Rock in Riot contra a especulação

A Rock in Riot, uma manifestação em tom de festa, pretende demonstrar a discordância “com as políticas e a gestão que os poderes públicos têm feito da cidade” de Lisboa. 

Encontra-se convocada para dia 24 de março uma manifestação, em tom de festa, contra a lógica de gestão que, nos últimos anos, tem sido aplicada na cidade de Lisboa.

Sob o mote “Ocupar a rua, reclamar a Cidade”, o Rock in Riot, nome dado à iniciativa, defende que a modernização da capital tem sido inseparável do seu desenho “enquanto um gigantesco negócio”. Neste processo, segundo o texto de convocatória da ação, espaços “que outrora eram vividos colectivamente” tornaram-se num mero “meio de criar dinheiro”. 

As condições de habitação são apresentadas como um dos exemplos desta tendência, conforme visível no aumento dos seus preços, do número de despejos ou das casas emparedadas. “A habitação deixou de ser o local onde vivemos para se tornar num investimento”, pode ler-se no comunicado. 

A organização do Rock in Riot refere ainda outros problemas inerentes à transformação da cidade num negócio, como a “expulsão das populações mais pobres e marginalizadas do centro”, “a gestão policial dos bairros das periferias” ou ainda “a privatização de ruas, praças, jardins e teatros municipais”. 

O objetivo da iniciativa, nas suas próprias palavras, é demonstrar a discordância “com as políticas e a gestão que os poderes públicos têm feito da cidade e metrópole de Lisboa, nem com o papel que essas políticas nos atribuem. Fazendo uso da rua, afirmamos uma reapropriação da cidade”.

A manifestação irá percorrer a Avenida Almirante Reis, entre a Alameda e o Intendente, encontrando-se prevista, segundo o apelo realizado, a participação de carrinhas alegóricas com DJs e concertos de bandas. 

Tirado do Esquerda.net

20.03.2018 | by martalanca | especulação, Rock in Riot

O único festival de cinema celebrado em simultâneo na Europa e na África faz 15 anos

O ator santomense Ângelo Torres representará a comunidade de atores negros lusófonos no Festival de Cinema Africano de Tarifa-Tânger. 

Madrid 16 de março de 2018. O Festival de Cinema Africano de Tarifa-Tânger (FCAT) comemora 15 anos dando a conhecer as cinematografias do continente africano em Espanha e na América Latina. Através de filmes que falam da cotidianeidade e não só de direitos humanos, o FCAT tem conseguido divulgar a riqueza e a diversidade das realidades africanas do ponto de vista dos próprios cineastas.


Os 15 anos do FCAT foram comemorados na sexta-feria pasada em Madrid, na livraria Ocho y Medio, onde foi apresentada a próxima edição, que terá lugar de 27 de abril a 5 de maio em Tarifa, cidade mais a sul da Espanha, e Tânger, ponto geográfico mais a norte de Marrocos. 14 quilómetros de Mar Mediterrâneo separam estes dois municípios, uma das rotas migratórias mais perigosas e frequentados por africanos que desde a costa marroquina esperam atingir o sonho europeu.  A diretora do festivalMane Cisneros, destacou que o FCAT “realiza o antigo sonho de unir dois continentes através da cultura, tornando-se o único evento cinematográfico transfronteriço e transcontinental celebrado em simultâneo na Europa e na África”.  
A apresentação començou com demonstrações de apoio à comunidade senegalesa em Madrid e com um apelo à calma para que seja respeitada a diversidade de Lavapiés, um bairro multicultural único na Europa. Na quinta-feira passada um cidadão senegalês faleceum de um infarto após um acto de persecução policial que ainda deve ser investigado e esclarecido, segundo Manuela Carmena, presidenta da Câmara Municipal de Madrid.
O presidente da Câmara de Tarifa, Francisco Ruiz Giráldez, para quem a cultura é “a melhor ferramenta” para a união, participou do encontro em Madrid e destacou que “acreditar nas alianças culturais, no atrativo das fronteiras significa investir tempo e recursos”. O politico acrescentou que “quinze anos não são suficientes para mudar dinâmicas, mas são um início para atenuar as fronteiras”. 
Durante a apresentação desvendou-se do cartaz oficial da edición de 2018, que este ano é protagonizado pelo ator espanhol Emilio Buale, que iniciou a sua carreira no âmbito do cinema sob a direção de Imanol Uribe no filme Bwana. A imágem deste ano reivindica a afrodescendência espanhola no cinema, nas artes cénicas e na música, num um cartaz que também simboliza os 15 anos do FCAT e a sua contribuição para a visibilização desta comunidade e do cinema africano em geral. Segundo Mane Cisneros, “O FCAT tornou-se uma escola de especialistas em cinema africano na Espanha”.
De facto, a afrodescendência será o centro de atenção da VI edição da Árvore das Palavras, o espaço de encontro e debate do FCAT, no quadro do Programa ACERCA da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID). O festival será o lugar de encontro, de conhecimento, de intercâmbio e de comunicação entre atores e artistas européus de origem africana de países como Portugal, Reino Unido, França, Espanha ou Itália. Entre os convidados, o ator santomense Ângelo Torres  explicará a situação dos atores e realizadores negros em Portugal e no Brasil.

