AS CRIANÇAS, UM TEATRO E UMA CIDADE

O LU.CA – Teatro Luís de Camões é o primeiro espaço em Portugal exclusivamente dedicado às artes performativas para a infância e para a adolescência. Esta responsabilidade motivou-nos a propor uma reflexão conjunta com outros programadores de instituições com características semelhantes, artistas com circulação internacional, educadores, académicos e com as próprias crianças.

Queremos ouvir e pensar em conjunto sobre como é criar, construir e programar para e com as crianças e adolescentes; que opções culturais existem para esta faixa da população e que implicações têm nas cidades. Como são pensados e que lugares de escuta são dados a cada criança; que formas de fazer educação são mais amigas de uma educação integral e partilhada entre escolas, comunidades familiares (ou outras) e instituições culturais; o que tem trazido aos artistas o trabalho para estes públicos e, finalmente, mas da máxima importância, o que pensam as crianças e adolescentes de tudo isto? Que contributos podem dar para construir um espaço que lhes é dedicado?

Catarina Sobral (ilustradora/PT), Cristina Costa (professora Escola Básica Homero Serpa/PT), Fabrice Melquiot (diretor do Théatre Am Stram Gram/SW), Gabriela Trevisan (professora Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti/PT), Gino Coomans (BRONKS Theater for a Young Audience/BE); Helena Singer (socióloga/BR), Jorge Ramos do Ó (professor Instituto da Educação UL/PT), Manuel Sarmento (professor e investigador Instituto da Educação UM/PT), Pedro Penim (ator e encenador/PT), Virgílio Varela (facilitador nas áreas da Capacitação, Participação e Criatividade/PT).

PROGRAMA:

5.ª feira, 24 janeiro 2019

14h00 -14h30

ABERTURA

Susana Menezes (diretora artística do LU.CA – Teatro Luís de Camões) e Liliana Coutinho (curadora e investigadora IHC)

14h30 – 16h00

TEATROS PARA INFÂNCIA E PÚBLICO JOVEM

Oradores:

Fabrice Melquiot – Théâtre Am Stram Gram, Teatro para a Infância e para a Juventude, Genebra/Suíça

Gino Coomans, Bronks – Teatro para o Público Jovem, Bruxelas/ Bélgica

Susana Menezes – moderação

16h30 -17h00

O QUE DIZEM AS CRIANÇAS

Coordenado por Virgílio Varela.

Com alunos do 4.º ano da Escola Básica Homero Serpa de Lisboa e a colaboração da professora Cristina Costa.

17h00 – 18h00

CRIAR PARA CRIANÇAS

Oradores:

Catarina Sobral, ilustradora e autora de livros infantis, Portugal

Pedro Penim, ator e encenador, Portugal

Susana Menezes – moderação

6.ª feira, 25 janeiro 2019

10h00 – 13h00, Casa da América Latina

ESCUTA E PARTILHA

Virgílio Varela – moderação

Sessão prática de debate e diálogo participativo, através da metodologia World Café

14h30 – 16h30

A CIDADE, UM TEATRO E A EDUCAÇÃO

Oradores:

Manuel Sarmento – professor e investigador, Portugal

Helena Singer – socióloga, Brasil

Jorge Ramos do Ó – professor, Portugal

Liliana Coutinho – moderação

17h00 – 18h00

RELATO E CONCLUSÕES

Oradora:

Grabriela Trevisan, investigadora e professora, Portugal

ENCERRAMENTO

Susana Menezes e Liliana Coutinho

Download do programa completo da conferência As crianças, um teatro e uma cidade

INFORMAÇÕES ARTÍSTICAS

CURADORIA LILIANA COUTINHO E SUSANA MENEZES 

25.01.2019 | by martalanca | infância, teatro

Op-Film: Uma Arqueologia da Ótica

no HANGAR de 23 de Janeiro | 18h até 20 de Abril | Quarta-feira a Sábado, 15:00 – 19:00 (ou por marcação através do geral@hangar.com.pt) I Entrada Livre I Op-Film: An Archaeology of Optics é uma exposição colaborativa dos artistas e cineastas Filipa César e Louis Henderson.

