"Flora Gomes e os Óculos do Sonho" HomenageArte I BISSAU

O Movimento Ação Cidadã (MAC), um Movimento social de cidadãos livres
e em pleno exercício da cidadania, apresentou ontem, dia 11 de
Dezembro de 2014, em conferência de imprensa no Hotel Azalai, o que
será a primeira edição do projecto intitulado HomenageArte, sob o tema
“Flora Gomes e os Óculos do Sonho”.
Com o objectivo de cultivar as referências positivas, criar condições
para deixar legados à nova geração, promover e valorizar o trabalho
cultural de pessoas e instituições, o Movimento Ação Cidadã pretende
com este evento, entre outros: contribuir para a valorização das
referências positivas nacionais, para a edificação da memória e da
criação de líderes; promover a valorização do respeito ao trabalho e à
meritocracia; conservar os sonhos e contar as estórias dos sonhadores.
O HomenageArte realizar-se-á de 15 a 20 de Dezembro de 2014 e terá a
seguinte programação:

*       Dias 15, 16 e 17 de Dezembro, na Escola de Artes e Ofícios de
Quelélé (EAO) - Workshop de Cinema: “Semear o Sonho”, actividades de
metodologia cinematográfica onde 15 jovens guineenses serão auxiliados
na concepção, idealização e realização de uma curta-metragem. Esta
actividade conta com a participação especial do cineasta Flora Gomes e
Sana Na Hada;

*       Dia 18 de Dezembro, no Hotel Coimbra - Conferência Internacional: “A
pegada de todos os tempos” - O legado de Flora Gomes na produção do
cinema africano, onde far-se-ão apresentações de trabalhos académicos
realizados em torno das obras de Flora Gomes e que contará com a
presença de Frieda Ekotto e Fernando Arenas, ambos da Universidade de
Michigan, nos Estados Unidos e do Antropólogo guineense Raúl Mendes
Fernandes;

*       Dia 20 de Dezembro, no Hotel Azalai - Gala HomenageArte: “Flora
Gomes e Os Óculos do Sonho”, que terá a participação dos cantores Zé
Manel Fortes e Karyna Gomes e ainda da actriz Bia Gomes.

De acordo com um dos elementos do Movimento Ação Cidadã, Elizabeth
Myrian Fernandes, “o lançamento deste projecto permitiu apresentar ao
público em geral o processo de criação do HomenageArte, desde a sua
concepção e conceito, até a sua construção metodológica”.

12.12.2014 | par martalanca | cinema, Flora Gomes

"República di Mininus", novo filme de Flora Gomes

Num país em Guerra, os adultos desaparecem, assustados pelas guerras e enojados pelas tragédias que eles próprios provocaram. As crianças são deixadas à sua sorte e terão de unir-se para conseguirem sobreviver a esta nova realidade. E assim surge “A República di Mininus”, onde o polícia, político, médico, patrão e empregado são cargos tomados pelos meninos. Nesta nova sociedade, a união, respeito e harmonia são palavras de ordem. A paz instituída é quebrada quando cinco crianças-soldado chegam à República di Mininus. Trazem consigo passados difíceis e atitudes conturbadas, são obrigados a passar por uma prova imposta pelos meninos da nova sociedade: ou se aceitam uns aos outros como um grupo, ou terão de partir novamente para um mundo sem esperança, onde a sobrevivência é algo que não existe. 

Um filme de Flora Gomes, com participação especial de Danny Glover.

29.01.2013 | par martalanca | cinema guineense, crianças, Flora Gomes

A indústria do cinema descobre Moçambique

Afrol News

 