Na Árvore das palavras debater-se-á sobre a complexidade do setor nas suas diferentes realidades e contará com a participação de artistas, e os espectáculos de poesia, teatro e afro-flamenco contemporâneo da artista Yinka Esi Graves (Reino Unido-Nigéria) serão a cereja no bolo deste espaço de reflexão. 
Igualmente, o FCAT anunciou que dedicará uma retrospetiva ao cineasta marroquino Ahmed Bouanani (1938–2011) que, apesar de ter nascido em Casablanca, estudou cinema no Instituto des Hautes Études Cinématographiques (IDHEC) em Paris. Bouanani não só trabalhou como realizador, mas também como editor e roteirista para outros realizadores de Marrocos e, além disso, publicou vários livros de poesia. Esta retrospetiva foi apresentada pela primeira vez no quadro da Berlinale 2017. 
A cantora Biselé, nascida nas Ilhas Canárias de origem equato-guineense e cujo nome artístico foi inspirado na etnia da mãe, encarregou-se de pôr música na apresentação do festival, num concerto acústico onde se escutaram canções com sabor internacional: jazz, flamenco e influências guineenses.
programação completa do FCAT 2018 estará disponível no início do mês de abril.
Cartazes do FCAT
Fotos da apresentação em Madrid 

20.03.2018 | by martalanca | Festival de Cinema Africano de Tarifa-Tânger (FCAT)

Urban Realignments: Ethnographic and Artistic Ventures into Congo’s Cityscapes, conversa com Sammy Baloji e Filip De Boeck

SAMMY BALOJI e FILIP DE BOECK, foto de Dieter TelemansSAMMY BALOJI e FILIP DE BOECK, foto de Dieter TelemansSammy Baloji e Filip De Boeck falarão do seu livro Suturing the City: Living Together in Congo’s Urban Worlds (2016) e da sua exposição Urban Now: City Life in Congo, que estará patente em Lisboa a partir do final de Março (Galeria Av. da Índia).

Sammy Baloji (b. 1978, Lubumbashi, República Democrática do Congo) é um artista visual que vive entre Bruxelas e Lubumbashi. É o co-fundador da Bienal de Lubumbashi, organizada por Picha Asbl. Reconhecido internacionalmente, o trabalho de Baloji tem sido exibido em espaços relevantes, tais como o Musée du Quai Branly, Paris; Muzee, Ostend; the Royal Museum for Central Africa, Tervuren; Museum for African Art, Nova Iorque; WIELS, Bruxelas; Bienal de Arte de Veneza, Veneza; e Documenta 2017, Kassel e Atenas. Publicações recentes incluem Mémoire/Kolwezi (2014), Hunting and Collecting (2016), e Suturing the City: Living Together in Congo’s Urban Worlds (2016, com Filip De Boeck).

Filip De Boeck (b. 1961, Antuérpia, Bélgica) é Professor de Antropologia no Institute for Anthropological Research in Africa (IARA) da Universidade Católica de Lovaina, Bélgica. As suas publicações incluem Kinshasa: Tales of the Invisible City (2004, com a fotógrafa Marie-Francoise Plissant), e mais recentemente Suturing the City: Living Together in Congo’s Urban Worlds (2016, com Sammy Baloji). De Boeck também realizou Cemetery State (2010), um documentário sobre um cemitério de Kinshasa, e produziu várias exposições. A sua exposição Kinshasa: Imaginary City(2014), co-comissariada com Koen Van Synghel para o pavilhão belga da 9ª Bienal de Arquitectura de Veneza, recebeu um Leão de Ouro.

Em 2016, De Boeck e Baloji apresentaram a exposição Urban Now: City Life in Congo no WIELS Contemporary Art Centre, Bruxelas, em colaboração com a Open Society (Nova Iorque) e The Power Plant (Toronto). A 23 de Março de 2018, a exposição inaugura na Galeria Avenida da Índia/EGEAC (Lisboa).