A exposição é composta por um filme e uma instalação baseados num processo de investigação em curso que explora de que forma as tecnologias óticas de design militar e colonial – das lentes de Fresnel aos sistemas globais de navegação por satélite – informam e são informadas pelos modelos de conhecimento ocidentais. Através de uma abordagem crítica às ideologias por trás do desenvolvimento destes instrumentos de orientação e vigilância, os artistas consideram que os gestos imperiais de descoberta, revelação e posse estão embutidos em associações entre o ver e entender, a projeção de luz e iluminação.

O filme Sunstone (2017) acompanha as lentes de Fresnel desde o local de produção até à sua exposição num museu de faróis e dispositivos de navegação. Simultaneamente, examina os diversos contextos sociais nos quais a ótica está implicada, contrastando o sistema de comércio triangular que se seguiu às primeiras chegadas europeias ao ‘Novo Mundo’ com o potencial político visto na Op art na Cuba pós-revolucionária. Incorporando imagens de celuloide de 16mm, capturas digitais de ambientes de trabalho e CGI 3D, o filme mapeia igualmente uma trajetória tecnológica: dos métodos históricos de navegação ótica aos novos algoritmos de localização, da projeção singular às visões satélites de múltiplas perspetivas. Registando estes avanços técnicos progressivamente através dos materiais e meios de produção dos seus filmes, os artistas desenvolvem o que eles descrevem como “um cinema de afeto, um cinema de experiência – um Op-Film”.

Juntamente com este trabalho, a instalação Refracted Spaces (2017) reúne materiais documentais importantes que sustentam suas pesquisas até o momento, incluindo imagens arquivísticas, mapas oceânicos, plantas de faróis, luzes e fragmentos de lentes de Fresnel. Após a Bienal de Contour em Março de 2017, a instalação viajou para a Gasworks (Londres), para a Temporary Gallery (Colónia) e Khiasma (Paris). A exposição é pensada como uma plataforma de investigação contínua pelos dois artistas e cria, em cada contexto, eventos públicos, projeções e conversas que estendem a exposição.

Filipa César é uma artista e cineasta interessada nos aspetos ficcionais do documentário, nas fronteiras porosas entre o cinema e sua receção, e nas políticas e poéticas inerentes à imagem em movimento. O seu trabalho toma os media para expandir ou expor contra narrativas de resistência ao historicismo. Desde 2011, César tem estudado as origens do cinema na Guiné-Bissau como parte do Movimento de Libertação Africano. Uma seleção de exposições e projeções foram realizadas em: 29th São Paulo Biennial, 2010; Manifesta 8, Cartagena, 2010; Haus der Kulturen der Welt, Berlin, 2011–15; Jeu de Paume, Paris, 2012; Kunstwerke, Berlin, 2013; SAAVY Contemporary, Berlin 2014–15; Futura, Prague 2015; Tensta konsthall, Spånga, 2015; Mumok, Vienna, 2016, Contour 8 Biennial; Mechelen and Gasworks, London; MoMA, New York, 2017.

Louis Henderson é um artista e cineasta cujas obras investigam conexões entre colonialismo, tecnologia, capitalismo e história. A sua pesquisa procura formular um método arqueológico dentro da prática cinematográfica, refletindo sobre o materialismo animista. Henderson mostrou o seu trabalho em espaços tais como: Rotterdam International Film Festival, Doc Lisboa, CPH:DOX, New York Film Festival, The Contour Biennial, The Kiev Biennial, The Centre Pompidou, SAVVY Contemporary, The Gene Siskell Film Centre e Tate Britain. Em 2015, recebeu o Prémio Barbara Aronofsky Latham como Artista Vídeo Emergente no 53º Ann Arbor Film Festival, EUA, e o Prémio European Short Film – Festival Internacional de Cinema New Horizons, Wroclaw, Polónia. O seu trabalho é distribuído pela LUX (UK) e pelo Video Data Bank (EUA).

