ou pela engenharia florestal e pelas empresas de mineração. Na África, o reconhecimento do estatuto de “povos indígenas” relaciona-se aos povos tuaregues, berberes, bosquímanos, pigmeus, fulas e massais, mas exclui os grupos étnicos que praticam a agricultura ou que foram historicamente deslocados, ou seja, a maioria do continente. Na América do Norte, na Austrália e na Nova Zelândia, muitos povos indígenas vivem hoje em cidades ou reservas antigas que se tornaram comunidades autogeridas. Em uma mesma família, a realização social de alguns – através da arte, da educação, do esporte, da ação social ou da política – contrapõe-se ao desespero e à angústia suicida de outros. Ainda assim, esses que conseguem geralmente exigem sua indianidade e o direito ao reconhecimento cultural e legal de sua diferença como os primeiros australianos; eles lutam politicamente para trazer à luz a especificidade dos problemas que afetam as comunidades de onde vêm. Alguns grupos exploram diversas estratégias discursivas sobre a sua relação com a natureza e aceitam, por exemplo, o papel de guardiães ecológicos a fim de tentar recuperar um modelo público e economicamente justo de governo.” (trecho de “Entre o espetáculo e a política: singularidades indígenas”, de Barbara Glowczewski, publicado em 2011, no nº 13 do Cadernos de Subjetividade. pp. 120-142).

Bio: 
Pesquisadora do Laboratoire d’Anthropologie Sociale (CNRS/ EHESS/ Collège de France) é autora de diversos livros entre os quais “Du rêve à la loi chez les Aborigènes - mythes, rites et organisation sociale en Australie”, (PUF, 1991), “Les rêveurs du désert - peuple warlpiri d’Australie” (Actes SUD, 1996), “Rêves en colère avec les Aborigènes australiens” (Plon, Terre Humaine, 2004) e “Devires totêmicos” (N-1). Trabalhou com Felix Guattari nos ano 1980 e realizou diversas estadas de campo entre diferentes povos indígenas da Austrália. Nesta conferência, ela propõe realizar um percurso crítico a partir de lições extraídas da observação da criatividade da resistência dos Aborígenes australianos, de povos colonizados pela França e de cultos de matriz africana no Brasil.

29 outubro, 14h
Palestra com Barbara Glowczewski / De pé com a Terra
Mais informações em breve.

Bio:
Pesquisadora do Laboratoire d’Anthropologie Sociale (CNRS/ EHESS/ Collège de France) é autora de diversos livros entre os quais “Du rêve à la loi chez les Aborigènes - mythes, rites et organisation sociale en Australie”, (PUF, 1991), “Les rêveurs du désert - peuple warlpiri d’Australie” (Actes SUD, 1996), “Rêves en colère avec les Aborigènes australiens” (Plon, Terre Humaine, 2004) e “Devires totêmicos” (N-1). Trabalhou com Felix Guattari nos ano 1980 e realizou diversas estadas de campo entre diferentes povos indígenas da Austrália. Nesta conferência, ela propõe realizar um percurso crítico a partir de lições extraídas da observação da criatividade da resistência dos Aborígenes australianos, de povos colonizados pela França e de cultos de matriz africana no Brasil.

19 de Novembro
Palestra com Wallidah Imarisha  / Sonhando novos futuros: Ficção científica e mudança social
Como o co-editora da antologia “Octavia’s Brood: Science Fiction Stories From Social Justice Movementsl”, Walidah Imarisha se conecta à ideia de mudança social. A premissa básica de “Octavia’s Brood” é que toda organização é ficção científica. Para construir novos futuros apenas, é precisamos primeiro ser capazes de imaginá-los coletivamente. Nós também temos que ser capazes de imaginar diferentes maneiras de nos envolver uns com os outros, de partilhar o poder, de construir instituições, de estar em comunidade, que pode ser tão estranho para nós como viver em Marte. Para construir, como diz o Black Lives Matter, movimentos líderes que são visionário, devemos criar espaços onde todos nós compartilhemos ideias coletivamente, liderança, e trabalho, para trazer nossos sonhos de libertação para fora do éter para a realidade.

