NARRATIVAS AFRO-EUROPEIAS - Encontro Final

O projeto NARRATIVAS AFRO-EUROPEIAS convida para o seu Encontro Final, no dia 3 de Junho, com início às 14h30 e Palestra de Encerramento pelo Professor Boaventura Sousa Santos, pelas 17h30.    

Palestra de encerramento

Boaventura de Sousa Santos

Boaventura de Sousa Santos é  Doutorado em Sociologia do Direito pela Universidade de Yale (1973) e Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Distinguished Legal Scholar da Universidade de Wisconsin-Madison. Foi também Global Legal Scholar da Universidade de Warwick e Professor Visitante do Birkbeck College da Universidade de Londres. É Director do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e Coordenador Científico do Observatório Permanente da Justiça Portuguesa. De 2011 a 2016, dirigiu o projecto de investigação ALICE - Espelhos estranhos, lições imprevistas (ERC): definindo para a Europa um novo modo de partilhar as experiências do mundo.

Temas de pesquisa: Epistemologia, sociologia do direito, teoria pós-colonial, democracia, interculturalidade, globalização, movimentos sociais, direitos humanos. O seu trabalho tem sido publicado em português, inglês, italiano, espanhol, alemão, francês, chinês e romeno

Livros (Inglês)

- The End of the Cognitive Empire: The Coming of Age of Epistemologies of the South. Durham and London: Duke University Press, 2018.

- Decolonising the University. The Challenge of Deep Cognitive Justice. Newcastle upon Tyne: Cambridge Scholars Publishing, 2017.

- If God Were a Human Rights Activist. Stanford: Stanford University Press, 2015.

- Epistemologies of the South. Justice against Epistemicide. Boulder/Londres: Paradigm Publishers, 2014.

- The Rise of the Global Left. The World Social Forum and Beyond. Londres: Zed Books, 2006. Também publicado em chinês por Shanghai Bookstore Publishing House, 2013. (…)

Livros (português)

Na oficina do sociólogo artesão. Aulas 2011-2016. São Paulo: Editora Cortez, 2018.
Construindo as Epistemologias do Sul. Antologia. Vol I. Buenos Aires: CLACSO, 2018.
Construindo as Epistemologias do Sul. Antologia. Vol II. Buenos Aires: CLACSO, 2018.
O fim do império cognitivo. Coimbra: Almedina, 2018.
Pneumatóforo. Escritos Políticos, 1981-2018. Coimbra: Almedina, 2018.
- Esquerdas do mundo, uni-vos! São Paulo: Boitempo, 2018.
As bifurcações da ordem. Revolução, cidade, campo e indignação. Coimbra: Almedina, 2017.
A difícil democracia. Reinventar as esquerdas. São Paulo: Boitempo, 2016.
As bifurcações da ordem. Revolução, cidade, campo e indignação. São Paulo: Cortez, 2016.
-  A justiça popular em Cabo Verde. Coimbra: Almedina, 2015.
A justiça popular em Cabo Verde. São Paulo: Editora Cortez, 2015. 
O direito dos oprimidos. São Paulo: Editora Cortez, 2014.
O direito dos oprimidos. Coimbra: Editora Almedina, 2014.
A cor do tempo quando foge. Uma história do presente – crônicas 1986-2013. São Paulo: Editora Cortez, 2014.
- Se Deus fosse um ativista dos direitos humanos. Coimbra: Editora Almedina, 2013.
- Se Deus fosse um ativista dos direitos humanos. 
São Paulo: Cortez Editora, 2013.

- Pela mão de Alice. O social e o político na pós-modernidade - 9ª edição, revista e aumentada. Coimbra: Almedina, 2013. Também publicado no Brasil, pela Editora Cortez (14ª edição, revista e aumentada).  

Lançamento do livro 

Afropean. Notes From Black Europe (Penguin, UK)

Um livro de viagem e fotografia que revela o continente europeu a partir de um conjunto de comunidades de origem africana, de Lisboa a Moscovo, passando Paris, Estocolmo, etc…O livro será publicado pela Editora Penguin, no Reino Unido, a 6 de junho.

