Responsabilidades Coloniais: legados e perspectivas

No dia 22 de novembro, pelas 19h00, no Goethe-Institut em Lisboa. Debate com dois especialistas em colonialismo, nomeadamente Andreas Eckert, da Universidade Humboldt (atualmente Universidade de Princeton) e António Sousa Ribeiro, da Universidade de Coimbra. O evento será moderado por Elsa Peralta, da Universidade de Lisboa.

Ethnologisches Museum/Martin FrankenEthnologisches Museum/Martin Franken

Frantz Fanon, precursor da descolonização, descreveu de modo contundente a Europa como “criação das colónias”. De fato, as ex-colónias e a Europa estão tão intimamente interligadas que o seu desenvolvimento histórico não pode ser considerado isoladamente. A expansão europeia mudou o mundo e, com ele, a Europa. Não apenas moldou as áreas conquistadas e colonizadas no Ultramar, mas também os próprios estados europeus. Os especialistas consideram, portanto, que o confronto social com o colonialismo é uma das questões futuras da Europa.

Esta revisão tornou-se um tópico virulento nos últimos anos, que está a ser debatido em muitos países europeus pela primeira vez também a nível político. Na Alemanha, em particular, o debate que se arrasta sobre o projetado “Fórum Humboldt” no reconstruído palácio da cidade no centro de Berlim levou a um debate social fundamental. Questões de restituição de artefactos roubados de África, Ásia e América Latina têm um papel tão importante quanto o futuro dos museus etnológicos, o manuseio do material de arquivo e os resíduos do período colonial nas cidades europeias. Em Portugal, por sua vez, a discussão sobre o planeado “Museu dos Descobrimentos” intensificou o debate, trazendo-o a público. Embora o conflito com o passado colonial na Alemanha e em Portugal tenha sido até agora lento, como em muitos países europeus, parece ganhar agora novo impulso e urgência.
O painel de discussão visa identificar os desafios enfrentados pelas ex-potências coloniais europeias no processo de revisão do legado colonial, tomando Portugal e a Alemanha como exemplos. O tema do debate é deliberadamente amplo: questões relativas à forma como lidar com artefatos etnológicos e artísticos saqueados serão refletidas, bem como a perceção do passado colonial “próprio” e o confronto sobre os lugares de memória colonial. Serão igualmente abordados o estado atual da investigação científica e das questões do “como” e da “autoria” deste confronto.

Andreas Eckert é historiador e investigador em Estudos Africanos. De 2000 a 2002, fez parte dos quadros científicos do Departamento de Estudos Africanos da Universidade Humboldt, em Berlim, onde concluiu o pós-doutoramento em 2002. Em 2006, foi Directeur d’Etudes da Maison Des Sciences De l’Homme, em Paris. De 2002 a 2007, lecionou na Universidade de Hamburgo como Professor de História Moderna, incidindo sobre a História de África. Em 2007, foi professor convidado da Universidade de Harvard. Desde outubro de 2008, é Diretor Executivo do Instituto de Estudos Asiáticos e Africanos da Universidade Humboldt de Berlim. Atualmente, leciona no Institute for Advanced Study de Princeton.

António Sousa Ribeiro é professor catedrático do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas (Estudos Germanísticos) da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Foi, entre outros, Presidente do Conselho Consultivo Científico da Faculdade de Letras, Presidente do Conselho Científico do Centro de Estudos Sociais e Diretor do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras. Publicou sobre Literatura Comparada, Teoria Literária, Estudos Culturais e Pós-colonialismo. Em 2016, publicou o livro “Geometrias da Memória: Atitudes Pós-coloniais”.

Elsa Peralta é doutorada em Antropologia e investigadora FCT do Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. O seu trabalho baseia-se em perspetivas cruzadas da antropologia, estudos de memória e estudos pós-coloniais e centra-se na intersecção entre os modos privados e públicos de recordação de eventos passados, nomeadamente dos passados coloniais. As suas obras incluem vários artigos e livros, com destaque para os volumes Heritage and Identity: Engagement and Demission in Contemporary Society, Routledge, 2009 e A​Cidade e Império: Dinâmicas coloniais e reconfigurações pós-coloniais, Edições 70, 2013.

30.10.2018 | par martalanca | debate, Goethe Institute Lisboa, legado colonial

Para além da idade das luzes: mudanças sísmicas, imagética urbana

31 OUT 2018 QUA 10:30–18:00 Pequeno Auditório Entrada gratuita*

Um simpósio de um dia para abordar a relação ativa entre a prática fotográfica e a forma como a história das cidades se exprime no seu urbanismo, que culmina com a apresentação do artista curdo-iraquiano Hiwa K ao fim do dia. Tendo como referência a cidade de Lisboa e as reverberações culturais e sociais que, ainda hoje, ecoam do terramoto de 1 de novembro de 1755 – um acontecimento que despertou a imaginação de filósofos, pensadores e artistas por toda a Europa – conta com a participação de fotógrafos, artistas e pensadores ligados à geografia, à história e a outras ciências sociais. Identidade, pós-colonialismo, circulação de imagens, pessoas e culturas, a visibilidade e invisibilidade das populações imigrantes no urbanismo e o quotidiano da cidade são os temas em debate. 

Este simpósio integra o programa Cities of Light organizado pela Urban Photographers Association (UPA) que se realiza em 2018 em várias cidades europeias.