22.01.2019 | by martalanca | filipa césar, filme, HANGAR, Louis Henderson

Ciclo de Debates | NARRATIVAS AFRO-EUROPEIAS

O Ciclo de Debates “Narrativas Afro-Europeias” (de janeiro a junho 2019 na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - NOVA FCSH) abordará a ligação das culturas europeias e africanas na Europa de hoje, enraizada não apenas na história e na memória coletivas, mas também na origem e experiências atuais de muitos cidadãos europeus. Valorizando o debate público e a cidadania como vocações fundamentais do conhecimento, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa promoverá o diálogo com um conjunto alargado de interlocutores acerca da interculturalidade afro-europeia, a partir da realidade portuguesa. Em foco, estarão temáticas como: o acesso à educação pelas gerações afrodescendentes; a importância das artes na produção de um imaginário pós-colonial; as narrativas como mediação entre diferentes vozes, raízes e experiências; o reconhecimento da diversidade e o combate à discriminação; a língua portuguesa como língua comum a várias culturas e nações; a cidadania europeia e a interculturalidade como política.
1ª EDIÇÃO | 30 Janeiro 2019 | 16 horas / NOVA FCSH | Torre B, Auditório 1
“AFRODESCENDÊNCIA E SISTEMA EDUCATIVO”

Haverá periferias no sistema educativo português? O Sistema Educativo é a base fundamental da coesão social nas sociedades democráticas, promovendo a igualdade de oportunidades e, ao mesmo tempo, o respeito pelas diferenças. Está o sistema educativo em Portugal preparado para responder aos desafios sociais e culturais de uma sociedade cada vez mais diversa? De que modo tem o sistema educativo português respondido às exigências de uma condição pós-colonial? Quais os obstáculos no acesso à universidade para os estudantes afrodescentes? Haverá periferias e discriminação no sistema educativo e na vida escolar?

PROGRAMA:
Abertura Francisco Caramelo (Diretor da NOVA, FCSH)
Susana Trovão (Subdiretora para a Investigação da NOVA)
Painel
Beatriz Gomes Dias (Presidente da DJASS - Associação Afrodescendentes)
Cristina Roldão  (Investigadora do CIES - IUL)
David Justino  (Ministro da Educação do XV Governo Constitucional, Professor da FCSH, investigador do
CICS.NOVA)
Fernanda Rollo (Secretária Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, do XXI Governo Constitucional 2015-18; Professora da FCSH, investigadora do HIC)
Sónia Magalhães  (Diretora do PRSD – Provedores de Respostas Sociais Para o Desenvolvimento)
Convidados (Debate): Ariana Furtado (Professora, 1º ciclo); Elisa Valério (Professora de PLNM, 2º ciclo e Secundário); Luís Vitorino (Presidente da Associações de Estudantes Angolanos de Lisboa); Smith Mendes (Núcleo de Estudantes Africanos e Lusófonos - AE FCSH); Tiago Fortes (Núcleo de Estudantes Africanos - AE FCT-UNL); Alberto Junior (Presidente da Associação de Estudantes da Guiné Bissau no Porto (AGBP).
Moderação: Alexandra Prado Coelho (Jornalista)
Contacto
Projeto African-European Narratives, ICNOVA - Instituto de Comunicação, NOVA FCSH, FCSH - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa Av. de Berna, 26 C, 1069-061 Lisboa info@africaneuropeanarratives.pt WWW.AFRICANEUROPEANARRATIVES.EU
Narrativas Afro-Europeias é um projeto do Programa “Europa Para os Cidadãos” que se associa também à proclamação pelas Nações Unidas da Década Internacional da Afrodescendência (2014-2025).