Johny Pitts  é editor da AFROPEAN. Adventures in Black Europe. uma das mais influentes plataformas da cultura afrodescente na Europa.É atualmente colaborador da BBC, tendo trabalhado durante dez anos em televisão como escritor e apresentador, na MTV, Sky One, ITV, Channel 4 e Discovery Channel. É também um autor publicado e premiado (Decibel Penguin Prize para jovens escritores).

30.05.2019 | by martalanca | Boaventura Sousa Santos, NARRATIVAS AFRO-EUROPEIAS

Cinema elemental: da imagem alquímica ao ecofeminismo

Barbara Hammer 'Women I Love', 1976. Cortesia EAIBarbara Hammer 'Women I Love', 1976. Cortesia EAI

Com início dia 8 de Junho, às sextas-feiras e sábados, sempre às 18h00, este programa de filmes aborda a relação do humano com a dimensão sensual e íntima do domínio material. 

Apresentando uma diversidade de experiências com imagem em movimento, os trabalhos em vista revelam preocupações ecológicas – aplicando técnicas alternativas de processamento de celulóide, que envolvem agentes como fungos ou vegetais –, além de incluírem o ponto de vista do não-humano, testando os limites do olhar da câmara e desafiando o nosso posicionamento em relação ao mundo.

Com foco em cineastas femininas, as obras selecionadas fazem uma ponte entre o conhecimento sensorial e pragmático do mundo, contando com reflexões sobre a geopoética, o ecofeminismo e a ficção especulativa, colocando ênfase no debate corrente sobre as nossas ideações materiais.

Com Alexandra Navratil, Ana Vaz, Arjuna Neuman, Denise Ferreira da Silva, Barbara Hammer, Beatriz Santiago Muñoz, Cem Raios T’Abram, Cherry Kino, Deborah Stratman, Gunvor Nelson, Jennifer Reeves, Mariana Caló, Francisco Queimadela, Mónica Baptista, Schmelzdahin, Stan Brakhage, Von Calhau!

Muitas das sessões têm a presença dos cineastas, segue o programa completo em anexo e também neste link.

Teremos também disponíveis passes acessíveis para todo o ciclo (7 sessões) a 15euros (para aquisição até dia 5 de Junho).

29.05.2019 | by martalanca | Ecofeminismo

Refugees for refugees band

(Síria/Tibete/Paquistão/Iraque/Afeganistão/Bélgica)

Reúne músicos reconhecidos da Síria, do Tibete, do Paquistão, do Iraque, do Afeganistão e da Bélgica, unidos pelo desejo de tecer ligações entre a sua música. O grupo desenvolveu um repertório original na encruzilhada das suas diferentes tradições. Após dois anos de colaboração, este segundo álbum inicia um novo capítulo na história dos Refugees for Refugees. Representa a reconstrução, a energia nova necessária para mapear uma nova trajetória depois de ter sido desenraizada. Derrubando barreiras musicais, o grupo oferece um rico cardápio de sons, de canções populares afegãs ao refinamento da tradição clássica de Aleppo e Bagdad, através da força pura dos cânticos nómadas tibetanos, da leveza dos sons do Sarod paquistanês, das subtilezas do oud turco e da percussão oriental.

27.05.2019 | by martalanca | refugiados

Encontro com o escritor Amosse Mucavele - Feira do Livro

Conversa sobre o processo de criação literária em residência. A cultura e literatura moçambicanas. A lusofonia e a importância da leitura. A mobilidade da língua portuguesa. Moderado por Marta Lança (editora da revista Buala) I 89a Feira do Livro de Lisboa Stand BLX – Bibliotecas de Lisboa I 30 maio | 19h

Amosse Mucavele é o escritor vencedor da primeira edição da Residência Literária em Lisboa, criada ao abrigo do protocolo de cooperação celebrado entre a Câmara Municipal de Lisboa e o Camões – Centro Cultural Português em Maputo.