PARTICIPANTES

Hiwa K, Victor Jeleniewski Seidler, Ana Cristina Araújo, Paul Halliday, David Kendall, Kiluanji Kia Henda, António Brito Guterres, Stefano Carnelli, Álvaro Domingues, Mónica de Miranda, Liliana Coutinho, Susana S. Martins, Carla de Utra Mendes, Ana Balona de Oliveira, Susana de Sousa Dias

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29.10.2018 | par martalanca | simpósio, urbanização

John Akomfrah: Purple

O Museu Coleção Berardo apresenta uma nova exposição do artista e realizador britânico John Akomfrah. Purple, o seu projeto mais ambicioso até à data, é uma imersiva instalação de vídeo em seis canais que mapeia as progressivas alterações climáticas em todo o planeta e os seus efeitos nas comunidades, na biodiversidade e na vida selvagem. Enquanto seguimento de Vertigo Sea (2015), obra de Akomfrah em destaque na 56.a Bienal de Veneza, Purple forma o segundo capítulo de uma tetralogia cinematográfica sobre a estética e a política da matéria. Sinfónico na sua escala, dividido em seis movimentos interligados, Akomfrah combina centenas de horas de filmes de arquivo com filmagens recentes e um som hipnótico para produzir a instalação de vídeo.

John Akomfrah, Purple, 2017. Instalação de vídeo HD a cores em 6 canais com som surround 15.1, 62' / 6-channel HD colour video installation with 15.1 surround sound, 62'John Akomfrah, Purple, 2017. Instalação de vídeo HD a cores em 6 canais com som surround 15.1, 62' / 6-channel HD colour video installation with 15.1 surround sound, 62'

Encenado numa variedade de paisagens ecológicas em perigo, desde o interior do Alasca à gelada e desolada Gronelândia ou às vulcânicas Ilhas Marselhas no Pacífico Sul, cada local incita o observador a meditar na complexa relação entre os seres humanos e o planeta. Numa altura em que, segundo as Nações Unidas, as emissões de gases de efeito de estufa decorrentes da atividade humana se encontram em máximos históricos e as populações experienciam o significativo impacto das alterações climáticas — incluindo a alteração dos padrões meteorológicos, a subida do nível do mar e eventos meteorológicos mais extremos —, Purple introduz uma multitude de ideias numa conversa que inclui a extinção de mamíferos, a memória do gelo, o plástico no oceano e o aquecimento global.

Os filmes de Akomfrah caracterizam-se pela riqueza do estilo visual, construído em diversas camadas, que combina frequentemente a política contemporânea com a história ou a ficção com a mitologia. Aqueles são tipificados pelas suas investigações em tópicos como a memória, a identidade, o pós-colonialismo, explorando também muitas vezes a experiência da diáspora africana na Europa e nos Estados Unidos. O seu primeiro filme, Handsworth Songs (1986), foca-se nos motins de Birmingham e Londres, através de filmagens de arquivo, fotografias documentais e noticiários. Do trabalho mais recente de Akomfrah, fazem parte Tropikos (2016) — instalação em três ecrãs em referência ao trabalho de Stanley Kubrick e de Theo Angelopolous —, Auto da Fé (2016) — filme de época que apresenta uma série de oito migrações históricas ao longo dos últimos 400 anos — e Airport (2016) — explorando a deslocação atlântica de milhões de africanos até à Grã-Bretanha num filme de época experimental passado no século XVI. Como um péan ao mar, a instalação de vídeo em três canais Vertigo Sea (2015) explora uma variedade de histórias, dos baleeiros e das migrações internacionais até ao comércio transatlântico e ao início da globalização.

Nascido em 1957 em Acra, no Gana, Akomfrah vive e trabalha em Londres. Membro fundador do influente Black Audio Film Collective (1982–1998), a sua obra é apresentada em museus e exposições por todo o mundo, incluindo a Bienal de Liverpool; a Documenta 11, Kassel; o Centro Pompidou, Paris; a Galeria Serpentine, Londres; o Tate Britain, Londres; o Centro Southbank, Londres; o Bildmuseet Umeå, Suécia; o Museu de Arte Eli e Edythe Broad, Michigan; e o Museu de Arte Moderna (MoMA), Nova Iorque. Uma grandiosa retrospetiva da obra galerística de Akomfrah com o Black Audio Film Collective inaugurou na FACT, Liverpool, e na Arnolfini, Bristol, em 2007. Os seus filmes figuraram em festivais internacionais como Cannes, Toronto e Sundance, entre outros. No início de 2017, John Akomfrah ganhou o mais importante prémio britânico para a arte contemporânea internacional, Artes Mundi 7.

de 8 de novembro de 2018 a 10 de março de 2019

Projeto comissionado pelo Barbican, Londres, e co-comissionado por: Bildmuseet Umeå, Suécia; TBA21-Academy; Instituto de Arte Contemporânea de Boston; Museu Coleção Berardo, Lisboa; e Museu GARAGE, Moscovo.

28.10.2018 | par martalanca | alterações climáticas, John Akomfrah

Filmes sobre o Brasil hoje no DocLisboa

Maria AuxiliadoraMaria Auxiliadora26.10, 21:30h Cinema São Jorge

Alma Clandestina, de José Barahona, é uma biografia de Maria Auxiliadora Lara Barcelos, uma mulher activista política contra a ditadura brasileira nos anos 60. Foi presa, torturada e banida do Brasil, acabando por se exilar e viver na clandestinidade em Berlim durante os anos 70. O realizador estará presente na sessão. Link do filme

sobre Maria Auxiliadora a Marta Mestre escreveu este ensaio no BUALA, Adjetivo esdrúxulo: Maria Auxiliadora.