Data: 24 de Março de 2018

Local: Hangar – Centro de Investigação Artística

Horário: 18:00 – 20:00

Moderação: Ana Balona de Oliveira

Organização:

Ana Balona de Oliveira, Pensando a Partir do Sul: Comparando Histórias Pós-Coloniais e Identidades Diaspóricas através de Práticas e Espaços Artísticos, Transnational Perspectives on Contemporary Art: Identities and Representation, CASt-IHA-FCSH-NOVA e Visual Culture, Migration, Globalization and Decolonization, CITCOM-CEC-FLUL.

Mónica de Miranda, Post-Archive: Politics of Memory, Place and Identity, CITCOM-CEC-FLUL.

Apoio: DG Artes, FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, IHA-FCSH-NOVA, CEC-FLUL.

 **

URBAN REALIGNMENTS: ETHNOGRAPHIC AND ARTISTIC VENTURES INTO CONGO’S CITYSCAPES

TALK WITH SAMMY BALOJI AND FILIP DE BOECK

Date: March, 24

Venue: Hangar – Artistic Research Centre, Lisbon

Schedule: 6 pm – 8 pm

Sammy Baloji and Filip De Boeck will discuss their book Suturing the City: Living Together in Congo’s Urban Worlds (2016) and their exhibition Urban Now: City Life in Congo, which will be on view in Lisbon from the end of March (Galeria Av. da Índia).

Sammy Baloji (b. 1978 Lubumbashi, Democratic Republic of Congo) is a visual artist based in Brussels and Lubumbashi. He is the co-founder of the Lubumbashi Biennial organized by Picha Asbl. Internationally renowned, Baloji’s work has been exhibited in prestigious venues such as the Musée du Quai Branly, Paris; Muzee, Ostend; the Royal Museum for Central Africa, Tervuren; Museum for African Art, New York; WIELS, Brussels; the Venice Art Biennial, Venice; and Documenta 2017, Kassel and Athens. Recent book publications include Mémoire/Kolwezi (2014), Hunting and Collecting (2016), and Suturing the City: Living Together in Congo’s Urban Worlds (2016, with Filip De Boeck).

Filip De Boeck (b. 1961, Antwerp, Belgium) is Professor of Anthropology at the Institute for Anthropological Research in Africa (IARA) at the Catholic University of Leuven, Belgium. His book publications include Kinshasa: Tales of the Invisible City (2004, with photographer Marie-Françoise Plissart), and most recently Suturing the City: Living Together in Congo’s Urban Worlds (2016, with Sammy Baloji). De Boeck also directed Cemetery State (2010), a documentary about a Kinshasa graveyard, and produced several exhibitions. His exhibition Kinshasa: Imaginary City (2014), co-curated with Koen Van Synghel for the Belgian Pavillion at the 9th Venice Architecture Biennial, was awarded a Golden Lion.

In 2016, De Boeck and Baloji presented the exhibition Urban Now: City Life in Congo at WIELS Contemporary Art Centre, Brussels, in collaboration with the Open Society (New York) and The Power Plant (Toronto). On March 23 2018, the exhibition will open at Galeria Av. da Índia/EGEAC (Lisbon).

Chair: Ana Balona de Oliveira

Organization:

Ana Balona de Oliveira, Thinking from the South: Comparing Post-Colonial Histories and Diasporic Identities through Artistic Practices and Spaces, Transnational Perspectives on Contemporary Art: Identities and Representation, CASt-IHA-FCSH-NOVA and Visual Culture, Migration, Globalization and Decolonization, CITCOM-CEC-FLUL.

Mónica de Miranda, Post-Archive: Politics of Memory, Place and Identity, CITCOM-CEC-FLUL.

Support: DG Artes, FCT – Foundation for Science and Technology, IHA-FCSH-NOVA, CEC-FLUL

08.03.2018 | by martalanca | Filip De Boeck, Sammy Baloji

Equatorial Guinea: Artist Freed from Prison

Officer Admits Superiors Ordered Dubious Charges

 Ramón Esono Ebalé Ramón Esono EbaléAn Equatorial Guinean court on March 7, 2018 released an artist imprisoned on dubious charges for nearly six months, 18 human rights groups said today. The prosecution dropped all charges against Ramón Esono Ebalé, a cartoonist whose work is often critical of the government, at his February 27 trial after the police officer who had accused him of counterfeiting $1,800 of local currency admitted making the accusation based on orders from his superiors.  

“It is a huge relief that the prosecution dropped its charges against Ramon, but they should never have been pressed in the first place,” said Salil Tripathi, chair of PEN International’s Writers-in-Prison Committee. “We urge the authorities to guarantee his safe return to his family, allow him to continue creating his hard-hitting cartoons, and ensure that Equatorial Guinea respects the right to freedom of expression.”