Nota Biográfica: Amosse Mucavele nasceu em 1987 em Maputo, Moçambique, onde vive. Poeta e jornalista cultural, coordenador do projeto de divulgação literária “Esculpindo a Palavra com a Língua”, foi chefe de redação de “Literatas – Revista de Literatura Moçambicana e Lusófona”, diretor editorial do Jornal O Telégrafo, Editor Chefe do Jornal Cultural Debate, Editor de Cultura no Jornal ExpressoMoz, Colaborador do Jornal Cultura de Angola e Palavra Comum da Galiza – Espanha. É membro do Conselho Editorial da Revista Mallarmargens (Brasil), da Academia de Letras de Teófilo Otoni (Brasil) e da Internacional Writers Association (Ohio – USA). Representou Moçambique na Bienal de Poesia da Língua Portuguesa em Luanda (2012), nas Raias Poéticas, Vila Nova de Famalicão (2013), no Festival Internacional de Poesia de Córdoba (2016) e em 2017 participou numa série de atividades em Portugal, nomeadamente: IV Festival Literário da Gardunha, no Fundão; VI Encontro de Escritores Lusófonos no âmbito da Bienal de Culturas Lusófonas, Odivelas; Conversa sobre a poesia moçambicana, no Centro Intercultura Cidade, Lisboa; Palestra na Universidade de Lisboa, entre outras. Com textos publicados em diversos jornais do mundo lusófono, publicou os livros: “A Arqueologia da Palavra e a Anatomia da Língua – Antologia Poética”, Revista Literatas, 2013 (coordenação) e “Geografia do Olhar: Ensaio Fotográfico Sobre a Cidade” (editora Vento de Fondo, Córdoba, Argentina, 2016), livro premiado como Livro do Ano do Festival Internacional de Poesia de Córdoba; no Brasil (Dulcineia Catadora Edições, Rio do Janeiro, 2016); em Moçambique (Cavalo do Mar, Maputo, 2017).

24.05.2019 | by martalanca | Amosse Mucavele, literatura, Moçambique

Antropologia em Moçambique

19 de Junho, 17h Auditório Sedas Nunes (ICS-ULisboa)Entrada LivreMetro: ENTRECAMPOS

A projecção do documentário Junod, realizado por Camilo de Sousa, é o mote para discutir a história da antropologia em Moçambique. O documentário retrata a vida e obra do suíço Henri-Alexandre Junod (1863-1934), missionário protestante que desenvolveu múltipla actividade: foi antropólogo, linguista, fotógrafo, entomologista e escritor de ficção. Filmado em Moçambique e na África do Sul, países onde Junod viveu, acedemos ao seu retrato através de intelectuais, seguidores e descendentes deste pensador e pioneiro da botânica e entomologia, que situam a diversidade e especificidades do seu trabalho.
A projecção é seguida por uma conversa entre Camilo de Sousa, realizador, Matheus Serva Pereira, investigador especializado em História social da África e Paulo Granjo, antropólogo.
Junod foi produzido em 2006, Moçambique/África do Sul, 46 min. Ganhou o prémio FUNAC no DocKanema. Mais detalhes sobre o filme aqui.

Ciências Sociais e Audiovisual explora o valor analítico e metodológico das imagens em movimento para o trabalho desenvolvido por cientistas sociais. Mais informações sobre o ciclo aqui. Organização: Francesco Vacchiano, Inês Ponte, Mariana Liz, Pedro Figueiredo Neto, Paulo Granjo ICS-ULisboa: R. Prof. Anibal Bettencourt, 9

 

22.05.2019 | by martalanca | antropologia, Moçambique

Mauritania: Bloggers languish in detention two months after their arrest for condemning corruption

Authorities in Mauritania must immediately and unconditionally release two famous bloggers who have been in detention for two months solely for posting on Facebook about alleged corruption in the country, Amnesty International said today.

Abderrahmane Weddady Abderrahmane Weddady Cheikh Ould Jiddou and Abderrahmane Weddady were arrested on 22 March by the Economic Crimes Unit in Mauritania’s capital Nouakchott, charged with ‘malicious accusation’, and detained at the central prison. Their national ID cards and passports were also confiscated by the authorities.

