Buraka Som Sistema encerram as Festas de Lisboa'16 com um último concerto da banda

Do Mundo para Lisboa, os Buraka Som Sistema regressam a casa para encerrar as festas populares e despedir-se dos fãs.

Foto de Gonçalo F. SantosFoto de Gonçalo F. SantosDia 1 de julho, na Torre de Belém, os Buraka Som Sistema encerram as Festas de Lisboa com um grande espetáculo de entrada livre. Depois de 800 concertos pelo mundo, Lisboa, onde tudo começou, é o lugar ideal para uma homenagem ao grupo que irá começar uma pausa no seu trabalho em conjunto.

Em dez anos de atividade, o grupo - composto por Branko, Riot, Kalaf, Conductor e Blaya – andou na estrada e levou o novo som eletrónico da Buraca para todo o mundo, deu concertos e cruzou inspiração, géneros musicais, ideias e projetos com inúmeros artistas internacionais, lançou dois EP, três álbuns e dezenas de singles, ganhou prémios nacionais e estrangeiros. A banda regressa agora a Lisboa para se despedir do mundo e dos seus fãs.

A ponte multicultural é a síntese do ADN dos Buraka Som Sistema, grupo que olha o mundo como um todo e lhe apresentou uma sonoridade musical única criada entre Luanda e a Amadora, Lisboa e o Rio de Janeiro, Londres e Nova Iorque. Uma mistura entre o legado cultural português e a «modernidade musical internacional e contemporânea».

Num ano em que as Festas de Lisboa comemoram os 50 anos da Ponte 25 de Abril, os Buraka Som Sistema e a EGEAC preparam um dia e uma noite memoráveis, em que convidam à viagem, à partilha e à criação de pontes entre distintas culturas, idiomas, géneros musicais e estilos de dança.

 

29.02.2016 | par claudiar | Buraka Som Sistema, música

artistas selecionados para o Prémio NOVO BANCO Photo 2016 FÉLIX MULA | MÓNICA DE MIRANDA | PAULIANA PIMENTEL

NOVO BANCO e o Museu Coleção Berardo anunciam os três artistas selecionados para a edição de 2016 do Prémio NOVO BANCO Photo, o mais importante prémio de arte contemporânea realizado em Portugal – Félix Mula (Moçambique), Mónica de Miranda (Angola) e Pauliana Pimentel (Portugal).

A escolha destes artistas foi da responsabilidade de um júri de seleção representativo do critério geográfico referido, composto por David Santos (Portugal), curador-geral da BF16 (Bienal de Fotografia - VF Xira); Paula Nascimento (Angola), arquiteta, curadora e diretora da Beyond Entropy Africa; e Pompílio Hilário Gemuce (Moçambique), artista; que analisaram o panorama expositivo da fotografia no período a que reporta o prémio.

Félix Mula foi nomeado pelo júri «pela sua exposição coletiva Processos, apresentada em 2014, em Maputo. O processo fotográfico de Félix Mula tem passado de uma maneira discreta no meio artístico moçambicano, pelo facto de tratar a fotografia como um meio para conceptualizar histórias que refletem a sua memória individual em relação à sua família, dentro de um espaço e tempo. As suas fotografias com quase uma ausência da figura humana escondem sempre algo, ao mesmo tempo que revelam as atitudes e a natureza do ser humano. Embora a fotografia tenha sido o meio primário no seu contacto artístico, a sua coerência criativa revela-se também nas suas instalações provocativas.»

Na opinião do júri, Mónica de Miranda «é uma artista cujo trabalho atravessa diversas fronteiras e esboça uma paisagem de identidades plurais, inspiradas pela própria experiência e vivência de uma cultura cada vez mais itinerante. Em Hotel Globo, exposição realizada em 2015, no MNAC - Museu do Chiado, a artista explora a apropriação de um símbolo da arquitetura colonial, o Hotel Globo em Luanda, através de novos modos de ocupação e de uso; levantando questões relacionadas com a memória e com o impacto dos espaços coloniais na vivência atual. Fragmentos da vivência atual revelam uma (nova) teia de relações socioculturais, assim como a (re) construção de identidades e culturas e de múltiplas possibilidades de ser.»

Pauliana Pimentel é nomeada pelo júri «pelo seu projeto expositivo The Behaviour of Being, patente na Galeria das Salgadeiras, em 2016, que apresenta um núcleo de imagens de grande sensibilidade narrativa, baseadas numa forte consistência estético-formal. Esta exposição vem confirmar o caminho de maturidade desta artista que, nos últimos anos, tem revelado uma obra de subtil narratividade, marcada não só pela ambiguidade da significação, como por uma particular e profunda atenção à figura humana no seu envolvimento paisagístico e social.»

Os artistas selecionados apresentarão os seus trabalhos no Museu Coleção Berardo, numa exposição composta por obras inéditas, com inauguração agendada para o dia 18 de maio, sendo o vencedor conhecido durante o mês de junho, em data a anunciar.