21.01.2019 | by martalanca | afro-descendentes, NARRATIVAS AFRO-EUROPEIAS

Alda e Maria: por aqui tudo bem, de Pocas Pascoal

Sessão do ciclo Ciências Sociais e Audiovisual: consequências da Guerra 24 de Janeiro, 18h Auditório Sedas Nunes (ICS-ULisboa) I Entrada Livre

A projecção da longa de ficção realizada por Pocas Pascoal, Alda e Maria: por aqui tudo bem é o mote para debater o cruzamento entre consequências da guerra civil de Angola (1976-2002), género e migração. Situado na década de 1980, o filme narra a história de duas irmãs adolescentes que rumam até Lisboa, na esperança de um futuro mais promissor.

A projecção é seguida de debate, entre a realizadora de origem Angolana e Marzia Grassi, investigadora em estudos africanos, género, migração. 

Alda e Maria: por aqui tudo bem foi produzido em 2011, Portugal, 94 min. Teve distribuição comercial em Portugal, circulou em vários festivais (Brasil, Alemanha, Burkina Faso, Suíça, França, Emirados Árabes Unidos), tendo sido premiado tanto no IndieLisboa em 2012, como a Melhor Longa Metragem Portuguesa de Ficção, como no Festival FIC Luanda em 2011 como a melhor Longa Metragem Angolana. Mais detalhes sobre o filme aqui.

Pocas Pascoal nasceu em Luanda em 1963, tendo migrado para Portugal (Lisboa) em 1983 e mais tarde França (Paris), onde estudou cinema. Memórias de Infância (2000), Há sempre alguém que te ama (2003), Amanhã será diferente (2009) são outros filmes que realizou. 

O ciclo Ciências Sociais e Audiovisual explora o valor analítico e metodológico das imagens em movimento para o trabalho desenvolvido por cientistas sociais. Mais informações sobre o ciclo aqui. Organização: Inês Ponte, Mariana Liz, Pedro Figueiredo Neto, Paulo Granjo; ICS-ULisboa: Rua Prof. Anibal Bettencourt 9, Lisboa. Metro: ENTRECAMPOS.

16.01.2019 | by martalanca | angola, cinema, Pocas Pascoal

IV Simposium Internacional EDiSo 2019 – “Vozes, silêncios e silenciamentos nos estudos do discurso”

Convidamos investigadores, doutorados, doutorandos, mestres, e outros profissionais e activistas,  a propor uma comunicação (máx 20 mins de apresentação) para dois painéis que estamos a organizar entre junho e julho de 2019.

A) Um primeiro painel sob o título”(Des)Encontros linguísticos: que invisibilidades e silenciamentos entre as populações negras na Europa?”

Este painel pretende estimular a discussão e reflexão sobre o papel dos investigadores em termos de trabalho conceptual e metodológico sobre diversidade linguística na Europa, com foco particular nas populações negras.

Aceitam-se propostas de comunicação  em português, inglês, cabo-verdiano, espanhol e galego, até ao final de janeiro de 2019, a submeter aqui e para Raquel_Matias@iscte-iul.pt

Este painel surge integrado no IV Simposium Internacional EDiSo 2019 – “Vozes, silêncios e silenciamentos nos estudos do discurso” que terá lugar em Vigo entre 5 e 7 junho 2019.

+ info sobre o Simpósio, e todos os 18 painéis previstos (o nosso é o painel n.º9, página 8):

https://www.edisoportal.org/attachments/article/1362/EDiSo_2019_Resumen_Sesiones.pdf

E aqui

B) Um segundo painel  sob o título “Decolonising knowledge: African and European linguistic (dis)encounters”

Este painel pretende estimular a discussão e reflexão sobre o trabalho histórico e atual de diversas disciplinas sobre diversidade linguística na Europa, com foco particular nas populações negras.

Aceitam-se propostas de comunicação em inglês ou português até 28 de fevereiro 2019, a submeter aqui.

Este é um painel integrado na 7ª Conferência Bianual da Rede Afroeuropeans: “In/Visibilidades Negras Contestadas”, que irá decorrer em Lisboa (ISCTE - IUL) entre 4 e 6 julho de 2019.