“Weddady and Ould Jiddou are known for their blog posts denouncing human rights violations and have inspired other young people across the country to exercise their right to freedom of expression including online,” said Kiné Fatim Diop, Amnesty International’s West Africa Campaigner.

“Their unlawful detention shows that the Mauritanian government is determined to crush dissent and use charges of ‘’malicious news’’ against perceived critical voices in the country. Two months after their arrest, Weddady and Ould Jiddou are still languishing in detention, and we are calling for their immediate and unconditional release.”

Weddady and Ould Jiddou criticized government alleged corruption in Facebook posts. Their allegations were based on media articles stating that the United Arab Emirates (UAE) had frozen around 2 billion US dollars in bank accounts belonging to individuals close to Mauritanian officials. They were first questioned as witnesses by the Economic Crimes Unit on 7 March, following a call for a judicial inquiry into corruption allegations. They were then arrested on 22 March. Three days later police searched their houses without presenting a warrant and seized Weddady’s computer.

“The Mauritanian authorities should be opened to debates, and criticism from human rights defenders, activists and journalists. Respect for and protection of the right to freedom of expression should be a priority for the authorities, ahead of a Presidential election next month,” said Kiné Fatim Diop.

“We are urging the authorities to release Weddady and Ould Jiddou and respect their rights to peacefully express their opinions.”

Background According to one of Weddady and Ould Jiddou’s lawyers, the Mauritanian Supreme Court refused the lawyers’ request to annul the opening of the procedure and rejected the bail request submission.  A new bail application was reintroduced on 13 May. In a statement published on 22 March the Prosecutor denied media reports of corruption.

 

 

21.05.2019 | by martalanca | Abderrahmane Weddady, mauritania

As Linhas da Terra: Percursos geofilosóficos e geopoéticos no Antropoceno

A língua filosófica e a língua poética podem falar a partir da Terra sem estabelecerem aí morada fixa. Formuladas a partir dela, formaram variantes e entrelaçamentos da linguagem em movimento, uma língua que percorre a terra e aí vai deixando rastos e alguns sulcos. Mas se formos verificar o modo como foi integrado e cultivado esse verbo planetário, a sua transmissão, a sua retórica, o modelo arquitectónico do seu desenvolvimento e o seu arquivo, encontraremos, frequentemente no caso da filosofia, mas a que a literatura não é estranha, categorias e formas que confundem o discurso sobre o mundo e as vozes que podem ser escutadas por intermédio do mundo. Tudo isto fixa a nossa ideia deste e vem pesar à Terra. A língua que passa pelo mundo, traçando nela linhas, é uma língua aberta à polifonia que aí ecoa. É atravessada pela polifonia dos elementos que se movem incessantemente. A polifonia das expressões de milhares de culturas humanas. E a polifonia dos inúmeros seres que vivem connosco. Todas essas vozes – que chegaram a participar da língua aqui evocada – entraram hoje em tumulto enquanto outras foram silenciadas definitivamente. É aquilo a que os humanos chamam o Antropoceno, a Era em que o homem põe fim à diversidade das expressões do mundo teorizando ao mesmo tempo a sua própria supremacia. Cada linha traçada na terra é a marca de uma vida comum e passante. Todos estamos na Terra, mas a consciência dessa situação pode aí ser escutada pelo nomadismo assumido por um corpo ou pela palavra que prolonga esse movimento. 2 A todos os participantes é pedido um certo percurso, partindo de alguma posição na Terra e, daí, traçando linhas que atravessarão as demarcações estabelecidas por esquemas de pensamento. Este encontro é também uma homenagem ao poeta, escritor e pensador Kenneth White, criador da Geopoética, propondo um exercício de escuta e expressão em comum com uma variante possível desta língua, a Geofilosofia. Nem o filósofo está liberto do que de poético lhe trazem as vozes intratáveis da Terra, nem o poeta se encontra dispensado dos saberes inteligíveis ou da reflexão epistémica que o seu ofício contém. «Espaço», «energia» e «luz» são, segundo o próprio, três palavras-chave deste autor. Sabendo de que modo a civilização recorreu a elas, a pergunta pertinente não será tanto a de saber o que fizemos delas e das forças que lhes estão associadas, uma história dos equívocos que nos dispensaram do planeta, mas antes aquela que se questiona sobre o que nelas permanece ignorado, votado à inutilidade e, ainda assim, indispensável a uma vida que se redescobre inteira nesta Terra.