Pedro Lapa, presidente do Júri do prémio NOVO BANCO Photo e diretor artístico do Museu Coleção Berardo, acrescenta que «na edição deste ano o prémio passou a estar ainda mais focado no eixo Portugal/países lusófonos africanos, de modo a reforçar a troca e mútuo reconhecimento das práticas fotográficas neste quadro cultural que desejamos vivo e continuado.»

28.02.2016 | par martalanca | Monica de Miranda, NOVO BANCO Photo

Filipa Lowndes Vicente apresenta um novo olhar do Império português na Índia

«Entre Dois Impérios - Viajantes Britânicos em Goa (1800-1940)», de Filipa Lowndes Vicente e editado pela Tinta da China, apresenta uma nova visão do Império português na Índia.

«De um lado, a Índia britânica, no auge do seu projecto imperial; do outro, a Índia portuguesa, em declínio acentuado. Para os viajantes britânicos dos séculos XIX e XX, ir à «Índia do lado» significava transpor fronteiras espaciais e, sobretudo, temporais.

Nesta época, a Índia portuguesa — e Goa em particular — sugeria aos ingleses duas perspectivas: tanto servia de lição histórica sobre os erros a evitar para manter a dominação colonial, como era a ruína-relíquia que nas mãos dos britânicos poderia tornar-se um centro de prosperidade.

Em qualquer destas visões, Goa surgia como um lugar diferente, híbrido, com fronteiras fluidas entre o português e o indiano, e com abundantes sinais visíveis dessa mistura — na arquitectura, na música, na roupa, nas práticas religiosas, na língua, na cultura intelectual, no corpo.

Duas viajantes‑escritoras, o príncipe de Gales, a mulher de um cônsul, vários governadores, reverendos anglicanos, diplomatas, militares, funcionários administrativos e cientistas — foram vários os britânicos que fizeram da sua viagem a Goa uma comparação entre dois impérios.»

28.02.2016 | par martalanca | FILIPA LOWNDES VICENTE, Goa, império

Páginas de um Império Perdido #2 - Alguns filhos disto tudo ou Bairro das Ex-Colónias

Palestra performativa a 27 de Fevereiro, pelas 18h, no Auditório do Padrão dos Descobrimentos, construída a partir da recolha de experiências de uma geração que não viveu directamente estes acontecimentos, antes os recebeu pela transmissão familiar, ou pessoas que regressaram muito novas e quase não têm memórias daqueles outros lugares, uma certa ‘geração da pós-memória.’


Investigação, texto, direcção e interpretação: Joana Craveiro

Desenho de luz: Carlos Ramos
Produção: Cláudia Teixeira / Teatro do Vestido

Entrada gratuita, sujeita a marcação prévia.
Limite máximo: 92 pessoas
Reservas: 213 031 950 // info@padraodosdescobrimentos.pt

Para mais informações, por favor consulte o site da EGEAC

26.02.2016 | par claudiar | Joana Craveiro, palestra, Retornar, Teatro do Vestido

The Kora - Tales of a Frontier Instrument

Na próxima 2ªfeira, 29 de fevereiro, a kora, um dos instrumentos musicais mais sofisticados da África Ocidental, terá um lugar de destaque no ISCTE-IUL. Este sofisticado cordofone de 21 cordas originário da África Ocidental, tocado pelos jélis (griots, djidius, geweles), grupo de músicos, contadores de histórias, e historiadores, terá em destaque a sua história, que será o ponto de partida para uma apresentação da cultura Mandé e das transformações que sofreu ao longo dos últimos anos. À conferência, a cargo de Lucy Durán (SOAS, University of London), seguir-se-á o concerto do tocador de kora proveniente da Gâmbia, Mbye Ebrima, que será transmistido em direto pela RDPÁfrica.

https://www.facebook.com/events/966120666815018/

Local:
ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa

Avª das Forças Armadas, 1649-026 Lisboa
Auditório JJ Laginha, Edifício I
Contactos: magdalua.pro@gmail.com | 963 612 816
Organização:  Escola de Sociologia e Políticas Públicas (ESPP) – Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL)
CEI - IUL

25.02.2016 | par claudiar | conferência, korá, Mbye Ebrima

Activismos em África - Conferência Internacional

Muitos países africanos vivem um contexto em que a sociedade defronta-se constantemente contra o Estado ou corporações privadas. Nessa situação, as organizações da sociedade civil tornam-se peça fundamental no xadrez político do continente. Atuando em campos diversos e quase sempre buscando formas não tradicionais de organização, colocam novos desafios à sua análise e interpretação. Para responder a tais desafios, o Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa (CEI-IUL) promoverá nos dias 12 e 13 de janeiro de 2017, a Conferência Internacional Ativismos em África, no qual serão debatidos os novos perfis do ativismo social no continente africano e as perspetivas de mudança trazidas pelos mesmos.

mais informações

Chamada para Painéis

Em um continente em rápida transformação no qual a atuação dos Estados é frequentemente insuficiente para satisfazer as necessidades das suas populações, os movimentos da sociedade civil são extremamente importantes. Muitos governantes africanos agem de maneira despótica, geralmente abusando de concentração de poder, usando a violência como instrumento de controle social e negando direitos fundamentais dos seus cidadãos e pessoas sob sua jurisdição.