+info: onde poderão ainda consultar a informação sobre todos os 34 painéis que vão ter lugar neste conferência.

O nosso painel surge integrado na linha temática da conferência: “Decolonising Knowledge on Black Europe, African Diaspora and Africa.” 

 

 

Ana Raquel Matias Professora Auxiliar Convidada/Invited Assistant Professor, Investigadora de pós-doutoramento/Postdoctoral research fellow at CIES-ISCTE-IUL (em português) 

16.01.2019 | by martalanca | simpósio

Colonial and postcolonial landscapes

The infrastructure of the colonial territories obeyed the logic of economic exploitation, territorial domain and commercial dynamics among others that left deep marks in the constructed landscape. The rationales applied to the decisions behind the construction of infrastructures varied according to the historical period, the political model of colonial administration and the international conjuncture.​

This congress seeks to bring to the knowledge of the scientific community the dynamics of occupation of colonial territory, especially those involving agents related to architecture and urbanism and its repercussions in the same territories as independent countries.

It is hoped to address issues such as how colonial infrastructure has conditioned the current development models of the new countries or what options taken by colonial administrations have been abandoned or otherwise strengthened after independence.​

The congress is part of the ongoing research project entitled “Coast to Coast - Late Portuguese Infrastructural Development in Continental Africa (Angola and Mozambique): Critical and Historical Analysis and Postcolonial Assessment” funded by ‘Fundação para a Ciência e Tecnologia’ (FCT - Foundation for Science and Technology), which has as partner the Calouste Gulbenkian Foundation (FCG).​

The aim of this congress is to extend the debate on the repercussions of the decisions taken by the colonial states in the area of ​​territorial infrastructures - in particular through the disciplines of architecture and urbanism - in post-independence development models and the formation of new countries with colonial past.

see programme 

11.01.2019 | by martalanca | Africa, arquitectura, colononial, pós colonial, seminário

SEMINÁRIO: descolonizar os museus: isto na prática…?

Descolonizar os museus: isto na prática…?

As políticas do Tropenmuseum (Amsterdão) e uma reflexão sobre o caso português
com Wayne Modest e especialistas portugueses
22 Mar, Sexta, 10h-13h e 14h30-16h30

organização: Acesso Cultura 
Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (Auditório A. Sedas Nunes) 

TropenmuseumTropenmuseumA proposta da criação do Museu das Descobertas pela Câmara Municipal de Lisboa trouxe também a Portugal o debate sobre a descolonização dos museus, que tem estado na ordem do dia em vários países do mundo, muito especialmente em países que no passado tiveram colónias e/ou com uma forte ligação à escravatura. O debate em Portugal foi aceso, o que pode ser considerado um bom sinal. Raramente os museus e o seu papel na sociedade são discutidos publicamente e de forma tão intensa. Entretanto, em Novembro 2018, com o relatório Sarr-Savoy encomendado o Presidente francês Emmanuel Macron, a questão da restituição de objectos, ilegalmente retirados dos seus territórios de origem durante o período colonial, trouxe mais pressão sobre os museus em relação às suas práticas.

A Acesso Cultura gostaria de dar seguimento à reflexão que se iniciou no ano passado. Para isso, convidámos Wayne Modest, sub-director do Tropenmuseum, uma referência, neste momento, no que diz respeito às práticas de descolonização. Entre outras coisas, queremos saber:

  • O que significa descolonizar um museu?
  • Qual o contexto e as razões porque o Tropenmuseum decidiu adoptar uma estratégia de descolonização?
  • Como foi construída esta estratégia? Quem esteve envolvido?
  • Como é que começou a ser posta em prática?
  • Quais os resultados até agora?
  • Quais as reacções da equipa do museu, dos profissionais em geral, dos visitantes do museu e da sociedade em geral?
  • Quais os pontos fortes e fracos desta prática até agora? O que é que o museu tem aprendido?