26.10, 14h Culturgest 

No filme Maré, três mulheres quilombolas expressam a sua apreensão entre a incerteza do futuro e a força da ancestralidade. Uma crítica actual e pertinente da escravatura e da subsequente desigualdade sócio-económica-racial que estrutura e se perpetua no Brasil de hoje. A realizadora Amaranta Cesar e Erica Batista, uma das mulheres retratadas no filme, estão presentes na sessão. Link do filme 

26.10.2018 | par martalanca | Brasil, DocLisboa, filmes

John Akomfrah à conversa com Manuela Ribeiro Sanches

dia 9 de novembro, 18h30 no Hangar – Centro de Investigação Artística, Lisboa

Retrato de John Akomfrah @ Smoking Dogs Films. Cortesia Smoking Dogs Films.Retrato de John Akomfrah @ Smoking Dogs Films. Cortesia Smoking Dogs Films.John Akomfrah estará à conversa com Manuela Ribeiro Sanches, pela ocasião da sua exposição individual ‘Purple’ no Museu Coleção Berardo em Lisboa. Olhando tanto para obras anteriores como mais recentes, a conversa versará sobre o envolvimento estético e ético-político de várias décadas de Akomfrah com as histórias e as memórias da escravatura, do colonialismo e do anti-colonialismo; as formações diaspóricas pós-coloniais; e as intersecções do racismo, do capitalismo e da destruição ambiental.

John Akomfrah (1957, Acra, Gana) vive e trabalha em Londres. É um artista e cineasta enormemente respeitado, cujas obras se caracterizam pelas suas investigações sobre memória, pós-colonialismo, temporalidade e estética e, com frequência, exploram a experiência da diáspora africana na Europa e nos EUA. Akomfrah foi um membro fundador do influente Black Audio Film Collective, que surgiu em Londres em 1982, juntamente com os artistas David Lawson e Lina Gopaul, com quem ainda hoje colabora. O seu primeiro filme, ‘Handsworth Songs’ (1986), explorou os eventos em torno dos protestos de 1985 em Birmingham e Londres, através de uma combinação densa de material fílmico de arquivo, fotografias e notícias. O filme ganhou vários prémios internacionais e configurou um estilo visual multifacetado que se tornou paradigmático da prática de Akomfrah. Obras recentes incluem a instalação em três écrans ‘The Unfinished Conversation’ (2012), um retrato emotivo da vida e do trabalho do teórico cultural Stuart Hall; ‘Peripeteia’ (2012), um drama imaginado que visualiza as vidas dos indivíduos incluídos em dois retratos do século XVI de Albrecht Dürer; e ‘Mnemosyne’ (2010), que expõe a experiência dos migrantes no Reino Unido, questionando a noção de que a Grã-Bretanha é uma terra prometida ao revelar as realidades da dificuldade económica e do racismo casual. Em 2015, Akomfrah estreou a sua instalação em três écrans ‘Vertigo Sea’ (2015), que explora o que Ralph Waldo Emerson chama de ‘os mares sublimes’. Fundindo material de arquivo, leituras de fontes clássicas e imagens novas, a obra de Akomfrah foca-se na desordem e na crueldade da indústria baleeira, a que justapõe cenas das muitas gerações de migrantes que atravessaram epicamente o oceano em busca de uma vida melhor. Em 2017, Akomfrah mostrou ‘Purple’, uma imersiva instalação vídeo em seis canais, que aborda as alterações climáticas e os seus efeitos nas comunidades humanas, na biodiversidade e na natureza. Mais recentemente, Akomfrah estreou ‘Precarity’ na Prospect 4 New Orleans. Através de material de arquivo e de imagens novas, ‘Precarity’ segue a vida do esquecido cantor de jazz de Nova Orleães, Buddy Bolden.

Akomfrah teve inúmeras exposições individuais, incluindo: New Museum, Nova Iorque, EUA (2018); Bildmuseet, Umeå, Suécia (2018); Nasher Museum of Art na Duke University, Durham, NC, EUA (2018); SFMOMA, São Francisco, CA, EUA (2018); Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid, Espanha (2018); Barbican, Londres, Reino Unido (2017); Whitworth Art Gallery, Manchester, Reino Unido (2017); University of New South Wales, Paddington, Austrália (2016); Turner Contemporary, Margate, Reino Unido (2016); The Exchange, Penzance, Reino Unido (2016); Nikolaj Kunsthal, Copenhaga, Dinamarca (2016); STUK Kunstcentrum, Lovaina, Bélgica (2016); Arnolfini, Bristol, Reino Unido (2016); Bildmuseet, Umeå, Suécia (2015); Eli and Edythe Broad Art Museum, Michigan, EUA (2014); Tate Britain, Londres, Reino Unido (2013-14); e uma série de projecções ao longo de uma semana no MoMA, Nova Iorque, EUA (2011). A sua participação em exposições colectivas inclui: ‘The 1980s: Today’s Beginnings?’, Van Abbemuseum, Eindhoven, Holanda (2016); ‘British Art Show 8’ (2015-17); ‘All the World’s Futures’, 56th Bienal de Veneza, Itália (2015); ‘History is Now: 7 Artists Take On Britain’, Hayward Gallery, Londres, Reino Unido (2015); ‘Africa Now: Political Patterns’, SeMA, Seul, Coreia do Sul (2014); Sharjah Biennial 11, Sharjah, Emirados Árabes Unidos (2013); Liverpool Biennial, Reino Unido (2012); e Taipei Biennial, Taiwan (2012). Também tem participado em vários festivais de cinema internacionais, incluindo o Sundance Film Festival, Utah, EUA (2013 and 2011) e o Toronto International Film Festival, Canadá (2012). Em 2017, ganhou o Artes Mundi Award.