Em tal situação adversa, os movimentos de ativismo social atuam como movimentos reivindicatórios e como uma resistência à ação do Estado e das grandes corporações. Atuando em diferentes campos, esses movimentos têm um papel crucial para garantir o reconhecimento dos direitos fundamentais consagrados nas constituições nacionais.

Estes movimentos têm uma atividade extensa: defendendo minorias sociais, reivindicando condições de trabalho dignas, buscando o reconhecimento de minorias políticas ou grupos marginalizados, os ativistas da sociedade civil ocupam um espaço cada vez mais relevante no cenário político Africano.

Organizados em formas não tradicionais, utilizam novas tecnologias – especialmente as redes sociais e as comunicações móveis – para chegar a grandes quantidades de público com as suas ações. Desempenham um papel de resistência, mas também de transformação, em mudança permanente.

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23.02.2016 | par martalanca | activismos, conferência

A persistência colonial no espaço do Mediterrâneo. Encontro

Bahia Mahmud Awah, Juan Carlos Gimeno Martín, Juan Inacio Robles Picón e Maria Angeles Castaño Madroñal

11 de março de 2016, 16h00, Centro de Informação Urbana de Lisboa (CIUL)

Enquadramento

O ‘outro’ lado aqui tão perto, a margem sul do Mediterrâneo, encerra ainda vários episódios coloniais, como este encontra procura discutir. A ficção histórica dominante insiste em associar o Mediterrâneo à Europa, identificando-o como o berço e centro das raízes históricas europeias e, em paralelo, do pensamento moderno. Esta interpretação de cariz universalizante tem vindo a ser problematizada a partir de perspetivas descoloniais, colocando o enfoque na persistência de situações coloniais nesta região, ampliando o foco de análise social à violência das relações coloniais após séculos de epistemicidios. Neste encontro, onde participam colegas que, em Espanha, têm vindo a trabalhar sobre o território e as práticas culturais e políticas de resistência e autodeterminação, o enfoque recairá sobre a persistência da violência da relação colonial nos territórios do Sahara ocidental.

Notas biográficas

Maria Angeles Castaño Madroñal é Professora na Universidade de Sevilha e membro do centro de investigação Grupo para el Estudio de las Identidades Socioculturales en Andalucia (Geisa). Doutorada em Antropologia Social, tem trabalhado e publicado sobre questões de género e migração, interculturalidade racismo e anti-racismo. A sua investigação sobre mulheres equatorianas e marroquinas migrantes em Espanha é de particular relevância para os temas em discussão no segundo semestre letivo do curso, constituindo um contributo importante para os estudantes.

Bahia Mahmud Awah é escritor, poeta e jornalista sarauí. Atualmente, colabora como docente convidado na Universidade autónoma de Madrid, trabalhando num projeto de investigação sobre poesia sarauí e sobre a memória na literatura do Sahara Ocidental. Em 2001 fundou em Madrid o projeto informativo culturalPoemario por un Sahara Libre. O seu trabalho de investigação sobre a literatura saraui e sobre as relações coloniais e pos-coloniais de Espanha com o Sahara Ocidental é de grande relevância para as questões abordadas no doutoramento. A sua colaboração com o Programa será particularmente pertinente pelo facto de trazer à discussão contextos habitualmente marginalizados no debate sobre as questões coloniais/pos-coloniais.

Juan Inacio Robles Picón é docente no Departamento de Antropologia Social da Universidade Autónoma de Madrid. É membro da ONGD Antropología en Acción e do Grupo de Antropologia Audiovisual do Instituto Madrileño de Antropología. É investigador no Grupo de Estudios Coloniales: Sáhara Occidental trabalhando sobre Antropología Audiovisual como técnica de investigação e meio de comunicação e sobre os contextos andinos da América Latina e o Saara Ocidental-Mauritânia, em África. O seu contributo será especialmente relevante para os/as estudantes que desenvolvem as suas propostas de tese sobre cinema ou que esperam recorrer a metodologias audiovisuais de suporte à sua investigação doutoral.

Juan Carlos Gimeno Martín é Doutorado em Filosofia pela Universidade Autónoma de Madrid (UAM) e Professor Titular de Antropologia na UAM. Foi diretor do Departamento de Antropologia Social e Pensamento Filosófico Espanhol (UAM) de 2006-2010. Atualmente é Investigador principal do projeto I+D+i (2013-2015):Consolidación y declive del orden colonial español en el Sahara Occidental (Ifni-Tarfalla-Sahara: 1956-1976).

Atividade no âmbito do Núcleo de Estudos sobre Democracia, Cidadania e Direito (DECIDe) e do Programa de Doutoramento Pós-Colonialismos e Cidadania Global 

18.02.2016 | par martalanca | Mediterrâneo