Data: 21 e 22 de Maio Local: Anfiteatro III da FLUL

21-22 May 2019 | Amphitheatre III (School of Arts and Humanities – University of Lisbon)

KEYNOTE SPEAKER Kenneth White

ORGANIZING COMMITTEE

Paulo Borges

Paula Morais

Eduardo Jordão

Marco Martins

SCIENTIFIC COMMITTEE

Viriato Soromenho-Marques

Paulo Borges

Jorge Leandro Rosa

 

 

 

 

20.05.2019 | by martalanca | antropoceno, conferência, terra

Werkleitz Festival Model an Ruin

2019 Werkleitz Festival Model an Ruin as apart of the Bauhaus Centenary Celebration. Ângela Ferreira will participate with the project Zip Zap Circus School and a new sculpture inspired by the Kiosk of Ludwig Mies Van Rohe.on 25 May, Dessau 


20.05.2019 | by martalanca | ângela ferreira

Comemorações do dia de África: A Mulher nas lutas de libertação em África

24 de Maio Sala B1, Biblioteca da Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa 15:00 - 19:00

Mesa-redonda sobre A Mulher nas lutas de libertação em África No âmbito das actividades que assinalam as comemorações do 20º Aniversário do CEC (1999-2019) e das comemorações do Dia de África (25 de Maio) na FLUL, esta actividade visa debater a participação das mulheres nas lutas de libertação nos cinco países africanos de língua oficial portuguesa.

Participantes: Maria Paula Meneses (CES/FEUC- UCoimbra),Rosa Cruz e Silva (Universidade Agostinho Neto, Angola), Margarida Paredes (ISCTE/CRIA), Odete Costa Semedo (Universidade Amílcar Cabral, Guiné-Bissau), Vera Duarte (Academia Cabo-verdiana de Letras), Maria Maomé Smith (ONG Men Non, São Tomé e Príncipe) Discussant: Inocência Mata (CEC/CHUL) Moderação: José da Silva Horta (CHUL) OrganizaçãoCEC – Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

  •  
  • [Projectos Discursos Memorialistas e a Construção da História (CITCOM) e GENORE – Género, Normatividade, Representações (MORPHE)],CHUL – Centro de História da Universidade de Lisboa, Curso de Estudos Africanos-FLUL.
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25 de Maio Anf. III, Biblioteca da Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, 11:00 – 12.30

Palestra sobre O lugar da língua portuguesa na Guiné-Bissau Profa. Doutora Odete Costa Semedo (Universidade Amílcar Cabral, Guiné-Bissau)

 

20.05.2019 | by martalanca | independência, mulheres, mulheres na luta armada em Angola

Mostrar ou não mostrar, eis a questão - Censura e Sexualidade no Cinema. Curso de Verão

Mostrar ou não mostrar, eis a questão - Censura e Sexualidade no Cinema Início: 8 de julho

Datas: 8 a 12 de julho | dias úteis das 18h00 às 21h00

Docente Responsável: Bruno Marques

Docentes: Ana Bela Morais, Bruno Marques e Érica Faleiro Rodrigues

Áreas: História da Arte e Estudos Artísticos

 

As recentes polémicas em torno da censura – em museus, na imprensa, etc. – têm-se estendido também ao cinema. Pela sua reverberação histórica, estas têm gerado acesos debates na praça pública. Posições dividem-se entre a defesa da liberdade de expressão e os chamados “valores de decência”. O nexo Sexualidade e Censura surge assim como oportuno ponto de partida para repensar, retrospetiva e prospetivamente, muitas das tensões e dos paradoxos que caracterizam esta temática. Ao longo deste curso, pretendemos mostrar como a censura ao erotismo e à sexualidade influenciou a criação, circulação, exibição e interpretação de obras cinematográficas desde o seu nascimento até à década de setenta, influência esta que deixou marcas até à atualidade.