Manuela Ribeiro Sanches é professora aposentada da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde ensinou entre 1981 e 2016. Tendo feito o seu doutoramento sobre o viajante e revolucionário Georg Forster, o seu interesse por literatura de viagens e tópicos relacionados, tais como os processos que sustentam a perceção e narração dos objetos descritos, levou-a a alargar a sua pesquisa ao campo da história da antropologia, em articulação com os estudos culturais, a partir de uma perspetiva pós-colonial. Tendo dedicado a sua atividade de docência e investigação a estudar os efeitos e repercussões, até ao presente, dos processos de (des)colonização a nível cultural e político, interessou-se, mais recentemente, pelos movimentos anticoloniais, nas suas vertentes nacionalista e transnacional. As suas áreas de interesse e investigação incluem ainda o cinema africano e questões ligadas às migrações e racismos na Europa numa perspetiva comparada. Publicações recentes: ‘Europe in Black and White: Immigration, Race, and Identity in the “Old Continent”’ (Intellect, 2011) e ‘Malhas que os impérios tecem. Textos anti-coloniais, contextos pós-coloniais’ (Edições 70, 2011). De momento, está a organizar um volume reunindo um conjunto de textos sobre Cabral, Césaire e Du Bois, a publicar em 2018.

Organização: Ana Balona de Oliveira (CEC-FLUL & IHA-FCSH-NOVA).

Evento integrado no ciclo de conversas e palestras ‘Pensando a Partir do Sul: Comparando Histórias Pós-Coloniais e Identidades Diaspóricas através de Práticas e Espaços Artísticos’.

Apoio: Centro de Estudos Comparatistas, Universidade de Lisboa; Instituto de História de Arte, Universidade Nova de Lisboa; Fundação para a Ciência e a Tecnologia; Direcção Geral das Artes.

Agradecimentos: David Rato (Museu Coleção Berardo, Lisboa).

Evento Facebook

Smoking Dogs Films. Cortesia Lisson Gallery.Smoking Dogs Films. Cortesia Lisson Gallery.

John Akomfrah in conversation with Manuela Ribeiro Sanches

6.30 pm, 9 November 2018

Hangar – Artistic Research Centre, Lisbon

John Akomfrah will be in conversation with Manuela Ribeiro Sanches, on the occasion of his solo show ‘Purple’ at Museu Coleção Berardo in Lisbon. By looking at both earlier and more recent works, the talk will address Akomfrah’s decade-long aesthetic and ethico-political engagement with histories and memories of slavery, colonialism and anti-colonialism; post-colonial diasporic formations; and the intersections of racism, capitalism and environmental destruction.

John Akomfrah (born 1957, Accra, Ghana) lives and works in London. He is a hugely respected artist and filmmaker, whose works are characterised by their investigations into memory, post-colonialism, temporality and aesthetics, and often explore the experience of the African diaspora in Europe and the USA. Akomfrah was a founding member of the influential Black Audio Film Collective, which started in London in 1982, alongside the artists David Lawson and Lina Gopaul, who he still collaborates with today. Their first film, ‘Handsworth Songs’ (1986), explored the events surrounding the 1985 riots in Birmingham and London through a charged combination of archive footage, still photos and newsreel. The film won several international prizes and established a multi-layered visual style that has become a recognisable motif of Akomfrah’s practice. Recent works include the three-screen installation ‘The Unfinished Conversation’ (2012), a moving portrait of the cultural theorist Stuart Hall’s life and work; ‘Peripeteia’ (2012), an imagined drama visualising the lives of individuals included in two 16th-century portraits by Albrecht Dürer; and ‘Mnemosyne’ (2010), which exposes the experience of migrants in the UK, questioning the notion of Britain as a promised land by revealing the realities of economic hardship and casual racism. In 2015, Akomfrah premiered his three-screen film installation ‘Vertigo Sea’ (2015) that explores what Ralph Waldo Emerson calls ‘the sublime seas’. Fusing archival material, readings from classical sources and newly-shot footage, Akomfrah’s piece focuses on the disorder and cruelty of the whaling industry and juxtaposes it with scenes of many generations of migrants making epic crossings of the ocean for a better life. In 2017, Akomfrah unveiled ‘Purple’, an immersive six-channel video installation addressing climate change and its effects on human communities, biodiversity and the wilderness. More recently, Akomfrah debuted ‘Precarity’ at Prospect 4 New Orleans. Through archival imagery and newly-shot footage, ‘Precarity’ follows the life of forgotten New Orleans jazz singer Buddy Bolden.

