Líbia e o Ocidente: apoio à revolta ou beijo de morte? + Alberto Pimenta + Elsa de Noronha

A questão Líbia, e de uma intervenção Ocidental, suscitou um intenso debate, com tomadas de posição opostas, mesmo entre sectores políticos tradicionalmente convergentes na crítica à via armada, designadamente aquela que é corporizada pela lógica da guerra permanente (NATO) e da subserviência das altas esferas europeias ao imperialismo militar Ocidental. Este Sábado, com o argelino Ahmed Grighacene, vamos a debate… 

PROGRAMA na LIVRARIA GATO VADIO 

(Rua do rosário, 281 – Porto)

 A Líbia e o Ocidente: apoio à revolta ou beijo de morte?

Com a presença de Ahmed Grighacene (Argélia)

9 de Abril, 22h Entrada Livre

 

O Desencantador, Alberto Pimenta

Apresentação do novo livro da 7 Nós com a presença do autor

Domingo, 17 de Abril, 16h45 Entrada Livre

 

Movimento Zeitgeist

Apresentação e Debate com visionamento de excertos de doc’s

Sábado, 23 de Abril, 22h Entrada Livre

 

Poesia Livre para o 1 de Maio

Com a poeta Elsa de Noronha

Sábado, 30 de Abril, 22h Entrada Livre

 

A Líbia e o Ocidente: apoio à revolta ou beijo de morte?

Com a presença de Ahmed Grighacene (Argélia)

Sábado, 9 de Abril, 22h Entrada Livre

 

Ontem, a NATO veio comunicar que não pede desculpas, por ter bombardeado um grupo de “rebeldes”, em teoria apoiado pela força militar da NATO, e mandado pró galheiro combatentes e civis. As altas instituições europeias, em geral, ainda pedem desculpas, pela acumulação de danos colaterais da sua política internacional. A questão Líbia, e de uma intervenção Ocidental, suscitou um intenso debate, com tomadas de posição opostas, mesmo entre sectores políticos tradicionalmente convergentes na crítica à via armada, designadamente aquela que é corporizada pela lógica da guerra permanente (NATO) e da subserviência das altas esferas europeias ao imperialismo militar Ocidental.

Entre várias questões possíveis, que legitimidade existe em apoiar uma intervenção que, ao fim ao cabo, postula mandar um balázio no Kadhafi, ao mesmo tempo que não exige fazer o mesmo a quem herda às costas e prorroga guerras que destroem a vida de milhares de pessoas, no Iraque e no Afeganistão? Isto é, porque é que aqueles que estão com os bombardeamentos da santa NATO, não fazem de Obama um alvo a abater? De facto, houve um pedido de apoio dos “rebeldes” à Liga Árabe e à comunidade internacional, leia-se Ocidente (EUA e EU), na tentativa de evitar o banho de sangue de civis e consolidar a queda da ditadura de Kadhafi. Mas, estarão os civis líbios com os “rebeldes”? Apoiarão as suas ideias “democratizantes”? Saíram (ou sairão) à rua, como no Egipto e na Tunísia (ou na Síria e no Bahrein), num movimento abrangente que exija uma mudança real nas formas de exercer o poder político? E são os “rebeldes” que corporizam esse caminho?

E o apelo à ajuda humanitária é o quê? Pode revestir-se da forma que a intervenção militar Ocidental tomou? Um civil líbio, vale mais que uma afegã, ou um iraquiano? E a solidariedade e o apoio que merecem os egípcios e os tunisinos, que demonstraram e demonstram uma vontade generalizada de mudança política e social e de emancipação, pressupõe apoiar as instituições ocidentais, que ontem apaparicavam os ditadores? 

A presença no debate do argelino Ahmed Grighacene ajudar-nos-á a ter uma aproximação mais realista ao que está em jogo nas revoltas do Magreb e na questão actual da Líbia.

09.04.2011 | par martalanca | alberto pimenta, Líbia, magreb