Programa Apresentando uma visão que passa por unidades abertas a uma panorâmica alargada do plano internacional, e unidades com um foco mais particular e específico no contexto Português, este curso propõe uma análise da censura ao cinema desde o cinema mudo até aos anos setenta:

(1) do início da história do cinema ao Código Hayes, na sua estrita relação com as profundas mudanças ao nível da revolução dos costumes na cultura popular;

(2) sobre o papel que o cinema experimental assume enquanto força transgressiva e de contracultura;

(3) sobre a forma como no Portugal marcelista estas mudanças foram sentidas, filtradas e cerceadas, nomeadamente através da existência de uma Comissão de Censura, que revia todos os filmes, nacionais e estrangeiros, antes de serem exibidos em território nacional;

(4) sobre a revolução de 1974 e o fim da censura estatal ao cinema em Portugal.

Neste contexto, procurar-se-á compreender de que forma, e por que razões, excertos, e até filmes inteiros, terão sido, em diferentes contextos e momentos, objecto de interdições. Para tal, abordar-se-ão os seguintes temas: as persistências vindas das antigas ortodoxias dominantes (a moral religiosa, o primado da procriação, o modelo social patriarcal, o controlo da comunidade); as conceções em torno da plasticidade ou maleabilidade das identidades sexuais; as contestações dos padrões de normalidade; os incentivos sociais a um experimentalismo sexual mais igualitário e liberto de preconceitos; a “revolução sexual”, a emancipação da mulher e os movimentos queer no cinema; as representações de práticas sexuais interditas, previamente marginalizadas e de carácter panfletário anti-homofóbico, como posição política em defesa da identidade queer; a objetificação da mulher dentro das estruturas capitalistas.
As aulas serão constituídas por apresentações expositivas, pela projecção de imagens e filmes e pelo debate com os alunos.

Aula 1: Cinema, Censura e Revolução dos Costumes
• O que é censurar?
• Censura institucional, censura social e auto-censura
• Liberdade de expressão: o direito de ofender e seus limites
• Cinema e arte, erotismo e pornografia, quais as fronteiras?
• “O pessoal é o político”

Objetivos: Enquadrar histórica e conceptualmente o tema em estudo
Duração: 3 horas

Aula 2: Da Censura no Cinema Primitivo ao Hayes Code
• O cinetoscópio e os primeiros beijos
• Transgressão e censura no cinema mudo
• Sexualidade e violência nas décadas que precedem o código Hayes
• O que foi e o porquê do código Hayes? Qual o seu impacto?

Objetivos: Compreender etapas importantes da história da censura ao cinema, num contexto internacional.
Duração: 3 horas

Aula 3: Art (core): A Vanguarda e o Corpo Fílmico.
• A cena nova-iorquina da década de 1960
• Os clássicos do Underground
• Os cineastas do Cinema of Transgression
• A Cultura Alternativa Queer.

Objetivos: Compreender a forma como, através do corpo explícito no género do filme experimental, alguns cineastas quebraram tabus e a censura da cultura popular nos Estados Unidos
Duração: 3 horas

Aula 4: Censura ao Erotismo no Cinema Durante o Período Marcelista
• “Primavera marcelista”: abertura dos critérios da Comissão de Censura aos filmes? A censura ao corpo nu e as cenas eróticas.
• Qual o tema mais censurado: o erotismo ou a violência?
• Censurados e proibidos: alguns exemplos concretos de filmes nacionais e estrangeiros
• Análise da evolução do sistema censório aos filmes no período do governo de Marcello Caetano (1968-1974)

Objetivos: Compreender o modo como os filmes eram censurados pela Comissão de Censura na época de Marcello Caetano (1968-1974), incidindo nos cortes respeitantes ao erotismo
Duração: 3 horas

Aula 5: Portugal Revolucionário, da Censura à Legislação
• Como acabou a censura em Portugal
• 74-76: anos de transgressão e cinema pornográfico?
• Produção e Exibição: comparação entre a transição democrática Portuguesa e a Espanhola.
• Os principais debates à volta da lei do cinema: censurar e legislar, que diferenças?
• O cinema dos anos 70 que reflecte sobre a censura