Akomfrah has had numerous solo exhibitions, including: New Museum, New York, USA (2018); Bildmuseet, Umeå, Sweden (2018); Nasher Museum of Art at Duke University, Durham, NC, USA (2018); SFMOMA, San Francisco, CA, USA (2018); Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid, Spain (2018); Barbican, London, UK (2017); Whitworth Art Gallery, Manchester, UK (2017); University of New South Wales, Paddington, Australia (2016); Turner Contemporary, Margate, UK (2016); The Exchange, Penzance, UK (2016); Nikolaj Kunsthal, Copenhagen, Denmark (2016); STUK Kunstcentrum, Leuven, Belgium (2016); Arnolfini, Bristol, UK (2016); Bildmuseet, Umeå, Sweden (2015); Eli and Edythe Broad Art Museum, Michigan, USA (2014); Tate Britain, London, UK (2013-14); and a week-long series of screenings at MoMA, New York, USA (2011). His participation in group shows has included: ‘The 1980s: Today’s Beginnings?’, Van Abbemuseum, Eindhoven, The Netherlands (2016); ‘British Art Show 8’ (2015-17); ‘All the World’s Futures’, 56th Venice Biennale, Italy (2015); ‘History is Now: 7 Artists Take On Britain’, Hayward Gallery, London, UK (2015); ‘Africa Now: Political Patterns’, SeMA, Seoul, South Korea (2014); Sharjah Biennial 11, Sharjah, United Arab Emirates (2013); Liverpool Biennial, UK (2012); and Taipei Biennial, Taiwan (2012). He has also been featured in many international film festivals, including Sundance Film Festival, Utah, USA (2013 and 2011) and Toronto International Film Festival, Canada (2012). In 2007, he won the Artes Mundi Award.

Manuela Ribeiro Sanches taught at the Faculty of Arts and Humanities, University of Lisbon, from 1981 to 2016. Having obtained her PhD with a dissertation on the traveller and revolutionary Georg Forster, her interest in travel literature and related topics, such as the epistemologies that sustain the subjective processes of perceiving and narrating the described objects, led her to broaden her research to the field of the history of anthropology, which she articulated with a cultural studies approach from a postcolonial perspective. Having taught and researched on the effects, until the present, of the processes of (de)colonisation on a cultural and political level, and widely published on these issues, more recently, she became interested in the transnational processes that also marked nationalist anti-colonial movements. Her research interests also include African film, and questions of migration and racism in Europe from a comparative perspective. Recent publications: ‘Europe in Black and White: Immigration, Race, and Identity in the “Old Continent”’ (Intellect, 2011) and ‘Malhas que os impérios tecem. Textos anti-coloniais, contextos pós-coloniais’ (Edições 70, 2011). She is now editing a collection of essays on Cabral, Césaire and Du Bois due in 2018.

Organisation: Ana Balona de Oliveira (CEC-FLUL & IHA-FCSH-NOVA).

Part of the talk and lecture series ‘Thinking from the South: Comparing Post-Colonial Histories and Diasporic Identities through Artistic Practices and Spaces’.

Support: Centre for Comparative Studies, University of Lisbon; Institute for Art History, New University of Lisbon; Foundation for Science and Technology; Direcção Geral das Artes.

Acknowledgements: David Rato (Museu Coleção Berardo, Lisbon).

 

 

 

 

25.10.2018 | par martalanca | HANGAR, John Akomfrah, manuela ribeiro sanches

"DecliNações: questionando identidades nacionais, género e sexualidade"

Colóquio internacional, 29 e 30 de Outubro de 2018, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

As identidades nacionais têm-se revelado construções homogeneizadoras, orientadas para a obliteração das diferenças, não deixando, contudo, de ser relevantes a nível político (nacional e internacional), social, cultural, etc., apesar dos processos pós-nacionais internacionalizantes em vigor. Tais construções costumam identificar o nacional com certas imagens idealizadas do homem heterossexual em detrimento tanto das mulheres, quanto de outras identidades de género e orientações sexuais. Personagens de identificação nacional têm sido maioritariamente masculinas: soberanos, heróis de guerra, rebeldes que libertam a pátria de opressores, estrelas no desporto, música, pintura e outras artes, escritores e filósofos canônicos etc. Estas personagens masculinas, omnipresentes nas memórias das nações, costumam apresentar, além do mais, uma masculinidade hegemónica que exclui outras formas do masculino e legitima, até certo grau, a discriminação e a violência contra mulheres e os vários sujeitos do vasto leque da dissidência sexo-genérica.

A inclusão das mulheres nos discursos da identidade nacional tem muitas vezes traduzido, em várias e diversas latitudes, o desejo de domesticar a diferença e produzir um sujeito unitário com funções e caraterísticas definidas pelo patriarcado. Casos paradigmáticos são, por exemplo, a imagem generalizada da mulher africana decalcada do conceito de Mãe África, tornando-a guardiã das tradições, transmissora da ‘cultura’ e agente reprodutor, ou o recente enviesamento visível no Brasil, após o golpe de 2016, onde o recato e a domesticidade voltam a ser características enaltecedoras do sujeito mulher (como no caso da descrição da esposa do presidente Temer, pelos media, como “bela, recatada e do lar”).

Este colóquio propõe releituras críticas do nacional, em termos de género. No foco de interesse estarão países de língua oficial portuguesa – Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe – mas também as dinâmicas diaspóricas, regionais ou continentais nas quais estes países se inscrevem. Os feminismos, maioritariamente os do sul, constituem abordagens privilegiadas de análise, bem como os estudos queer, as epistemologias do sul ou a perspetiva decolonial.

CFP disponível aqui.