À apresentação de Wayne Modest seguir-se-á um debate com especialistas portugueses de várias áreas relacionadas com esta temática:

  • António Pinto Ribeiro (a confirmar)
  • Catarina Simão
  • Isabel Raposo Magalhães
  • Joacine Katar Moreira
  • Judite Primo
  • Luís Raposo
  • Mamadou Ba
  • Paulo Costa

Haverá tradução simultânea português – inglês.

Ficha de inscrição
PREÇÁRIO
Normal: €15
Associados da Acesso Cultura: €10
Estudantes do Instituto de Ciências Sociais: €10

 

10.01.2019 | by martalanca | Descolonizar os museus, Tropenmuseum

"Sexual and Reproductive Rights: conflicting narratives and the future of Gender in Africa"

ECAS 2019, Panel Anth23 The panel is convened by Ricardo Falcão and Clara Carvalho.
“In Africa public discourses, by authority figures like politicians and religious leaders, concerning gender often refer to moral identities rooted in sociocultural beliefs and religion. At the same time, human rights concerning sexuality and reproduction, are sometimes frowned upon as tokens of westernisation. These regimes of representation and public performances invoking social norms and african identities, are political tools. And even if gender cannot be adopted uncritically in african contexts, without the risk of misrepresenting important social dynamics, such as seniority (Oyewumi), efforts to downplay its importance as a descriptive tool do more for conservative, nativist agendas, and power dynamics associated with violence and inequality, than for human rights, a language that is not the language most people use to describe their problems.However, activisms for sexual citizenship and gender often work precisely on discursive levels (but not only) to convey new languages to people in order for rights to be claimed. By creating new spaces for debate activisms help deconstruct normativity as the only narrative and generate new forms of social commentary oriented towards better informed decisions for individuals, even if in their lives structural constraints remain a reality. Technology also helps boost this approach by expanding outreach, registering, giving more visibility.In this panel we welcome scholars to rethink gender as an analytical tool from a decolonial, decentered, pluralist, critical perspective by taking into account current activisms in gender in areas such as GBV, sexual violence, FGM/C, education, alongside discourses opposing social change and invoking social norms.

more info

image taken from here 

07.01.2019 | by martalanca | Africa, gender

Posso saltar do meio da escuridão e morder

foto de Sofia Berberanfoto de Sofia BerberanO Teatro GRIOT, que este ano completa 10 anos, a convite do Teatro dos Aloés apresenta o espectáculo Posso saltar do meio da escuridão e morder, com encenação de Rogério de Carvalho, nos Recreios da Amadora, entre 25 e 27 de Janeiro. O espectáculo estreou em Cabo-Verde a 4 de Novembro de 2018, integrando a programação do Festival Mindelact, e em Dezembro esteve em cena no Teatro do Bairro, em Lisboa. 

Posso saltar do meio da escuridão e morder

O que vive abaixo da superfície da sujeição? A ausência de liberdade pode fazer morrer uma alma? A insubmissão surge como a única possibilidade de sobrevivência para uma mulher, que se descobre mulher e negra no contexto dos lugares estanques da escravatura. O percurso do espectáculo é afinal uma provação como via para a consciência. Entre o imaginário, o simbólico e o real, Daniel, Gio e Zia avançam em direcção à lucidez - na 1ª pessoa, na 3ª pessoa, por vezes em ambas - à própria palavra que gera uma voz e um corpo mineral, vegetal, animal. Rogério de Carvalho, encenadorA Coisa impossível - traumática provém do Espaço Interior. Inicialmente tudo o que vemos é o Vazio - o Céu escuro, infinito, o abismo sinistramente silencioso do Universo, com estrelas cintilantes dispersas, que são menos objectos materiais do que pontos abstractos; depois, de súbito, ouvimos um som por detrás de nós, do nosso fundo mais íntimo, a que vem juntar-se o objecto visual, a origem desse som - a gigantesca versão dos barcos que transportam escravizados. O objecto - Coisa é assim transmitido como parte de nós mesmos que expelimos para a realidade… Também buscamos. Esta intrusão da Coisa parece trazer o alívio, suprimindo o horror de contemplar o vazio infinito do Universo.É a materialização das fantasias traumáticas mais íntimas; isso explica o enigma das estranhas lacunas da sua memória. O que ela escreve é a imagem fantasmática que tem dele. Faz parte do Espaço Interior (de si para si). Não são  invenção sua os factos e os sentimentos que narra? Existiram? É a Coisa? Não se trata de um Vazio? Não vemos as acções, apenas ouvimos. O processo da Escravatura/Coisa, o desenvolvimento da sua História é a sua concretização? No final regressa ao lugar de partida assumindo a consciência do que é ser negra. A posição trágica é que ela adquire consciência de toda a identidade substancial, de que não é nada em si mesma, dado que só se julga existir sonhando com o Outro. A imensidão está nela quer na voz quer na fala. 