The global #FreeNseRamon coalition, consisting of hundreds of artists, activists, and organizations devoted to protecting artistic freedom, freedom of expression and other human rights, carried out a campaign to direct international attention to his situation.

“Ramon’s release from prison is a testament of the power of collective work of hundreds of artists, concerned citizens, and NGOs,” said Tutu Alicante, director of EG Justice, which promotes human rights in Equatorial Guinea. “But we must not forget that dozens of government opponents who are not as fortunate fill Equatorial Guinea’s jails; thus, the fight against human rights violations and impunity must continue.”

Esono Ebalé, who lives outside of his native Equatorial Guinea, was arrested on September 16, 2017, while visiting the country to request a new passport. Police interrogated him about drawings critical of the government, said two Spanish friends who were arrested and interrogated alongside him and were later released.

But a news report broadcast on a government-owned television channel a few days after the arrest claimed that police had found 1 million Central African francs in the car Esono Ebalé was driving. On December 7, he was formally accused of counterfeiting. The charge sheet alleged that a police officer, acting on a tip, had asked him to exchange large bills and received counterfeit notes in return.  

“Equatorial Guinea’s government has a long record of harassing and persecuting its critics,” said Mausi Segun, Africa director at Human Rights Watch. “Ramon’s release is an important victory against repression.”

At the trial on February 27 in Malabo, Equatorial Guinea’s capital, it became clear that the police officer who had made the accusations had no personal knowledge of Esono Ebalé’s involvement in the alleged crime, according to his lawyer and another person present at the trial. After offering details that conflicted with the official account, the officer admitted that he had acted on orders of his superiors, they said. The prosecution then withdrew the charges.

“We are delighted that Ramón was acquitted and is finally free,” said Angela Quintal,Africa Program Coordinator, Committee to Protect Journalists. “The fact that the state’s main witness recanted, underscores the point that authorities manufactured the charges in the first place. Ramon should never have spent a single day behind bars and we trust that he will not be subjected to any further reprisal.” 

“Now that Ramon has been released, the authorities must launch a thorough and effective investigation into whether the charges against him were fabricated, and ensure that the criminal justice system is no longer misused to target and harass human rights defenders,” said Marta Colomer, Amnesty International’s Campaigner on Equatorial Guinea.

07.03.2018 | by martalanca | Equatorial Guinea, Ramón Esono Ebalé

LIMPAR SANTANA, Quilombo de Santana - campanha

O projecto LIMPAR SANTANA consiste na construção de um sistema de saneamento básico sustentável que garantirá a limpeza das linhas de água do Quilombo de Santana para melhorar o actual nível da qualidade de água de consumo da totalidade das suas habitações.

Avaliada a situação topográfica, geotécnica e geográfica existente, propõe-se utilizar bacias evapotranspiradoras, sistema que permite o tratamento de efluentes através de um filtro natural e da evaporação pela folha de bananeiras; e sistemas de caixas de água biodigestoras que transformam as águas num resíduo utilizável para a agricultura.

Abrir-se-á, ainda, a possibilidade de construção posterior de uma cozinha comunitária certificada, que permitirá introduzir a actual produção alimentar quilombola no circuito de mercado da região, feiras e mercados populares.

O projectos LIMPAR SANTANA é essencial para o desenvolvimento local do quilombo e terá influência directa tanto na qualidade de vida da população, como no fortalecimento da economia local.

SOBRE O PROMOTOR

A associação de moradores do Quilombo de Santana representa a sua população, interna e externamente, e é constituída na sua totalidade por moradores da comunidade.

No ano de 2016, através da participação directa de dois cidadãos próximos em algumas acções da comunidade, Nuno Flores e Thiago Coqueiro, iniciou trabalhos de reabilitação do sistema de saneamento básico de uma casa da comunidade.

Desta acção surgiu uma parceria com a associação de moradores que consiste na construção de um sistema de saneamento básico sustentável que garantirá a limpeza das linhas de água do Quilombo de Santana e, consequentemente, melhorar o actual nível da qualidade de água de consumo da totalidade das habitações.

No caso de não se atingir o objectivo de 7500€, o montante doado incodicionalmente servirá para melhorar a rede de saneamento existente através do mesmo processo, após reavaliação e redesenho dos objectivos do projecto em função do orçamento disponivel.

ORÇAMENTO E PRAZOS

Prazo: 365 dias

Orçamentos:  5354.25 € - construção de sistema de sanemaneto - fossas

1500€ - logística

 

07.03.2018 | by martalanca | Brasil, Limpar Santana, quilombos