Equipa organizadora:
Doris Wieser (CEC, ULisboa)
Jessica Falconi (CEsA, ISEG, ULisboa)
Luciana Moreira (CES, UCoimbra)
Raquel Lima (CES, UCoimbra)
Simone Cavalcante (CEC, ULisboa)

Comissão científica:

Ana Paula Tavares (CLEPUL, ULisboa)
Catarina Martins (CES, UCoimbra)
Denilson Lopes (ECO, UFRJ)
Fernanda Gil Costa (CEC, ULisboa)
Inocência Mata (CEC, ULisboa)
Isabel Maria Casimiro (CEA, U Eduardo Mondlane)
Joacine Katar Moreira (ISCTE, IULisboa)
Luísa Afonso Soares (CEC, ULisboa)
M. Felisa Rodríguez Prado (U Santiago de Compostela)
Teresa Cunha (CES, UCoimbra)

Conferencistas e palestras confirmadas/os:

Ana Paula Tavares (CLEPUL, ULisboa), “Identidade e poesia. Construções, revisitas e tempo: Angola, discurso e pratica”
Catarina Martins (CES, UCoimbra), “Rompendo os corpus das literaturas nacionais africanas – corpos nus de mulheres negras”
Denilson Lopes (ECO, UFRJ), “Por uma historiografia queer das sensações”
Isabel Maria Casimiro (CEA, U Eduardo Mondlane), “‘Cinderelas do nosso Moçambique’: confrontando diálogos entre jovens feministas e veteranas da luta armada”
Joacine Katar Moreira (ISCTE, IULisboa), “Narrativas interseccionais negras em Portugal”
Teresa Cunha (CES, UCoimbra), “Podem as Sindarelas falar? DecliNações Feministas e pós-coloniais: Moçambique, Timor-Leste”

Esta atividade insere-se no âmbito dos projetos Feminismos e dissidência sexual e de género no Sul Global e Identidades nacionais em diálogo: construções de identidades políticas e literárias em Portugal, Angola e Moçambique (1961-presente), do grupo CITCOM do Centro de Estudos Comparatistas, FLUL.

Para mais informações sobre o evento, por favor seguir este link, ou o evento de facebook.

 

24.10.2018 | par martalanca | colóquio, género, identidades

Filmes africanos no Doclisboa 2018

Entre eu e Deus de Yara CostaMoçambique, 2018, 60’

Karen é uma mulher jovem e independente que defende a lei canónica muçulmana na Ilha de Moçambique, mas está cheia de dúvidas e contradições em relação à sua identidade e a comunidade multicultural em que vive, num local histórico de confluência de culturas. 
Link 28 Out (dom), 16h15, 60’

 

La Vie Sur Terre de Abderrahmane SissakoMali, Mauritânia, 1998, 61’Em vésperas do ano 2000, Abderrahmane Sissako, cineasta mauritano a viver em França, decide regressar a Sokolo, uma pequena aldeia do Mali, para se encontrar com o pai. Chega à aldeia, muda de roupa, monta numa bicicleta e vagueia pelas ruas e pelos campos. É então que se cruza com Nana, também ela de passagem. Estabelece-se algo de impalpável e lúdico entre eles, enquanto a vida na aldeia continua.
Link 21 Out (dom), 17h, Cinema São Jorge

La vie sur terre de Abderrahmane Sissako 1999La vie sur terre de Abderrahmane Sissako 1999
 

 


Fahavalo, Madagascar 1947 de Marie-Clémence, Andriamonta-PaesMadagáscar, Franca, 2018, 91’

Chamavam-lhes fahavalo (inimigos), porque se revoltaram contra as autoridades coloniais francesas em Madagáscar, em 1947. Hoje, a cineasta Marie-Clémence Andriamonta-Paes leva-nos ao local onde os acontecimentos tiveram lugar, numa viagem ao encontro das últimas testemunhas. Falam-nas da sua luta pela independência e dos longos meses de resistência na selva, armados apenas com lanças e talismãs.
Link 22 Out (seg), 19.00, Culturgest24 Out (qua), 14.00, Cinema São Jorge

O festival aceita reservas de grupos, ficando o bilhete a 1 euro por pessoa no caso do grupo perfazer 10 ou mais elementos.Só é necessária marcação para projecto.educativo@doclisboa.org ou através do número +351 910 951 160, ou até respondendo directamente a este email.  

17.10.2018 | par martalanca | cinema, DocLisboa

O Espaço Entre Nós: Um Relato Pessoal Sobre Um País Quase Pacífico

Exposição individual de Violeta dos Santos Moura

13 Outubro - 17 Novembro de 2018

Espaço Mira, Porto, entrada Livre 

Curadoria de Susana Gaudêncio.

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O Espaço Entre Nós: Um Relato Pessoal Sobre Um País Quase Pacífico da fotojornalista Violeta dos Santos Moura, é um diário visual da sociedade portuguesa actual, não exaustivo e em contínua progressão, de como nos vamos tratando uns aos outros no terceiro país mais pacífico do mundo.

A fotógrafa apresenta trabalhos inéditos, registados entre 2012 e 2018, um pouco por todo o país, nomeadamente, Lisboa, Porto e Vila Real.

O relatório anual do Índice Global da Paz de 2017 coloca Portugal na terceira posição dos países mais pacíficos do mundo, atrás da Islândia e da Nova Zelândia, no entanto o país está longe de ser exemplar a nível social. 

Apesar de ser um dos destinos turísticos mais procurados actualmente, o Portugal das brochuras e do instagram convive com um país onde a discriminação é pessoal, a violência íntima e a distância entre as pessoas palpável, seja por divergências religiosas, económicas, políticas ou de género.