La industria cinematográfica parece haber descubierto el potencial de Mozambique. ‘Margarida’ y ‘A república di mininus’ son los dos nuevos largometrajes que acaban de comenzar estos días sus rodajes en Mozambique. Ambas son coproducciones entre Mozambique, Portugal y Francia.
‘Margarida’ es una película de Licinio de Azevedo, escritor y realizador de origen brasileño y residente en Mozambique desde 1977, con la producción de las Ebano Multimedia (Mozambique), Ukbar Films (Portugal) y Liaison Cinématographique (Francia).
“Margarida es una película sobre el destino”, adelanta Azevedo, que escogió la capital de Mozambique, Maputo, y el distrito de Sussundenga para el rodaje de la película. “Necesitaba un denso bosque y un río donde la gente pudiese tomarse un baño”, dijo Azebedo en declaraciones al semanal independiente mozambiqueño ‘Savana’. La película es de realización mozambiqueña, producida por Peter Pepper, en coproducción con Ukbar Filmes y Liaison Cinématographique.
“Mozambique, 1975. Después de 500 años de colonización portuguesa, los mozambiqueños izan su bandera por primera vez. Es un momento de gran emoción, grandes expectativas, pero también una mirada hacia su futuro próximo. Los cambios de política no son sólo cosméticos. Es necesario transmitir a la gente que vivía en las zonas ocupadas por las potencias coloniales una nueva manera de ver la vida, un nuevo enfoque político sobre el país, lo que inevitablemente significa un cambio radical en los hábitos y comportamientos, aceptar una forma de relación entre Mozambique y el mundo”, explica Licinio Azevedo.
Entre las obras de LÍcinio de Azevedo, destacan ‘La Guerra del Agua’, (Mozambique, 1996), ‘Desobediencia’ (Mozambique, 2002), ‘El Gran Bazar’ (Mozambique, 2005). Además de haber obtenido numerosos premios internacionales, es el fundador de la productora mozambiqueña Ebano Multimedia.
Por su parte, el largometraje ‘A república di mininus’, del director Flora Gomes, de Guinea Bissau, está producida por Filmes do Tejo (Portugal) y Les films de l’ Aprés Midi (Francia), en colaboración con Ebano Multimédia (Mozambique).
“Como cineasta, me siento como si estuviera en un columpio que se balancea por África. A veces, cuando recorro toda su amplitud de un extremo a otro, agitado por los acontecimientos, mi punto de vista sobre este continente se vuelve irónico, escéptico, y quiero huir. ¿Pero a dónde?”, fueron las palabras de Flora Gomes, que eligió Mozambique para realizar su último trabajo, ‘A república di mininus’.
‘A república di mininus’ es una historia que no pretendo que parezca plausible. Es una historia que suscita a la reflexión y a la risa, concluye Gomes en declaraciones a ‘Savana’.
Flora Gomes, nacido en Cadique, Guinea Bissau, en 1949, es pionero del cinde de Guinea Bissau y uno de las más representativos cineastas africanos. Es conocido por su modo original de trazar retratos africanos recurriendo al mito y a la historia actual, en una fusión de elementos con delicada carga poética y fuerte sentido universal.
Gomes comenzó su filmografía con el documental ’ O Regresso de Cabral’ (1976), al que le siguieron obras como ’ A Reconstrução’ (1977), ‘Mortu Nega’ (1987), ‘Os Olhos Azuis de Yonta’ (1992), ‘A máscara’ (1994), ‘Nha Fala’ (2002), y ‘As duas faces da Guerra’ (2007), entre otras obras.
El rodaje de estos dos proyectos en Mozambique de desarrollará entre los meses de abril y junio, representando un momento para reflexionar sobre el potencial de crecimiento que Mozambique puede alcanzar como espacio privilegiado para la realización de grandes producciones cinematográficas que generan, no sólo notoriedad, sino que contribuyen también al aumento de puestos de trabajo, desarrollo profesional y crecimiento económico.
© afrol News

26.06.2010 | par martalanca | Cinema Moçambicano, Flora Gomes, Licínio de Azevedo, Moçambique

A cozinha da “República dos Meninos” de Flora Gomes

Nas instalações do SAVANA funciona por estes dias o departamento de produção artística do filme “República dos Meninos”, do realizador guineense Flora Gomes. “Esta é a minha cozinha”, diz Tim Pannen, director artístico, referindo-se ao seu departamento, onde dirige uma equipa de cerca de vinte artistas, pintores, carpinteiros e serralheiros.
Como já se viu, não se trata de uma simples carpintaria ou de uma simples serrelharia como se pode pensar à primeira vista, mas sim de um lugar onde a arte, o espírito e a alma também falam mais alto. Os jornalistas do SAVANA têm é que se contentar com o barulho dos martelos e das rebarbadeiras, mas por pouco tempo. Só enquanto estiver a ser rodado o filme.
A primeira pessoa a ver o guião escrito pelo realizador Flora Gomes é o director artístico – é a ele que cabe o papel de conceber o cenário da “República dos Meninos”. “É como ter uma receita e ainda não ter o prato. É desta cozinha que irá sair o prato. E eu sou o chefe de cozinha”, elucida o produtor alemão.
Tim Pannen contou-nos que somente conheceu Flora Gomes depois de ser contactado para fazer a produção artística do filme dele. Estiveram lado a lado durante a viagem para Moçambique, com o Flora a desconfiar dele, pois não conhecia o seu trabalho, sobretudo porque ele é um alemão com o papel de conceber um cenário africano. As filmagens já vão a meio.
O produtor artistico já tinha lido o guião e depois de alguns dias de trabalho, estava a África da “República dos Meninos” a ser aos poucos concebida. Ele, que exerce a sua actividade como free lancer, trabalha em seu departamento com 20 colaboradores, entre os quais uma boa parte deles são moçambicanos. “Gostei de Maputo”, diz, referindo-se ao facto de ter encontrado os melhores lugares para criar os cenários do filme.  Longa-metragem “República dos Meninos” é o título de uma longa-metragem cujas filmagens decorrem em Maputo há sensivelmente três meses, numa iniciativa que conta com a participação de profissionais do cinema vindos de Hollywood, Estados Unidos da América. O conteúdo do filme procura espelhar a nova geração em África, onde as crianças participantes são tidas como indivíduos que poderão salvar o actual rosto do continente.
Trata-se de um filme de ficção, uma história em que o autor fala das crianças no continente africano. “São crianças que poderão mudar a cara de África, é uma nova geração que tem ideias e são uma grande esperança para o continente”, segundo Flora Gomes.
O realizador disse que Maputo reúne todas as condições necessárias para a rodagem de grandes produções cinematógraficas. Esta é a quinta longa-metragem do realizador, sendo que a primeira tem como título “Morto Nega” que fala sobre a libertação da Guiné-Bissau, a segunda com o título “Os Olhos Desde Ontem”, a terceira com o título “Pó de Sangue” e a quarta com o título “Nha Fala, Minha Voz”, uma comédia musical com a participação da banda do conceituado músico, Mano Dibango. Os três primeiros filmes do cineasta mereceram destaques no festival de Cannes em França.
Depois de Moçambique, Flora Gomes estará em Portugal onde pretende fazer os arranjos da sua quinta longa-metragem que deve estar concluída até final do ano.

Escrito por Armando Nenane no SAVANA

23.06.2010 | par martalanca | Flora Gomes