Encenação Rogério de Carvalho Texto selecção e montagem colectiva Actores Daniel Martinho, Gio Lourenço, Zia Soares

Design de som Chullage

Design de luz Jorge Ribeiro

Voz e elocução Luís Madureira

Apoio ao movimento Cláudia Bonina

Espaço cénico e figurinos Teatro GRIOT Fotografia Sofia Berberan Produção Teatro GRIOT Duração aprox. 1h30  M/14

Recreios da Amadora - Avenida Santos Mattos, 2, 2700-748 Amadora25 a 27 de Janeirosex e sáb, 21h30; dom, 16hRESERVAS: 916648204 | teatrodosaloes@sapo.pt Bilhetes:10€, normal3€ a 5€, c/desconto

07.01.2019 | by martalanca | Posso saltar do meio da escuridão e morder, teatro griot

Call: "As Veias Abertas do Pós-Colonial: Afro-Descendências e Racismos"

Edson Chagas. Found Not Taken, Luanda. 2013. Zeitz Museum of Contemporary Art Africa. Courtesy the artist; APALAZZOGALLERY, Brescia; and Stevenson, Cape Town and Johannesburg Edson Chagas. Found Not Taken, Luanda. 2013. Zeitz Museum of Contemporary Art Africa. Courtesy the artist; APALAZZOGALLERY, Brescia; and Stevenson, Cape Town and Johannesburg Convite à participação com um artigo para o número 34 da revista Portuguese Literary & Cultural Studies (PLCS), UMass Dartmouth, subordinado ao tema da Afro-descendência, com o título As Veias Abertas do Pós-Colonial: Afro-Descendências e Racismos e organizado por Inocência Mata (Faculdade de Letras da ULisboa) e Iolanda Évora (CEsA/ISEG da Ulisboa).
A discussão sobre a Afro-descendência em Portugal tem tido desdobramentos muito produtivos nos últimos tempos, também devido à intensa interlocução com académicos e activistas de todo o mundo, com especial ênfase, no caso, com europeus e americanos (América do Norte e do Sul). É neste contexto que temos vindo a abordar esta questão, também através do projecto AFRO-PORT – Afro descendência em Portugal: sociabilidades, representações e dinâmicas sociopolíticas e culturais. Um estudo na Área Metropolitana de Lisboa (FCT, PTDC/SOC-ANT/30651/2017), em que se pretende um debate alargado sobre temas como a afro-descendência enquanto categoria associada à história colonial, os processos de (auto)identificação e de afirmação colectiva, assim como as principais dinâmicas do activismo, da participação cultural e de conquista de direitos.
Esta é a razão pela qual entendemos que a edição do número da revista PLCS, seria uma oportunidade para se discutirem algumas questões relacionadas com o tema da Afro-descendência, tal como propomos na Apresentação do CFP, já disponível no site da revista (vide links em português e em inglês).

 

 


 

04.01.2019 | by martalanca | afrodescendentes, debate, pós-colonialist