Portugal conta com legislação e instituições em consonância com a direção mais progressista no bloco da União Europeia, mas nas relações não mediadas institucionalmente a narrativa é diferente. No dia-a-dia, sente-se o contraste entre uma sociedade tecnologicamente avançada, mas também conservadora nos seus costumes — há mulheres agredidas por companheiros numa média de cem vítimas por semana; colocam-se sapos à entrada de lojas porque se crê que afastam ciganos; certos senhorios não alugam casas a cidadãos africanos, brasileiros ou outras minorias; idosos e famílias inteiras são despejados em prol do rentável negócio do alojamento local e temporário. 

Depois de anos a conviver com dissidentes políticos, elementos inesperados de mudança, guerras, conflitos e revoluções além fronteiras, Violeta dos Santos Moura reflecte sobre o seu país de origem, por vezes com um olhar crítico, por outras empático. 

A exposição estabelece um espaço público alternativo àqueles em que Violeta dos Santos Moura habitualmente publica. Trata-se de um documento de crítica social, um artigo visual de opinião, fazendo o registo das discordâncias que co-habitam no terceiro país mais pacífico do mundo.   

Violeta Santos Moura

Vila Real (1983). Fotojornalista e jornalista freelancer, nasceu em Vila Real de Trás-os-Montes. Depois de vários anos em Telavive e Jerusalém como correspondente freelancer para a Agência  LUSA e Radio France Internacional, Violeta enveredou pela reportagem visual sobre a forma do fotojornalismo. Desde então as suas reportagens fotográficas e escritas têm-na levado desde Portugal e Espanha, durante a crise económica europeia, até ao Médio Oriente, para cobrir o conflito  Israelo-Palestiniano e até Cachemira para retratar o domínio militar por parte da Índia sobre a população civil e o território de Caxemira 70 anos depois da chegada das tropas indianas ao território himalaio. Em 2017 Violeta foi distinguida pelos editores da revista TIME como uma de “34 mulheres fotógrafas a seguir” a nível mundial.

O seu trabalho tanto fotográfico como escrito tem sido publicado pela Al Jazeera, Foreign Affairs, Newsweek [Japão], Courrier International, Rhythms Monthly [Taiwan/Formosa], Profil [Áustria], Il Reportage [Itália], Informatìon [Dinamarca], El País [Espanha], The Week [EUA], The International Business Times, Sydney Morning Herald [Austrália], Aftenposten Innsikt [Noruega], Woz Die Wochenzeitung [Suíça], Haaretz [Israel], RFI — Radio France Internationale, Agência LUSA, La Vanguardia [Espanha], Diario ABC [Espanha], entre outros.

Susana Gaudêncio 

Lisboa (1977). Artista. Licenciada em Pintura (FBAUL). Mestre em Belas Artes (Hunter College. City University New York). Doutoranda (FBAUL) e membro do Centro de Investigação e de Estudos em Belas Artes (CIEBA) onde investiga sobre o tema “Máquinas de Imaginar: O Impulso Utópico na Arte Contemporânea”. 

Entende a produção artística como plataforma para encontrar novas possibilidades de problematização da utopia, enquanto dispositivo crítico do quotidiano, eminentemente político. Publicou, entre outros, o livro Época de estranheza em frente ao mundo (2012, DOIS DIAS ed.); Luz Perpétua (2014, seis fascículos desenvolvidos no âmbito de residência artística no arquivo da Fundação EDP); Repertório: histórias e estórias de cartazes (2016, publicação produzida no âmbito de “Your body is my body. Coleção de Cartazes de Ernesto de Sousa”, Museu Coleção Berardo, Lisboa). 

Comissariou a exposição “O princípio da Inércia” sobre o mote das revoluções coloridas, Pavilhão Branco, Lisboa (2012), “Viagens de livros. O livro de artista nos 25 anos da ESAD.CR”, MiMO, Leiria (2015), e a exposição “Páginas Inquietas: sobre documentos insubmissos”, Espaço Mira, Porto (2016). 

Exposições individuais e coletivas: Centro de Artes Visuais, Coimbra (2004); ISE Foundation, Nova Iorque (2009); Museu da Electricidade (2009, 2014); Museu Gulbenkian (2010, 2016); Museu do Chiado, Lisboa (2012); SESC Pinheiros, São Paulo (2015); Galerie der Kunstler, Munique (2016). É membro fundador do “Círculo de Leitoras Peripatéticas”, com Sofia Gonçalves e Susana Pomba e do colectivo Pessoa Colectiva com Mafalda Santos. Coordena o Programa Educativo da Casa da Arquitectura – Centro Português de Arquitectura. É docente no Mestrado de Artes Plásticas na ESAD, Caldas da Rainha. 

GALERIA

Direção do Espaço MIRA | Manuela Matos Monteiro e João Lafuente

Direção artística | José Maia

Assistente de Galeria e Press Officer | Patrícia Barbosa

Fotografia | Manuela Matos Monteiro, Patrícia Barbosa, Rui Apolinário e José Vaz Silva

Vídeo | João Lafuente, Patrícia Barbosa

Rua de Miraflor nº 159, Campanhã, Porto. 4300-334

929 145 191 // 929 113 431 // contacto@espacomira.net

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07.10.2018 | par martalanca | Susana Gaudêncio

O público vai ao teatro

29 e 30 de Outubro de 2018 - Sala Bernardo Sassetti, São Luiz Teatro Municipal  Encontros sobre políticas da recepção e desenvolvimento de públicos.