Objetivos: Mapear e analisar o período desde o fim da censura, com a revolução de 1974, até ao aparecimento da legislação para a exibição de cinema em Portugal em 1976.
Duração: 3 horas

 

 

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Bibliografia

DURAND, Pascal. La censure invisible. Paris : Actes Sud, 2016. // LEWIS, Jon, Hollywood V. Hard Core: How the Struggle Over Censorship Created the Modern Film Industry, NYU Press, 2000

BUSTARRET, Claire ; VIOLLET, Catherine. Génèse, censure, autocensure. Paris : CNRS, 2005

BILTEREYEST, Daniel and WINKEL, Roel Vande (eds.), Silencing Cinema_ Film Censorship around the World, Palgrave Macmillan US, 2013

CABRERA, Ana (Coordenação), Censura Nunca Mais - A Censura ao Teatro e ao Cinema no Estado Novo, Aletheia, 2013

MORAIS, Ana Bela, Censura ao Erotismo e Violência - Cinema no Portugal Marcelista (1968-1974), Húmus, 2017

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Ana Bela Morais é investigadora contratada de pós-doutoramento, com o projeto Cinema e Censura: amor e violência em Portugal e Espanha (1968-1974), no cluster DIIA (Diálogos Ibéricos e Ibero-americanos), do Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Tem o doutoramento em Teoria da Cultura subordinado ao tema: Processos de cicatrização: qual a profundidade das feridas? Uma leitura de sete filmes contemporâneos. Entre outras publicações, nacionais e internacionais, publicou um livro pelos Livros Horizonte (2008) que resultou da sua dissertação de Mestrado: Virgílio Ferreira. Amor e Violência e outro, pelas Edições Húmus (2017), que corresponde à sua investigação de Pós-doutoramento: Censura ao Erotismo e Violência. Cinema no Portugal Marcelista (1968-1974). Leciona a disciplina Cinema e Literatura na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Bruno Marques é investigador contratado de pós-doutoramento no Instituto de História da Arte da NOVA FCSH, onde coordena o cluster Photography and Film Studies. Foi Professor Auxiliar Convidado na FSCH (2016-2017), no ISCE (2010-2015) e na ESAD.CR (2014). Autor do livro Mulheres do Século XVIII. Os Retratos. Coordenou os livros Sobre Julião Sarmento e Arte & Erotismo. Entre outros projetos editoriais, co-editor do número especabial SEX AND CENSORSHIP IN ART da Revista de História da Arte. Co-coordenou as conferências internacionais Arte e Erotismo (NOVA FCSH, 2012), Tempos e Movimentos da Imagem (FCSH e ESAD.CR, 2018) e Whats love got to do with it? Performance, Affectivity, Intimacy (Culturgest, 2019). Autor de vários capítulos de livros e artigos científicos em revistas académicas nacionais (Revista de História de Arte, Aniki, Cultura, Convocarte) e internacionais (Photographies, Philosophy of Photography, RIHA Journal, Quintana e MODOS).

Érica Faleiro Rodrigues é licenciada em Realização para Cinema pela University of the Arts, London. Mestre na área das Ciências da Comunicação por Goldsmiths College e doutoranda em Cinema Português por Birkbeck College, com o projeto de tese Women in Portuguese Cinema Before and After the Revolution: Representation and Reality. É investigadora associada do Instituto de História Contemporânea da Universidade NOVA de Lisboa. O impacto social do seu trabalho como realizadora granjeou-lhe uma Skillset Millennium Fellowship do governo britânico pela realização de documentários sobre o papel da arte na vida de refugiados. Lecionou, como Associate Tutor da University of London, na cadeira de Desenvolvimento de Pensamento Crítico Académico e como professora convidada da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa na cadeira de Práticas Cinematográficas. É co-editora do futuro número temático da Revista de História da Arte do IHA da FCSH, número este dedicado ao tema Censura e Arte.

 

19.05.2019 | by martalanca | cinema, sexualidade