Bio:
Walidah Imarisha é educadora, escritora, professoea e poeta. É editora de duas antologias incluíndo “Octavia’s Brood: Science Fiction Stories From Social Justice Movements”. Imarisha escreveu o livro de não-ficção “Angels with Dirty Faces: Three Stories of Crime, Prison and Redemption” e da coleção de poesias “Scars/Stars”. É professora do programa de Escrita e retórica da Universidade de Standford, E.U.A.

3 de Dezembro
Palestra e lançamento do livro “Homo Modernus” com Denise Ferreira da Silva
Mais informações em breve.

Bio:
Denise Ferreira da Silva ensina no Instituto de Gênero, Raça, Sexualidade e Justiça Social (GRSJ) da Universidade de British Columbia, no Canadá. Sua escrita aborda os desafios conceituais, éticos e políticos do presente global, por meio de uma perspectiva radical feminista e negra. Ela intervém nas áreas de teoria política, teoria crítica legal, estudos de crítica racial e étnica, estudos pós-coloniais e globais, e estudos culturais. Publicou “Toward a Global Idea of Race” (University of Minnesota Press, 2007) e como coeditora, ” Race, Empire, and the Subprime Crisis ” (Johns Hopkins 2013) e Notes Towards the End of time (Living Commons Collective, 2016). Dentre seus artigos recentes, destacamos “To Be Announced: Radical Praxis of Knowing at/the Limits of Justice” (Social Text, 2013), “Transversing the Circuit of Dispossession.”, (The Eighteenth Century: Theory and Interpretation, 2014) e “Toward a Black Feminist Poethics: The Quest(ion) of Blackness Towards the End of the World” (The Black Scholar, 2014). Ela também coedita a série de livros da eitora Routledge Law and the “Postcolonial: Ethics, Politics, and Economy” e “Indigenous Peoples and the Law”.

18.10.2016 | par marianapinho | arte, cidade, Convívio, Elaboração Coletiva, Imaginação, Intervenção, oficina, política, Potência

31 Maio | Lançamento do livro: Futebol Português- Política, Género e Movimento

Livro  coordenado com a Nina Tiesler e com textos de Inês Brasão, Rahul Kumar, Isabel Cruz, Francisco Pinheiro, Daniel Seabra, Stephen Wagg, José Nuno Matos, Detlev Clausen e José Neves.

Futebol Português – Política, Género e Movimento propõe um conjunto de textos que interroga a história contemporânea de Portugal a partir do jogo de futebol. Interpreta as relações do futebol com o poder político, desde a República ao Estado Novo, passando pelo Império Colonial, até à actualidade. Redescobre a história do futebol feminino e o papel do jogo na definição das relações entre os géneros. Biografa grandes heróis desportivos, como o treinador Béla Guttmann, que levou o Benfica à conquista de duas Taças dos Campeões Europeus, ou a estrela planetária Cristiano Ronaldo. Entra também pelo mundo das claques e reflecte sobre a experiência migratória e os grandes eventos futebolísticos, como o Euro-2004. Este livro procura, assim, tratar um dos fenómenos mais importantes e menos estudados da história contemporânea de Portugal.

29.05.2012 | par joanapereira | futebol, lançamento livro, política

Situação na Guiné Bissau: uma conversa

No passado dia 5 de Maio reunimos na Mouraria  guineenses da diáspora e pessoas ligadas ao país, para debater a situação actual na Guiné-Bissau. 

Num encontro promovido pelo Buala e Stress FM contámos com a presença de: Marina Tamudo e Ramon Sarró (professores); Bala Djaló (Faculdade de Direito de Lisboa); Marta Lança e Inês Luz (Buala), Meno Julio (produtor de eventos), Anselmo Godinho (pintor), Zeras Bunca e Maio Coopé (músicos); Manuel Bívar (investigador); e Vincent Foucher (International Crisis Group a partir de Dakar).

ouvir a conversa na íntegra


13.05.2012 | par martalanca | cultura, Estado-Nação, golpe de Estado, Guiné Bissau, guineenses, política