O PÚBLICO VAI AO TEATRO - Encontros sobre políticas da recepção e desenvolvimento de públicos no contexto das artes performativas procura reunir contributos de diferentes agentes do sector artístico, bem como de outras disciplinas, em torno da análise das relações entre criação, programação e recepção no âmbito das artes performativas, procurando problematizar os nexos entre estes três pólos e sistematizar políticas e estratégias de envolvimento.

Estes encontros realizam-se no âmbito do projecto “O Público vai ao Teatro”, um projecto de desenvolvimento de públicos, concebido e coordenado pelo teatro meia volta e depois à esquerda quando eu disser.

PROGRAMA
SEGUNDA, DIA 29
09:30 – 10:00 // Recepção dos participantes
10:00 – 10:30 // Sessão de Abertura
10:30 – 13:30 // PAINEL 1: (DES)ENVOLVER PÚBLICOS
Painel em torno da problematização e desenvolvimento conceptual da noção de ‘desenvolvimento de públicos’.
Moderação: Maria Vlachou (Directora Executiva/ Acesso Cultura)
Com Elisabete Paiva (Directora Artística/ Materiais Diversos), Mafalda Dâmaso (Investigadora), Aldara Bizarro (Coreógrafa), Isabel Branco (Professora e Investigadora em educação / Directora do Centro de Formação da ESTAL), Luís Sousa Ferreira (Director/ 23 Milhas), Vítor Paulo Ferreira (Presidente da Câmara Paredes Coura)
15:00 – 19:00 // OFICINA 1: MODOS DE FAZER – CASOS DE REFERÊNCIA
Esta oficina propõe a reflexão e estruturação de propostas de projectos de desenvolvimento de públicos em contextos hipotéticos de mediação, partindo da apresentação de alguns casos de referência.
Orientação: Samuel Guimarães (Coordenador Serviço Educativo/ Museu do Douro; Professor/ ESMAE) Convidados: “O Público Vai ao Teatro”, Teatro Meia Volta; “Programa Conhecimento”, Walk & Talk
21:00 – 23:00 // FILME + CONVERSA “O Espectador Espantado” de Edgar Pêra (2016, 70min)

TERÇA, DIA 30
10:00 – 13:00 // OFICINA 2: A INSTITUIÇÃO FUTURA
Esta oficina convoca os participantes a trabalhar, em grupo, em torno do perfil de uma instituição cultural, definindo a sua missão, valores, objectivos e estratégias na relação com os públicos.
Orientação: Rui Catarino (Gestor Cultural)
14:30 – 18:00 // PAINEL 2: RECEPÇÃO ARTÍSTICA – O PERCURSO DO ESPECTADOR
Este painel centra-se na experiência integrada da recepção artística na relação com a criação e a programação, procurando convocar o olhar dos vários agentes culturais implicados no percurso do espectador.
Moderação: Alfredo Martins (Artista Associado/ TMV)
Com Sandra Madeira (Técnica de Bilheteira/ TNDM II), Vera Santos (Coreógrafa e professora), Catarina Medina (Directora Comunicação/ Culturgest), Rui Campos Leitão (Musicólogo/ AMEC | Metropolitana), Francisco Frazão (Director Artístico/ Teatro do Bairro Alto), um espectador (participante do projecto PVT)
18:30 – 20:00 // REFLEXÕES FINAIS – O CAMINHO PARA O TEATRO
Apresentação de uma síntese dos Encontros e de questões para reflexão e debate.
Moderação: Teresa Fradique (Antropóloga/ ESAD.CR-IPL; CRIA-FCSH)

03.10.2018 | par martalanca | públicos, teatro

Trabalho e Felicidade? Reflexões sobre processos artísticos participativos

O projeto A Manual on Work and Happiness chega ao fim com uma conferência intitulada Trabalho e Felicidade? Reflexões sobre processos artísticos participativos, a decorrer nos dias 15 e 16 na Biblioteca de Marvila, em Lisboa.

Durante dois dias serão partilhadas experiências e apresentados os resultados deste projeto liderado pela Artemrede com o apoio do programa Europa Criativa. A conferência contará com a presença de todos os parceiros do projeto, para além de vários convidados internacionais, Sonja Soldo – Pogon (Croácia), Rarita Zbranca – Cluj Cultural Centre (Roménia), Angeliki Lamperi – Eleusis 2021 (Grécia) e outras presenças a confirmar. Vão debater questões relacionadas com o desenvolvimento de projetos artísticos participativos no contexto de periferias.

O espetáculo A Manual on Work and Happiness foi apresentado em Patras (Grécia), em Pergine (Itália), no Montijo, em Alcobaça e, por fim, chega agora a Lisboa (12 e 13 de outubro) durante o festival Os Dias de Marvila. Em cada uma destas cinco cidades, o elenco foi composto por membros das comunidades locais que participaram numa residência artística de três semanas coordenada pela mala voadora.

Do programa da conferência consta ainda a exibição do documentário A Manual on Work and Happiness, corealizado por Elena Goatelli e Ángel Esteban e produzido por Roberto Cavallini (Altrove Films).

A conferência tem entrada livre mediante inscrição até ao dia 10 de outubro para o email artemrede@artemrede.pt
Línguas: Inglês com interpretação simultânea em Português (dia 15 de outubro)

Mais informações: https://bit.ly/2OCnHwqPrograma da Conferência: https://bit.ly/2OLzFnK

03.10.2018 | par martalanca | Trabalho e Felicidade